SENADO FEDERAL COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL PAUTA DA 23ª REUNIÃO. (2ª Sessão Legislativa Ordinária da 55ª Legislatura)

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1 SENADO FEDERAL COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL PAUTA DA 23ª REUNIÃO (2ª Sessão Legislativa Ordinária da 55ª Legislatura) 24/08/2016 QUARTA-FEIRA às 10 horas Presidente: Senador Aloysio Nunes Ferreira Vice-Presidente: Senador Valdir Raupp

2 Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional 23ª REUNIÃO, EXTRAORDINÁRIA, DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 55ª LEGISLATURA, A REALIZAR-SE EM 24/08/ ª REUNIÃO, EXTRAORDINÁRIA Quarta-feira, às 10 horas SUMÁRIO 1ª PARTE - SABATINA ITEM PROPOSIÇÃO RELATOR (A) PÁGINA MSF 63/2016 SEN. EDISON LOBÃO 8 - Não Terminativo - MSF 76/2016 SEN. ARMANDO MONTEIRO 77 - Não Terminativo - MSF 78/2016 SEN. HÉLIO JOSÉ Não Terminativo - 2ª PARTE - DELIBERATIVA ITEM PROPOSIÇÃO RELATOR (A) PÁGINA 1 PDS 20/ Não Terminativo - SEN. JORGE VIANA 206

3 3 COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL - CRE TITULARES PRESIDENTE: Senador Aloysio Nunes Ferreira VICE-PRESIDENTE: Senador Valdir Raupp (19 titulares e 19 suplentes) Bloco Parlamentar da Resistência Democrática(PDT, PT) SUPLENTES (1)(2)(3)(4)(5)(6)(7) Jorge Viana(PT) AC (61) e José Pimentel(PT) CE (61) /6391 Lindbergh Farias(PT) RJ (61) Telmário Mota(PDT) RR (61) Gleisi Hoffmann(PT) PR (61) VAGO(23) Lasier Martins(PDT) RS (61) Humberto Costa(PT) PE (61) / 6286 Cristovam Buarque(PPS) DF (61) VAGO(16) Ana Amélia(PP) RS (61) Benedito de Lira(PP)(13) AL (61) / 6151 Maioria (PMDB) Edison Lobão(PMDB) MA (61) a João Alberto Souza(PMDB) MA (061) / 6349 Roberto Requião(PMDB) PR (61) Raimundo Lira(PMDB) PB (61) /6624 Sérgio Petecão(PSD)(18)(17) AC (61) a 3 Marta Suplicy(PMDB)(20) SP (61) Valdir Raupp(PMDB)(19) RO (61) Kátia Abreu(PMDB)(25) TO (61) /2253 Ricardo Ferraço(PSDB) ES (61) Hélio José(PMDB) DF (61) /6645/6646 Bloco Social Democrata(PSDB, PV, DEM) José Agripino(DEM) RN (61) a Ronaldo Caiado(DEM) GO (61) e 6440 Aloysio Nunes Ferreira(PSDB) SP (61) Flexa Ribeiro(PSDB) PA (61) /6064 Tasso Jereissati(PSDB)(9) CE (61) José Aníbal(PSDB)(26)(27) SP /4503 Paulo Bauer(PSDB)(11)(14) SC (61) Antonio Anastasia(PSDB)(12)(15)(9) MG (61) Bloco Parlamentar Socialismo e Democracia(PPS, PSB, PCdoB, REDE) Fernando Bezerra Coelho(PSB) PE (61) João Capiberibe(PSB) AP (61) / Vanessa Grazziotin(PCdoB) AM (61) Lídice da Mata(PSB) BA (61) Eduardo Amorim(PSC) Armando Monteiro(PTB)(28) Bloco Moderador(PTB, PSC, PRB, PR, PTC) SE (61) a PE (61) e Eduardo Lopes(PRB)(30)(32) RJ (61) Magno Malta(PR)(29) ES (61) /5867 (1) Em , foram designados os Senadores Jorge Viana, Lindbergh Farias, Gleisi Hoffmann, Lasier Martins e Cristovam Buarque como membros titulares; e os Senadores José Pimentel, Telmário Mota, Delcídio do Amaral, Humberto Costa e Marta Suplicy como membros suplentes, pelo Bloco de Apoio ao Governo, para compor a CRE (Of. 8/2015-GLDBAG). (2) Em , os Senadores Eduardo Amorim e Magno Malta foram designados membros titulares; e os Senadores Marcelo Crivella e Wellington Fagundes, como membros suplentes pelo Bloco Parlamentar União e Força, para compor a CRE (Of. 04/2015-BLUFOR). (3) Em , os Senadores Fernando Bezerra e Vanessa Grazziotin foram designados membros titulares; e os Senadores João Capiberibe e Lídice da Mata, como membros suplentes, pelo Bloco Parlamentar Socialismo e Democracia, para compor a CRE (Of. 9/2015-GLBSD). (4) Em , o Senador José Agripino foi designado membro titular e o Senador Ronaldo Caiado, como suplente pelo Bloco Parlamentar da Oposição, para compor a CRE (Ofs. 1 a 5/2015-GLDEM). (5) Em , os Senadores Aloysio Nunes Ferreira, Antônio Anastasia e Paulo Bauer foram designados membros titulares; e os Senadores Flexa Ribeiro, José Serra e Tasso Jereissati, como suplentes pelo Bloco Parlamentar da Oposição, para compor a CRE (Of. 20/2015-GLPSDB). (6) Em , a Senadora Ana Amélia foi designada membro titular e o Senador Ciro Nogueira membro suplente pelo Partido Progressista, para compor a CRE (Mem. 35 e 36/2015-GLDPP). (7) Em , os Senadores Edison Lobão, Roberto Requião, Luiz Henrique, Eunício Oliveira e Ricardo Ferraço foram designados membros titulares; e os Senadores João Alberto Souza, Raimundo Lira, Valdir Raupp, Romero Jucá e Hélio José, como membros suplentes, pelo Bloco da Maioria, para compor a CRE (Of. 018/2015-GLPMDB). (8) Em , o Partido Progressista passa a integrar o Bloco de Apoio ao Governo (Of. 19/2015-GLDBAG). (9) Em , o Senador Tasso Jereissati foi designado membro titular pelo Bloco Parlamentar da Oposição, em substituição ao Senador Antônio Anastasia, que passou a ocupar vaga de membro suplente (Of. 45/2015-GLPSDB). (10) Em , a Comissão reunida elegeu os Senadores Aloysio Nunes Ferreira e Luiz Henrique, respectivamente, Presidente e Vice-Presidente deste colegiado (Of. nº 1/2015-CRE). (11) Em , o Senador Antonio Anastasia foi designado membro titular pelo Bloco Parlamentar da Oposição, em substituição ao Senador Paulo Bauer (Of. 62/2015-GLPSDB). (12) Em , o Senador Cássio Cunha Lima foi designado membro suplente pelo Bloco Parlamentar da Oposição, em substituição ao Senador Antonio Anastasia (Of. 63/2015-GLPSDB). (13) Em , o Senador Benedito de Lira foi designado membro suplente pelo Bloco de Apoio ao Governo, em substituição ao Senador Ciro Nogueira(Of. 35/2015-GLDBAG). (14) Em , o Senador Paulo Bauer foi designado membro titular pelo Bloco Parlamentar da Oposição, em substituição ao Senador Antonio Anastasia (Of. 106/2015-GLPSDB). (15) Em , o Senador Antonio Anastasia foi designado membro suplente pelo Bloco Parlamentar da Oposição, em substituição ao Senador Cássio Cunha Lima, que deixou de compor a Comissão (Of. 105/2015-GLPSDB). (16) Em , vago em virtude de a Senadora Marta Suplicy ter deixado de compor a Comissão (Of. 66/2015-GLDBAG). (17) Em , vago em virtude do falecimento do Senador Luiz Henrique, ocorrido em (18) Em , o Senador Sérgio Petecão foi designado membro titular pelo Bloco Parlamentar da Maioria, em vaga existente (Of. 186/2015-GLPMDB). (19) Em , o Senador Valdir Raupp foi designado membro titular pelo Bloco Parlamentar da Maioria, em substituição ao Senador Eunício Oliveira, que deixa de compor a comissão(of. 252/2015-GLPMDB). (20) Em , a Senadora Marta Suplicy foi designada membro suplente pelo Bloco Parlamentar da Maioria, em substituição ao Senador Valdir Raupp, que passa a titular (Of. 254/2015-GLPMDB). (21) Em 1º , a Comissão reunida elegeu o Senador Valdir Raupp Vice-Presidente deste colegiado (Of. nº 44/2015-CRE).

4 4 (22) Em , o PV passou a compor o Bloco Parlamentar da Oposição (Of. s/n). (23) Em , o Senador Delcidio do Amaral deixa de compor a Comissão pelo Bloco de Apoio ao Governo (Ofícios nºs 25 a 29/2016-GLDBAG). (24) Em , o Bloco Parlamentar União e Força passou a designar-se Bloco Moderador (Of. nº 13/2016-BLUFOR). (25) Em , a Senadora Kátia Abreu foi designada membro suplente pelo bloco da Maioria, em substituição ao Senador Romero Jucá (Of. 067/2016- GLPMDB). (26) Em , o Senador José Serra foi nomeado Ministro de Estado das Relações Exteriores (DOU 13/05/2016, Seção 2, p. 2). (27) Em , o Senador José Aníbal foi designado membro suplente, pelo Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB, em substituição ao Senador José Serra (Of. 29/2016-GLPSDB) (28) Em , o Senador Armando Monteiro foi designado membro titular pelo Bloco Moderador, em substituição ao Senador Magno Malta (Of. 28/2016- BLOMOD) (29) Em , o Senador Magno Malta foi designado membro suplente pelo Bloco Moderador, em substituição ao Senador Wellington Fagundes (Of. 28/2016-BLOMOD). (30) Em 1º , o Senador Marcelo Crivella licenciou-se, nos termos do art. 43, incisos I e II, do Regimento Interno, por 122 dias, conforme os Requerimentos nºs 398 a 400/2016, aprovados na sessão de (31) Em , o Bloco Parlamentar da Oposição passou a denominar-se Bloco Social Democrata (Of. s/n-gabinete do Bloco Social Democrata) (32) Em , o Senador Eduardo Lopes foi designado membro suplente pelo Bloco Moderador, em vaga anteriormente ocupada pelo Senador Marcelo Crivella (Of. 36/2016-BLOMOD). (33) Em , o Bloco de Apoio ao Governo passou a denominar-se Bloco Parlamentar da Resistência Democrática(Of. 34/2016-GLDBAG) REUNIÕES ORDINÁRIAS: QUINTAS-FEIRAS 10:00 HORAS SECRETÁRIO(A): JOSÉ ALEXANDRE GIRÃO MOTA DA SILVA TELEFONE-SECRETARIA: FAX: TELEFONE - SALA DE REUNIÕES: cre@senado.gov.br

5 5 SENADO FEDERAL SECRETARIA-GERAL DA MESA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 55ª LEGISLATURA Em 24 de agosto de 2016 (quarta-feira) às 10h PAUTA 23ª Reunião, Extraordinária COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL - CRE 1ª PARTE Sabatina 2ª PARTE Deliberativa Local Anexo II, Ala Senador Alexandre Costa, Plenário nº 7 Inclusão Relatório PDS 20/2016. Endereço na Internet: Informações: Secretaria-Geral da Mesa - Secretaria de Comissões Documento gerado em 23/08/2016 às 14:53.

6 6 Pauta da 23ª Reunião Extraordinária da CRE, em 24 de Agosto de ª PARTE PAUTA ITEM 1 MENSAGEM (SF) Nº 63, de Não Terminativo - Submete à apreciação do Senado Federal, de conformidade com o art. 52, inciso IV, da Constituição Federal, e com o art. 39, combinado com o art. 41 da Lei nº , de 29 de dezembro de 2006, o nome do Senhor EDUARDO RICARDO GRADILONE NETO, Ministro de Primeira Classe do Quadro Especial da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República da Turquia. Autoria: Presidente da República Relatoria: Senador Edison Lobão Relatório: Pronto para deliberação Observações: 1 - Em 10/08/2016, foi lido o Relatório e concedida vista coletiva, conforme o art. 383 do Regimento Interno do Senado Federal; 2 - A arguição do indicado a chefe de missão diplomática será realizada nesta reunião. Textos da pauta: Relatório Anexos Avulso da matéria ITEM 2 MENSAGEM (SF) Nº 76, de Não Terminativo - Submete à apreciação do Senado Federal, de conformidade com o art. 52, inciso IV, da Constituição, e com o art. 39, combinado com o art. 41 da Lei nº , de 29 de dezembro de 2006, o nome do Senhor MARIO VILALVA, Ministro de Primeira Classe da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República Federal da Alemanha. Autoria: Presidente da República Relatoria: Senador Armando Monteiro Relatório: Pronto para deliberação Observações: 1 - Em 11/08/2016, foi lido o Relatório e concedida vista coletiva, conforme o art. 383 do Regimento Interno do Senado Federal; 2 - A arguição do indicado a chefe de missão diplomática será realizada nesta reunião. Textos da pauta: Relatório Anexos Avulso da matéria ITEM 3 MENSAGEM (SF) Nº 78, de Não Terminativo - Endereço na Internet: Informações: Secretaria-Geral da Mesa - Secretaria de Comissões Documento gerado em 23/08/2016 às 14:53.

7 Pauta da 23ª Reunião Extraordinária da CRE, em 24 de Agosto de Submete à apreciação do Senado Federal, de conformidade com o art. 52, inciso IV, da Constituição Federal, e com o art. 39, combinado com o art. 41 da Lei nº , de 29 de dezembro de 2006, o nome do Senhor RICARDO NEIVA TAVARES, Ministro de Primeira Classe da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República da Áustria. Autoria: Presidente da República Relatoria: Senador Hélio José Relatório: Pronto para deliberação Observações: 1 - Em 17/08/2016, foi lido o Relatório e concedida vista coletiva, conforme o art. 383 do Regimento Interno do Senado Federal; 2 - A arguição do indicado a chefe de missão diplomática será realizada nesta reunião. Textos da pauta: Relatório Anexos Avulso da matéria 7 2ª PARTE PAUTA ITEM 1 PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO (SF) Nº 20, de Não Terminativo - Aprova o texto do Acordo sobre a Constituição da Rede Internacional do Bambu e do Ratã, celebrado em Pequim, em 6 de novembro de Autoria: Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) Relatoria: Senador Jorge Viana Relatório: Pela aprovação. Textos da pauta: Relatório Avulso da matéria Endereço na Internet: Informações: Secretaria-Geral da Mesa - Secretaria de Comissões Documento gerado em 23/08/2016 às 14:53.

8 1ª PARTE - SABATINA 1

9 9 RELATÓRIO Da COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL, sobre a Mensagem nº 63, de 2016 (Mensagem nº 379, de 7 de julho de 2016, na origem), do Presidente da República, que submete à apreciação do Senado Federal, de conformidade com o art. 52, inciso IV, da Constituição, e com o art. 39, combinado com o art. 41 da Lei nº , de 29 de dezembro de 2006, o nome do Senhor EDUARDO RICARDO GRADILONE NETO, Ministro de Primeira Classe do Quadro Especial da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República da Turquia. RELATOR: Senador EDISON LOBÃO De conformidade com o art. 52, inciso IV, da Constituição Federal, e com a Lei nº , de 29 de dezembro de 2006, vem à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, a Mensagem nº 63, de 2016, que submete à apreciação do Senado Federal a indicação do Senhor Eduardo Ricardo Gradilone Neto, Ministro de Primeira Classe do Quadro Especial da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República da Turquia. O Ministério das Relações Exteriores encaminhou, em atenção ao preceito regimental, o currículo do referido diplomata, do qual extraímos as informações que seguem. Filho de Victório Gradilone Sobrinho e Itália Rossi Gradilone, o indicado nasceu em São Paulo, SP, em 10 de janeiro de 1951.

10 10 2 Formou-se em Comunicação Social, Jornalismo, pela Fundação Armando Álvares Penteado em Também nesse ano, graduou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Obteve o título de Mestre em Direito do Estado pela mesma faculdade no ano de 1983, com a dissertação intitulada O serviço civil brasileiro. Em 1998, defendeu a tese Modelos de relações internacionais e sua contribuição para a formulação da política externa e para o tratamento da informação diplomática no Itamaraty, aprovada no âmbito do Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco CAE. Em 1978, ingressou no Curso de Preparação para a Carreira Diplomática do Instituto Rio Branco. Foi nomeado Terceiro-Secretário, em 1979, e, subsequentemente, promovido a Segundo-Secretário, em 1981, a Primeiro-Secretário, em 1987, Conselheiro, em 1994, Ministro de Segunda Classe, em 1999, e Ministro de Primeira Classe, em Dentre os cargos que assumiu na Secretaria de Estado das Relações Exteriores, cumpre destacar: Assessor da Subsecretaria-Geral de Assuntos Políticos, ; Assessor Técnico da Subsecretaria-Geral da América do Sul, ; Chefe de Gabinete da Subsecretaria-Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior, 2007; e Diretor do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior, No exterior, atuou, entre outros, como: Conselheiro na Embaixada em Londres entre ; Ministro-Conselheiro na Embaixada em Tóquio entre ; Ministro-Conselheiro na Embaixada no Vaticano entre ; Embaixador em Wellington, desde No tocante às relações entre Brasil e Turquia, observamos que, segundo documento informativo anexado pelo Itamaraty, o relacionamento bilateral remete aos impérios do Brasil e Otomano. Com efeito, os respectivos Soberanos assinaram em 1858 Tratado de Amizade e Comércio. No entanto, as relações ganharam maior proximidade com o advento da República em ambos os países. Nesse sentido, verifica-se a abertura de embaixadas no Rio de Janeiro

11 11 3 e em Ancara no ano de Desde então, o relacionamento manteve-se ininterrupto. Ele, no entanto, adquire maior densidade no século XXI. Em 2009, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou a primeira visita de um Chefe de Estado brasileiro à Turquia. Em 2010, vê-se a adoção do Plano de Ação Bilateral para a Parceria Estratégica. O Plano representa avanço importante rumo à intensificação da cooperação bilateral. Em 2011, nova visita presidencial. Dessa vez, a presidente Dilma Rousseff assinou em solo turco acordos nos campos educacional e penal. No ano seguinte, o primeiro-ministro Erdogan veio ao Brasil na condição de chefe da delegação turca na Conferência Rio +20. O relacionamento econômico-comercial acompanhou a aproximação política verificada no romper deste século. Nesse sentido, houve incremento sem precedentes na primeira década do século XXI. A balança tem sido favorável ao Brasil. Exportamos sobretudo minério de ferro, grão de trigo e soja para semeadura, centeio, café, fumo, folhas metálicas, polipropileno, niveladores, ferro fundido e madeira compensada. Nossa pauta de importação está concentrada em autopeças, fios de fibras artificiais, motores a diesel, cimento portland, adubos, fósforo, damasco e aveia. Os valores envolvidos em 2015 registram que o Brasil exportou US$1,33 bilhão e importou US$566 milhões. No tocante aos investimentos bilaterais, o estoque de investimentos brasileiros na Turquia, de 2001 a 2014, totalizou US$ 750 milhões. Já o estoque de investimentos turcos no Brasil é estimado em US$ 35 milhões. As empresas brasileiras Metal Leve, Votorantim, Cutrale, Burger King, AMBEV-Antárctica, Grenede, Arezzo, Condor e WEG respondem pela maioria dos investimentos. Digno de nota é, ainda, a circunstância de a companhia aérea turca (Turkish Airlines) manter voos diários entre São Paulo e Istambul. Essa via responde, direta ou indiretamente, pela ampliação do fluxo bilateral de comércio e investimentos. Registro, por fim, que a comunidade de brasileiros residentes na Turquia é constituída por 550 pessoas. De perfil variado, a maioria, que se encontra sob jurisdição do Consulado-Geral em Istambul, é composta por mulheres casadas com turcos, executivos de multinacionais e trabalhadores temporários (p. ex. jogadores de futebol).

12 12 4 Diante da natureza da matéria ora apreciada, eram essas as considerações a serem feitas no âmbito do presente Relatório. Sala da Comissão,, Presidente, Relator 4

13 13 Introdução Relatório de gestão Embaixador Antonio Luis Espinola Salgado Embaixada do Brasil em Ancara República da Turquia Nos três anos decorridos desde que aqui cheguei, a Turquia prosseguiu em seu caminho de crescente afirmação como potência regional e global. A economia continuou a exibir taxas de crescimento consideráveis, sobretudo, em um contexto mundial de baixo crescimento. O progresso científico e tecnológico tem sido notável, e o Governo turco tem se mostrado um ator cada vez mais atuante nos foros multi ou plurinacionais que buscam respostas aos diferentes desafios enfrentados pela comunidade internacional, como os relacionados à mudança de clima, ao combate à pobreza, ao desarmamento e não proliferação, etc. O modelo político turco, por sua vez, ao unir Islã e democracia, é considerado geralmente uma experiência bem sucedida, apesar de alguns retrocessos. 2. A Turquia é um país com ambições de vulto e que pensa estrategicamente. Nesse sentido, adotou um plano de ação com vistas ao centenário da proclamação da República, a ocorrer em 2023, plano que contém metas cuja realização deveria colocar a Turquia entre as principais economias do mundo. 3. O país tem sérias vulnerabilidades, no entanto, que podem por em risco a consecução desses objetivos, entre as quais: insuficiente coesão nacional a Turquia apresentando se cada vez mais polarizada entre seus segmentos seculares e religiosos ; e sua permanente exposição a toda uma série de vicissitudes, decorrentes de estar localizada em meio a um conjunto de regiões das mais instáveis do mundo (Oriente Médio, Balcãs, Mar Negro, Cáucaso). 4. No terreno dos valores, nota se crescente tensão entre os partidários de uma Turquia voltada para o Ocidente, a democracia e os direitos humanos, e aqueles que buscam o retorno a um modo de vida mais condizente com os preceitos islâmicos. A conciliação, a mais longo prazo, entre esses dois campos dos valores não é impossível, mas constitui um desafio.

14 14 5. Há, portanto, muitas incertezas quanto ao futuro da Turquia. Para o Brasil, contudo, a Turquia permanece um país a ser cultivado, não só pelas oportunidades de comércio e investimento que oferece seu vasto mercado e pelo potencial de cooperação em diversos setores, em especial em ciência e tecnologia, mas também pelo benefício que pode derivar do diálogo político regular com um importante país emergente. Política interna 6. O desdobramento mais relevante na política interna, desde que assumi o Posto, em maio de 2013, é, sem dúvida, a consolidação e o fortalecimento do poder do ex Primeiro Ministro e atual Presidente da República, Recep Tayyip Erdogan, tanto no âmbito de seu partido, o AKP (Partido da Justiça e do Desenvolvimento)como no plano nacional. 7. No âmbito partidário, Erdogan, assentado em suas inegáveis popularidade e força eleitoral, confirmou sua liderança e a de sua corrente, paulatinamente reduzindo o espaço e a influência de facções concorrentes. Dentro do AKP, Erdogan pode ser caracterizado, grosso modo, como expoente de uma linha mais conservadora e nacionalista, a qual se contrapõe à orientação mais liberal e pró ocidental do grupo liderado pelo ex Presidente Abdullah Gul e pelo ex Vice Primeiro Ministro Bulent Arinç, ambos, juntamente com Erdogan, cofundadores do AKP. Mais recentemente, o Presidente conseguiu reduzir a influência do grupo do ex Primeiro Ministro Ahmet Davutoglu, tido como não inteiramente identificado com o projeto, acalentado por Erdogan, de introdução do sistema de governo presidencialista na Turquia. Na convenção extraordinária do Partido realizada em maio deste ano, uma clara maioria de adeptos de Erdogan foi eleita para os órgãos partidários, inclusive para a presidência do partido, antes ocupada por Davutoglu, agora por Binali Yildirim, atual Primeiro Ministro. 8. Com a máquina do partido sob seu controle, Erdogan fortalece se no plano nacional e poderá prosseguir mais facilmente com seu projeto de mudança da Constituição com vistas à introdução do sistema presidencialista, tido por ele como mais apto para lidar com os desafios com que se defronta a Turquia. Cabe ter presente que, mesmo sob o atual sistema parlamentarista, o Presidente tem atuado, na prática, como Chefe de Governo, fazendo uso pleno de suas prerrogativas

15 15 constitucionais e, mesmo, de acordo com seus críticos, estendendo arbitrariamente seu alcance. 9. Opositores do Presidente denunciam que o poder crescente de Erdogan vem sendo construído em paralelo a um processo de crescente cerceamento da liberdade de expressão e de intimidação do Poder Judiciário. Nessas condições, e tendo em vista que o Presidente dispõe de confortável maioria no Parlamento, temem que eventual mudança no sistema de Governo possa traduzir se no debilitamento da democracia na Turquia. 10. Além da questão do fortalecimento do poder pessoal de Erdogan e dos riscos que comportaria para a democracia no país, a agenda política interna tem sido dominada pela questão do terrorismo, relacionado seja ao PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão, seja ao Estado Islâmico (EI, ISIS ou Daesh/Daexe). 11. O PKK é considerado organização terrorista pela lei turca, o que não impediu o Governo turco de negociar com suas lideranças uma solução política para a questão curda, o chamado "processo de solução". As negociações, entretanto, foram interrompidas na esteira do atentado de Suruç que vitimou ativistas curdos e cuja autoria foi atribuída ao EI, mas que teria contado, na visão curda, com no mínimo a negligência das autoridades turcas e a retomada subsequente das ações armadas pelo PKK. 12. As perspectivas de retomada das negociações acham se prejudicadas, no plano interno, pelos confrontos violentos no sudeste do país (área de predominância curda)entre as forças de segurança turcas e o PKK, e, no plano externo, pelos desenvolvimentos na Síria, onde o PYD (Partido da União Democrática), agremiação vinculada, para Ancara, ao PKK que representa boa parte dos curdos sírios, tem consolidado seu domínio sobre vasto território, o que poderia propiciar o surgimento de um Estado curdo independente, hipótese que atemoriza as lideranças em Ancara. A percepção geral, entretanto, é de que não há solução militar possível para a questão curda e que, cedo ou tarde, as duas partes terão que reencetar o diálogo. 13. Enquanto isso não ocorre, o PKK e outras organizações clandestinas curdas têm cometido atentados não somente no sudeste do país, como também em Istambul, Ancara e outras cidades.

