Perfil nutricional e perda de peso de pacientes submetidos à cirurgia de bypass gástrico em Y de Roux

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1 Artigo Original Oliveira CCA & Pinto SL Perfil nutricional e perda de peso de pacientes submetidos à cirurgia de bypass gástrico em Y de Roux Nutritional status and weight loss in patients undergoing Roux-Y gastric bypass Cárita Cascalho Andrade de Oliveira 1 Sônia Lopes Pinto 2 Unitermos: Obesidade mórbida. Cirurgia bariátrica. Perda de peso. Estado nutricional. Keywords: Obesity, morbid. Bariatric surgery. Weight loss. Nutritional status. Endereço para correspondência: Cárita Cascalho Andrade de Oliveira Quadra 406 Norte, QI 01, Alameda 3, Lote 7, Casa 2 Palmas, TO, Brasil CEP: carita-ca@hotmail.com Submissão: 22 de janeiro de 2015 Aceito para publicação: 4 de outubro de 2015 RESUMO Introdução: Apesar de invasiva, a cirurgia bariátrica tem alcançado resultados satisfatórios, com redução superior a 50% do excesso de peso ou 30% a 40% do peso inicial. Método: Foram avaliados 36 pacientes, divididos em 2 grupos para análise estatística (< 6 meses e 6 meses). Os dados foram coletados dos prontuários dos pacientes, sendo avaliados dados socioeconômicos, peso na cirurgia, peso atual, circunferência abdominal e do quadril, IMC pré e pós-cirurgia, perda de peso e %PEP. As variáveis quantitativas foram testadas quanto à normalidade pelo teste de Kolmogorov-Smirnov, sendo realizado teste t Student para as variáveis antropométricas conforme os grupos. O peso corporal foi comparado no mesmo grupo, antes e depois da cirurgia, pelo teste t pareado. A significância estatística adotada para todos os testes foi de 5%. Resultados: Do total de pacientes, 86,1% eram do sexo feminino e a idade média 38,78 anos. Observou-se que 63,6% dos pacientes com < 6 meses de cirurgia apresentavam obesidade grau III, 28,6% daqueles com > 6 meses eram obesos grau I, 21,4% sobrepesos, 14% eutróficos. Entre os pacientes com mais tempo de cirurgia, observou-se a média de 70,6 de %PEP. O peso atual, IMC atual, a circunferência abdominal e do quadril, perda de peso e %PEP apresentaram associação positiva com o tempo de cirurgia. Quando comparado o peso, antes e depois da cirurgia, este também apresentou significância estatística em ambos os tempos. Conclusões: Esses resultados comprovam a eficácia da cirurgia bariátrica na redução do peso, e consequente mudança do estado nutricional. ABSTRACT Introduction: Although invasive, bariatric surgery has achieved satisfactory results, with reduction of more than 50% of excess weight or 30%-40% of the initial weight. Methods: Thirty-six patients were divided into two groups for statistical analysis (<6 months and 6 months) evaluated. Data were collected from medical records of patients being evaluated socioeconomic data, weight at surgery, current weight, waist and hip circumference, BMI pre and post-surgery, weight loss and % EWL. Quantitative variables were tested for normality using the Kolmogorov-Smirnov test, Student t test was performed for the anthropometric variables as groups. Body weight was compared in the same group before and after the surgery by paired t test. Statistical significance adopted for all tests was 5%. Results: Of all patients, 86.1% were female and the average age years. It was observed that 63.6% of patients with <6 months after surgery showed grade III obesity, 28.6% of those with> 6 months were grade I obese, 21.4% overweight and 14% eutrophic. Among patients with more surgical time, there was an average of 70.6 of %EWL. The current weight, current BMI, waist and hip circumference, weight loss and %EWL was positively associated with the time of surgery. When comparing the weight before and after surgery, this also statistically significant in both times. Conclusions: These results confirm the effectiveness of bariatric surgery on weight reduction, and consequent change in nutritional status. 1. Graduanda do curso de Nutrição da Universidade Federal do Tocantins, Palmas, TO, Brasil. 2. Mestre em Alimentos, Nutrição e Saúde/Docente da Universidade Federal do Tocantins, Palmas, TO, Brasil. 18