16 A onda de ataques terroristas atribuídos ao ISIS vinculase, por sua vez, ao envolvimento crescente da Turquia na luta contra aquela organização, ao lado de coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos. Cabe notar que, segundo analistas, durante muito tempo, a Turquia teria evitado um envolvimento mais decidido na luta anti ISIS, na convicção de que a entidade jihadista constituiria um instrumento eficaz de contenção do avanço curdo no norte da Síria. A partir da autorização do uso da base de Incirlik por forças da coalizão, essa fase de inação teria terminado, o que teria provocado ações de represália contra a Turquia, a cargo das células da organização operantes neste país. Entre outros, o atentado em Ancara, de outubro de 2015, vitimando fatalmente mais de cem pessoas, foi atribuído ao Estado Islâmico. 15. A vitória na luta contra o terrorismo do ISIS depende, em boa medida, da aniquilação dessa organização no Iraque e na Síria. O fim do ISIS, entretanto, não significará o fim do terrorismo de inspiração religiosa, sobretudo salafista, que se alimenta de ressentimentos antigos com relação ao Ocidente e seus aliados e da condição de exclusão socioeconômica de muitos dos potenciais militantes. Esses fatores dificilmente serão superados no futuro próximo. 16. Finalmente, cabe mencionar, no tocante ao quadro político interno, o combate sem trégua do Governo ao movimento Hizmet, fundado pelo antigo aliado do AKP Fethullah Gulen. O Hizmet, que tem ramificações em vários países, inclusive no Brasil, onde investe em educação e atividades culturais, vinha se desentendendo com o Governo já há algum tempo, mas passou a ser considerado inimigo a partir das denúncias de corrupção formuladas, em dezembro de 2013, contra membros do Governo por promotores ligados ao movimento. Desde então, seus membros têm sido afastados das funções públicas que exercem e até mesmo presos por diferentes alegações, e suas propriedades confiscadas. Política externa 17. A formulação da política externa turca, bem como sua implementação, constituem exercício habitualmente complicado, dada a singular condição geopolítica deste país, cujo território se divide entre a Europa e a Ásia, e tem limites com o Oriente Médio, o Cáucaso, os Bálcãs e, através do Mar Negro, com a Rússia e a Ucrânia, sendo sua atuação diplomática influenciada por desdobramentos nesse entorno.

17 Durante a Guerra Fria, a bipolaridade tornava, de certo modo, mais fácil esse exercício, a Turquia alinhando se às posições ocidentais, em sua qualidade de membro da OTAN. A aliança com o Ocidente, ademais, estava em conformidade com a orientação ocidentalizante imprimida por Ataturk desde a proclamação da República turca em Tensões dentro do bloco militar podiam ser contidas mais facilmente, com a importante exceção da crise que levou à ocupação do Norte de Chipre pela Turquia, em Após a Guerra Fria, o "establishment" secularista turco sentiu se mais a vontade para explorar novas parcerias fora do âmbito ocidental, que continuou, no entanto, a ser a referência principal da política externa turca. 20. Com a chegada ao poder do islamista AKP, em 2002, a ação diplomática turca passa a assumir um novo caráter, com a intensificação da busca de parcerias não habituais, o cultivo das relações com os países que outrora integravam o Império Otomano, e com o mundo islâmico de modo geral, bem como a busca de uma projeção para a Turquia além do âmbito regional, apoiada no êxito econômico das administrações akapistas, refletido, inter alia, na manutenção de altas taxas de crescimento ao longo dos últimos quatorze anos. Nesse contexto, adquiriram importância especial a expansão das empresas turcas não só no entorno regional, mas no plano global, e, também, o aumento da cooperação técnica, educacional e cultural com diversos países. 21. A política externa turca, em sua dimensão regional, ficou conhecida como a de "zero problem with the neighbors", nome que lhe foi dado por seu principal idealizador, o Ministro dos Negócios Estrangeiros Ahmet Davutoglu. Recebeu também o rótulo de "neo otomanismo" por alguns analistas. Sua dimensão global não recebeu uma denominação especial, mas foi igualmente importante. Nesse período, a Turquia ampliou sua presença no mundo, tornando se aos poucos um ator global, assim como o Brasil. Em 2010, os dois países assinaram com o Irã a Declaração de Teerã, iniciativa diplomática com vistas a criar condições mais favoráveis para o encaminhamento negociado da questão nuclear iraniana. 22. A política externa particularmente ativa do Governo do AKP tem permitido ao país beneficiar se de oportunidades econômico comerciais em diferentes partes do mundo e

18 18 participar como interlocutor respeitado em diversos mecanismos decisórios ou de coordenação no plano internacional, como o G 20. No plano regional, entretanto, a política de "zero problems" com os vizinhos começou a ser inviabilizada a partir do começo da "Primavera Árabe", em particular com a evolução da crise síria em direção à guerra civil. 23. O Governo turco, em face da crise na Síria, país com o qual tem uma fronteira de mais de 900 km, assumiu uma postura protagônica desde o início, apostando no que se revelaria um erro de cálculo em uma rápida derrubada do Governo de Assad. O então Primeiro Ministro Erdogan acompanhou a então Secretaria de Estado norte americana, Hillary Clinton, e muitos líderes ocidentais, na exigência da saída imediata de Assad, confiante em sua suposta falta de sustentação interna. Paralelamente, o Governo turco passou a dar apoio político e ajuda material aos opositores do Presidente sírio, o que viria a provocar o rompimento das relações diplomáticas com Damasco, em De lá para cá, a complexidade do tabuleiro regional fez valer seu peso. O rompimento com Damasco e o apoio aos rebeldes sunitas, revelando um viés sectário da política externa turca, levaram ao esfriamento das relações com o Irã xiita, aliado da Síria, e, em menor medida, com o Iraque e o Líbano, países que têm significativa população xiita. Ao mesmo tempo, a ajuda prestada à Irmandade Muçulmana na Síria e no Egito irritou a Arábia Saudita e demais países do Golfo, à exceção do Catar. Com Israel as relações se encontravam abaladas desde 2009, em função do incidente com o Mavi Marmara (navio que se dirigia a Gaza com ajuda humanitária e foi interceptado por Israel em ação que resultou na morte de 9 cidadãos turcos). O apoio aos rebeldes anti Assad indispôs a Turquia com a Rússia, e deu início a um processo de deterioração nas relações bilaterais que culminou com a derrubada do caça russo, em novembro de 2015, e a adoção de medidas retaliatórias por parte de Moscou. A condenação do golpe que derrubou o Governo Morsi, por outro lado, levou ao quase rompimento das relações diplomáticas com o Cairo. Finalmente, a ampliação das áreas controladas pelos curdos no norte da Síria e a assistência prestada pelos EUA ao PYD estão tensionando as relações entre Ancara e Washington. O Governo norte americano entende que a Turquia dá mais

19 19 prioridade à luta contra os curdos do PKK, do qual o PYD seria uma extensão, do que à luta contra o Estado Islâmico. 25. Apesar das consequências negativas de seu protagonismo com relação à Síria e da adoção de um viés sectário em sua política externa, que levou a Turquia até mesmo a apoiar grupos jihadistas na Síria, inclusive, segundo alguns analistas, o próprio Estado Islâmico, o Governo de Ancara persistiu em sua linha até pouco tempo atrás. Os prejuízos econômicos sofridos pelo país decorrentes dessa política, agravados com as sanções russas, aliados ao temor diante da criação eventual de um Estado curdo no norte da Síria e a conveniência de manter os canais abertos com todos os atores relevantes nesse contexto terminariam, porém, por provocar uma revisão, ainda que parcial, da política turca para a região. 26. Atualmente, assiste se a um processo de normalização das relações com os países dos quais a Turquia estava afastada. O primeiro passo consistiu no acordo com Israel, de 28 de junho último, com vistas ao restabelecimento pleno das relações diplomáticas, uma vez que foram finalmente atendidas as condições impostas pela Turquia, em razão do episódio do Mavi Marmara (pedido de desculpas, compensação às famílias das vítimas, e alívio do bloqueio de Gaza). Devem seguir se a normalização das relações com a Rússia, após o preenchimento pela Turquia das condições estipuladas pelo governo russo para dar por encerrado o mal estar causado pela derrubada do caça russo (algum tipo de desculpas pelo Governo turco, a condenação do responsável pela morte do piloto, etc.). 27. No tocante ao resto do mundo, caberia assinalar as tensões crescentes com a União Europeia em torno dos passos a serem dados pela Turquia no processo de adesão ao bloco. Instituições Europeias têm pressionado a Turquia a reverter medidas que, a seu ver, restringiriam a democracia e os direitos humanos. Essas tensões, no entanto, não têm impedido a colaboração entre a UE e a Turquia, parceiro chave na luta contra o Estado Islâmico e na contenção do fluxo de refugiados sírios, objeto de acordo celebrado em março de A Turquia, por fim, tem estreitado cada vez mais os laços com a China, o Japão, a Coréia do Sul e outros países asiáticos, assim como com a África e a América Latina, esta

20 20 visitada pelo Presidente Erdogan novamente em fevereiro deste ano, quando esteve no Chile, Peru e Equador. As relações com o Brasil serão examinadas na seguinte seção. Relações bilaterais 29. As relações Brasil Turquia, elevadas ao patamar de Parceria Estratégica em 2010, mantêm se excelentes. 30. No plano político, o diálogo entre altas autoridades brasileiras e turcas tem sido fluido, ainda que não muito regular. Os Presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff visitaram a Turquia, em maio de 2009 e outubro de 2011, respectivamente. O então Primeiro Ministro Recep Tayyip Erdogan, atual Presidente da Turquia, esteve no Brasil, em maio de 2010, para a Cúpula da Aliança das Civilizações, e em julho de 2012, quando chefiou a delegação turca à Rio+20. Na ocasião, Erdogan manteve encontro bilateral com a Presidente Dilma Rousseff. Em novembro de 2015, a Presidente Dilma participou da Cúpula do G 20, em Antália, Turquia, quando conversou brevemente com o Presidente turco. 31. Os Ministros de Relações Exteriores brasileiros e seus homólogos turcos, por sua vez, costumam manter encontros à margem de reuniões internacionais, como por ocasião das sessões anuais da Assembleia Geral das Nações Unidas. 32. A circunstância de serem Brasil e Turquia potências emergentes, comprometidas ainda que nem sempre de forma linear, no caso da Turquia com a democracia e os direitos humanos, e que enfrentam desafios em grande medida semelhantes, faz com que se registre considerável convergência de posições nos foros multilaterais. Entre outros pontos, ambos países defendem a democratização das instâncias decisórias internacionais, inclusive a reforma das instituições financeiras internacionais, o respeito ao direito internacional e o reforço do multilateralismo. Participam, ainda, de iniciativas voltadas para a promoção da paz e para a prevenção de conflitos, como a Aliança das Civilizações e o Grupo de Amigos da Mediação. 33. O diálogo fluido entre os dois países, não se traduziu, nos três anos desde que aqui cheguei, em uma continuidade das visitas de alto nível. A única visita em nível ministerial foi a do então Ministro da Defesa, Embaixador Celso Amorim, em agosto de Essa ausência de visitas vinculou se, pelo

21 21 menos em parte, às contingências do calendário eleitoral nos dois países e ao agravamento da situação econômica no Brasil. 34. Pelos mesmos motivos, não puderam ser plenamente utilizados ou postos em andamento os mecanismos previstos no Plano de Ação da Parceria Estratégica e referentes, entre outras áreas, a agricultura, ciência e tecnologia, comércio exterior e energia. No âmbito político, cabe, no entanto, salientar a realização da 9ª sessão de consultas políticas Brasil Turquia, no dia 3 de junho corrente. A delegação brasileira foi chefiada pelo Subsecretário de Assuntos Políticos I do Itamaraty, Embaixador Fernando Simas Magalhães, e a turca, pelo Subsecretário de Estado adjunto do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Embaixador Ahmet Muhtar Gun. A reunião de consultas políticas, entre outros resultados, abriu caminho para a reativação dos mecanismos de cooperação existentes. Foi especialmente ressaltado o interesse de ambas as partes na convocação de reunião da Comissão Conjunta de Cooperação Brasil Turquia. 35. O bom clima prevalecente no relacionamento Brasil Turquia tem sido ocasionalmente turvado, na esteira de iniciativas no Congresso Nacional relacionadas ao "genocídio armênio". Em pelo menos três oportunidades, fui convocado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para receber manifestações de desagrado por parte do Governo turco. Mesmo nessas ocasiões, as conversas foram travadas em clima amistoso. Quando da aprovação de moção pelo Senado pela qual aquela Casa legislativa reconhecia o "genocídio armênio", a Turquia decidiu chamar para consultas seu Embaixador em Brasília. Observo, porém, que o Embaixador voltou ao Brasil, ao cabo de duas semanas, diferentemente do que se passou com embaixadores turcos em países europeus que adotaram iniciativas semelhantes, alguns dos quais só regressaram a seus Postos após vários meses de ausência. O pronto retorno do Embaixador turco em Brasília denota, sem dúvida, consideração especial do Governo turco pelo Brasil. Pude, há pouco, confirmar essa consideração especial por ocasião do banquete de iftar (quebra do jejum durante o mês sagrado do Ramadã) oferecido ao corpo diplomático e à comunidade empresarial turca pelo Presidente Erdogan, quando fui dos poucos embaixadores (os outros eram os do Reino Unido, Arábia Saudita, Paquistão, Índia, Irã e Austrália) convidados a sentar se na mesa do Presidente.

22 No que tange ao comércio bilateral, a desaceleração da economia brasileira juntamente com a desvalorização da lira turca, entre outros fatores, impactaram o valor do intercâmbio total, que ainda assim, manteve se acima dos dois bilhões de dólares, nos últimos anos. A pauta de exportações brasileiras continua a ressentir se da prevalência de produtos primários ou pouco elaborados. Essa característica reflete não somente a competitividade das commodities brasileiras, como também o fato de Brasil e Turquia terem pouca complementaridade, produzindo, em boa medida, os mesmos produtos, o que torna mais difícil a exportação de bens industrializados para a Turquia. Outro fator a ser levado em conta nesse contexto é o fato de a Turquia integrar, desde 1995, uma união aduaneira com a União Europeia. Para tentar ampliar as exportações brasileiras e aumentar a participação, nas mesmas, de bens de maior valor agregado, poder se ia, além das medidas adotadas internamente para a diminuição do "custo Brasil", entre outros passos, estimular a retomada das missões de entidades empresariais, como a FIESP, à Turquia, inclusive com vistas à identificação de oportunidades de formação de "joint ventures". Poder se ia considerar igualmente a atualização do estudo da APEX realizado em 2013 ("Turquia: Perfil e Oportunidades Comerciais"). 37. Quanto aos investimentos, note se a manutenção do interesse da Votorantim, da Metalfrio e da Cutrale em manterse no mercado turco. A Votorantim está em processo de ampliar sua presença na Turquia, onde já conta com 17 plantas de cimento. O clima para investimentos melhorou com a entrada em vigor, em 2014, do Acordo para se evitar a Bitributação. Já o projeto de Acordo para a Promoção e Facilitação dos Investimentos, apresentado, este ano, à parte turca, não encontrou receptividade das autoridades locais, que consideraram no desequilibrado em favor do Governo. 38. Nesses últimos três anos, procurei, em meus contatos com entidades governamentais e empresariais, sublinhar o potencial de negócios com o Brasil, destacando as oportunidades oferecidas pelo programa de obras de infraestrutura, inclusive pelo regime de concessões. Creio haver interesse forte das empresas de construção civil turcas internacionalmente bem reputadas em projetos de construção, ampliação ou recuperação de portos, aeroportos, estradas, ferrovias, etc. no País. A introdução de condições mais atraentes no regime de concessões, processo já em

23 23 andamento, poderá transformar esse interesse potencial dos construtores turcos em operações concretas. 39. No campo da ciência, tecnologia e inovação, as severas restrições orçamentárias vigentes no Brasil impactaram fortemente a implementação das ações previstas no Plano de Ação da Parceria Estratégica. O mesmo aconteceu com relação à cooperação em educação. Assinalo, no entanto, ser grande o potencial de cooperação entre os dois países nessas áreas. Além do Tubitak (Conselho de Pesquisa Científica e Tecnológica da Turquia), detectei o interesse de importantes universidades e instituições acadêmicas públicas e privadas como a Middle East Technical University (METU), a Universidade de Ancara, a Universidade Sabanci, a Universidade Koç e a Universidade Bahçesehir em desenvolver laços com suas congêneres brasileiras. 40. Outro tema que merece atenção é a criação de um leitorado brasileiro na Universidade de Ancara, para a qual poder se ia contar com o apoio do Governo turco, uma vez que este país foi admitido na CPLP, com status de observador. Conversas preliminares sobre o assunto foram mantidas com diplomatas turcos. 41. A cooperação na área de defesa registrou importantes avanços a partir da visita, em agosto de 2013, do então Ministro da Defesa, Celso Amorim. Na ocasião, foram inauguradas as instalações da Adidância de Defesa junto a esta Embaixada, e acordada a criação de cinco grupos de trabalho (Comando e Controle; Defesa Cibernética; Naval; Aeronáutico; Espacial). Esses grupos chegaram a reunir se algumas vezes, mas já há algum tempo não o fazem, em parte devido às restrições orçamentárias vigentes. 42. A Embaixada tem prestado toda assistência à pequena comunidade brasileira 50 pessoas aproximadamente sob sua jurisdição e tem acompanhado de perto a situação dos presos brasileiros, também em pequeno número, na mesma. A maior parte dos brasileiros na Turquia vive na jurisdição do Consulado Geral em Istambul. 43. Poucos dias após ter assumido minhas funções em Ancara, em maio de 2013, ocorreu o acidente de balão na Capadócia no qual morreram três cidadãs brasileiras. Desloquei me, com parte de minha equipe, à região onde procuramos dar o melhor apoio possível aos

24 24 feridos, espalhados em diferentes hospitais e cidades, e aos familiares das vítimas. A Embaixada, em coordenação com as autoridades turcas, também providenciou a documentação necessária à repatriação dos corpos das vítimas fatais do acidente. Cumpre destacar o valioso apoio prestado na ocasião pelo Cônsul Honorário em Nevsehir, Omer Tosun. 44. Por fim, cabe mencionar que o setor consular da Embaixada tem sido muito procurado por cidadãos sírios desejosos de obter visto de entrada para o Brasil. 45. Em face do exposto, diria, para concluir essa introdução, que as relações bilaterais acham se bem encaminhadas e abrigam um potencial considerável de desenvolvimento no futuro. A adequada disponibilidade de recursos materiais e humanos pela Embaixada em Ancara será crucial para a realização desse potencial. Economia e Comércio 46. O PIB da Turquia, após mais de dez anos de crescimento significativo em apenas um ano, desde 2010, abaixo de 4% alcançou o patamar de US$ 800 bilhões. Muito desse crescimento é creditado à corrente de comércio, que beira os US$ 400 bilhões. Tendo em conta esse quadro, é natural que, na primeira década do Século XXI, as relações econômicocomerciais Brasil Turquia tenham registrado evolução sem precedentes, refletindo também, possivelmente, a intensificação das relações políticas entre ambos os países. Esse crescimento é ainda mais representativo ao se considerar os efeitos da crise financeira global, iniciada no segundo semestre de 2008, e da crise nos países da zona do euro, com os quais a Turquia mantém estreita relação. Entre 2000 e 2012, a corrente de comércio turco brasileira passou de US$ 343 milhões para a cifra recorde US$ 2,7 bilhões. A partir de 2012, contudo, o sistema ALICEWEB do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), tem registrado leves, porém constantes quedas do comércio bilateral, nos anos de 2013 (US$ 2,3 bilhões), 2014 (US$ 2,1 bilhões) e 2015 (US$ 1,92 bilhão). 47. Em 2015, a Turquia importou US$ 1,33 bilhão do Brasil, contra US$ 1,3 bilhão, em As exportações turcas para o Brasil, por sua vez, alcançaram o valor de US$ 566 milhões, contra US$ 882 milhões, em De janeiro a maio de 2016, o Brasil exportou para a Turquia US$ 655,8 milhões e importou US$ 147,7 milhões. A recuperação parcial dos números, em

25 25 favor do Brasil, é creditada em parte à desvalorização do real, em especial no ano passado, frente ao dólar norteamericano, o que tornou as importações do Brasil mais baratas para o empresariado turco. Apesar de ter havido também desvalorização da moeda turca frente à divisa norteamericana, a diferença da cotação tradicional entre o real a lira turca entre 5% e 10% em favor da lira aumentou para cerca de 20% a favor da moeda turca. 48. Como nos anos anteriores, os principais produtos exportados pelo Brasil para a Turquia são, por ordem de grandeza: minério de ferro, grãos de trigo e soja para semeadura, centeio, café, fumo, folhas metálicas, polipropileno, niveladores, ferro fundido e madeira compensada. Por seu turno, as exportações turcas para o Brasil se concentram em autopeças, fios de fibras artificiais, motores a diesel, cimento portland, adubos, fósforo, damasco, cominho e aveia. 49. Em 2011, a Turquia abriu seu mercado para importação de gado bovino vivo para engorda. Missão da ABIEC esteve no país e iniciou negociações a respeito em agosto daquele mesmo ano. O correspondente certificado sanitário foi aprovado por ambas as partes em novembro de Recentemente, foi liberada a importação pela Turquia de gado vivo procedente do Brasil para engorda. Outros certificados, em especial, para carcaças com osso, continuam ainda a ser negociados. A importação de carne bovina de países fora da União Europeia ainda é proibida e ainda não é permitida na Turquia a importação de cortes de carne de qualquer procedência. 50. O frango importado pela Turquia destina se à reexportação para países do Oriente Médio e da África, uma vez que carne de ave importada não pode ser vendida no mercado turco. Oficialmente, as autoridades turcas se utilizam de argumentos fitossanitários para justificar a proibição, mas o objetivo dessa medida é proteger a indústria beneficiadora local, que supre as necessidades do país, porém carece de desenvolvimento tecnológico. A BRF S/A, que, desde abril de 2015, mantém escritório em Istambul, tem tentado entrar neste mercado. Diretor da empresa se reuniu com o Chefe do Posto, no início de dezembro passado. 51. As negociações de ALC entre o Mercosul e a Turquia estão, no momento, paralisadas. A primeira e única rodada

26 26 ocorreu em 2008, tendo a parte turca demonstrado falta de flexibilidade em áreas prioritárias para o Mercosul, como agricultura, regras de origem e salvaguardas. A postura se manteve inalterada em contatos posteriores, até 2013, quando a Turquia comunicou seu interesse em retomar as negociações. O Mercosul respondeu positivamente, manifestando concordância com a realização de uma reunião exploratória no segundo semestre daquele ano. Não houve, desde então qualquer resposta da Turquia. Ancara mantém acordos similares com cerca de 18 países, inclusive, desde 2011, com o Chile. A economia deste país se encontra, desde 31/12/1995, em união aduaneira com a União Europeia. Acordo de Cooperação e Facilitação de investimentos 52. Brasil e Turquia não têm em vigor acordo bilateral para proteção de investimentos que a Turquia mantém com 75 blocos e países, inclusive com a Argentina, desde 01/05/1995. Minuta de Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos, elaborada pela parte brasileira, foi apresentada, dois meses atrás, ao Governo turco para análise. Embora ainda não tenha sido transmitida reação oficial, o Governo turco sinalizou suas reservas com relação ao texto proposto, a seu ver demasiadamente inclinado em favor dos interesses dos Governos. Investimentos recíprocos 53. Mesmo na ausência do referido acordo bilateral para proteção de investimentos, os investimentos recíprocos têm se ampliado, muito pela entrada em vigor do acordo turcobrasileiro para evitar a dupla tributação, promulgado em novembro de 2013 e retroativo a janeiro daquele ano. Pelo lado brasileiro, a empresa Metal Frio está presente com unidade de produção de refrigeradores comerciais na região de Manisa; a Votorantim é controladora de 18 unidades produtoras de cimento (uma delas na região de Ancara); e a Cutrale participa de "joint venture" em unidade de beneficiamento de cítricos na região de Antália. A Votorantim encontra se em processo de ampliação de seus investimentos na Turquia, com a construção de planta prevista para ser inaugurada em 2017, no valor de US$ 35 milhões. Outras 11 empresas brasileiras (AMBEV Antárctica, Nitroquímica, Elekeiroz, Alpargatas, Boaonda, Pampili, Plug in, Grendene, Arezzo, Schutz, Condor e WEG) são representadas diretamente por contrapartes turcas. 54. Registre se a forte presença na Turquia da rede Burger King, dirigida mundialmente pelo brasileiro Alexandre Behring

27 27 e pertencente ao fundo de investimentos 3G, por seu turno controlado pelos também brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcelo Hermann Telles. Neste país (e também na Geórgia, na Macedônia e em algumas cidades da China), o Burger King opera em parceria com a empresa turca Torunlar Gida. De acordo com as autoridades financeiras turcas, de 2001 a 2014, o estoque de investimentos brasileiros na Turquia, totalizou 750 milhões de dólares. 55. Pelo lado turco, o estoque de investimento direto no Brasil é estimado em cerca de 35 milhões de dólares. A Sabanci Holding, segundo maior conglomerado empresarial do país, mantém unidade de produção no estado da Bahia, denominada Kordsa (antiga Companhia Bahiana de Fibras COBAFI), enquanto a Aktas Holding adquiriu, há alguns anos, a tradicional fabricante de molas e sistemas de suspensão automotiva Airtech, no estado de São Paulo. Outras cinco companhias turcas, dentre as quais três "tradings", estão presentes no Brasil. As demais operam nos setores de segurança e de confecções (têxteis). A Turkish Airlines também está no mercado brasileiro, com vôos diários entre São Paulo e Istambul. A conexão direta entre os dois países tem oferecido importante impulso para a ampliação do fluxo bilateral de comércio e investimentos. Em 2014 (últimos dados disponíveis), cerca de 83 mil brasileiros visitaram a Turquia. Por outro lado, menos de 10 mil turcos visitaram o Brasil naquele ano. Relações Brasil/Turquia União Europeia 56. Tendo em conta a Turquia estar ligada à União Europeia por União Aduaneira há mais de 20 anos, este país sempre se promove como potencial ponto de entrada para empresas de fora do bloco europeu inclusive do Brasil para aquele mercado. No entanto a estratégia vem, nos últimos tempos, sendo objeto de revisões, em decorrência das negociações de dois tratados que poderão vir a afetar as relações econômico comerciais entre a Turquia e a UE: o Acordo para o Comércio de Serviços (TISA) e a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimentos (TTIP) capitaneada pelos Estados Unidos. 57. O TISA, que pretende regulamentar o comércio internacional de serviços, vem sendo negociado pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por outros países com setor de serviços altamente desenvolvido, entre eles Turquia, México, Canadá, Austrália, Paquistão, Taiwan e Israel. Da América Latina, além do já citado México, participam, Colômbia, Costa

28 28 Rica, Paraguai, Peru e Uruguai. Diversas organizações não governamentais têm criticado o caráter sigiloso das negociações. Pedidos de divulgação do andamento das conversações, que ocorrem exclusivamente em Genebra, teriam sido ignorados pelas partes até a divulgação pela "Wikileaks", no início de 2014, do primeiro "draft" do acordo. Somente então a UE teria começado a divulgação parcimoniosa de informações sobre o andamento das negociações do acordo que, oficialmente, visaria a liberalização e a regulamentação do comércio mundial de serviços. No entanto, para diversos analistas deste país o atual estágio das negociações apontaria para a intenção dos Estados Unidos e da União Europeia de dificultar o acesso ao mercado de serviços (como provedores) a países emergentes, como os BRICS. A Turquia, apesar de fazer parte do "núcleo duro" do TISA, estaria sendo apontada como "elo fraco" pelas equipes negociadoras da UE e dos EUA. 58. A Parceria Transatlântica de Comércio e Investimentos (TTIP) e, conforme o caso, sua congênere "Parceria Trans Pacífica (TPP)" estaria sendo criticada por não contemplar a de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Existem alegações de que estaria sendo aberta porta para, sob a fachada de liberalização econômico comercial, constituir se bloco econômico fortemente excludente a seus nãoparticipantes, em sua maior parte países pouco inclinados a aceitar a liderança norte americana ou europeia. Ademais, especula se que o acordo possa vir a fortalecer as posições de empresas privadas oriundas dos países mais ricos, que teriam livre acesso aos mercados de países menos desenvolvidos, sem sofrer a concorrência local, em decorrência de provisões que restringiriam seriamente a possibilidade de ingerência dos governos nos mercados, inclusive para ações de apoio às empresas locais. No caso do TTIP, o mercado turco seria excluído, por não ser este país membro pleno da UE, o que poderia prejudicar seriamente a estratégia de "porta de entrada para Europa" ora praticada pela Turquia e aproveitada por diversas empresas brasileiras. Trabalho do SECOM 59. Julgo que seria de todo útil manter e mesmo intensificar as iniciativas de ampliação das exportações dos produtos brasileiros para este mercado. Sublinhe se a importância do apoio e incentivo ao estabelecimento de "joint ventures" turco brasileiras, que podem vir a facilitar a integração dos

29 29 dois mercados e impulsionar a corrente de comércio. Salientese ainda, em consonância com o entendimento da APEX e do DPR, a necessidade da vinda de missões empresariais à Turquia, no âmbito de entidades federais e estaduais de promoção do comércio, bem como de câmaras de comércio, de associações de classe e mesmo de empresas individuais, com o intuito de tornar visíveis os produtos e empresas brasileiras ao potencial importador turco e, em consequência, incrementar o intercâmbio bilateral. 60. Além dos segmentos trabalhados pela APEX, que enviou missão a este país em novembro de 2012, o SECOM Ancara recebeu nos últimos anos consultas de entidades de classe e de algumas empresas individualmente, que demonstraram interesse no estabelecimento de parcerias com contrapartes brasileiras, principalmente na área de energias renováveis, biocombustíveis, agronegócio, alimentos, mineração e construção civil. Nesse último setor, empreiteiras turcas, fortes no Oriente Médio, norte da África e Ásia Central têm levado a cabo projetos conjuntos com congêneres brasileiras, como a construção e reforma do aeroporto de Trípoli e a construção de terminal no aeroporto do Cairo. 61. Continua a merecer reflexão a atipicidade do quadro do comércio exterior bilateral. Enquanto praticamente o conjunto dos produtos exportados por empresas brasileiras para a Turquia se compõe de produtos primários ou de reduzida agregação de valor, a pauta das exportações turcas para o Brasil é quase que exclusivamente composta por produtos industrializados. Há que se fazer esforço para que, sem que o Brasil ceda os espaços ora ocupados por produtos primários e commodities, se incremente a participação dos produtos brasileiros em fatia mais significativa do mercado turco no setor de produtos industrializados e de maior valor agregado. 62. Um dos setores de alta tecnologia com boas possibilidades de atuação na Turquia é a indústria aeronáutica. Já houve interesse por aeronaves da EMBRAER pela empresa aérea de bandeira da Turquia, Turkish Airlines. A aquisição por "leasing" de cinco aeronaves E190 da Embraer (com opção de compra adicional de três unidades) pela companhia regional turca "Borajet", em julho de 2014, poderá representar o início de uma entrada do setor aeronáutico brasileiro no promissor mercado turco. O SECOM tem tentado fazer uso da

30 30 parceria Embraer Borajet para promover o produto aeronáutico brasileiro neste país. 63. Cabe acrescentar que a Subsecretaria de Indústrias de Defesa (SSM) do Ministério da Defesa turco, encarregada da gestão do programa de defesa turco e da coordenação das demandas das forças armadas, lançou edital para aquisição de seis aviões de carga. A licitação oferece interessante oportunidade comercial para o KC 390 da Embraer. 64. Por seu turno, empresas turcas fabricantes de peças para aeronaves demonstraram interesse na participação brasileira em projeto de construção de avião cargueiro. A Turkish Aerospace Industries (TAI) é fornecedora tradicional de equipamentos e partes de alta tecnologia e alta precisão a projetos militares e civis da Europa Ocidental e dos Estados Unidos. A TAI, ademais, está a desenvolver o avião de treinamento básico "Hürkus", e os projetos do "Caça Supersônico Turco" e do "Helicóptero de Ataque Turco". A empresa continua em busca de parceiros internacionais. Cooperação internacional também tem sido buscada pelas estatais HAVELSAN (softwares de defesa) e ROKETSAN (foguetes) ASELSAN (fabricante de eletrônicos militares). Esta última anunciou ter entregado ao exército uruguaio, no início de 2015, diversas unidades de "Sistema Móvel de Vigilância de Fronteiras (UBOMS)". 65. A indústria de defesa, aliás, representa uma das áreas mais promissoras do intercâmbio bilateral. A mais recente de uma série de missões de representantes da indústria de defesa do Brasil e da Turquia, no âmbito de Grupos de Trabalho (GTs) bilaterais ora em funcionamento, foi realizada em novembro de A eventual assinatura de um acordo bilateral de cooperação em defesa, ora sendo negociado pelos Ministérios da Defesa dos dois países, deverá dar impulso adicional a essa parceria. 66. Pelo lado turco, existe Adido Comercial junto à Embaixada turca, que trabalha, desde o início de 2012, em São Paulo. O Ministério da Economia não descartou os planos de designação de mais um Adido, a ser sediado no Rio de Janeiro, assim que se instale o pretendido Consulado Geral da Turquia naquela cidade. 67. O interesse turco pelo Brasil tem crescido nos últimos anos. Mesmo frente à desaceleração econômica, o Brasil tem

31 31 sido destacado por meios empresariais, governamentais e jornalísticos. A visita da Presidente da República a Ancara, em outubro de 2011, e outras visitas de alto nível nos anos seguintes, em especial do então Ministro da Defesa, do então Ministro de Estado das Relações Exteriores, e do então Comandante da Força Aérea, além de diversas delegações militares e de órgãos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) serviram para estreitar ainda mais os vínculos políticos e diplomáticos, bem como para estimular o interesse nas oportunidades comerciais e de investimento que se abrem nos dois países. 68. Apesar do interesse inicial demonstrado pelo empresariado turco, é palpável o desconhecimento na Turquia da realidade sócio econômica do Brasil, em especial nas cidades fora do eixo Istambul Izmir, as duas principais cidades turcas (Izmir se encontra na jurisdição do Consulado Geral de Istambul). Tal desconhecimento constitui uma barreira para tornar as oportunidades de comércio e investimentos que o Brasil oferece mais acessíveis ao empresário médio turco. 69. A fim de reduzir essa falta de familiaridade, e, ao mesmo tempo, explorar o interesse que o Brasil provoca na Turquia, o SECOM tem tentado dinamizar sua participação, muito importante, em feiras e mostras a nível internacional, nacional ou regional em centros econômicos relevantes da Turquia, como Gaziantep, Adana, Mersin, Antália, Nevsehir e Eskisehir, todos na jurisdição do SECOM desta Embaixada e que contam com Consulados Honorários do Brasil, chefiados por proeminentes empresários de projeção regional e nacional. Cabe destacar que, desde 2014, em decorrência das severas restrições orçamentárias vigentes, o SECOM Ancara não logrou se fazer representar em nenhuma feira comercial em sua jurisdição, embora tenha participado de palestras e outros tipos de evento. 70. O SECOM tem tentado organizar seminários econômicocomerciais sobre o Brasil e suas potencialidades, em centros industriais como Kayseri, Trabzon, Ancara, Samsun e, em especial, Gaziantep e Adana, cidades com forte parque industrial e com interesse em negócios com o Brasil. Contatos de alto nível (Governador da Província, Prefeito) são incluídos nas iniciativas.

32 32 71 Além da participação no período de 2013 a 2016 em 33 feiras, palestras e eventos (por 25 vezes com participação chefiada diretamente por mim), o SECOM tem atuado nas seguintes atividades: a) esforços para aprimorar o sistema de resposta a consultas de exportadores brasileiros e importadores turcos, além de oferecer atenção personalizada a empresários que desejam investir no Brasil; b) gestões junto aos órgãos de política comercial turcos, e participação em eventuais negociações de certificados sanitários para importações de carne bovina com osso e de cortes de carne bovina; c) atuação em sintonia com entidades brasileiras junto às instituições locais em processos de antidumping como os dois surgidos em 2012 (Tubos de aço e Peças Fundidas e Válvulas) e encerrados com decisões favoráveis ao Brasil, assim como o processo referente a salvaguardas sobre Papel, iniciado em agosto de 2014 e ainda em andamento; d) apoio à participação brasileira em feiras e rodadas de negócios em diversas cidades do país, em parceria com outros órgãos brasileiros e com entidades de classe e associações empresariais turcas e brasileiras representativas do setores mais ativos ultimamente nas relações comerciais bilaterais Turquia Brasil, como os de carnes, alimentos e calçados. Levando em consideração o fato de a Turquia representar porta de entrada importante para os mercados da Europa, da Ásia Central e do Oriente Médio, poderia ser organizado evento com participação da ABIA (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação), ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias de Carne) e ABICALÇADOS (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados) de promoção de produtos brasileiros. 72. A fim de promover os objetivos mencionados, o SECOM tem trabalhado na divulgação das ferramentas disponíveis para importadores e exportadores. São processadas frequentemente inclusões diretas nos portais de promoção comercial de informações úteis tais como estudos de mercado e políticas setoriais turcas que possam ser consultadas por importadores, exportadores e investidores dos dois países. 73. O SECOM tem tentado manter e aprofundar a cooperação com entidades empresariais turcas parceiras da Embaixada,

33 33 inclusive em encontros de alto nível, como nas visitas Presidenciais de 2009 (Presidente Luiz Inácio Lula da Silva) e de 2011 (Presidente Dilma Rousseff). As associações empresariais turcas têm sido importantes aliadas do SECOM em ações de inteligência comercial, na divulgação de empresas e produtos brasileiros, bem como de oportunidades comerciais e de investimentos no Brasil junto ao empresariado turco. Uma delas, o DEIK (Conselho de Relações Econômicas Externas), organiza frequentemente painéis, seminários e reuniões sobre a economia e oportunidades comerciais no Brasil, em diversas partes da Turquia. 74. O SECOM trabalhou, nos últimos anos, no apoio à divulgação da Copa do Mundo de Futebol (FIFA 2014) e dos Jogos Olímpicos de O SECOM Ancara tem contado, desde antes de minha chegada ao Posto em 2013, com duas funcionárias locais, e tem sido coordenado desde 2011 pelo Oficial de Chancelaria Marcio Eduardo Gayoso, que tem 18 anos de experiência em assuntos do DPR. O referido funcionário está com remoção publicada para a SERE e não há substituto em vista. Sua saída impactará fortemente o setor. 76. No período de 2013 a 2016, o SECOM atendeu 612 consultas telefônicas, por meio eletrônico ou presenciais. Enviou às divisões pertinentes do DPR 157 informações sobre concorrências públicas, 06 sobre projetos de obras públicas e 251 informações sobre produtos. Foram identificadas e divulgadas 230 oportunidades de investimentos e inseridos ou validados cadastros de mais de empresas turcas na antiga BGN e no atual portal de promoção comercial. Foram atendidas, ademais, 612 solicitações de 453 empresas. O SECOM ainda elaborou 290 estudos e boletins, procedeu a atualização do Guia "Como Exportar Turquia", e participou, em conjunto com o SECOM Istambul, da publicação da revista "Brazil Tourism", editada pelo SECOM Londres, em língua turca. 77. Por fim, julgo importante salientar a participação da Embaixada na Reunião de Cúpula do G20, realizada nos dias 15 e 16 de novembro passado, em Antália. Participei do referido evento, acompanhado por diplomata lotado neste Posto e por funcionária local, lotada no SECOM. Diplomatas desta Embaixada e o Coordenador do SECOM participaram, ao longo do

34 34 ano de 2015, de diversas reuniões preparatórias para aquela cimeira. Assuntos consulares 78. A comunidade brasileira na Turquia é atendida pelo Setor Consular da Embaixada em Ancara responsável por 63 das 81 províncias da Turquia e pelo Consulado Geral em Istambul, responsável pelas restantes 18 províncias. 77. Atualmente, há cerca de 550 brasileiros residentes na Turquia. Destes, mais de 400 se encontram na jurisdição de CG Istambul. A maior parte é composta de mulheres casadas com turcos, seguida de executivos de multinacionais (e suas famílias) e de trabalhadores temporários, em especial nos setores esportivo e de entretenimento (jogadores de futebol e voleibol, dançarinas e capoeiristas). Há poucos imigrantes ilegais, porém número significativo de pessoas que ultrapassam o prazo de vistos de trabalho e são obrigados a deixar a Turquia e/ou pagar multa. 78. Mais de 10% da comunidade é composta de detentos. O número de brasileiros presos na Turquia cresceu exponencialmente, de zero para 56,desde a abertura do voo direto na rota Istambul São Paulo, pela Turkish Airlines, no final de O serviço foi inaugurado com voos três vezes por semana e, desde 2012, tem frequência diária. Desses 56 presos, 53 se encontram na jurisdição do Consulado Geral em Istambul e três na do Setor Consular desta Embaixada. Todos são acusados de tráfico internacional de entorpecentes e todos foram presos no aeroporto internacional Atatürk, em Istambul. Em sua grande maioria, os presos se utilizaram do voo diário São Paulo Istambul. Aquela repartição consular disponibiliza gratuitamente (para os presos) os serviços do advogado Ali Kemal Atçeken. Segundo representante daquele Consulado Geral, a maior parte dos presos brasileiros aguarda com certa ansiedade a sanção presidencial do Acordo Bilateral de Transferência de Presos, que poderá vir a permitir o cumprimento de suas penas no Brasil. 79. O Setor Consular da Embaixada em Ancara chefiado por Oficial de Chancelaria, e que conta com apenas uma funcionária local tem tido atuação primordial no atendimento aos refugiados da crise síria quase três milhões em território turco. O posto é um dos cinco ainda autorizados a emitir vistos baseados nas Resoluções

35 35 Normativas números 17 e 20 do CONARE. No início da crise, em 2011, o Setor Consular participou, por instrução da SERE, da repatriação para o Brasil de cidadão sírio brasileiro, que havia abandonado o exército de Bashar Al Assad e se refugiado na Turquia. Tanto o Chefe quanto a funcionária do Setor têm estreito contato com os representantes do ACNUR nesta Capital, já tendo participado de cursos e palestras ministrados por aquela agência. 80. Atendimento também tem sido prestado aos diversos jornalistas, inclusive de órgãos principais da mídia, que operam em território turco ou utilizam a Turquia como ponto de passagem para cobrir a crise na vizinha Síria. Número razoável de estudantes universitários e de pessoas classificadas vagamente como "trabalhadores humanitários" também procuram esta Embaixada a fim de tentar acesso à Síria e, mais comumente, a campos de refugiados instalados neste país. No entanto, o Governo turco que controla diretamente os campos tem se mostrado refratário ao acesso de estrangeiros. Mesmo missões humanitárias de instituições "bona fide", como a "Fraternidade Federação Humanitária Internacional" tiveram acesso negado pela "AFAD Prime Ministry Disaster & Emergency Management Authority" aos campos. Por outro lado, instituições parceiras do ACNUR, como a ONG turca ASAM que recebeu a "Fraternidade", conseguem fazer chegar ajuda humanitária não governamental aos refugiados neste país, e mesmo assim, somente a aqueles que se encontram fora dos campos controlados pelo Governo turco. 81. O acesso às zonas fronteiriças com a Síria também está cada vez mais restringido. Em 2014, o fotojornalista brasileiro Gabriel Chaim foi preso ao cruzar ilegalmente a fronteira turco síria e internado em prisão de segurança máxima, administrada pela Diretoria Geral de Segurança. A intervenção do Setor Consular foi primordial para a libertação do referido jornalista, que está banido da Turquia por tempo indeterminado. 82. Dançarinos e afins compõem outro grupo de profissionais brasileiros cada vez mais presente na Turquia. A cada verão no hemisfério norte aumenta o número de homens e mulheres brasileiros contratados por empresários turcos para trabalhar em "resorts", em especial na costa do Mediterrâneo, como dançarinos, capoeiristas e músicos. As reclamações são muitas e e incluem o não pagamento dos salários acordados, horários

36 36 de trabalho exagerados, cárcere privado, humilhações, constrangimentos sexuais, incitação à prostituição e outros tipos de coação grave. Por várias vezes, foi registrada a necessidade de intervenção do Setor Consular e, nos casos mais graves, os cidadãos brasileiros envolvidos foram repatriados com a ajuda do Itamaraty. 83. Mesmo com o recente agravamento da situação econômica no Brasil e política na Turquia, o número de turistas brasileiros que visitam este país anualmente se mantem entre os 80 mil e 100 mil. Embora a maior parte deles viaje pelas províncias sob a jurisdição consular do CG Istambul, número significativo visita a Capadócia e demais regiões na jurisdição do Setor Consular desta Embaixada. Casos de furtos, roubos e acidentes, embora não frequentes, são registrados. Em 2013, acidente de balão na Capadócia matou quatro cidadãos brasileiros e feriu gravemente outros, entre eles um OC lotado em BRASEMB Baku. O episódio, fartamente documentado por telegramas, contou com significativa ação do Setor Consular e dos demais funcionários da Embaixada. Mesmo a minha presença foi necessária na Capadócia para prestar apoio às vítimas. Em outra ocasião, cidadão brasileiro, a turismo na Turquia, sofreu infarto no sul da Turquia. Por não saber se expressar em inglês, turco ou qualquer outra língua que não o português, foi necessário o deslocamento do Chefe do Setor e de uma funcionária local para atendimento e acompanhamento de cirurgia cardíaca à qual foi submetido. 84. Cresce também o número de mulheres brasileiras atraídas a esta região por "relacionamentos por internet". Embora haja casos de relacionamento com turcos, em sua maior parte, procuram o Setor Consular brasileiras atraídas para o Iraque ou Síria. Algumas comparecem com seus "noivos". Todas são avisadas sobre a situação de segurança naqueles países. Nenhuma, até o momento, desistiu de seu intento de ir para o Iraque ou para a Síria. Nenhuma jamais retornou ao Setor. 85. Também há casos de brasileiras que se casam com turcos. Os relacionamentos se iniciam, normalmente, pela internet. Embora haja casos de casamentos turco brasileiros de longa duração e bem sucedidos, muitas mulheres brasileiras em especial as que se encontram no interior do país procuram o Setor Consular para reclamar de abusos verbais e físicos. Eventuais filhos são, por muitas vezes, dados pelo próprio cônjuge turco para serem criados pela mãe ou por parentes.

37 37 Diversas brasileiras vivem sob ameaça de expulsão (de casa e do país, de forma legal ou não) por parte dos cônjuges turcos, muitos em conluio com autoridades locais. 86. Por último, julgo pertinente registrar o aumento de casos de tentativa de fraude de documentos brasileiros, em especial por cidadãos sírios. Muitos comparecem ao Setor Consular munidos de documentos brasileiros carteiras de identidade, CPFs e até mesmo títulos de eleitor aparentemente legítimos e solicitam novos passaportes para eles mesmos ou registros de nascimento para seus filhos (e, posteriormente, passaportes). Os documentos apresentados, muitas vezes, foram emitidos nas repartições de direito. No entanto, os documentos originários normalmente certidões de nascimento brasileiras foram obtidos de forma fraudulenta em cartórios do registro civil no Brasil. Embora de difícil detecção, casos desse tipo de fraude têm sido frequentemente descobertos pelo Chefe do Setor Consular e enviados para a SERE, que, na maioria dos casos, identifica a fraude. Candidaturas 87. Nos últimos anos, a fluidez do diálogo bilateral tem se traduzido em apoios recíprocos numa série de candidaturas, como a seguir discriminadas: apoios da Turquia: candidatura do Embaixador José Augusto Lindgren Alves ao Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial (2013); candidatura do Embaixador Roberto Azevêdo para Diretor Geral da OMC (2013); candidatura do Brasil (reeleição) para assento na Categoria "b" do Conselho da IMO (2013); candidatura do Brasil (reeleição) para assento no Conselho da OACI (2013); candidatura do Brasil ao Conselho de Direitos Humanos, mandato 2017/19 (2014); candidatura do Brasil a uma das Vice Presidências do Codex Alimentarius (2014); e candidatura do Professor José Graziano (reeleição) para Diretor Geral da FAO (2015). Apoios do Brasil: candidaturas turcas ao Comitê do Patrimônio Mundial e ao Comitê Subsidiário da Convenção de 1970 sobre Tráfico Ilícito de Bens Culturais (2013) da UNESCO; candidatura da Turquia (reeleição) para assento na Categoria "c" do Conselho da IMO; candidatura da Turquia a assento na Comissão de Navegação Aérea da OACI (2013); e candidatura da Professora Feride Akar para o Comitê para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, mandato 2015/18 (2014).