2 Perfil nutricional e perda de peso de pacientes submetidos à cirurgia de bypass gástrico em Y de Roux INTRODUÇÃO A obesidade é uma doença metabólica, cuja origem pode envolver fatores genéticos, endócrinos e ambientais, acarretando também problemas psicológicos, sociais e diminuição da qualidade de vida 1, por isso vem sendo considerada um grande problema de saúde pública 2. Ressalta-se que a obesidade é uma das doenças que mais matam no mundo em decorrência de suas comorbidades, sendo o fator de risco mais importante para o diabetes mellitus tipo 2, além de estar relacionada com o desenvolvimento da hipertensão arterial sistêmica (HAS), insuficiência cardíaca congestiva, dislipidemia e aterosclerose, contribuindo, assim, para maior risco de morbimortalidade por doenças cardiovasculares 3,4. A obesidade mórbida representa risco eminente à vida e, portanto, deve ser tratada de maneira definitiva, considerando-se os casos em que o tratamento conservador se mostrou ineficaz. Diante disso, a cirurgia bariátrica tem se configurado como a ferramenta mais eficaz para alcançar perda de peso adequada e durável. No Brasil, a cirurgia inclui-se entre os procedimentos de alta complexidade cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), conforme regulamentação legal estabelecida em Apesar de invasiva, a cirurgia bariátrica tem alcançado resultados satisfatórios, com redução superior a 50% do excesso de peso ou 30% a 40% do peso inicial 6. Após o procedimento bariátrico, a redução do peso é claramente visível, com consequente melhora das comorbidades e da qualidade de vida 7. Usualmente, é considerado sucesso cirúrgico, quando o indivíduo obeso perde 50% do excesso de peso pré-operatório 8,9. A cirurgia não promove cura da obesidade, mas sim o controle, e pode estar associada a complicações nutricionais e clínicas a curto e longo prazo 10. A avaliação e o seguimento nutricional, quando realizados rotineiramente, podem identificar e intervir precocemente em situações pós-operatórias de perda insuficiente ou reganho do excesso de peso e deficiências nutricionais e, dessa forma, contribuir para resultados favoráveis do tratamento cirúrgico da obesidade 11. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil nutricional e a perda de peso dos pacientes que foram submetidos à cirurgia bariátrica pela técnica bypass gástrico em Y de Roux de acordo com o tempo de cirurgia. MÉTODO Casuística Trata-se de um estudo observacional transversal, cujos dados foram obtidos pela análise de prontuários ambulatoriais dos pacientes acompanhados pelo Ambulatório de Bariátrica (AMBBAR) da Universidade Federal do Tocantins (UFT), no período de novembro de 2013 a julho de O estudo teve aprovação pelo Comitê de Ética da UFT, protocolo nº 157/2013. Foram incluídos na pesquisa todos os pacientes que concordaram em participar do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e que realizaram a cirurgia bariátrica pela técnica bypass gástrico em Y de Roux, independentemente do tempo de pós-operatório. No total, foram avaliados 36 pacientes de ambos os sexos, posteriormente divididos em 2 grupos para análise (< 6 meses e 6 meses). Avaliação Antropométrica As medidas antropométricas analisadas foram referentes à primeira consulta. Para a medida do peso, foi utilizada balança eletrônica digital, com capacidade de 300 kg da marca Welmy. Para a aferição da estatura, utilizou-se antropômetro com extensão de 2 metros, fixado em parede sem rodapé. As medidas de peso e altura seguiram o protocolo de Lohman et al. 12. Quanto à circunferência abdominal e do quadril, o paciente foi mantido ereto, com o abdome relaxado, os braços cruzados ou estendidos ao longo do corpo