38 Exemplo recente do diálogo assíduo e franco entre o Brasil e a Turquia tem sido as tratativas, neste ano de 2016, em torno do apoio da Turquia à candidatura da Senhora Jacqueline Pitanguy, ao Comitê para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, em troca do apoio brasileiro à candidatura da Professora Dra. Sevil Atasoy para o Conselho de Controle Internacional de Narcóticos. 89. Há perspectiva, igualmente, de troca de apoio entre as candidaturas do Brasil para o Conselho da OACI e da Turquia para órgão internacional ainda a ser identificado pela parte turca. ANTONIO LUIS ESPINOLA SALGADO, Embaixador

39 39 SENADO FEDERAL MENSAGEM Nº 63, DE 2016 (nº 379/2016, na origem) Submete à apreciação do Senado Federal, de conformidade com o art. 52, inciso IV, da Constituição Federal, e com o art. 39, combinado com o art. 41 da Lei nº , de 29 de dezembro de 2006, o nome do Senhor EDUARDO RICARDO GRADILONE NETO, Ministro de Primeira Classe do Quadro Especial da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República da Turquia. AUTORIA: Presidente da República DESPACHO: À Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional Página 1 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de Página da matéria

40 40 Mensagem n o 379 Senhores Membros do Senado Federal, De conformidade com o art. 52, inciso IV, da Constituição, e com o art. 39, combinado com o art. 41 da Lei n o , de 29 de dezembro de 2006, submeto à apreciação de Vossas Excelências a escolha, que desejo fazer, do Senhor EDUARDO RICARDO GRADILONE NETO, Ministro de Primeira Classe do Quadro Especial da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República da Turquia. Os méritos do Senhor Eduardo Ricardo Gradilone Neto que me induziram a escolhê-lo para o desempenho dessa elevada função constam da anexa informação do Ministério das Relações Exteriores. Brasília, 7 de julho de Página 2 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

41 41 EM nº 00174/2016 MRE Brasília, 20 de Junho de 2016 Excelentíssimo Senhor Vice-presidente da República, No Exercício do Cargo de Presidente da República, De acordo com o artigo 84, inciso XXV, da Constituição Federal, e com o disposto no artigo 39, combinado com o artigo 41, da Lei nº , de 29 de dezembro de 2006, submeto à apreciação de Vossa Excelência o nome de EDUARDO RICARDO GRADILONE NETO, Ministro de Primeira Classe do Quadro Especial da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República da Turquia. 2. Encaminho, anexos, informações sobre o país e curriculum vitae de EDUARDO RICARDO GRADILONE NETO para inclusão em Mensagem a ser apresentada ao Senado Federal para exame por parte de seus ilustres membros. Respeitosamente, Assinado eletronicamente por: José Serra Página 3 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

42 42 Aviso n o C. Civil. Em 7 de julho de A Sua Excelência o Senhor Senador VICENTINHO ALVES Primeiro Secretário do Senado Federal Assunto: Indicação de autoridade. Senhor Primeiro Secretário, Encaminho a essa Secretaria Mensagem com a qual o Excelentíssimo Senhor Vice-Presidente da República, no exercício do cargo de Presidente da República, submete à consideração dessa Casa o nome do Senhor EDUARDO RICARDO GRADILONE NETO, Ministro de Primeira Classe do Quadro Especial da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República da Turquia. Atenciosamente, ELISEU PADILHA Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República Página 4 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

43 43 I N F O R M A Ç Ã O CURRICULUM VITAE MINISTRO DE PRIMEIRA CLASSE EDUARDO RICARDO GRADILONE NETO CPF.: ID.: 7535 MRE 1951 Filho de Victório Gradilone Sobrinho e Itália Rossi Gradilone, nasce em 10 de janeiro em São Paulo/SP Dados Acadêmicos: 1974 Comunicação Social, Jornalismo, pela Fundação Armando Álvares Penteado/SP 1974 Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo 1978 CPCD - IRBr 1982 CAD - IRBr 1983 Mestrado em Direito do Estado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, com a tese "O Serviço Civil Brasileiro" CAE - IRBr, Modelos de relações internacionais e sua contribuição para a formulação da política externa e para o tratamento da informação diplomática no Itamaraty Cargos: 1979 Terceiro-Secretário 1981 Segundo-Secretário 1987 Primeiro-Secretário, por merecimento 1994 Conselheiro, por merecimento 1999 Ministro de Segunda Classe 2008 Ministro de Primeira Classe Funções: Divisão do Pessoal, Serviço de Classificação de Cargos e Salários, Chefe Embaixada em Washington, Segundo-Secretário Embaixada em Bogotá, Segundo e Primeiro-Secretário Embaixada em Paramaribo, Primeiro-Secretário, Conselheiro, comissionado e Encarregado de Negócios Departamento das Américas, Coordenador-Executivo, substituto Subsecretaria-Geral de Assuntos Políticos, Assessor Embaixada em Londres, Conselheiro Embaixada em Tóquio, Conselheiro e Ministro-Conselheiro Embaixada no Vaticano, Ministro-Conselheiro Subsecretaria-Geral da América do Sul, Assessor Técnico 2007 Subsecretaria-Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior, Chefe de Gabinete Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior, Diretor Subsecretaria-Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior, Subsecretário-Geral Embaixada em Wellington, Embaixador Embaixada junto a Tuvalu, Embaixador cumulativo Embaixada junto ao Estado Independente da Samoa, Embaixador cumulativo Embaixada junto à República de Kiribati, Embaixador cumulativo Embaixada junto ao Reino de Tonga, Embaixador cumulativo Publicações: 1977 Transformação, Incorporação, Fusão e Cisão de Empresas, in Revista do III Encontro de Advogados do Sistema Telebrás, DCU-654, Brasília, DF 2008 Uma política governamental para as comunidades brasileiras no exterior, in I Conferência sobre as Página 5 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

44 44 Comunidades Brasileiras no Exterior - Brasileiros no Mundo, FUNAG, Brasília, A Parceria MRE-MPS em apoio aos brasileiros no exterior, in Atuação Governamental e Políticas Internacionais de Previdência Social, Coleção Previdência Social, vol. 32, 1a. edição 2009 A importância política dos assuntos consulares e migratórios e o papel fundamental das Chancelarias 2011 para o seu adequado encaminhamento. FUNAG, IX Curso para Diplomatas Sul-Americanos. Textos Acadêmicos, 2011 Condecorações: 1979 Prêmio Rio Branco, Medalha de Prata, IRBr 1984 Medalha Santos Dumont, Brasil 1994 Ordem de Rio Branco, Brasil, Oficial 2004 Ordem do Mérito Naval, Brasil, Comendador 2006 Condecoração Pro Merito Melitensi da Ordem Soberana e Militar de Malta, Malta, Grande Oficial 2006 Ordem Pontifícia de São Gregorio Magno, Vaticano, Comendador 2009 Ordem do Rio Branco, Brasil, Grã-Cruz 2010 Ordem do Mérito Anhanguera, grau Grande Oficial, Governo de Goiás 2012 Ordem do Mérito Naval, Brasil, Grande Oficial PAULA ALVES DE SOUZA Diretora do Departamento do Serviço Exterior Página 6 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

45 45 DMINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Departamento da Europa Divisão da Europa II TURQUIA Página 7 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

46 46 INFORMAÇÃO OSTENSIVA 2016 DADOS BÁSICOS SOBRE A TURQUIA NOME OFICIAL República da Turquia CAPITAL Ankara ÁREA km² POPULAÇÃO 75,837 milhões de habitantes LÍNGUA OFICIAL Turco RELIGIÕES Islamismo (99,8% da população) SISTEMA DE GOVERNO República parlamentarista PODER LEGISLATIVO Unicameral (Assembleia Nacional) CHEFE DE ESTADO Recep Tayyip Erdoğan, Presidente CHEFE DE GOVERNO Ahmet Davutoğlu, Primeiro-Ministro CHANCELER Mevlüt Çavuşoğlu PIB NOMINAL (2015, FMI) US$ 722,2 bilhões PIB PPP (2015, FMI) US$ 1,57 trilhão PIB PER CAPITA NOMINAL US$ 9,290 Página 8 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

47 47 (2015, FMI) PIB PER CAPITA PPP (2015, FMI) US$ 20,276 VARIAÇÃO DO PIB 3,04% (est. 2015), 2,9% (2014), 4,2% (2013), 2,1% (2012); 8,8% (2011) ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO 0,761 (72 posição) HUMANO (IDH) (2014) EXPECTATIVA DE VIDA 75,3 anos (PNUD) ÍNDICE DE ALFABETIZAÇÃO 94,9% (PNUD) TAXA DE DESEMPREGO 9,7% UNIDADE MONETÁRIA lira turca EMBAIXADOR EM BRASÍLIA Hüseyin Diriöz COMUNIDADE BRASILEIRA (est) 550 pessoas INTERCÂMBIO COMERCIAL (US$ f.o.b) BRASIL TURQUIA Intercâmbio Exportações Importações Saldo Informação elaborada em 10 de março de 2016, por Danilo Vilela Bandeira. Revisada por Maurício da Costa Carvalho Bernardes. Página 9 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

48 48 PERFIS BIOGRÁFICOS RECEP TAYYIP ERDOĞAN Presidente RECEP TAYYIP ERDOĞAN nasceu em Istambul a 26 de fevereiro de Graduou-se em Economia pela Universidade de Marmara. Elegeu-se Prefeito de Istambul em Em 1997, foi preso e condenado a dez meses de prisão por pronunciamento tido como atentatório ao princípio do laicismo. Em 2001, esteve entre os fundadores do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP). Foi Primeiro- Ministro da Turquia entre março de 2003 e agosto de 2014, quando se elegeu Presidente da República. Página 10 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

49 49 AHMET DAVUTOĞLU Primeiro-Ministro AHMET DAVUTOĞLU nasceu em 26 de fevereiro de Graduado em Ciência Política e Economia, construiu carreira acadêmica em Relações Internacionais. Após a vitória do AKP nas eleições de 2002, foi nomeado Assessor-Chefe do Primeiro-Ministro para Assuntos Internacionais, cargo que ocupou até 2009, quando foi conduzido ao posto de Ministro dos Negócios Estrangeiros. Com a eleição de Erdoğan como Presidente, em agosto de 2014, foi designado como Primeiro-Ministro, cargo anteriormente ocupado por Erdoğan. Página 11 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

50 50 RELAÇÕES BILATERAIS As relações bilaterais Brasil-Turquia remetem ao relacionamento entre o Império do Brasil e o Império Otomano, que já em 1858 assinaram Tratado de Amizade e Comércio. Em 1908, para atender à demanda gerada pelo grande fluxo de cidadãos otomanos que chegavam ao Brasil, o Império Otomano abriu Consulados-Gerais em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em 1930, as Repúblicas do Brasil e da Turquia abriram Embaixadas mútuas, no Rio de Janeiro e em Ancara, inaugurando canais de diálogo mantidos de forma ininterrupta até os dias de hoje. Ao longo do século XX, o relacionamento bilateral manteve-se cordial, ainda que distante. Merecem nota as duas visitas ao Brasil de Suleyman Demirel: em 1992, para participar da Conferência Rio-92, na qualidade de Primeiro-Ministro, e em 1995, como Presidente da República, em caráter bilateral. O relacionamento bilateral tem tido significativo aprofundamento no século XXI. Em 2006, a operação de evacuação de brasileiros no contexto da guerra do Líbano contou com importante apoio da Turquia, o que contribuiu para aproximar os dois países. Em 2009, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou a primeira visita de um Chefe de Estado brasileiro à Turquia. Nessa visita, negociouse o que viria a ser a Declaração de Teerã documento firmado entre os dois países e o Irã em 2010 como contribuição para a construção de confiança para a resolução do dossiê nuclear iraniano. Em 2010, a adoção do "Plano de Ação Bilateral para a Parceria Estratégica" constituiu importante passo para a intensificação da cooperação bilateral por meio de dois mecanismos: i) a Comissão de Cooperação Conjunta de Alto Nível (CAN), em nível de Ministro das Relações Exteriores; e ii) o Mecanismo Bilateral de Consultas Político-Diplomáticas, em nível de Secretário-Geral e de Subsecretários dos Ministérios das Relações Exteriores. O Plano de Ação identifica as seguintes principais áreas para o desenvolvimento das relações Brasil e Turquia: i) diálogo político e cooperação em foros multilaterais; ii) comércio e investimentos; iii) energia; iv) biodiversidade; v) meio ambiente e desenvolvimento sustentável; vi) defesa; vii) combate ao terrorismo e ao crime organizado; vii) ciência, inovação e alta tecnologia; e ix) intercâmbio cultural e educacional. A presidenta Dilma Rousseff visitou a Turquia em 2011, quando foram assinados acordos referentes à cooperação na área educacional e ao auxílio mútuo Página 12 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

51 51 em matéria penal. O primeiro-ministro Erdoğan retornou ao Brasil em 2012, quando chefiou a delegação turca na Conferência Rio+20. Assuntos consulares Atualmente, há cerca de 550 brasileiros residentes na Turquia. Destes, mais de 400 se encontram na jurisdição do Consulado-Geral em Istambul. A maior parte é composta de mulheres casadas com turcos, seguida de executivos de multinacionais (e suas famílias) e de trabalhadores temporários, em especial nos setores esportivo e de entretenimento (jogadores de futebol e voleibol, dançarinas e capoeiristas). Há poucos imigrantes ilegais, porém número significativo de pessoas que ultrapassam o prazo de vistos de trabalho e são obrigados a deixar a Turquia e/ou pagar multa. O Brasil dispõe de cônsules honorários em Adana, Analya, Antalya, Bursa, Eskisehir, Gaziantep, Izmir, Mersin e Nevsehir. Empréstimos e Financiamentos Oficiais Não há registro de empréstimos ou financiamentos oficiais concedidos à Turquia. POLÍTICA INTERNA A Turquia vem sendo governada, desde 2002, pelo Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP). O predomínio do AKP pode ser atribuído, entre outros fatores: ao êxito da política econômica do Governo (ortodoxa, mas acompanhada de políticas sociais inclusivas), que se reflete em elevadas taxas de crescimento do PIB (quase 5% em média, desde 2002); a políticas públicas efetivas, que permitiram a redução da pobreza e melhoria sensível nos setores da saúde, da educação, da habitação e do transporte público; à restauração gradual das prerrogativas da religião; e, não menos importante, ao carisma do líder do partido, Recep Tayyip Erdoğan, ex-primeiro-ministro e atual presidente da República. Até o ano passado, o AKP havia vencido todas as eleições nacionais e locais na Turquia, bem como a eleição presidencial de 2014 (a primeira desse gênero, possibilitada por reforma da Constituição). Entretanto, nas eleições parlamentares Página 13 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

52 52 de 7 de junho de 2015, o AKP, ainda que se mantendo como o partido mais forte, perdeu, pela primeira vez, a maioria no Parlamento, ao obter 40,87% dos votos, registrando queda de quase 9% com relação à eleição anterior. O apoio ao AKP sofreu também as consequências da cisão entre o AKP e o movimento religioso Hizmet, fundado pelo clérigo Fethullah Gülen, antigo aliado, auto-exilado nos EUA. Enquanto o AKP perdia a maioria na Grande Assembléia Nacional, o partido pró-curdo HDP (Partido Democrático do Povo) conseguiu, com 13,2% dos votos, superar a barreira dos 10% estabelecida por lei e fazer-se, pela primeira vez, representar no Parlamento. A perda de votos do AKP foi relacionada à boa performance do HDP, cujo dirigente Selahattin Demirtaş soube atrair, com seu discurso liberal, também eleitores fora de sua base de apoio tradicional, composta por integrantes da etnia curda. Votaram no HDP, em junho de 2015, entre outros, muitas mulheres, membros de minorias religiosas, étnicas e sexuais. Em seguida a essas eleições, o AKP iniciou conversações com os demais partidos políticos com vistas a formar um Governo de coalizão. Fracassadas as tentativas e descartada a hipótese de formação de um governo de minoria, o Presidente da República convocou novas eleições para 1º de novembro de Desta vez, o AKP conseguiu recuperar a maioria na Assembléia, ao obter 49,5% dos votos, o que significa 317 cadeiras num universo de 550 deputados. O HDP alcançou apenas 10,8%, suficientes porém para continuar no Parlamento. Os resultados de novembro de 2015 foram atribuídos ao êxito da campanha do AKP centrada na necessidade de estabilização do país diante da ameaça terrorista, tanto do Estado Islâmico (ISIS) como por parte do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão). O PKK rompera a trégua de dois anos, em julho de 2015, e retomara a luta armada, em seguida ao atentado de Suruç - que vitimou curdos em sua maioria e cuja autoria foi atribuída ao ISIS, tendo o Governo turco sido acusado de negligência ou cumplicidade por políticos curdos. Nesse contexto, o HDP foi associado pelo AKP ao PKK, organização considerada terrorista pela lei turca, o que redundou em significativa perda de votos para esse partido. Atualmente, a cena política turca é dominada por dois temas principais: a reforma constitucional impulsionada pelo Governo, sobretudo pelo Presidente Erdoğan, com vistas a introduzir o sistema presidencialista na Turquia; e o encaminhamento da questão curda, após a suspensão do chamado "processo de solução", em meados de Com relação ao primeiro tema, a intenção do Governo, especialmente do Presidente Erdoğan, é a introdução de um sistema presidencialista, que deslocaria a chefia do Governo, atualmente nas mãos do Primeiro-Ministro, para o Presidente Página 14 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

53 53 da República. A necessária reforma da Constituição demandaria uma maioria de 2/3 (367 votos) a favor no Parlamento. A emenda também poderia ser submetida a referendo, decisão nesse sentido necessitando apenas de uma maioria de 3/5 ou 330 votos. Quanto à questão curda, as perspectivas de retomada das negociações achamse prejudicadas, no plano interno, pelos confrontos violentos no sudeste do país (área de predominância curda) entre as forças de segurança turcas e o PKK, e, no plano externo, pelos desenvolvimentos na Síria, onde o PYD (Partido da União Democrática), agremiação vinculada, para a Turquia, ao PKK que representa boa parte dos curdos sírios, tem consolidado seu domínio sobre vasto território, o que poderia propiciar o surgimento de um Estado curdo independente, hipótese que atemoriza as lideranças turcas. A percepção geral, entretanto, é de que não há solução militar possível para a questão curda e que, cedo ou tarde, as duas partes terão que reencetar o diálogo. Tradicionalmente, as elites turcas independentemente de sua filiação partidária são pouco propensas a discutir o tema. Mesmo o AKP, que avançou mais do que qualquer outro partido na tentativa de uma solução política para a questão curda, ao abrir negociações com o PKK "o chamado processo de solução", parece, agora, em face da retomada da luta armada pelo PKK, ter adotado postura mais intransigente. Poder Legislativo O Poder Legislativo na Turquia é unicameral, constituído pela Assembleia Nacional composta por 550 deputados eleitos para mandatos de quatro anos, por meio de sistema proporcional de lista fechada. POLÍTICA EXTERNA A partir da ascensão do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) ao poder na Turquia, em 2002, a política externa turca passou a dar maior atenção às relações com seu entorno médio-oriental, até então desprezado em favor dos laços com os Estados Unidos e a União Européia. O então Primeiro-Ministro e atual Presidente da República, Recep Tayyip Erdoğan, passou a dedicar maior esforço para elevar os laços com países como o Irã, o Iraque e (até 2011) a Síria, buscando restaurar, ao menos em parte e sob outros paradigmas, a influência que a Turquia Página 15 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

54 54 exerceu no Oriente Médio durante séculos sob a bandeira do extinto Império Otomano. A estratégia, batizada pelo então Ministro dos Negócios Estrangeiros e atual Primeiro-Ministro, Ahmet Davutoğlu, como a política de "zero problemas com os vizinhos", ajudou a elevar o perfil internacional da Turquia como uma potencia regional de ambições globais. Aliada a um desenvolvimento econômico sem precedentes, a Turquia gradualmente passou a ser vista por seus vizinhos como um importante parceiro econômico e, pelas potências ocidentais, como uma experiência bem-sucedida de conciliação entre Islã e democracia, podendo servir de modelo para o mundo islâmico, e como um possível mediador de conflitos. A moderação e a pluralidade da sociedade turca contrastariam com o ativismo de vizinhos islâmicos como a Arábia Saudita sunita e o Irã xiita. A política de "zero problemas", todavia, acabou superada pelos acontecimentos da chamada "primavera árabe", como se convencionou chamar a sequência de manifestações populares que atingiu vários países do Oriente Médio e do Norte da África a partir de Segundo analistas, a Turquia teria, desde então, abandonado seu papel de mediadora de conflitos para apoiar determinados partidos e grupos em países como o Egito, a Líbia e a Síria, na tentativa, mais uma vez, de ampliar sua influência na região em meio à instabilidade social que se anunciava. Uma das consequências dessa tentativa foi o forte apoio dado pela Turquia à presidência do egípcio Muhammad Mursi, candidato apoiado pela Irmandade Muçulmana, e o antagonismo que dedicou ao general Abdel al-sisi, sucessor de Mursi após a derrubada deste pelas Forças Armadas egípcias em Hoje, os condutores da política externa turca buscariam, em grande parte, gerir os efeitos deletérios provocados pela "primavera árabe", com destaque para a guerra civil que teve início em março de 2011 na vizinha Síria. Atualmente, o maior desafio da política externa turca é lidar com as consequências do conflito sírio. Além das pressões sociais e financeiras às quais se encontra submetida por abrigar grande número de refugiados cerca de 2,75 milhões de sírios, segundo a ONU, a Turquia tem sofrido os efeitos de sua política ativista contra o Presidente sírio, Bachar al-assad. Segundo especialistas, o apoio que a Turquia teria conferido a algumas milícias anti-assad desde o início do conflito e que se teria traduzido, para alguns, na facilitação do trânsito de guerrilheiros pela fronteira turco-síria teria levado ao estabelecimento de células "jihadistas" em centros urbanos como Istambul, Ankara (capital turca) e Gaziantep. Tal apoio tácito da Turquia às milícias anti-assad se reduziu nos últimos anos, e Ankara passou a integrar a coalizão liderada pelos EUA contra o grupo radical "Estado Islâmico". Por outro lado, a ocorrência de quatro recentes atentados a Página 16 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

55 55 bomba em território turco em Suruç (julho/2015), Ankara (outubro/2015 e março/2016) e Istambul (janeiro/2016), atribuídos ao ISIL e a outros guerrilheiros sírios, indica que a Turquia não está conseguindo evitar o transbordamento do conflito no país vizinho. Maior parceiro militar da Turquia, os Estados Unidos cultivam relações especiais com Ankara, em particular na área da defesa e da cooperação militar, seja no âmbito da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) da qual a Turquia é membro desde 1952 seja no plano bilateral. As relações entre os dois aliados sofreram estremecimento graças à diferença de prioridades em relação à Síria. O grupo sírio-curdo Partido da União Democrática (PYD), por exemplo, é considerado pelos EUA como uma das facções mais ativas contra o ISIS, enquanto a Turquia o vê como uma ameaça à sua integridade territorial. Em 2005, a União Europeia abriu formalmente negociações com vistas à entrada da Turquia no bloco. Desde então, o processo de adesão tem sofrido percalços, como, por exemplo, o veto de Chipre à abertura de alguns capítulos da negociação. Apesar disso, é importante ressaltar que a União Europeia é o maior parceiro comercial e de investimentos da Turquia, e a influência do bloco europeu, ao qual está ligada por inúmeros acordos, continua a ser fundamental para a compreensão da política externa turca. Atualmente, a maior questão nas relações entre Ankara e o bloco se refere aos refugiados sírios, que normalmente transitam pelo território turco na tentativa de chegar ao continente europeu. Preocupada com o aumento exponencial da entrada de refugiados em 2015, a cúpula da União Europeia tem negociado com o governo turco para que este regule a passagem dos candidatos a asilo nos países europeus, oferecendo, em troca, imprimir maior impulso ao processo de adesão turca ao bloco. A Turquia e a União Europeia acordaram um Plano de Ação Conjunta nesse sentido em novembro de 2015 e, em março de 2016, acertaram as linhas básicas do Plano, que incluiria o retorno de alguns dos refugiados sírios atualmente na União Europeia para a Turquia. Para alguns, a medida iria de encontro às normas de direitos humanos e do direito humanitário internacional. Com relação à Rússia, até novembro de 2015, o governo do partido AKP mantinha estreitas relações políticas com aquele país os Presidentes Recep Tayyip Erdoğan e Vladimir Putin sempre demonstraram afinidade pessoal mútua. Ademais, a Rússia é o maior fornecedor de hidrocarbonetos para a Turquia e importante parceiro comercial, como demonstra o grande intercâmbio bilateral e o expressivo aporte de investimentos e turistas russos na Turquia. A relação, porém, vinha se deteriorando gradualmente com o recrudescimento do conflito sírio, em relação ao qual a Turquia mantém posição diametralmente contrária à Rússia: Página 17 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

56 56 enquanto aquela é frontalmente anti-assad, esta, juntamente com o Irã, é o maior apoiador do Presidente sírio. A crise na Ucrânia e a ocupação da Criméia pela Rússia também contribuíram para afastar os dois países. Em novembro de 2015, a derrubada de um avião russo pela artilharia turca, sob a alegação de que o piloto teria invadido o espaço aéreo da Turquia, foi o estopim que levou ao "congelamento" das relações bilaterais. Desde então, o governo russo decretou diversas medidas econômicas em represália à Turquia, chegando a cassar a licença de empresas turcas para operar na Rússia e dificultar o acesso de bens turcos ao mercado russo. Ademais, projetos estratégicos conduzidos pelos dois países, como a construção da primeira usina nuclear turca e do gasoduto que levaria o gás russo para a Europa via Turquia ("Turkish Stream") foram paralisados. ECONOMIA, COMÉRCIO E INVESTIMENTOS Embora ainda não esteja disponível a totalidade dos dados oficiais, as autoridades econômicas turcas atestam melhoria do desempenho da economia em A estimativa é de que o PIB possa ter alcançado US$ 831 bilhões. Segundo o Banco Mundial, esse valor representa 4,2% a mais do que em 2014, ano em que a economia cresceu 2,9%. O resultado é considerado bom, uma vez que o crescimento da economia global alcançou apenas 2,4% e que as economias emergentes têm apresentado desempenho abaixo das expectativas. Segundo o Instituto de Estatísticas da Turquia (TUKSTAT/TUIK), no terceiro trimestre de 2015, a economia turca cresceu 4% em relação ao mesmo período de Espera-se desempenho semelhante no quarto trimestre, atribuído principalmente ao consumo interno. A composição do PIB pela ótica da demanda é a seguinte: i) consumo (71%); ii) comércio exterior (exportações, 26,6%, e importações, -32,4%); iii) investimentos (19,4%); e iv) governo (15,4%). Em termos de valor adicionado, o setor de serviços responde por 63,8% do PIB, a indústria por 27,3%; e a agricultura por 8,9%. Em dezembro de 2015, a taxa de inflação registrada pelo Banco Central da Turquia alcançou 0,21%. Em todo o ano de 2015, a inflação chegou a 8,81%. Trata-se de valor próximo dos 8,17% registrado em 2014, mas, em ambos os anos, longe da meta governamental de 5%. Atualmente, a estimativa é de aceleração da inflação por causa do aumento dos preços dos alimentos. Em janeiro passado, a inflação atingiu 1,82%, elevando total em doze meses a 9,58%. A previsão oficial para a inflação em 2016 é de 7,5%. Página 18 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

57 57 O Banco Central turco tem combatido a alta de preços com medidas como modificações no compulsório bancário (11,5% em liras turcas e 13% em dólares norte-americanos), e alterações na taxa de recompra semanal (agora de 7,50%); e na diferença das pontas da taxa de empréstimos "overnight", atualmente em 7,25% (tomada de empréstimos) e 10,75% (concessão de empréstimos). Ao contrário das expectativas do mercado, essa banda de taxas foi mantida em dezembro, mas se aposta na elevação dos juros ao longo de A alta da taxa de inflação estaria ligada a três principais fatores: i) necessidade de gasto de divisas na aquisição pela Turquia de insumos energéticos, matérias-primas e tecnologia, a fim de possibilitar a manutenção do forte crescimento econômico, e ii) influxo de capitais de curto e curtíssimo prazo "hot money" que teria mantido, em boa parte, o crédito disponível ao consumidor, e iii) volatilidade do câmbio, que apresentou tendência de queda em relação às principais divisas. Se, no início de 2015, um dólar norte-americano era cotado a 2,33 liras turcas, no final de dezembro do ano passado, a taxa de câmbio já havia alcançado 3,01 liras por dólar. Embora tenha havido leve recuperação desde então o dólar chegou a valer 2,90 liras em janeiro o recente atentado em Ankara, capital turca, e a crescente deterioração da situação de segurança no país contribuíram para nova desvalorização da moeda turca, cotada a 2,94 por dólar no dia 24/02. Além de problemas de segurança interna, decorrentes em grande parte do envolvimento direto da Turquia na guerra na Síria o que tem impactado o orçamento, a volatilidade da lira turca estaria ligada a outros dois fatores: i) receio dos principais investidores internacionais e dos operadores do mercado de câmbio de atuarem nos mercados emergentes; e, ii) a recuperação econômica dos Estados Unidos e a consequente implementação de política de elevação de taxa de juros praticada pelo Federal Reserve System (FED) norte-americano. Em 2014 último ano disponível o orçamento do Governo turco foi de US$ 190,4 bilhões. Os gastos, no entanto, chegaram a US$ 207,9 bilhões. O déficit orçamentário naquele ano ficou em 2,1% do PIB. A dívida interna do Governo turco é calculada em cerca de US$ 227 bilhões (33,93% do PIB). A dívida externa da Turquia é de, aproximadamente, US$ 407 bilhões (48,9% do PIB), sendo US$ 277 bilhões do setor privado e US$ 130 bilhões do setor público. Mesmo a queda do valor da lira não foi capaz de melhorar o desempenho das exportações, um dos principais setores da economia turca. Em 2015, as exportações US$ 143,9 bilhões decresceram 8,7% em relação a 2014 US$ 157,6 bilhões. Por outro lado, as importações caíram 14,4% de US$ 242,1 bilhões para US$ Página 19 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

58 58 207,3 bilhões, o que trouxe certo alívio aos pagamentos externos 25,2% de redução ao tradicional déficit da balança comercial. No total, em 2015, a corrente de comércio da Turquia recuou 12,1% de US$ 399,7 bilhões em 2014 para US$ 351,1 bilhões. A redução das importações contribuiu para a diminuição do déficit na conta de transações correntes. Se esse indicador, em anos anteriores, representou mais de 10% do PIB; em 2015, não passou de 5,7%. Esse desempenho cronicamente deficitário continua a ser, em grande medida, atribuído ao elevado nível das importações de energia e de insumos energéticos, em especial hidrocarbonetos (a produção turca de petróleo é de cerca de sete mil barris de petróleo diários). Com o barril do petróleo cotado a US$ 38 o nível mais baixo dos últimos 12 anos a estimativa é de que esse componente das transações correntes não encareça significativamente em O investimento externo direto apresentou significativa queda: US$ 12,6 bilhões em 2015 (em 2014 foram mais de US$ 15 bilhões). A situação estaria ligada à redução da confiança nas instituições turcas em decorrência de políticas consideradas autoritárias pelos agentes econômicos, além dos motivos elencados acima (dependência do petróleo, do influxo de capitais de curto prazo e tendência de queda da lira turca em relação ao dólar). Segundo o TURKSTAT, em 2015, a taxa de desemprego alcançou 10,3%, acima da "barreira psicológica" de 10%. Embora o resultado seja considerado ruim para um país que conseguiu manter sua taxa de desemprego abaixo dos 10% por quase dois anos, vários analistas comemoraram o resultado. Isto porque a insegurança política tem causado perdas de postos de trabalho, principalmente no setor de turismo, responsável por cerca de 10% dos empregos no país (podendo chegar a 15% nos meses de verão). COMÉRCIO BILATERAL Na primeira década do século XXI, as relações econômico-comerciais Brasil- Turquia registraram evolução sem precedentes, refletindo, possivelmente, a intensificação das relações políticas entre ambos os países. Esse crescimento é ainda mais representativo ao se considerar os efeitos da crise financeira global, iniciada no segundo semestre de 2008, e da crise nos países da zona do euro, com os quais a Turquia mantém estreita relação. Entre 2000 e 2012, a corrente de comércio passou de US$ 343 milhões para a cifra recorde US$ 2,7 bilhões. A partir de 2012, contudo, o sistema ALICEWEB do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), tem registrado leves, porém constantes Página 20 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

59 59 quedas do comércio bilateral, nos anos de 2013 (US$ 2,3 bilhões), 2014 (US$ 2,1 bilhões) e 2015 (US$ 1,92 bilhão). Em 2015, a Turquia importou USD 1,33 bilhão do Brasil, contra USD 1,3 bilhão, em As exportações turcas para o Brasil, por sua vez, alcançaram o valor de USD 566 milhões, contra USD 882 milhões, em Como nos anos anteriores, os principais produtos exportados pelo Brasil para a Turquia são, por ordem de grandeza: minério de ferro, grãos de trigo e soja para semeadura, centeio, café, fumo, folhas metálicas, polipropileno, niveladores, ferro fundido e madeira compensada. Por seu turno, as exportações turcas para o Brasil se concentram em autopeças, fios de fibras artificiais, motores a diesel, cimento portland, adubos, fósforo, damasco, cuminho e aveia. Em 2011, a Turquia abriu seu mercado para importação de gado bovino vivo para engorda. Missão da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) esteve no país e iniciou negociações a respeito em agosto daquele mesmo ano. O correspondente certificado sanitário foi aprovado por ambas as partes em novembro de Recentemente, foi liberada a importação pela Turquia de gado vivo procedente do Brasil para engorda. Outros certificados, em especial, para carcaças com osso, continuam ainda a ser negociados. A importação de carne bovina de países fora da União Européia ainda é proibida e ainda não é permitida na Turquia a importação de cortes de carne de qualquer procedência. O frango importado pela Turquia destina-se à reexportação para países do Oriente Médio e da África, uma vez que carne de ave importada não pode ser vendida no mercado turco. Oficialmente, as autoridades turcas se utilizam de argumentos fitossanitários para justificar a proibição. INVESTIMENTOS BILATERAIS Embora Brasil e Turquia não tenham em vigor acordo bilateral para proteção de investimentos que a Turquia mantém com 75 blocos e países, inclusive com a Argentina, desde 1995 os investimentos recíprocos têm se ampliado, muito pela entrada em vigor do acordo turco-brasileiro para evitar a dupla tributação, promulgado em novembro de 2013, que constitui peça de valor para a remoção de obstáculos à ampliação dos investimentos recíprocos. Pelo lado brasileiro, a empresa Metal Frio está presente com unidade de produção de refrigeradores comerciais na região de Manisa; a Votorantim é controladora de 18 unidades produtoras de cimento (uma delas na região de Ankara); e a Cutrale participa de "joint venture" em unidade de beneficiamento de cítricos na região de Antalya (Antália). A Votorantim encontra-se em processo de ampliação de seus Página 21 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

60 60 investimentos na Turquia, com a construção de planta prevista para ser inaugurada em 2017, no valor de US$ 35 milhões. Outras 11 empresas brasileiras (AMBEV- Antárctica, Nitroquímica, Elekeiroz, Alpargatas, Boaonda, Pampili, Plug in, Grendene, Arezzo, Schutz, Condor e WEG) são representadas diretamente por contrapartes turcas. Registre-se a forte presença na Turquia da rede Burger King, dirigida mundialmente pelo brasileiro Alexandre Behring e pertencente ao fundo de investimentos 3G, por seu turno controlado pelos também brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcelo Hermann Telles. Neste país (e também na Geórgia, na Macedônia e em algumas cidades da China), o Burger King opera em parceria com a empresa turca Torunlar Gida. De acordo com as autoridades financeiras turcas, de 2001 a 2014, o estoque de investimentos brasileiros na Turquia, totalizou 750 milhões de dólares. Pelo lado turco, o estoque de investimento direto no Brasil é estimado em cerca de 35 milhões de dólares. A Sabanci Holding, segundo maior conglomerado empresarial do país, mantém unidade de produção no estado da Bahia, denominada Kordsa (antiga Companhia Bahiana de Fibras - COBAFI), enquanto a Aktas Holding adquiriu, há alguns anos, a tradicional fabricante de molas e sistemas de suspensão automotiva Airtech, no estado de São Paulo. Outras cinco companhias turcas, dentre as quais três "tradings", estão presentes no Brasil. As demais operam nos setores de segurança e de confecções (têxteis). A Turkish Airlines também está no mercado brasileiro, com voos diários entre São Paulo e Istambul. A conexão direta entre os dois países tem oferecido importante impulso para a ampliação do fluxo bilateral de comércio e investimentos. CRONOLOGIA HISTÓRICA Revoltas culminam com o fim do Império Otomano. Fundação da República da Turquia; Kemal Atatürk assume o cargo de Presidente O secularismo é oficializado Neutra durante a maior parte da II Guerra, a Turquia declara guerra à Alemanha e ao Japão, mas não entra em combate. Torna-se membro da ONU Primeiras eleições democráticas. Vence o Partido Democrático Com o abandono da política de neutralidade, Turquia ingressa na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) Golpe militar derruba o governo do Partido Democrático Süleyman Demirel é escolhido Primeiro-Ministro, cargo ao qual será Página 22 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

61 61 reconduzido 6 vezes Onda de violência política; Demirel é forçado pelo Exército a renunciar Turquia invade o norte de Chipre, após golpe militar apoiado pela Grécia EUA suspendem embargo comercial imposto após a invasão de Chipre Vitória de Turgut Özal nas eleições. Volta da democracia após três anos A Turquia reconhece a República Turca do Norte de Chipre A Turquia permite que EUA usem bases no país para atacar o Iraque mil soldados turcos entram no norte do Iraque, de maioria curda Tansu Çiller se torna a primeira mulher a ocupar a Chefia de Governo; Demirel assume a Presidência Ofensiva militar de 35 mil soldados turcos é lançada contra os curdos do norte do Iraque; A Turquia adere à união alfandegária da União Europeia Ahmet Necdet Sezer assume a Presidência no lugar de Suleyman Demirel; as mulheres são equiparadas aos homens do ponto de vista legal; aprovadas novas leis na área de direitos humanos, na tentativa da Turquia de ser aceita como membro da União Europeia O Conselho da União Europeia aprovou a abertura das negociações com a Turquia O Chanceler Abdullah Gül é eleito Presidente pelo Parlamento turco A Turquia é eleita como membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU; incursão de tropas turcas no Iraque, em busca de rebeldes separatistas turcos Início dos debates para alterações constitucionais; a Armênia suspende a ratificação dos acordos de paz com a Turquia Eleição do Primeiro-Ministro Tayyip Erdoğan; ritmo lento das negociações sobre a adesão turca na União Européia Erdoğan é eleito Presidente, após mudança constitucional que permite eleição direta para o cargo; Ahmet Davutoğlu, ex-chanceler, assume a Chefia de Governo 2015 Nas eleições legislativas de junho, o AKP não obtém a maioria dos assentos; novas eleições são convocadas para novembro e resultam em maioria parlamentar para o AKP CRONOLOGIA DAS RELAÇÕES BILATERAIS 1858 Assinatura do Tratado de Amizade e Comércio entre o Império do Brasil e o Império Otomano. Página 23 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

62 Criação de Consulados-Gerais no Rio de Janeiro e em São Paulo Tratado de Amizade e Comércio entre o Brasil e a República da Turquia Instalação de embaixadas no Rio de Janeiro e em Ankara Abertura de Consulado-Geral em Istambul Fechamento do Consulado-Geral em Istambul Reabertura do Consulado-Geral em Istambul Fechamento do Consulado-Geral em Istambul O primeiro-ministro Süleyman Demirel participa da Rio Visita ao Brasil do presidente Süleyman Demirel Visita ao Brasil do chanceler Ismail Cem. Visita à Turquia do Ministro do Exército, General Zenildo Lucena Visita ao Brasil do comandante da Aeronáutica da Turquia Visita ao Brasil do ministro da Defesa Nacional, Vecdi Gönül Visita à Turquia do Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim; visita ao Brasil do ministro da Economia Nacional, Kemal Unakitan; visita à Turquia do ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e do ministro da Defesa, José Viegas; realização da I Reunião de Cooperação Econômica, Comercial e Industrial (Brasília) Visita ao Brasil do Vice-Primeiro-Ministro e Chanceler Abdullah Gül; visita ao Brasil do ministro da Indústria e Comércio, Ali Çoskun; Petrobras vence licitação para a prospecção de petróleo e gás em dois blocos "offshore" no Mar Negro Visita do ministro das Relações Exteriores Celso Amorim a Istambul, para participar do II Fórum da Aliança de Civilizações; Visita à Turquia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva Reabertura do Consulado-Geral do Brasil em Istambul 2010 Visita à Turquia do Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim (janeiro); visita ao Brasil do chanceler Ahmet Davutoğlu (abril); 2011 Visita à Turquia do Ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota (setembro); visita da presidenta Dilma Rousseff à Turquia (outubro) Visita do Ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota a Istambul (fevereiro), visita do primeiro-ministro Erdoğan ao Rio de Janeiro (junho) Visita a Ankara do Ministro das Relações Exteriores Luiz Alberto Figueiredo para a posse do presidente Erdoğan 2015 Visita a Brasília do Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Çavusoglu, para a posse da presidente Dilma Rousseff Página 24 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

63 Página 25 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de

64 64 TÍTULO Acordo sobre Transferência de Pessoas Condenadas entre a República Federativa do Brasil e a República da Turquia Acordo sobre Auxílio Jurídico Mútuo em Matéria Penal entre a República Federativa do Brasil e a República da Turquia Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República da Turquia para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre a Renda Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República da Turquia sobre o Trabalho Remunerado de Dependentes de Membros de Missões Diplomáticas e Repartições Consulares Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República da Turquia Sobre Assistência Mútua Administrativa em Matéria Aduaneira Acordo sobre Cooperação em Assuntos Relacionados à Defesa Acordo sobre Isenção de Visto para Titulares de Passaportes Comuns. Acordo sobre Isenção de Vistos para Portadores de Passaportes Diplomáticos, de Serviço e Especiais. ATOS BILATERAIS DATA DE CELEBRAÇÃO 07/10/2011 ENTRADA EM VIGOR 07/10/ /07/2015 PUBLICAÇÃO D.O.U TRAMITAÇÃO NO CONGRESSO NACIONAL EM PROMULGAÇÃO 16/12/ /10/ /11/ /10/ /10/ /05/2010 EM PROMULGAÇÃO EM PROMULGAÇÃO 14/08/ /10/ /03/ /08/ /07/ /07/ /04/ /07/ /08/1995 Acordo sobre Cooperação no 10/04/ /11/ /12/1996 Página 26 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

65 65 Setor de Turismo. Acordo de Cooperação Cultural e Educacional. 10/04/ /04/ /03/1997 Acordo de Cooperação Comercial, Econômica e 10/04/ /03/ /03/1998 Industrial. Acordo sobre Transportes Aéreos. 21/09/ /03/ /04/1952 Acordo Comercial. 02/07/ /07/ /10/1933 Tratado de Amizade. 08/09/ /09/ /09/1928 Tratado de Amizade, Comércio e Navegação. 05/02/ /05/ /05/1858 Página 27 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

66 66 DADOS ECONÔMICO-COMERCIAIS Evolução do comércio exterior da Turquia Exportações US$ bilhões Importações Intercâmbio comercial Anos Valor Var. % em relação ao ano anterior Valor Var. % em relação ao ano anterior Valor Var. % em relação ao ano anterior Saldo comercial ,4% ,5% ,3% ,4% ,8% ,2% ,1% ,8% ,4% ,6% ,2% ,2% ,6% ,7% ,3% ,4% ,8% ,5% ,1% 237-1,8% 389 3,5% ,5% 252 6,4% 403 3,7% ,9% 242-3,7% 400-0,9% ,7% ,5% ,2% -63 Var. % ,3% -- 48,5% -- 56,0% -- n.c. Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados da UN/UNCTAD/ITC/TradeMap, March (n.c.) Dado não calculado, por razões específicas. -9,45% -13,06% -11,66% 500 Exportações Importações Intercâmbio comercial Saldo comercial Página 28 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

67 67 Direção das exportações da Turquia US$ bilhões Países Part.% no total Alemanha 13,43 9,3% Reino Unido 10,57 7,3% Iraque 8,56 5,9% Itália 6,89 4,8% Estados Unidos 6,40 4,4% França 5,85 4,1% Suíça 5,68 3,9% Espanha 4,75 3,3% Emirados Árabes Unidos 4,68 3,3% Irã 3,67 2,5%... Brasil (53ª posição) 0,46 0,3% Subtotal 70,92 49,3% Outros países 73,01 50,7% Total 143,94 100,0% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados da UN/UNCTAD/ITC/TradeMap, March principais destinos das exportações Alemanha 9,3% Reino Unido 7,3% Iraque 5,9% Itália 4,8% Estados Unidos 4,4% França 4,1% Suíça 3,9% Espanha Emirados Árabes Unidos 3,3% 3,3% Irã 2,5% Página 29 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

68 68 Origem das importações da Turquia US$ bilhões Países Part.% no total China 24,87 12,0% Alemanha 21,35 10,3% Rússia 20,40 9,8% Estados Unidos 11,13 5,4% Itália 10,64 5,1% França 7,58 3,7% Coreia do Sul 7,06 3,4% Irã 6,10 2,9% Índia 5,61 2,7% Espanha 5,59 2,7%... Brasil (25ª posição) 1,79 0,9% Subtotal 122,12 58,9% Outros países 85,08 41,1% Total 207,20 100,0% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados da UN/UNCTAD/ITC/TradeMap, March principais origens das importações China 12,0% Alemanha 10,3% Rússia 9,8% Estados Unidos 5,4% Itália 5,1% França 3,7% Coreia do Sul 3,4% Irã 2,9% Índia 2,7% Espanha 2,7% Página 30 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

69 69 Composição das exportações da Turquia US$ bilhões Grupos de Produtos Part.% no total Veículos 17,47 12,1% Máquinas mecânicas 12,34 8,6% Ouro e pedras preciosas 1,26 0,9% Vestuário de malha 8,94 6,2% Máquinas elétricas 8,29 5,8% Ferro e aço 6,56 4,6% Vestuário exceto de malha 5,92 4,1% Obras de ferro ou aço 5,47 3,8% Plásticos 5,37 3,7% Combustíveis 4,52 3,1% Subtotal 76,14 52,9% Outros 67,79 47,1% Total 143,94 100,0% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados da UN/UNCTAD/ITC/TradeMap, March principais grupos de produtos exportados Outros 47,1% Veículos 12,1% Máquinas mecânicas 8,6% Ouro e pedras preciosas 0,9% Vestuário de malha 6,2% Máquinas elétricas 5,8% Ferro e aço 4,6% Combustíveis 3,1% Plásticos 3,7% Obras de ferro ou aço 3,8% Vestuário exceto de malha 4,1% Página 31 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

70 70 Composição das importações da Turquia US$ bilhões Grupos de produtos Part.% no total Combustíveis 37,84 18,3% Máquinas mecânicas 25,55 12,3% Máquinas elétricas 17,64 8,5% Automóveis 17,54 8,5% Ferro e aço 14,78 7,1% Plásticos 12,27 5,9% Produtos químicos orgânicos 4,72 2,3% Instrumentos de precisão 4,62 2,2% Produtos farmacêuticos 4,30 2,1% Ouro e pedras preciosas 4,18 2,0% Subtotal 143,44 69,2% Outros 63,77 30,8% Total 207,20 100,0% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados da UN/UNCTAD/ITC/TradeMap, March principais grupos de produtos importados Outros 30,8% Combustíveis 18,3% Máquinas mecânicas 12,3% Ouro e pedras preciosas 2,0% Máquinas elétricas 8,5% Produtos farmacêuticos 2,1% Instrumentos de precisão 2,2% Produtos químicos orgânicos 2,3% Plásticos 5,9% Ferro e aço 7,1% Automóveis 8,5% Página 32 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

71 71 Evolução do intercâmbio comercial Brasil - Turquia US$ milhões Exportações Importações Intercâmbio Comercial Anos Valor Var.% Part. % no total do Brasil Valor Var.% Part. % no total do Brasil Valor Var.% Part. % no total do Brasil Saldo ,5% 0,43% ,5% 0,16% ,2% 0,32% ,5% 0,43% ,9% 0,17% ,7% 0,32% ,7% 0,41% ,1% 0,20% ,8% 0,35% ,3% 0,40% ,4% 0,31% ,5% 0,36% ,6% 0,51% ,3% 0,36% ,5% 0,44% ,2% 0,57% ,8% 0,41% ,6% 0,49% ,3% 0,50% 964 5,1% 0,43% ,7% 0,47% ,7% 0,40% ,8% 0,48% ,2% 0,44% ,7% 0,58% ,9% 0,39% ,2% 0,48% ,1% 0,70% ,8% 0,33% ,2% 0,52% (janeiro) ,4% 1,23% 27-57,9% 0,27% 166 1,2% 0,77% 111 Var. % ,3% ,3% ,5% -- n.c. Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do MDIC/SECEX/Aliceweb, Fevereiro de (n.c.) Dado não calculado, por razões específicas Exportações Importações Intercâmbio Comercial Saldo Página 33 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