e as pernas fechadas. Para aferição da cintura utilizou-se como critério a cicatriz umbilical e a medida do quadril foi feita pela área de maior circunferência no plano horizontal, para ambos utilizou-se uma fita flexível e inelástica 12. A partir das medidas de peso e estatura, foi calculado o índice de massa corporal (IMC) 13 em kg/m². A partir deste, os pacientes tiveram seu estado nutricional classificado em eutrófico, sobrepeso, obeso grau I, II e III e super obeso 14. Também foram analisadas as seguintes variáveis: Peso na cirurgia (kg) = peso do dia da realização da cirurgia IMC pré-cirurgia (kg/m²) = IMC no dia da realização da cirurgia Peso perdido (PP, em kg) = diferença do peso précirurgia em relação ao atual Perda percentual do excesso de peso (%PEP) = diferença percentual do peso perdido em relação ao excesso de peso. Dados Sociodemográficos e Comorbidades Os dados sociodemográficos e econômicos foram obtidos pela análise de prontuários preenchidos durante o atendimento nutricional. As variáveis analisadas foram: sexo, idade, estado civil, número de filhos, procedência, 19

3 Oliveira CCA & Pinto SL escolaridade, renda média familiar, tipo de moradia e número de moradores no domicílio. Foram ainda coletados, por meio do relato do paciente, a história pregressa de doenças e história patológica atual. Análise dos Dados Para análise dos dados referentes à caracterização da população, os pacientes da pesquisa foram divididos em dois grupos, de acordo com o tempo de pós-operatório (< 6 meses e 6 meses). Os dados foram digitados com auxílio do software Excel 2007 e exportados para o Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 13.0 para análise estatística. Todas as variáveis contínuas registradas foram tabeladas como média e acompanhada dos valores máximos e mínimos. As variáveis nominais foram expressas em porcentagem. As variáveis quantitativas foram testadas quanto à normalidade pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Foram comparados os grupos de pacientes com < de 6 meses e de 6 meses de cirurgia bariátrica pelo teste t Student para as variáveis antropométricas. O peso corporal foi comparado no mesmo grupo, antes e depois da cirurgia, pelo teste t pareado. A significância estatística de todos os testes adotados foi de 5% RESULTADOS De acordo com as características sociodemográficas descritas na Tabela 1, observa-se que a faixa etária da amostra variou de 19 a 66 anos, com idade média de 38,78 anos, sendo 86,1% mulheres, 50% casadas, 36,1% tinham 3 ou mais filhos, 66,6% residiam em Palmas, 47,2% cursaram o ensino médio completo, 38,9% recebiam de 2 a 4 salários mínimos, 66,7% moravam em casa própria e 55,5% moravam com até 3 pessoas. Com relação ao estado nutricional, observa-se que 63,6% dos pacientes com < de 6 meses de pós-operatório foram classificados com obesidade grau III, enquanto 28,6% com de 6 meses de cirurgia apresentavam obesidade grau I, seguido de eutrofia (14%) e sobrepeso (21,4%) (Figura 1). Dos 36 pacientes avaliados, 72,2% relataram apresentar comorbidades associadas à obesidade. As comorbidades de maior prevalência relatadas pelos pacientes foram as doenças ortopédicas (33%), seguidas pela dislipidemia (13%) e HAS (13%). Entretanto, 63,9% relataram observar melhora de alguma doença após a realização da cirurgia, dentre estas, a HAS (38,9%) e o diabetes (25%) foram os mais citados. Quando se comparou as variáveis antropométricas de acordo com o tempo de cirurgia observou-se que o peso atual, IMC atual, circunferência abdominal e do quadril, perda de peso e %PEP apresentavam diferença estatisticamente significante. E quando comparado o peso corporal conforme os grupos, antes e depois da cirurgia, estes também apresentaram significância estatística (Tabela 2). Tabela 1 Caracterização dos pacientes de pós-operatório distribuídos conforme tempo de cirurgia bariátrica (n=36). Tempo de Cirurgia Variáveis < 6 