72 72 Part. % do Brasil no comércio da Turquia US$ milhões Descrição Var. % 2011/2015 Exportações do Brasil para a Turquia (X1) ,5% Importações totais da Turquia (M1) ,0% Part. % (X1 / M1) 0,61% 0,51% 0,38% 0,54% 0,64% 6,3% Importações do Brasil originárias da Turquia (M2) ,2% Exportações totais da Turquia (X2) ,7% Part. % (M2 / X2) 0,68% 0,63% 0,75% 0,56% 0,39% -42,1% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do MDIC/SECEX/AliceWeb e UN/UNCTAD/ITC/TradeMap. As discrepâncias observadas nas estatísticos das exportações brasileiras e das importações da Turquia e vice-versa explicam-se pelo uso de fontes distintas e também por diferentes metodologias de cálculo. 0,80% 0,70% 0,60% 0,50% 0,40% 0,30% 0,20% 0,10% 0,00% Part. % (X1 / M1) Part. % (M2 / X2) Página 34 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

73 73 Exportações e importações brasileiras por fator agregado Comparativo 2015 com 2014 Exportações Brasileiras (1) Manufatur ados 21,7% 2014 Manufatur ados 30,8% 2015 Básicos 47,0% Semimanuf aturados 12,8% Básicos 65,5% Semimanuf aturados 22,2% Importações Brasileiras Básicos Básicos 14,3% 10,5% Semimanuf Semimanuf aturados aturados 0,5% 0,2% Manufatur ados 89,0% Manufatur ados 85,5% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do MDIC/SECEX/Aliceweb, Fevereiro de (1) Exclusive transações especiais. Página 35 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

74 74 Composição das exportações brasileiras para a Turquia US$ milhões Grupos de Produtos Valor Part.% no total Valor Part.% no total Valor Part.% no total Ferro e aço 45,0 4,7% 165,2 12,6% 333,7 25,0% Minérios 273,6 28,6% 273,2 20,9% 190,7 14,3% Algodão 45,1 4,7% 82,0 6,3% 145,1 10,9% Café, chá, mate e especiarias 82,9 8,7% 93,6 7,2% 119,0 8,9% Máquinas mecânicas 70,8 7,4% 55,3 4,2% 76,0 5,7% Tabaco e sucedâneos 63,5 6,6% 64,0 4,9% 75,1 5,6% Plásticos 23,2 2,4% 22,1 1,7% 56,2 4,2% Soja em grãos e sementes 68,0 7,1% 234,9 18,0% 50,3 3,8% Papel 7,9 0,8% 11,0 0,8% 32,6 2,4% Carnes 18,1 1,9% 27,7 2,1% 21,9 1,6% Subtotal 698,0 72,9% 1.029,0 78,6% 1.100,5 82,4% Outros produtos 259,4 27,1% 279,3 21,4% 235,1 17,6% Total 957,4 100,0% 1.308,4 100,0% 1.335,6 100,0% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do MDIC/SECEX/Aliceweb, Fevereiro de Principais grupos de produtos exportados pelo Brasil, 2015 Ferro e aço 25,0% Minérios 14,3% Algodão Café, chá, mate e especiarias 8,9% 10,9% Máquinas mecânicas Tabaco e sucedâneos 5,7% 5,6% Plásticos Soja em grãos e sementes 4,2% 3,8% Papel Carnes 1,6% 2,4% Página 36 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

75 75 Composição das importações brasileiras originárias da Turquia US$ milhões Grupos de Produtos Valor Part.% no total Valor Part.% no total Valor Part.% no total Ferro e aço 194,8 17,0% 213,8 24,2% 107,1 18,9% Automóveis 184,3 16,1% 128,9 14,6% 71,7 12,7% Máquinas mecânicas 78,4 6,8% 79,7 9,0% 57,2 10,1% Frutas 37,8 3,3% 52,8 6,0% 47,0 8,3% Máquinas elétricas 50,1 4,4% 38,7 4,4% 27,3 4,8% Fibras sintéticas/artificiais 80,0 7,0% 57,9 6,6% 24,1 4,3% Sal; enxofre; cal e cimento 35,6 3,1% 40,7 4,6% 23,9 4,2% Plásticos 17,1 1,5% 20,1 2,3% 18,5 3,3% Borracha 19,6 1,7% 36,2 4,1% 17,2 3,0% Tabaco e sucedâneos 20,8 1,8% 19,6 2,2% 17,1 3,0% Subtotal 718,5 62,8% 688,3 78,0% 410,9 72,5% Outros produtos 426,5 37,2% 194,1 22,0% 155,9 27,5% Total 1.144,9 100,0% 882,3 100,0% 566,8 100,0% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do MDIC/SECEX/Aliceweb, Fevereiro de Principais grupos de produtos importados pelo Brasil, 2015 Ferro e aço 18,9% Automóveis 12,7% Máquinas mecânicas 10,1% Frutas 8,3% Máquinas elétricas Fibras sintéticas/artificiais Sal; enxofre; cal e cimento Plásticos Borracha Tabaco e sucedâneos 4,8% 4,3% 4,2% 3,3% 3,0% 3,0% Página 37 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

76 76 Composição do intercâmbio comercial (dados parciais) US$ milhões Grupos de Produtos Part. % Part. % Principais grupos de produtos exportados pelo Brasil em 2016 (janeiro) no total (janeiro) no total Exportações Ferro e aço 19,59 19,9% 60,33 43,7% Ferro e aço 43,7% Algodão 7,11 7,2% 22,60 16,4% Minérios 22,39 22,8% 12,96 9,4% Café, chá, mate, especiarias 7,14 7,3% 9,06 6,6% Máquinas mecânicas 10,97 11,1% 6,66 4,8% Farelo de soja 0,03 0,0% 5,46 4,0% Tabaco e sucedâneos 5,52 5,6% 4,00 2,9% Bebidas 0,00 0,0% 2,98 2,2% Plásticos 3,64 3,7% 2,96 2,1% Papel 2,42 2,5% 1,59 1,2% Algodão Minérios Café, chá, mate, especiarias Máquinas mecânicas Farelo de soja Tabaco e sucedâneos Bebidas 9,4% 6,6% 4,8% 4,0% 2,9% 2,2% 16,4% Subtotal 78,81 80,1% 128,60 93,1% Outros produtos 19,55 19,9% 9,46 6,9% Total 98,36 100,0% 138,06 100,0% Plásticos Papel 2,1% 1,2% Grupos de Produtos Part. % Part. % Principais grupos de produtos importados pelo Brasil em 2016 (janeiro) no total (janeiro) no total Importações Frutas 3,67 5,6% 4,10 14,9% Frutas 14,9% Máquinas mecânicas 5,22 8,0% 3,30 12,0% Automóveis 6,26 9,6% 3,22 11,7% Máquinas elétricas 2,35 3,6% 1,85 6,7% Máquinas mecânicas Automóveis 12,0% 11,7% Vestuário exceto de malha 1,12 1,7% 1,73 6,3% Fibras sintéticas/artificiais 2,87 4,4% 1,37 5,0% Plásticos 2,30 3,5% 1,08 3,9% Borracha 2,47 3,8% 1,06 3,9% Máquinas elétricas Vestuário exceto de malha Fibras sintéticas/artificiais 5,0% 6,7% 6,3% Prods químicos inorgânicos 0,85 1,3% 1,05 3,8% Vestuário de malha 0,88 1,4% 1,03 3,8% Plásticos Borracha 3,9% 3,9% Subtotal 27,99 42,9% 19,79 72,0% Outros produtos 37,28 57,1% 7,69 28,0% Total 65,27 100,0% 27,48 100,0% Prods químicos inorgânicos Vestuário de malha 3,8% 3,8% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do MDIC/SECEX/Aliceweb, Fevereiro de Página 38 de 38 Parte integrante do Avulso da MSF nº 63 de 2016.

77 1ª PARTE - SABATINA 2

78 78 SENADO FEDERAL Senador Armando Monteiro RELATÓRIO Da COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL, sobre a Mensagem nº 76, de 2016 (Mensagem nº 432, de 28 de julho de 2016, na origem), do Presidente da República, que submete à apreciação do Senado Federal, de conformidade com o art. 52, inciso IV, da Constituição, e com o art. 39, combinado com o art. 41 da Lei nº , de 29 de dezembro de 2006, o nome do Senhor MARIO VILALVA, Ministro de Primeira Classe da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República Federal da Alemanha. RELATOR: Senador ARMANDO MONTEIRO De conformidade com o art. 52, inciso IV, da Constituição Federal, e com a Lei nº , de 29 de dezembro de 2006, vem à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, a Mensagem nº 76, de 2016, que submete à apreciação do Senado Federal a indicação do Senhor Mario Vilalva, Ministro de Primeira Classe da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República Federal da Alemanha. O Ministério das Relações Exteriores encaminhou, em atenção à determinação regimental, o currículo do referido diplomata, do qual extraímos as informações que seguem. Filho de Milton Castanheda Vilalva e Carolina Carmem Bardaro Vilalva, o indicado nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 28 de junho de Formou-se em Direito pela Universidade do Distrito Federal no ano de Em 1993, defendeu a tese A política externa da África do Sul: do isolamento à convivência. Reflexões sobre as relações com o Brasil, aprovada no âmbito do Curso de Altos Estudos do Instituto Rio Branco CAE.

79 79 2 SENADO FEDERAL Senador Armando Monteiro Em 1976, ingressou no Curso de Preparação à Carreira de Diplomata do Instituto Rio Branco. Foi nomeado Terceiro-Secretário no mesmo ano, e, subsequentemente, promovido a Segundo-Secretário em 1979; Primeiro-Secretário em 1984; Conselheiro em 1989; Ministro de Segunda Classe em 1994; e Ministro de Primeira Classe em 2001, sempre por merecimento. No exterior, atuou, entre outros, como: Conselheiro na Embaixada em Lisboa de 1991 a 1993; Cônsul-Geral no Consulado-Geral em Boston de 1996 a 1999; Embaixador em Santiago de 2006 a 2010; e, desde 2010, Embaixador em Lisboa. O indicado foi, ainda, Diretor-Geral do Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty de 2000 a Registre-se, por igual, que o indicado é detentor de inúmeras condecorações nacionais e estrangeiras. Além do currículo do indicado, o Itamaraty fez constar da Mensagem informações gerais sobre a República Federal da Alemanha. Do documento oferecido, recolhemos as informações seguintes. Com a segunda população do continente europeu, a Alemanha possui o quarto maior Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Trata-se da mais destacada economia da União Europeia e da mais relevante impulsionadora da zona do euro. O relacionamento bilateral é sólido há muito tempo. Reflexo dessa circunstância é constatável no superlativo número de atos internacionais a vincular Brasil e Alemanha. Para além dos fortes laços econômicocomerciais, ambos os países compartilham relevantes iniciativas nos campos da ciência, tecnologia e inovação, bem como nas áreas de educação, meio ambiente, energia e desenvolvimento urbano. Nesse sentido, os dois países elevaram suas relações ao nível de Parceria Estratégica em A Alemanha é o quarto parceiro comercial do Brasil atrás apenas de China, Estados Unidos da América e Argentina. O intercâmbio comercial bilateral em 2015 foi de US$ 15,5 bilhões (queda de 24% em relação a 2014). A balança é tradicionalmente desfavorável ao Brasil.

80 80 3 SENADO FEDERAL Senador Armando Monteiro As exportações de café, minérios, farelo de soja, máquinas mecânicas e ferro e aço somadas, representaram 63% do total exportado para a Alemanha. Do lado das importações, as compras de máquinas mecânicas, químicos orgânicos, farmacêuticos, automóveis, máquinas elétricas e instrumentos de precisão, somados, corresponderam a cerca de 71% do montante das importações. Registramos, também, que a comunidade de brasileiros residentes na Alemanha é estimada em pessoas. Esse contingente é atendido por significativa rede consular presente nas seguintes cidades: Frankfurt e Munique (consulados-gerais); Bremen, Hamburgo, Aachen, Dusseldorf, Heildelberg, Nuremberg e Stuttgard (consulados honorários); bem como do setor consular da Embaixada em Berlim. Diante da natureza da matéria ora apreciada, eram essas as considerações a serem feitas no âmbito do presente Relatório. Sala da Comissão,, Presidente, Relator 3

81 81 Relatório de gestão Embaixador Maria Luiza Ribeiro Viotti Embaixada do Brasil em Berlim, na Alemanha As relações Brasil Alemanha são tradicionalmente densas e sólidas. Expressam se em uma agenda positiva, ampla e mutuamente relevante. Os dois países se definem como parceiros estratégicos. 2. Há um forte conteúdo econômico e comercial no relacionamento bilateral. A Alemanha é o quarto maior parceiro comercial do Brasil e nosso maior parceiro na EU. O Brasil é o maior parceiro da Alemanha na América Latina. A Alemanha é, historicamente, um dos mais importantes investidores no Brasil. Mas a agenda bilateral é rica e variada, abrangendo também outros importantes temas, como a cooperação em meio ambiente, energias renováveis, educação, ciência e tecnologia, intercâmbio cultural, defesa, assuntos cibernéticos, governança internacional e diálogo sobre questões globais. 3. Nos últimos três anos, as relações Brasil Alemanha foram marcadas pelo empenho dos dois países em fortalecer e ampliar sua parceria. 4. Não obstante fatores de ordem conjuntural, no Brasil como na Alemanha, a convergência de objetivos e tendências de longo prazo impele ambos os países a buscarem ainda maior aproximação. Para o Brasil, trata se de aumentar a competitividade de sua economia, melhorar a qualificação de sua mão de obra e estimular a formação de recursos humanos em áreas indispensáveis à transição para uma economia avançada. Temos, assim, conferido especial ênfase aos aspectos de nossa cooperação ligados a investimentos, ciência e tecnologia e inovação. À Alemanha, por sua vez, interessa diversificar seus parceiros comerciais, multiplicar alternativas de investimento de longo prazo e ampliar sua presença em grandes mercados. A

82 82 parceria bilateral assume, assim, renovada complementariedade e valor estratégico. 5. O reconhecimento do caráter especial e estratégico das relações com o Brasil levou a Alemanha a propor o estabelecimento de mecanismo de consultas governamentais de alto nível e à realização da primeira edição de tais consultas em agosto de Trata se de mecanismo de caráter muito especial e exclusivo, que a Alemanha mantém com poucos países (além do Brasil, Espanha, França, Itália, Polônia e, fora da UE, China, Índia, Israel e Rússia). Consistem em encontros periódicos dos Chefes de Governo e seus respectivos Gabinetes para avaliar e intensificar todo o espectro do relacionamento bilateral, definir novas áreas de cooperação e desenvolver o diálogo sobre questões globais. 7. A Chanceler Angela Merkel foi ao Brasil acompanhada de sete Ministros e cinco Vice Ministros, ou seja, praticamente a totalidade de seu Gabinete. Além do encontro entre as Chefes de Governo, em Brasília, dezenove Ministros brasileiros receberam os Ministros e Vice Ministros alemães em reuniões bilaterais setoriais. As consultas se encerraram com reunião de que participaram todos os membros das duas delegações. Os resultados se refletiram no Comunicado Conjunto das Chefes de Governo, na Declaração Conjunta sobre Mudança do Clima e nos demais dezoito acordos e declarações firmados e adotados na ocasião. 8. O seguimento e a implementação das decisões tomadas nas Consultas de Alto Nível têm envolvido o diálogo frequente entre autoridades de ambos os lados, por meio de mecanismos de coordenação especializados nas áreas de ciência e tecnologia, energia, assuntos consulares e jurídicos e política cibernética. O lado alemão tem reiterado o interesse na realização da segunda edição das Consultas, em Berlim, no primeiro

83 83 semestre de 2017, de modo a não haver conflito com o período de eleições gerais, no segundo semestre. 9. O desejo de intensificar as iniciativas e projetos bilaterais não se restringe ao Governo federal, como noto nos diversos contatos que tenho mantido com representantes dos Governos estaduais, do Parlamento, do setor privado e da sociedade civil alemães. Percebo, em meus interlocutores locais, perspectiva de longo prazo em relação ao Brasil e a confiança de que o País superará suas dificuldades conjunturais e continuará a ser parceiro importante e estratégico para a Alemanha. 10. As áreas de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) e educação receberam destaque nas Consultas de Alto Nível. No campo da CT&I, foram assinados atos nas áreas de bioeconomia, pesquisa marinha, terras raras, mudança do clima e manufatura avançada.nos últimos três anos, foram criadas e aprofundadas iniciativas conjuntas em diversos segmentos na área de inovação. Cito, por exemplo, as tratativas com a Sociedade Fraunhofer para a estruturação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e dos laboratórios de inovação do SENAI, a parceria entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e o Ministério Federal da Economia e Energia (BMWi) para o financiamento de projetos conjuntos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e o lançamento de edital com esse propósito, bem como o acordo entre os Estados de Santa Catarina e de Berlim para promoção de pesquisa e inovação na área de tecnologias ópticas avançadas. 11. A cooperação em educação foi intensificada, nos últimos anos, por intermédio da participação ativa de instituições de ensino superior alemãs no programa Ciência sem Fronteiras (CsF). Desde 2011, cerca de estudantes e pesquisadores brasileiros participaram do programa. O Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) criou um setor dedicado a apoiar o CsF, e sua avaliação do programa tem sido a

84 84 melhor possível. Vale salientar que as universidades públicas alemãs são gratuitas, mesmo para alunos estrangeiros, o que faz com que o CsF na Alemanha tenha custos muito menores do que aqueles em outros países participantes do programa. De 2013 a 2015, a Embaixada organizou três simpósios com estudantes brasileiros do CsF na sua área de jurisdição dos quais também participaram professores alemães e funcionários do DAAD envolvidos no programa para tratar não só de aspectos acadêmicos e administrativos, mas também de questões ligadas à adaptação na Alemanha. No que concerne à educação dual, autoridades dos dois países têm procurado desenvolver iniciativas que promovam a adaptação do modelo alemão, considerado um dos melhores do mundo, às características e necessidades do sistema brasileiro de formação profissional e técnica. 12. Durante minha gestão, dinamizaram se as iniciativas no tocante à cooperação para o desenvolvimento, especialmente a atualização do marco da cooperação nas áreas de uso sustentável e conservação da floresta tropical, bem como de eficiência energética e energias renováveis, por ocasião das Negociações Governamentais sobre Cooperação Técnica e Financeira, realizadas paralelamente às Consultas Intergovernamentais de Alto Nível. 13. A Declaração Conjunta Brasil Alemanha sobre Mudança do Clima, adotada nas Consultas de Alto Nível, consubstanciou o fortalecimento da tradicional cooperação bilateral em temas ambientais. Lançada no contexto da preparação à 21ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada em Paris, em dezembro de 2015, demonstrou o empenho de ambos os países em contribuir para o êxito das negociações que resultaram no Acordo de Paris. Ao mesmo tempo, estabeleceu novos programas de cooperação e intensificou iniciativas existentes, com vistas ao combate ao desmatamento na Amazônia, à recuperação de áreas degradadas em todo o território brasileiro e ao apoio a investimentos em energias

85 85 renováveis e em programas de desenvolvimento urbano sustentável. Além da doação de EUR 100 milhões para o Fundo Amazônia, registra a disponibilização de recursos em valores elevados para empréstimos a juros reduzidos para apoiar projetos ambientais e na área de energias renováveis. 14. No tocante à cooperação em energia, registro os esforços mútuos para a promoção das fontes renováveis, particularmente a eólica. Recordo, nesse contexto, o acordo assinado, em 2014, pelo BNDES e pelo KfW, para mobilização de EUR 265 milhões para investimentos em usinas eólicas no Brasil, a serem construídas por empresas brasileiras. O acordo correspondeu à maior operação já empreendida pelo KfW no Brasil e constituiu claro sinal do fortalecimento da relação entre as duas instituições, que haviam, em 2009, contratado o primeiro financiamento para usinas eólicas. O aporte realizado pelo KfW tem permitido ao BNDES expandir, de forma significativa, as linhas de crédito disponíveis para parques eólicos no Brasil e cumpre, do ponto de vista alemão, a missão do KFW de atuar em prol do desenvolvimento sustentável em nível global. A cooperação exitosa entre as duas instituições também é promissora para o financiamento de usinas fotovoltaicas no Brasil tema em que pude verificar grande interesse de empresas alemãs com ampla experiência no mercado de geração fotovoltaica na Alemanha. A experiência bilateral no apoio à expansão da energia eólica no Brasil, inclusive por meio da instalação de fábricas de turbinas geradoras, confirma o grande potencial a ser explorado tanto para intensificação da cooperação bilateral quanto para a atração de investimentos. 15. As relações econômico comerciais seguiram robustas nos últimos três anos. O Encontro Econômico Brasil Alemanha (EEBA) e a Comissão Mista Brasil Alemanha de Cooperação Econômica são os principais foros para a coordenação da agenda econômica bilateral e têm contribuído para impulsionar as parcerias econômicas e empresariais entre os dois países. Por iniciativa do lado brasileiro, logrou se

86 86 implementar e, nas suas últimas três edições, contar com maior participação de pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras e alemãs no Encontro Econômico, por meio do Fórum de PMEs. Ressalto, ainda, no âmbito da Comissão Mista, do diálogo de inovação, importante iniciativa com o propósito de explorar possibilidades de parcerias na inovação aplicada a processos produtivos. 16. No terreno do comércio, a Alemanha permanece o quarto maior parceiro do Brasil, após a China, os EUA e a Argentina, bem como o principal parceiro do Brasil na UE. O comércio Brasil Alemanha, que se mantinha em patamar de US$ 6 a 7 bilhões até 2003, passou a US$ 24,5 bilhões, em Recentemente, o valor do comércio tem se reduzido, como resultado da desaceleração da economia brasileira e da redução dos preços de matérias primas. Em 2015, o comércio bilateral registrou o valor de US$ 15,5 bilhões, decréscimo de 24% frente a As exportações do Brasil para a Alemanha montaram a US$ 5,2 bilhões, diminuição de 22% em relação a As importações foram de US$ 10,4 bilhões, redução de 25% em comparação com o ano passado. 17. No campo dos investimentos, registro a inauguração, em junho de 2015, da primeira fábrica de ácido acrílico e superabsorventes da BASF na América do Sul, em Camaçari, na Bahia, bem como a instalação da primeira fábrica da BMW na América do Sul, em Araquari, Santa Catarina, concluída em Ante o quadro da economia brasileira, o setor empresarial alemão tem adotado atitude cautelosa quanto a novos investimentos, mas expressa confiança na recuperação econômica do Brasil e reafirma seu interesse em participar de programas de concessões de obras públicas. Exemplos recentes, nesse sentido, foram a participação exitosa da München Flughafen, em associação com o aeroporto de Zurique e a CCR, na licitação do aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, e de algumas empresas alemãs na construção e renovação de estádios para a Copa do Mundo de 2014.

87 Como se sabe, no âmbito europeu e da UE, em particular, a Alemanha concentra a realização das maiores e mais importantes feiras internacionais especializadas, com aproximadamente 240 grandes exposições por ano, de elevada expressão mundial. Nesse contexto, a Embaixada, que, tradicionalmente, presta apoio às associações e empresas brasileiras em diversos desses certames, esteve presente por meio da participação de funcionários técnicos e de ação administrativa e logística nos seguintes eventos, entre outros: Feira de Frutas e Alimentos Frescos FRUITLOGISTICA, Berlim (fevereiro); Feira de Alimentos Orgânicos BIOFACH, Nuremberg (fevereiro); Feira de tecnologias da Informação e Comunicação CeBIT, Hannover (março); Feira Industrial de Hannover (abril); Feira de Material Gráfico DRUPA, Düsseldorf (quadrienal, junho); Feira de Tecnologias de Transporte e Locomoção INNOTRANS, Berlim (bienal, setembro); AGRITECHNICA, Hannover (bienal, novembro); Feira Médico Hospitalar MEDICA, Düsseldorf (novembro). 19. A Embaixada apoiou e auxiliou na organização de diversas missões oficiais e empresariais à Alemanha, algumas com concomitante realização de seminários de promoção de negócios e investimentos na Chancelaria. Realço, em especial, as seguintes: Missão da FIEMG à CeBIT, em Hannover, e a Berlim (março de 2015); Missão governamental/empresarial de Santa Catarina (abril de 2015); Missão governamental/empresarial de Goiás (outubro de 2015); Missão Institucional do Governo de MG/INDI em Energias Renováveis (novembro de 2015). Com enfoque promocional específico, menciono, entre outros, o lançamento do vinho oficial da Copa do Mundo de 2014 "FACES" (abril de 2014) e evento de divulgação da aguardente brasileira de qualidade "Cachaça: o Brasil na Garrafa" (outubro de 2015). 20. Para além das Consultas de Alto Nível, o diálogo político Brasil Alemanha caracterizou se por maior fluidez e densidade. Institucionalizaram se as

88 88 consultas em nível de Ministro e de Vice Ministro de Relações Exteriores e realizaram se diversas visitas bilaterais de parte a parte. Ressalto, no âmbito das autoridades brasileiras, as visitas dos Ministros das Relações Exteriores Luiz Alberto Figueiredo Machado, em março de 2014, e Mauro Vieira, em fevereiro de 2016, no contexto da 52ª Conferência de Segurança de Munique; bem como da Ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, em 2014 e 2015; do Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Antônio Andrade, em 2014; do Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Mauro Borges, em 2014, no contexto do 32º EEBA; e do Ministro do Turismo Vinicius Lages, em As relações federativas e parlamentares também se destacaram por seu dinamismo nos últimos três anos. Menciono, a título de exemplos, as visitas a Berlim dos Governadores de Pernambuco e de Goiás, respectivamente, em 2013 e 2015, bem como as diversas visitas de Senadores e Deputados brasileiros à Alemanha. No campo das relações parlamentares, ressalto o interesse do Grupo Brasil Alemanha do Bundestag em intensificar as relações bilaterais, por meio da introdução de novas iniciativas de diálogo e projetos de cooperação. Seus membros têm sido interlocutores frequentes da Embaixada. 22. Durante os últimos três anos, pude constatar o grande interesse do público alemão na cultura brasileira, em suas diversas formas. A participação do Brasil como convidado de honra na Feira do Livro de Frankfurt (2013) aumentou o interesse alemão por obras de autores brasileiros, conferindo êxito às passagens por Berlim de escritores como Raimundo Carrero, Marina Colasanti, Daniel Galera e Bernardo Kucinski. A Embaixada localizada na região central de Berlim e beneficiada por deter amplo espaço para palestras e outras atividades culturais tem abrigado exposições de arte, concertos, palestras e leituras de obras da literatura brasileira. Tiveram destaque no ano de 2014 a "edição 2.0" da Copa da Cultura, festival de música organizado pela Casa das Culturas do Mundo ("Haus der

89 89 Kulturen der Welt" HKW) em parceria com o Posto, com transmissão gratuita dos jogos da Copa no auditório da HKW, com capacidade para cerca de 2 mil pessoas. Na ocasião, diversas bandas e artistas se apresentaram, entre os quais Ed Motta e Sergio Mendes. À Copa da Cultura 2.0 seguiu se o festival Wassermusik, também na Casa das Culturas do Mundo. Em 2014, o Brasil esteve representado por Ava Rocha e banda (por meio do apoio do MRE via Novas Vozes do Brasil), Lenine, Daniel Nogueira e Projeto Coisa Fina. Também foi exibido o filme "Deus é Brasileiro", de Cacá Diegues. Duas parcerias com escolas de música de Berlim renderam, para além do ensino regular de música brasileira, concertos de alunos ou professores na Embaixada desde O apoio à Jazz Radio, que transmite semanalmente o "Jazz Rio", programa de rádio mais premiado internacionalmente de Berlim, continua a garantir a promoção de música brasileira de qualidade. Receberam especial atenção as apresentações do pianista Nelson Freire, neste ano, e da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, em 2013, na prestigiosa Philarmonie. 23. A Agenda Cultural da Embaixada é produzida mensalmente, em português e alemão, e distribuída para quase 7 mil pessoas, sendo a principal fonte de divulgação de eventos afetos à cultura brasileira em Berlim e seu entorno. A Sociedade Brasil Alemanha (DBG) continua sendo o principal parceiro da Embaixada no que se refere à realização de eventos culturais. Em 2015, a DBG, em parceira com o Arquivo de Exilados da Biblioteca Nacional de Frankfurt, trouxe ao Espaço Cultural da Embaixada a exposição: ".olhando mais para frente do que para trás.", que trata do exílio de pessoas de língua alemã no Brasil entre e revela a rica contribuição daqueles imigrantes à sociedade brasileira. Outra parceria local rendeu o projeto multimodal "Brasilien Trifft Berlin", com leituras encenadas, apresentações musicais de música erudita e popular e palestras sobre cultura brasileira em geral. Por fim, o leitorado na Universidade de Heidelberg, instaurado em 2012 pela professora Claudia Feuro Heinze, possibilitou o ensino, à pesquisa e a

90 90 divulgação do português na referida universidade e a aplicação do exame CELPE Bras. 24. Referência especial deve ser feita às exibições de filmes brasileiros na Alemanha e às participações do Brasil na Berlinale. Em 2014, por exemplo, o filme "Praia do Futuro", do diretor Karim Aïnouz, participou da Mostra Competitiva do festival. No mesmo ano, "Hoje eu quero voltar sozinho", do diretor Daniel Ribeiro, foi premiado pela Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci) como o melhor filme da mostra "Panorama" e recebeu o "Teddy Awards" como o melhor filme de temática GLBT. Já em 2015, o filme "Que horas ela volta?", da diretora Anna Muylaert, recebeu o prêmio Panorama de melhor longa metragem de ficção. 25. No tocante a temas consulares, a Embaixada procurou aprimorar o atendimento ao público, com a instalação de sistema eletrônico de atendimento por senhas. Desde junho de 2013, foram realizados 18 consulados itinerantes (9 em Hamburgo, 4 em Hanôver, 2 em Bremen, 2 em Dresden e 1 em Magdeburgo. Objeto de frequentes elogios e altamente valorizada pela comunidade brasileira é a assistência jurídica prestada pelo Setor Consular da Embaixada, sobretudo à luz do elevado número de questões envolvendo famílias binacionais e disputas pela guarda de menores brasileiros. Cerca de 10 mil brasileiros se beneficiaram desse serviço entre 2013 e À assistência jurídica somou se, em janeiro de 2015, a assistência psicológica também oferecida pela Embaixada, que tem beneficiado em torno de 40 brasileiros por mês. Além de participar das reuniões e atividades do Conselho de Cidadãos de Berlim, de haver buscado relançar o Conselho de Hamburgo e promovido o associativismo em Dresden, a Embaixada buscou realizar eventos de interesse da comunidade brasileira, como a Tarde do Recém Chegado e palestras relativas ao Acordo bilateral de Previdência Social. Em junho de 2015, foi assinado, em Berlim, Ajuste Administrativo para Execução do Acordo de Previdência Social para a área de seguro obrigatório de acidentes.

91 91 Têm avançado as negociações para a conclusão dos Tratados de Extradição e de Transferência de Pessoas Condenadas e para a assinatura de acordo bilateral para aceitação recíproca das respectivas carteiras nacionais de habilitação. Ademais, registro a realização, em Brasília, em janeiro deste ano, a 1ª Reunião bilateral de Consultas Consulares, Migratórias e de Cooperação Jurídica, proposta por ocasião de visita do Senhor SGEB a Berlim, em 2014, e determinada durante a primeira edição das Consultas de Alto Nível. 26. Em momento de grande exposição do País por sediar a Copa do Mundo FIFA 2014 e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016, o Posto realizou intenso trabalho de divulgação e relacionamento com a imprensa e a opinião pública, não só para promover os referidos megaeventos esportivos, mas também para desfazer preconceitos e visões estereotipadas sobre o Brasil, que ainda permanecem em alguns setores da sociedade alemã.esse trabalho involveu também, de forma intensa as redes sociais. A conta do Posto no YouTube foi reativada e a conta da Embaixada no Facebook saltou de cerca de 2 mil inscritos em fins de maio de 2013 para no final de junho de Único país latino americano distinguido com Grupo Parlamentar bilateral específico no Bundestag, o Brasil tem sido objeto da atenção e do interesse da agremiação, cujos integrantes vêm realizando viagens anuais ao País, com vistas a conhecer melhor a realidade brasileira e a adensar as relações bilaterais no nível parlamentar. Desde que aqui cheguei, mantive encontros frequentes com os deputados do Grupo Parlamentar, tanto na Embaixada como no Parlamento alemão, nas quais foi me sempre expressado seu engajamento no desenvolvimento da cooperação entre os dois países e na busca de convergências que possam aproximá los ainda mais. Em junho passado, em almoço que lhes ofereci, membros do Grupo relataram viagem realizada ao Brasil no mês de abril, que compreendeu visita ao Amazonas, reuniões em Brasília e programação no Rio Grande do Sul. O amplo espectro do programa foi muito positivo, segundo ressaltaram, e

92 92 possibilitou lhes obter informações em primeira mão sobre a evolução da situação no País. Meus encontros com o Grupo Parlamentar constituíram, ao longo de minha gestão, excelentes oportunidades para a discussão aprofundada de temas de interesse mútuo, entre os quais os relativos ao quadro político e econômico do Brasil, à organização de grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo de 2014 ou as Olímpíadas e tópicos variados sobre projetos no âmbito da cooperação bilateral. 28. Meu período como Chefe do Posto coincidiu, em sua maior parte, com o terceiro mandato da Chanceler Angela Merkel, desde o final de 2013 à frente de Grande Coalizão entre, de um lado, a União Democrata Cristã e a União Social Cristã (CDU/CSU, centrodireita) e, de outro, o Partido Social Democrata (SPD, centro esquerda). A negociação da crise da dívida da Grécia, em 2015, concluiu ciclo de grande sintonia entre os principais partidos políticos e de alta popularidade da Chanceler Merkel. Com a irrupção da crise dos refugiados, no segundo semestre de 2015, ocorreram alterações importantes no equilíbrio político, com a ascensão de movimentos e partidos de extrema direita, particularmente o Alternativa para a Alemanha (AfD). A decisão da Chanceler de acolher refugiados sem estabelecer limites ao seu ingresso foi, inicialmente, recebida com entusiasmo. No entanto, ante a intensificação do afluxo de pessoas e as dificuldades que começaram a aflorar relativas à capacidade do país de acolher números tão significativos de entrantes, a política adotada por Merkel passou a ser criticada de forma contundente, mesmo por membros dos partidos da base de sustentação do Governo. A Coalizão tem procurado introduzir medidas de acolhimento e integração de migrantes, e a própria Chanceler se engajou na viabilização de acordo entre a União Europeia e a Turquia, com vistas a conter o afluxo de refugiados à Europa. Tem sido fonte de crescente preocupação o recrudescimento da violência política de extrema direita, com grande número de ataques contra refugiados (mais de em 2015). De todo modo, apesar de o

93 93 apoio ao Governo manter se em níveis relativamente baixos em comparação com a situação de meados de 2015 (cerca de 50%), à luz da crise migratória e de suas consequências, Merkel tem conseguido manter a unidade de seu partido e da Grande Coalizão, seguindo como principal liderança no cenário político alemão. 29. As próximas eleições gerais na Alemanha terão lugar no segundo semestre de Antes da crise dos refugiados, Angela Merkel era considerada imbatível. No presente cenário, seu nome permanece competitivo, mas já não há o mesmo sentimento de inevitabilidade de sua vitória, embora nomes alternativos em seu partido não tenham ganhado projeção. As pesquisas indicam, ainda, possível maior fragmentação do cenário político a partir de 2017, com até seis partidos representados no Bundestag. 30. Em que pese o surgimento de dificuldades no tocante à política interna nos últimos meses, no terreno econômico a Alemanha tem apresentado resultados cada vez mais positivos. A economia alemã vem passando, desde 2014, por período de crescimento estável e moderado do PIB (0,3% em 2013; 1,6% em 2014; e 1,7% em 2015). Para 2016, a expectativa é de incremento entre 1,6% 1,8%, ancorado, novamente, no consumo doméstico, novo motor da economia alemã, que teve sua maior alta em quinze anos. Prevê se, neste ano, elevação dos salários acima da inflação, com estimativa de aumento do consumo das famílias em 2%. Os bons níveis de atividade econômica têm permitido, ainda, a manutenção de taxas inéditas de emprego, sem se verificar, contudo, impacto significativo sobre o nível de preços. O bom desempenho econômico vem assegurando, ademais, maior crescimento das importações, embora se observem recordes históricos de superávits na balança comercial. No âmbito fiscal orçamentário, o Governo alemão tem seguido rígida política de austeridade, pouco criticada internamente e justificada como forma de reduzir a dívida pública total, assim como de conter os efeitos negativos, no médio prazo, do envelhecimento da

94 94 população e, no curto prazo, do grande afluxo de refugiados. Desde 2015, o equilíbrio orçamentário tornou se meta do Governo, sem previsão de acesso a novos endividamentos. A relação dívida pública/pib da Alemanha vem decrescendo desde 2012, podendo chegar a 70% ainda neste ano (75% do PIB em 2014; e 72%, em 2015). 31. Conforme tem apontado o Ministro Federal do Exterior, Frank Walter Steinmeier, a estabilidade no âmbito político interno aliada à crescente robustez na economia, em cenário de relativo enfraquecimento dos EUA e de outros países europeus, conduziram a Alemanha a posição de destaque no panorama internacional. Nesse contexto, as crises que se sucederam no continente europeu, nos últimos anos, obrigaram a política externa alemã a reavaliar suas prioridades e atuar além de suas zonas de conforto históricas. Da Alemanha foi esperada liderança e protagonismo no contexto da crise do euro, nas tratativas com a Rússia no tocante à anexação da Crimeia, no âmbito do recrudescimento do conflito na Ucrânia, bem como no contexto das respostas do continente à emergência e à ascensão do "Estado Islâmico", na Síria e no Iraque. As decisões internas no tratamento da crise de refugiados, a partir do segundo semestre de 2015, traçaram os contornos do debate europeu sobre o tema. Avalia se que, sem a insistência alemã em adotar políticas europeias para buscar reduzir o fluxo de refugiados, o acordo entre a UE e a Turquia para gestão da crise migratória não teria sido obtido e os países do continente teriam aprofundando medidas "ad hoc" de fechamento de fronteiras, com possíveis impactos sobre o Espaço Schengen e a livre movimentação de pessoas. 32. Acostumada a manter se à margem de alguns dos principais debates e iniciativas internacionais, a Alemanha tem buscado, hoje, conciliar seus princípios tradicionais de política externa e sua aversão a intervenções militares com a necessidade de maior engajamento internacional, por vezes ocupando posição de liderança. Ainda com cautela, mas de forma

95 95 visível, Berlim tem fornecido apoio às operações contra o "Estado Islâmico" no Oriente Médio, bem como intensificado sua participação em missões no Mediterrâneo e no Norte da África (Mali), ao mesmo tempo em que são discutidas, internamente, mudanças no papel de suas Forças Armadas. O foco de sua atuação tem permanecido firme, entretanto, no papel de "facilitadora" de negociações diplomáticas por exemplo, no tocante ao conflito na Síria e à crise na Ucrânia, bem como no que tange às conversações sobre o dossiê nuclear iraniano. 33. A vitória do Brexit no referendo britânico de 23 de junho último e o percebido fortalecimento eleitoral de forças políticas ultranacionalistas e eurocéticas em diversas partes do continente têm demandado ação e reflexão da Alemanha sobre o futuro do projeto europeu. O anterior consenso sobre a integração também vem diminuindo no plano interno. A negociação com o Reino Unido sobre sua saída do bloco, bem como a percebida necessidade de reformar a UE deverão ocupar o centro das atenções do Governo Merkel nos próximos meses, fazendo com que a política externa alemã venha a concentrar se no entorno regional imediato e na instabilidade das fronteiras externas do continente. Registre se que Berlim tem se consolidado como centro de gravidade do debate continental sobre as estratégias de negociação de Bruxelas com Londres, bem como sobre as reformas estruturais que a UE precisaria empreender para superar a crise atual e reduzir os elevados níveis de rejeição que enfrenta em meio à população do continente. 34. É importante ressaltar que, em seus aspectos principais, as posições da política externa da Alemanha aproximam se das do Brasil por exemplo, no concernente à preferência e ao empenho na utilização de meios pacíficos para a solução de conflitos, à necessidade de reforma das estruturas de governança global e à defesa de princípios e de regras internacionais nos campos de direitos humanos, direito à privacidade, entre outros, o que tem criado espaços crescentes para atuação conjunta.

96 96 MARIA LUIZA RIBEIRO VIOTTI, Embaixadora

97 97 SENADO FEDERAL MENSAGEM Nº 76, DE 2016 (nº 432/2016, na origem) Submete à apreciação do Senado Federal, de conformidade com o art. 52, inciso IV, da Constituição, e com o art. 39, combinado com o art. 41 da Lei nº , de 29 de dezembro de 2006, o nome do Senhor MARIO VILALVA, Ministro de Primeira Classe da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República Federal da Alemanha. AUTORIA: Presidente da República DESPACHO: À Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional Página 1 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de Página da matéria

98 98 Mensagem n o 432 Senhores Membros do Senado Federal, De conformidade com o art. 52, inciso IV, da Constituição, e com o art. 39, combinado com o art. 41 da Lei n o , de 29 de dezembro de 2006, submeto à apreciação de Vossas Excelências a escolha, que desejo fazer, do Senhor MARIO VILALVA, Ministro de Primeira Classe da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República Federal da Alemanha. Os méritos do Senhor Mario Vilalva que me induziram a escolhê-lo para o desempenho dessa elevada função constam da anexa informação do Ministério das Relações Exteriores. Brasília, 28 de julho de Página 2 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

99 99 EM nº 00211/2016 MRE Brasília, 12 de Julho de 2016 Excelentíssimo Senhor Vice-presidente da República, No Exercício do Cargo de Presidente da República, De acordo com o artigo 84, inciso XXV, da Constituição Federal, e com o disposto no artigo 39, combinado com o artigo 41, da Lei nº , de 29 de dezembro de 2006, submeto à apreciação de Vossa Excelência o nome de MARIO VILALVA, Ministro de Primeira Classe da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República Federal da Alemanha. 2. Encaminho, anexos, informações sobre o país e curriculum vitae de MARIO VILALVA para inclusão em Mensagem a ser apresentada ao Senado Federal para exame por parte de seus ilustres membros. Respeitosamente, Assinado eletronicamente por: José Serra Página 3 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

100 100 Aviso n o C. Civil. Em 28 de julho de A Sua Excelência o Senhor Senador VICENTINHO ALVES Primeiro Secretário do Senado Federal Assunto: Indicação de autoridade. Senhor Primeiro Secretário, Encaminho a essa Secretaria Mensagem com a qual o Excelentíssimo Senhor Vice-Presidente da República, no exercício do cargo de Presidente da República, submete à consideração dessa Casa o nome do Senhor MARIO VILALVA, Ministro de Primeira Classe da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República Federal da Alemanha. Atenciosamente, ELISEU PADILHA Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República Página 4 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

101 101 MINISTRO DE PRIMEIRA CLASSE MARIO VILALVA CPF.: ID.: 6387 MRE I N F O R M A Ç Ã O CURRICULUM VITAE 1953 Filho de Milton Castanheda Vilalva e Carolina Carmen Bardaro Vilalva, nasce em 28 de junho, no Rio de Janeiro/RJ Dados Acadêmicos: 1976 Bacharel em Direito pela Universidade do Distrito Federal 1981 CAD - IRBr 1993 CAE - IRBr, "A política externa da África do Sul: do isolamento à convência. Reflexões sobre as relações com o Brasil". Cargos: 1976 Terceiro-Secretário 1979 Segundo-Secretário 1984 Primeiro-Secretário, por merecimento 1989 Conselheiro, por merecimento 1994 Ministro de Segunda Classe, por merecimento 2001 Ministro de Primeira Classe, por merecimento Funções: 1976 Divisão da América Meridional-I, assistente Departamento das Américas, assessor Embaixada em Washington, Terceiro-Secretário e Segundo-Secretário Embaixada em Pretória, Segundo-Secretário e Primeiro-Secretário Embaixada em Roma, Primeiro-Secretário Departamento de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica, assessor Cerimonial da Presidência da República, adjunto Embaixada em Lisboa, Conselheiro Gabinete do Ministro de Estado, Coordenador, Introdutor Diplomático e Subchefe Consulado-Geral em Boston, Cônsul-Geral Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretário de Assuntos Internacionais e Secretário-Executivo da Comissão de Financiamento Externo Departamento de Promoção Comercial, Diretor-Geral Embaixada em Santiago, Embaixador Embaixada em Lisboa, Embaixador Condecorações: 1978 Ordem Francisco de Miranda, Venezuela, Cavaleiro 1995 Ordem Bernardo O'Higgins, Chile, Grande Oficial 1995 Ordem do Mérito Naval, Brasil, Comendador 1995 Ordem do Mérito da Itália, Grande Oficial 1995 Ordem do Mérito Aeronáutico, Brasil, Comendador 1995 Ordem do Mérito Nacional da Alemanha, Grande Oficial 1996 Ordem Nacional do Mérito da França, Comendador 2002 Ordem de Rio Branco, Brasil, Grã-Cruz 2002 Ordem do Mérito da Polônia, Oficial 2003 Ordem Manuel Amador Guerrero, Panamá, Grande Oficial 2003 Ordem do Mérito Civil da Espanha, Grã-Cruz 2003 Ordem do Infante Dom Henrique, Portugal, Grã-Cruz Página 5 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

102 Ordem Real do Mérito da Noruega, Grande Oficial 2003 Ordem do Cedro, Líbano, Comendador 2004 Ordem do Sol, Peru, Grã-Cruz 2004 Ordem de Maio, Argentina, Grã-Cruz 2006 Legión d'honneur, França, Oficial 2008 Ordem do Mérito da Defesa, Brasil, Grande Oficial 2009 Medalha do Pacificador, Brasil 2010 Ordem do Mérito do Chile, Grã-Cruz 2014 Ordem do Mérito Militar, Brasil, Grande Oficial PAULA ALVES DE SOUZA Diretor do Departamento do Serviço Exterior Página 6 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

103 103 DMINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Departamento da Europa Divisão da Europa I ALEMANHA INFORMAÇÃO OSTENSIVA Julho de 2016 Página 7 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

104 104 DADOS BÁSICOS NOME OFICIAL República Federal da Alemanha GENTÍLICO alemão CAPITAL Berlim ÁREA ,62 km² POPULAÇÃO 81,8 milhões IDIOMA OFICIAL Alemão PRINCIPAIS RELIGIÕES Catolicismo romano (29,5%); protestantismo (27,9%); islamismo (4,6-5,2%); outras (0,6%) SISTEMA DE GOVERNO República Parlamentarista PODER LEGISLATIVO Bicameral, composto pelo Parlamento (Bundestag) e Conselho Federal (Bundesrat) CHEFE DE ESTADO Presidente Federal Joachim Gauck (desde 18 de março de 2012) CHEFE DE GOVERNO Chanceler Federal Angela Merkel (desde 22 de novembro de 2005) MINISTRO DO EXTERIOR Frank-Walter Steinmeier (desde 17 de dezembro de 2013) PIB NOMINAL (2015) US$ 3.355,77 bilhões PIB PPP (2015) US$ 3.848,27 bilhões PIB per capita NOMINAL (2015) US$ ,08 PIB per capita PPP (2015) US$ ,87 VARIAÇÃO DO PIB 1,5% (2015); 1,6% (2014); 0,4% (2013); 0,6% (2012) IDH (2014) 0,916 (6ª posição entre 188 países) EXPECTATIVA DE VIDA 80,9 anos ÍNDICE DE ALFABETIZAÇÃO Informação não disponível TAXA DE DESEMPREGO 5,3% (PNUD) UNIDADE MONETÁRIA Euro EMBAIXADOR EM BRASÍLIA Dirk Brengelmann COMUNIDADE BRASILEIRA Há registro de brasileiros residentes na Alemanha INTERCÂMBIO BILATERAL BRASIL-ALEMANHA, em US$ milhões (fonte: MDIC) Brasil Alemanha Intercâmbio 7.329, , , , , , , ,5 Exportações 2.504, , , , , , , ,9 Importações 4.825, , , , , , , ,6 Saldo , , , , , , , ,7 Informação elaborada em 11 de julho de 2016, por Daniel Afonso da Silva. Revisada por Daniel Afonso da Silva. Página 8 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

105 105 APRESENTAÇÃO A República Federal da Alemanha é país localizado na Europa Central, banhado pelo Mar do Norte e pelo Mar Báltico. Faz fronteira com Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Luxemburgo, Países Baixos, Polônia, República Tcheca e Suíça. Seu território estende-se por mais de 357 mil quilômetros quadrados. A população é de aproximadamente 81,8 milhões de habitantes. A capital e maior cidade é Berlim. A língua oficial é o alemão. O processo de construção da identidade germânica remonta à expansão romana pelo centro da Europa, a partir do século I a.c., que finalmente estabeleceria as fronteiras romanas nos rios Reno e Danúbio. Durante as Idades Média e Moderna, os territórios atualmente pertencentes à Alemanha encontravam-se fragmentados em inúmeras unidades territoriais independentes (reinos, principados, cidades-estados). No século XIX, a resistência à invasão napoleônica catalisou nova fase do processo de formação de consciência nacional, que movimentos culturais associados ao Romantismo com fulcro na consolidação de língua comum se esforçariam por cultivar. Em 1871, o poder militar da Prússia (Estado que teve seu núcleo original nos territórios do antigo Eleitor de Brandemburgo), apoiado no nacionalismo alemão, logrou unificar o país, proclamando o Segundo Império Alemão (o primeiro tendo sido o Sacro-Império Romano-Germânico). A derrota na Primeira Grande Guerra levou à derrocada do Segundo Império e à inauguração da República de Weimar, que duraria até a ascensão dos nazistas, em Em 1945, novamente derrotada, a Alemanha padeceu a ocupação e a divisão de seu território entre as potências vencedoras. Em 1949, a integração das áreas de ocupação norte-americana, britânica e francesa fez surgir a República Federal da Alemanha (RFA). A zona de ocupação soviética, por sua vez, daria origem à República Democrática Alemã (RDA). A reunificação aconteceria somente em 1990, com a absorção da RDA pela RFA. Em 1957, ao lado de Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos, a RFA tornou-se membro fundador da Comunidade Econômica Europeia, embrião do que viria a ser a União Europeia. Página 9 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