meses PO 6 meses PO Todos n (%) n (%) n (%) Sexo Masculino 4 (18,2) 1 (7,2) 5 (13,9) Feminino 18 (81,8) 13 (92,8) 31 (86,1) Estado civil Solteiro 12 (54,6) 4 (28,5) 16 (44,4) Casado/amasiado 9 (40,9) 9 (64,3) 18 (50,0) Separado/divorciado 1 (4,5) 1 (7,2) 2 (5,6) Número de filhos Nenhum 11 (50,0) 11 (30,5) Menos de 3 5 (22,7) 7 (50,0) 12 (33,4) 3 6 (27,3) 7 (50,0) 13 (36,1) Procedência Palmas 14 (63,6) 10 (71,5) 24 (66,6) Região 8 (36,4) 4 (28,5) 12 (33,4) Escolaridade Analfabeto 1 (4,5) 1 (2,8) Ens. fundamental 5 (22,7) 1 (7,2) 6 (16,6) Ens. médio 10 (45,5) 7 (50,0) 17 (47,2) Ens. superior 6 (27,3) 6 (42,8) 12 (33,4) Renda mensal familiar Até 2 salários mínimos 9 (40,9) 4 (28,5) 13 (36,1) 2 a 4 salários mínimos 9,(40,9) 5 (35,7) 14 (38,9) Mais de 4 salários mínimos 4 (18,2) 5 (35,7) 9 (25,0) Tipo de moradia Própria 15 (68,2) 9 (64,2) 24 (66,7) Alugada 6 (27,3) 3 (21,5) 9 (25,0) Cedida 1 (4,5) 2 (14,3) 3 (8,3) Número de moradores no domicílio Até 3 12 (54,5) 8 (57,2) 20 (55,5) Mais de 3 10 (45,5) 6 (42,8) 16 (44,5) 20

4 Perfil nutricional e perda de peso de pacientes submetidos à cirurgia de bypass gástrico em Y de Roux DISCUSSÃO Figura 1 Estado nutricional dos pacientes de pós-operatório de cirurgia bariátrica atendidos no AMBBAR (n=36).. Tabela 2 Variáveis antropométricas de acordo com o tempo de cirurgia dos pacientes de pós-operatório de cirurgia bariátrica (n=36). Variáveis Pré-cirurgia Peso na ( cirur( gia (kg) IMC pré- ( operatório ( (kg/m²) Pós-cirurgia Tempo de Cirurgia < 6 meses PO 6 meses PO n=22 n =14 Todos n=36 Med (Min-Max) Valor P 122,9 a 127,5 a 124,7 (91,5-182) < 0,001** 46,6 48,8 47,5 (35,3-63,2) - Peso atual (kg) 111,4 b 85,5 b 101,3 (54,5-161,6) < 0,000* Estatura (m) 1,62 1,62 1,61 (1,47-1,86) < 0,84 IMC atual (kg/m²)(1) Circunferência ( abdominal (cm) Circunferência ( do quadril (cm) Perda de peso ( (kg) 42,3 32,9 38,6 (21,6-54,1) < 0,000* 123,9 101,0 114,8 (82-147) < 0,000* 131,9 114,6 125,0 (93-148) < 0,000* 11,5 38,9 22,2 (3,0-59,9) < 0,000* % PEP (%)(1) 19,7 70,6 39,5 (6,0-121,1) < 0,000* (1) IMC: Índice de Massa Corporal; %PEP: Percentual de Perda de Excesso de Peso * Valores menores que 0,05 indicam diferença estatística pelo teste t Student. ** Valores indicados com a mesma letra na mesma coluna não diferem entre si pelo teste t pareado (P 0,05) A obesidade tornou-se epidemia e problema de saúde pública em todo o mundo, sem distinção de sexo e idade. Porém, o que se observa é a prevalência de mulheres que realizam a cirurgia bariátrica, como observado nesse estudo. A grande variação entre os gêneros também foi encontrada em outros estudos nacionais 2,15. A perda de peso está diretamente relacionada à significativa melhora do estado metabólico e, consequentemente, à redução de riscos associados à obesidade 10. Estudo relatado por Valezi et al. 1 demonstrou redução ou até mesmo cura de comorbidades existentes, acrescentando maiores benefícios ao tratamento. Assim sendo, os benefícios da cirurgia bariátrica incluem, além da redução de peso, resolução ou melhora acentuada de doenças crônicas, como observado no presente estudo. Sabe-se que a perda de peso é considerada um dos principais parâmetros para definir o sucesso da cirurgia bariátrica, já que, após o emagrecimento, ocorre comprovada melhora nas condições clínicas do indivíduo. Ao se avaliar o peso pré e pós-cirurgia, em ambos os tempos, observou-se diferença estatística significante, comprovando a eficiência da cirurgia bariátrica na redução do peso, e consequente mudança do estado nutricional. Pedrosa et al. 16 reforçam esses dados, em estudo com 146 pacientes de pós-operatório, encontraram redução gradativa do peso e IMC, com diferença estatística em períodos distintos de pós-operatório (6 meses a 24 meses). Ao se analisar o IMC antes e após a cirurgia, observase que a média no pré-operatório foi de 46,6 kg/m² (< 6 meses de pós-operatório) e de 48,8 kg/m² ( 6 meses de pós-operatório), e após 6 meses ao procedimento cirúrgico reduziu para 32,9 kg/m². Esses resultados demonstram como a cirurgia promove perda de peso relevante e impacta no estado nutricional do paciente, mesmo com pouco tempo de realização do procedimento. Portaluppi et al. 15 também encontraram resultados promissores, sua pesquisa revelou que os pacientes que se submeteram a cirurgia bariátrica apresentaram evolução antropométrica com perda ponderal progressiva. No préoperatório, a média do peso era de 111 kg (mulheres) e 142,4 kg (homens), e após 6 meses de cirurgia reduziu para 80,3 kg e 102,3 kg, respectivamente. Também houve redução no IMC, alterando de 42,3 para 30,6 kg/m² entre as mulheres e 45,4 para 32,6 kg/m² entre os homens 15. É consenso predominante entre investigadores que o critério para avaliação do sucesso no tratamento cirúrgico da obesidade é a perda do excesso de peso de pelo menos 50% e a manutenção em longo prazo 9. A %PEP no grupo de pacientes com > 6 meses de cirurgia foi de 70,6%, este resultado é semelhante aos encontrados em estudos nacionais 21

5 Oliveira CCA & Pinto SL e internacionais, que correlacionam o tempo de cirurgia com a perda de excesso de peso. Em estudo realizado por Campos et al. 17, foi encontrada %PEP de 60,2% entre 310 indivíduos com 12 meses de pós-operatório. Awad et al. 18, após estudarem 244 indivíduos operados, observaram que depois de 6 meses havia uma %PEP de 55%. No estudo de Wolf & Beisiegel 19, os pacientes atingiram 50% de perda de excesso de peso após 7 meses de cirurgia. Além da perda de excesso de peso, observou-se também que houve uma mudança significante nas medidas de circunferência abdominal e quadril, demonstrando importante impacto da cirurgia para redução do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Em um estudo realizado com 35 pacientes submetidos a cirurgia bariátrica, foi avaliada a prevalência antes e depois de síndrome metabólica, e o critério circunferência abdominal reduziu em 45,8% dos casos após 34 meses 16. Os grupos estudados nesta pesquisa apresentaram resultados satisfatórios, haja vista que se trata de uma amostragem reduzida, em face do limitado tempo de realização do estudo. Assim, salienta-se o fato deste ser um estudo do tipo transversal, o que limita o tempo de acompanhamento e não nos permite mais profundidade na análise dos dados. Por outro lado, os resultados encontrados são compatíveis com a literatura atual, que demonstra que, independentemente do tempo de cirurgia, existe um impacto importante no estado nutricional e perda de peso significante. Portanto, fica evidente com este estudo a satisfatória perda de peso apresentada pelos pacientes submetidos ao procedimento de bypass gástrico com Y de Roux, sendo observada redução superior a 50% do excesso de peso em pacientes com de 6 meses de pós-operatório, além de mudanças do perfil nutricional. Diante disso, a cirurgia surge como forma de tratamento para a obesidade grave e tem sido considerada o método mais eficaz para a perda de peso, desde que o paciente seja bem orientado pela equipe multidisciplinar. REFERÊNCIAS 1. Valezi AC, Brito SJ, Mali Junior J, Brito EM. Estudo do padrão alimentar tardio em obesos submetidos à derivação gástrica com bandagem em Y-de-Roux: comparação entre homens e mulheres. Rev Col Bras Cir. 2008;35(6): Nishiyama MF, Carvalho MDB, Pelloso SM, Nakamura RKC, Peralta RM, Marujo FMPS. Avaliação do nível de conhecimento e aderência da conduta nutricional em pacientes submetidos e candidatos à cirurgia bariátrica. Arq Ciênc Saúde Unipar. 2007;11(2): Freitas ACT. Cirurgia bariátrica: principais técnicas utilizadas e suas consequências nutricionais. In: Campos ACL, ed. Tratado de nutrição e metabolismo em cirurgia. Rio de Janeiro: Rubio; p Garrido JAB, Oliveira MR, Berti LV, Elias AA, Pareja JC, Matsuda M, et al. Derivações gastrojejunais. 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