106 106 PERFIS BIOGRÁFICOS JOACHIM GAUCK Presidente Federal da Alemanha Nasceu a 24 de janeiro de 1940 em Rostock, na Pomerânia. Estudou teologia, graduando-se em 1965, e tornou-se pastor luterano em Casou-se em 1959 com uma amiga de infância, Hansi, com quem teve quatro filhos. O casal separou-se em 1991, e, desde 2000, Gauck vive com a jornalista Daniela Schadt. Cresceu na República Democrática Alemã (RDA). Seu pai, ex-capitão de marinha e membro do Partido Nacional-Socialista, foi preso e deportado para campo de trabalhos forçados na Sibéria. Nos limites estritos da atuação da Igreja Luterana, Gauck atuou como dissidente do regime comunista. Com a Reunificação Alemã, em 1990, foi designado pelo então Chanceler Helmut Kohl para chefiar os trabalhos de abertura dos arquivos da Stasi, a polícia secreta da RDA. Exerceu a função até Desde 2003, preside a Associação contra o Esquecimento, devotada à divulgação das violações de direitos humanos cometidas pelo regime. Com a renúncia de Christian Wulff, em fevereiro de 2012, Gauck foi eleito, em 18 de março, por consenso entre democratas-cristãos, social-democratas, democratas livres (liberais) e verdes. Página 10 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

107 107 Angela Merkel Chanceler da República Federal da Alemanha Nasceu em Hamburgo, em Cursou Física na Universidade Karl-Marx (Leipzig). Doutora em Física pela Academia de Ciências de Berlim. Ingressou na política em 1989, aos 35 anos, após a queda do muro. Em 1990, foi designada pelo Chanceler Federal Helmut Kohl Ministra para Mulheres e Juventude. Assumiu o Ministério do Meio Ambiente em Em 1998, foi alçada à Secretaria-Geral da CDU. Em abril de 2000, chegou à Presidência de seu partido. Em novembro de 2005, Merkel tornou-se a primeira mulher a assumir a Chefia do Governo alemão, à frente de Grande Coalizão entre CDU/CSU e SPD. Em 2009, foi reconduzida ao cargo pela aliança CDU/CSU-FDP. A Chanceler Federal Angela Merkel foi reconfirmada no cargo, pela segunda vez, após vitória nas eleições de setembro de Seu partido, a União Democrata-Cristã, obteve 41,5% dos votos válidos e governa em coalizão com o Partido Social-Democrata. Página 11 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

108 108 RELAÇÕES BILATERAIS O relacionamento entre o Brasil e a Alemanha é, tradicionalmente, sólido e denso. Os laços intensos entre os dois países remontam ao início do século XIX, quando o Brasil recebeu milhares de imigrantes alemães, especialmente no sul do País. Hoje, cerca de 10% da população brasileira têm ascendência alemã. O relacionamento bilateral é marcado por ampla convergência de percepções, valores e interesses, o que tem permitido atuar conjuntamente em questões globais como o meio ambiente, os direitos humanos e a reforma das estruturas de governança, como o Conselho de Segurança da ONU. No terreno bilateral, para além da solidez dos laços econômico-comerciais, há importantes iniciativas nas áreas de ciência, tecnologia e inovação, educação, cooperação técnica, energia, meio ambiente e desenvolvimento urbano. O reconhecimento, por ambos os países, da natureza estratégica do relacionamento motivou sua elevação ao patamar de Parceria Estratégica, em A visita da Presidente Dilma Rousseff à Alemanha, em março de 2012, prestouse a relançar, em novos moldes, a Parceria Estratégica estabelecida em A visita marcada pela participação brasileira na CeBIT (Centro de Automação, Tecnologia da Informação e Telecomunicações), que teve o Brasil como país-tema demonstrou o interesse brasileiro em tornar temas como inovação, educação e pequenas e médias empresas prioridades da cooperação bilateral. O Brasil reconhece na Alemanha parceiro fundamental para garantir novo salto de competitividade, ancorado na capacitação tecnológica e na inovação. Em janeiro de 2013, em encontro que mantiveram à margem da 1ª Cúpula CELAC-UE, a Presidente Dilma Rousseff e a Chanceler Angela Merkel decidiram estabelecer mecanismo de consultas bilaterais de alto nível. Trata-se de instrumento de caráter muito especial e exclusivo que a Alemanha mantém com poucos países e que consiste em encontro periódico dos Chefes de Governo, acompanhados dos membros de seus respectivos Gabinetes. Além dos principais parceiros europeus, a Alemanha estendeu esse mecanismo de consultas, recentemente, a Rússia, China, Índia e Brasil. Além de permitir a avaliação e a promoção da parceria em áreas tradicionais do relacionamento como comércio e investimentos, ciência e tecnologia, educação, energia e meio ambiente, o mecanismo objetiva identificar novas áreas e projetos para cooperação e desenvolver o diálogo sobre temas globais. Página 12 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

109 109 A realização da primeira edição das Consultas Intergovernamentais de Alto Nível Brasil-Alemanha, em 19 e 20 de agosto de 2015, evidenciou o caráter estratégico que os dois países atribuem a suas relações e o empenho em fazer avançar a parceria bilateral em diversas áreas. A Chanceler Merkel viajou ao Brasil acompanhada de sete Ministros e cinco Vice-Ministros. Além de reuniões conjuntas, houve encontros em separado entre os Ministros alemães e seus homólogos brasileiros. Foram obtidos resultados concretos que se refletiram no Comunicado Conjunto das Chefes de Governo, na Declaração Conjunta sobre Mudança do Clima e nos demais dezoito acordos e declarações firmados e adotados na ocasião. O seguimento e a implementação das decisões tomadas nas Consultas de Alto Nível têm envolvido o diálogo frequente entre autoridades de ambos os lados, por meio de mecanismos de coordenação especializados nas áreas de ciência e tecnologia, energia, assuntos consulares e jurídicos e política cibernética. A cooperação em ciência, tecnologia e inovação (CT&I), por exemplo, recebeu destaque como um dos principais vetores da relação bilateral nas reuniões das Consultas de Alto Nível. Na ocasião, foram assinados atos nas áreas de bioeconomia, pesquisa marinha, terras raras, mudança do clima e inovação aplicada aos processos produtivos. À luz das experiências bem sucedidas da Alemanha no setor de inovação, há grande potencial ainda a ser explorado nessa matéria, por meio de parcerias entre empresas e institutos de pesquisa e ensino dos dois países. Exemplos de êxito no tocante a iniciativas de cooperação em CT&I implementadas nos últimos anos são: o envolvimento da Sociedade Fraunhofer na estruturação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e dos Sistemas Senai de Inovação; a parceria entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e o Ministério Federal da Economia e Energia (BMWi) para o financiamento de projetos conjuntos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e o lançamento de edital com esse propósito; e o acordo entre os Estados de Santa Catarina e de Berlim para promoção de pesquisa e inovação na área de tecnologias ópticas avançadas. O estabelecimento do programa Ciência sem Fronteiras, por sua vez, elevou a cooperação educacional entre o Brasil e a Alemanha a novo patamar, com a ida de mais de estudantes e pesquisadores brasileiros a instituições de ensino superior alemãs, nos últimos quatro anos. A cooperação Brasil-Alemanha em matéria de meio ambiente é antiga. São tradicionais as iniciativas de cooperação no âmbito do combate ao desmatamento, por exemplo. Mais recentemente, a implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), programa financiado, em parte, pela instituição alemã de fomento ao desenvolvimento KfW, oferece eloquente exemplo dos benefícios resultantes dessa cooperação. Página 13 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

110 110 A Declaração Conjunta Brasil-Alemanha sobre Mudança do Clima, adotada por ocasião das Consultas, consubstanciou o fortalecimento da cooperação bilateral em temas ambientais. Lançada no contexto da preparação à 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada em Paris, em dezembro de 2015, a Declaração Conjunta demonstrou o empenho de ambos os países em contribuir para o êxito das negociações que resultaram no Acordo de Paris. Ao mesmo tempo, a Declaração estabeleceu novos programas de cooperação e intensificou iniciativas existentes, com vistas ao combate ao desmatamento na Amazônia, à recuperação de áreas degradadas em todo o território brasileiro e ao apoio a investimentos em energias renováveis e em programas de desenvolvimento urbano sustentável. A Alemanha anunciou aporte de recursos de até EUR 582,4 milhões, entre doações e linhas de créditos a juros reduzidos, incluindo EUR 100 milhões doados pelo Governo alemão ao Fundo Amazônia. Além do volume de recursos envolvidos, destaca-se a qualidade e a diversidade de iniciativas contempladas, que deverão permitir ao Brasil completar e aprimorar o CAR e o Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA). A experiência da cooperação Brasil-Alemanha em meio ambiente constitui referência global e guarda, nesse sentido, potencial para replicação a iniciativas de cooperação trilateral, principalmente em países em desenvolvimento com florestas tropicais. No tocante à cooperação em energia, destacam-se o compromisso mútuo com a promoção das fontes renováveis, bem como a complementariedade a ser explorada para promoção de investimentos no Brasil a partir da experiência alemã com usinas eólicas e fotovoltaicas. À guisa de exemplo, registra-se o acordo assinado, em 2014, pelo BNDES e o KfW, para mobilização de EUR 265 milhões para investimentos em usinas eólicas no Brasil. No contexto das Consultas de Alto Nível, cabe destacar a decisão de relançar o Diálogo Bilateral em Energia, com a criação de foro empresarial específico e a elevação do nível político do diálogo ao de Vice-Ministros. Estão em andamento discussões com vistas à realização da próxima reunião do Diálogo Bilateral, já em seu novo formato, concomitantemente à próxima edição do Encontro Econômico Brasil-Alemanha. As relações econômico-comerciais entre o Brasil e a Alemanha são, tradicionalmente, robustas. Nas primeiras décadas do século XX, o mercado brasileiro mostrou-se de fundamental importância para a indústria alemã. Capitais alemães ajudaram a financiar o primeiro surto industrial brasileiro e, nas décadas de 60 e 70, a criação do moderno parque industrial do Brasil coincidiu com o início do processo de internacionalização das empresas alemãs. As cerca de empresas alemãs hoje no Brasil respondem por quase 10% do PIB industrial brasileiro. Somente no Estado de Página 14 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

111 111 São Paulo, estão instaladas mais de 800 empresas alemãs que geram mais de 250 mil empregos diretos, tendo-se tornado costumeiro dizer que a cidade de São Paulo é a maior cidade industrial alemã fora da Alemanha. Os mecanismos de diálogo econômico entre o Brasil e a Alemanha - a saber, o Encontro Econômico Brasil- Alemanha e a Comissão Mista de Cooperação Econômica - estão em vigor há mais de três décadas. Em 2015, tiveram lugar, em Joinville, Santa Catarina, a 33a edição do Encontro Econômico e a 42a edição da Comissão Mista, com a participação do Secretário-Geral das Relações Exteriores e centenas de empresários e outros representantes dos Governos brasileiro e alemão. Na ocasião, ocorreram novas edições do Fórum de Pequenas e Médias Empresas (PMEs), criado há cinco anos, com vistas a dinamizar o diálogo entre as PMEs dos dois países, especialmente as de alto conteúdo tecnológico, bem como do Fórum de Inovação, iniciativa recente com o propósito de explorar possibilidades de parceria na inovação aplicada a processos produtivos. As edições de 2016 do Encontro Econômico e da Comista terão lugar nas cidades de Erfurt e Weimar, na Turíngia, em 17 e 18 de outubro. A Alemanha é dos maiores investidores no Brasil. De acordo com estatísticas do Banco Central, o estoque de investimentos da Alemanha no Brasil foi de US$ milhões em 2014 (última estatística disponível). No que tange à presença de empresas brasileiras na Alemanha, o investimento brasileiro acumulou estoque de US$ 208 milhões em 2014 (última estatística disponível). No campo dos investimentos das grandes empresas alemãs com presença tradicional no Brasil, registra-se a inauguração, em junho de 2015, da primeira fábrica de ácido acrílico e superabsorventes da BASF na América do Sul, em Camaçari, na Bahia. Com investimento superior a US$ 550 milhões, foi o maior aporte da BASF na América do Sul. Em dezembro de 2013, a BMW iniciou a construção da sua primeira fábrica na América do Sul, localizada em Araquari, norte de Santa Catarina. O investimento total foi superior a US$ 220 milhões, com capacidade de produção anual de 30 mil unidades de modelos variados. A criação prevista de empregos é de postos de trabalho. Em outubro de 2014, foi montado o primeiro automóvel e, em outubro de 2015, foi ultimado o restante das obras da nova fábrica. A Mercedes Benz anunciou, em agosto de 2013, plano de construção de nova montadora de automóveis em Iracemápolis, interior de São Paulo. A filial brasileira deverá produzir os modelos da classe C, e o SUV compacto GLA, a partir de 2016, com investimento de cerca de US$ 180 milhões e previsão de geração de empregos diretos quando totalmente operacional. Ademais, a empresa anunciou, em outubro de 2013, investimentos de R$ 1 bilhão em pesquisa e modernização nas fábricas de caminhões e ônibus no Brasil, em 2014 e Página 15 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

112 112 A Volkswagen, de sua parte, iniciou a venda do modelo Golf nacional em setembro de 2015, com investimento em torno de R$ 520 milhões. A empresa anunciou, ainda, em junho de 2015, investimento de R$ 460 milhões na fábrica de motores de São Carlos, São Paulo, a ser integralizado até 2018, para iniciar a produção no País de propulsores com tecnologia TSI, que, segundo a montadora, melhoraria o desempenho do motor com menor consumo de combustível. Os investimentos planejados pela VW do Brasil para o período de 2012 a 2018 somam R$ 10 bilhões. Ante o quadro da economia brasileira, o setor empresarial alemão tem adotado atitude cautelosa quanto a novos investimentos, mas expressa confiança na recuperação econômica do Brasil e reafirma seu interesse em participar de programas de concessões de obras públicas. Exemplos recentes, nesse sentido, foram a participação exitosa da München Flughafen, em associação com o aeroporto de Zurique e a CCR, na licitação do aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, e de algumas empresas alemãs na construção e renovação de estádios para a Copa do Mundo de A Alemanha é o quarto maior parceiro comercial do Brasil, após a China, os EUA e a Argentina. É, também, o maior parceiro comercial do Brasil na UE. O comércio Brasil-Alemanha, que se mantinha em patamar de US$ 6 a 7 bilhões até 2003, passou a US$ 24,5 bilhões, em Recentemente, o valor do comércio temse reduzido, como resultado da desaceleração da economia brasileira e da redução dos preços de matérias-primas. Em 2015, o comércio bilateral registrou o valor de US$ 15,5 bilhões, decréscimo de 24% frente a A balança comercial entre os dois países é tradicionalmente desfavorável ao Brasil (desde 1992, o País registra elevados déficits comerciais com a Alemanha) e caracterizada, grosso modo, por exportações brasileiras de produtos básicos e de importações de bens industrializados. Nota-se, no entanto, na pauta de exportações brasileiras, também a presença de bens de alto valor agregado, como aeronaves, máquinas industriais e equipamentos. Em 2015, as exportações do Brasil para a Alemanha montaram a US$ 5,2 bilhões, diminuição de 22% frente a As importações foram de US$ 10,4 bilhões, redução de 25% em comparação com o ano de No período de janeiro a maio de 2016, o comércio bilateral entre o Brasil e a Alemanha foi de US$ 5,7 bilhões, o que representou recuo percentual de 18% nas trocas bilaterais. As exportações foram de US$ 2 bilhões, redução de 17% em comparação com o mesmo período de As importações do Brasil montaram a US$ 3,70 bilhões, redução de 19% frente ao mesmo período de Página 16 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

113 113 A Alemanha tem apoiado o prosseguimento das negociações para acordo de livre comércio entre o Brasil e a UE e contribuiu para fazer avançarem os entendimentos que permitiram a realização da troca de ofertas em maio ultimo. Assuntos Consulares Estima-se em pessoas a comunidade brasileira na Alemanha. Há 43 brasileiros presos, cumprindo pena ou aguardando julgamento. Além do setor consular da Embaixada em Berlim, os cidadãos brasileiros contam com Consulados- Gerais em Frankfurt e Munique. Há consulados honorários em Bremen, Hamburgo, Hannover, Aachen, Düsseldorf, Heidelberg, Nuremberg e Stuttgart. As demandas são diversas, mas concentram-se em serviços consulares (melhoria do atendimento, diminuição dos emolumentos consulares e mudanças nos meios de pagamento disponíveis), em questões trabalhistas e previdenciárias, especialmente na execução do Acordo Previdenciário Brasil-Alemanha e no enfrentamento do tráfico de pessoas e da violência doméstica, principalmente contra a mulher. Empréstimos e Financiamentos Oficiais Não há registro de empréstimos ou financiamentos oficiais para a Alemanha. POLÍTICA INTERNA A Alemanha é uma República Federativa, com sistema de governo parlamentarista. O Poder Executivo é encabeçado pelo Chanceler Federal (Bundeskanzler), Chefe do Governo. O Presidente Federal (Bundespräsident) exerce a função de Chefe do Estado. O Poder Legislativo federal compõe-se de duas casas: a Câmara Baixa (Bundestag) e a Câmara Alta (Bundesrat). O Poder Judiciário tem como instância máxima o Tribunal Constitucional Federal (Bundesverfassungsgericht). Como Chefe do Estado, o Presidente Federal detém algumas atribuições executivas, mas seu papel é basicamente protocolar. A Lei Fundamental (Grundgesetz) garante-lhe, por exemplo, a competência de assinar acordos e tratados internacionais, mas a formulação e a execução da política externa cabem ao Governo, Página 17 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

114 114 chefiado pelo Chanceler Federal. O atual Presidente é Joachim Gauck, sem filiação partidária, no cargo desde O Presidente é eleito de forma indireta, pela Assembleia Federal (Bundesversammlung), que se reúne exclusivamente para esse fim. Metade da Assembleia é formada pelos parlamentares do Bundestag e a outra metade, por delegados escolhidos pelas Assembleias Legislativas dos 16 Estados (Länder). O mandato presidencial é de cinco anos, sendo permitida uma única reeleição. Está prevista a realização de eleições presidenciais em fevereiro de 2017, após o anúncio, em junho corrente, de que o atual Presidente não concorrerá à reeleição. No sistema parlamentarista alemão, o Poder Executivo convive diretamente com o Legislativo, pois o Chanceler Federal e seus Ministros são, em geral, parlamentares e frequentam as sessões plenárias do Bundestag. Desde a fundação da República Federal da Alemanha, em 1949, o Governo Federal sempre foi composto por coalizões, em razão da dificuldade de um único partido obter maioria absoluta no Parlamento. O costume tem sido a agremiação política de maior bancada buscar parceiro(s) para formar maioria, eleger o Chanceler Federal e compor o Gabinete de Governo. As eleições gerais para o Bundestag, diretas, têm lugar de quatro em quatro anos. Após expressiva votação de seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU, centro-direita), nas últimas eleições parlamentares, em setembro de 2013, Angela Merkel foi reconduzida ao cargo de Chanceler, que ocupa pela terceira vez consecutiva. A CDU e seu partido-irmão na Baviera, a União Social-Cristã (CSU), firmaram acordo com o Partido Social-Democrata (SPD, centro-esquerda) para a formação de novo Governo (a chamada "Grande Coalizão", por controlar cerca de 80% dos assentos no Parlamento). O Presidente do SPD e Vice-Chanceler da Alemanha, Sigmar Gabriel, assumiu a pasta de Economia e Energia. A composição atual do Bundestag, com 630 deputados, é a seguinte: 310 parlamentares da CDU/CSU; 193 do SPD; 64 do Die Linke (esquerda); 63 da Aliança 90/Verdes (esquerda). A negociação da crise da dívida da Grécia, em 2015, concluiu ciclo de grande sintonia entre os principais partidos políticos e alta popularidade da Chanceler Merkel. Com a irrupção da crise dos refugiados, no segundo semestre de 2015, ocorreram alterações importantes no equilíbrio político, tendo sido conferida força inesperada a movimentos e partidos de extrema direita, particularmente o Alternativa para a Alemanha (AfD), que adotou, recentemente, discurso anti-imigração. A decisão da Chanceler de acolher refugiados sem estabelecer limites ao seu ingresso foi, inicialmente, recebida com entusiasmo. No entanto, ante a intensificação do afluxo de pessoas e as dificuldades que começaram a aflorar relativas à capacidade do país de Página 18 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

115 115 acolher números tão significativos de entrantes, a política adotada por Merkel passou a ser criticada de forma mais ou menos contundente, mesmo por membros relevantes dos partidos da base de sustentação do Governo. A Coalizão tem procurado introduzir medidas de acolhimento e integração de migrantes e a própria Chanceler engajou-se na viabilização de acordo entre a União Europeia e a Turquia. Tem sido fonte de crescente preocupação o recrudescimento da violência política de extrema direita, com grande número de ataques contra refugiados (mais de em 2015). As agressões sexuais contra mulheres em Colônia, durante o Réveillon, praticadas alegadamente por homens de aparência norte-africana e árabe, contribuíram também para acirrar o debate em torno da questão dos refugiados. De todo modo, apesar de o apoio ao Governo manter-se em níveis relativamente baixos em comparação com a situação de meados de 2015 (cerca de 50%), Merkel tem conseguido manter o controle sobre seu partido e continua a ser o único nome capaz de manter unida a Grande Coalizão. As próximas eleições gerais na Alemanha terão lugar no segundo semestre de Antes da crise dos refugiados, Angela Merkel era considerada imbatível. No presente cenário, seu nome permanece competitivo, mas já não há o mesmo sentimento de inevitabilidade de sua vitória, embora nomes alternativos em seu partido não tenham ganhado projeção. As pesquisas indicam, ainda, possível maior fragmentação do cenário político a partir de 2017, com até seis partidos representados no Bundestag (além dos quatro atuais, AFD poderia conseguir assentos e o FDP liberais retornaria ao Parlamento, depois de permanecer fora durante uma legislatura). Poder Legislativo O Legislativo da República Federal da Alemanha é bicameral. O Parlamento (Bundestag) é composto, na atual legislatura, por 630 deputados eleitos para mandato de quatro anos (o sistema eleitoral é o distrital misto). O Conselho Federal (Bundesrat) é composto por representantes dos 16 estados da Federação. Cada estado tem seu parlamento, que elege o governador (Ministerpräsident). Poder Judiciário Na Alemanha, o órgão supremo do poder judiciário é a Corte Constitucional Federal (Bundesverfassungsgericht), sediada em Karlruhe (enquanto os outros poderes têm suas sedes em Berlim). Os estados contam com cortes constitucionais estaduais, uma para cada um dos 16 estados. Página 19 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

116 116 POLÍTICA EXTERNA Ao iniciar sua gestão, em dezembro de 2013, o Ministro Federal do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, indicou a necessidade de revitalização das "coordenadas básicas" da política externa alemã: i) redefinição da política para a Europa e aprofundamento do projeto comunitário de integração; ii) reestruturação das relações transatlânticas; iii) política externa mais ativa e mais engajada na promoção da paz e da ordem mundial, no âmbito das Nações Unidas e das organizações internacionais. O Ministro alemão também sinalizou a necessidade de relançamento da política europeia para o Leste, com foco no estabelecimento de relação mais cooperativa com Moscou. As crises que se sucederam no continente europeu, nos últimos anos, obrigaram a política externa alemã a reavaliar suas prioridades e atuar além de suas zonas de conforto históricas. Da Alemanha, esperaram-se liderança e protagonismo no contexto da crise na Crimeia, no âmbito do recrudescimento do conflito na Ucrânia, bem como no contexto das respostas do continente à ascensão do "Estado Islâmico", na Síria e no Iraque. As decisões internas do país no tratamento da crise de refugiados, a partir do segundo semestre de 2015, traçaram os contornos do debate europeu sobre o tema. Avalia-se que, sem a insistência alemã em adotar políticas europeias para buscar reduzir o fluxo de refugiados, o acordo entre a UE e a Turquia para gestão da crise migratória não teria sido obtido e os países do continente teriam aprofundado medidas "ad hoc" de fechamento de fronteiras, com possíveis impactos sobre o Espaço Schengen e a livre movimentação de pessoas. A difícil realidade do entorno regional tem corroborado avaliação de Steinmeier de que a Europa e, particularmente, a Alemanha - não teria opção de adotar estratégia de inação, uma vez que os desequilíbrios têm provocado consequências domésticas diretas, na forma de ameaças à segurança (terrorismo), riscos econômicos (acesso a recursos energéticos e efeitos de sanções no comércio com a Rússia) e desafios político-sociais (acolhimento e integração de crescente contingente de refugiados e migrantes). Acostumada a manter-se à margem de alguns dos principais debates e iniciativas internacionais, a Alemanha tem buscado hoje conciliar seus princípios tradicionais de política externa e sua aversão a intervenções militares com a necessidade de maior engajamento internacional, por vezes ocupando posição de liderança. Ainda com cautela, mas de forma visível, Berlim tem fornecido apoio às operações contra o "Estado Islâmico" no Oriente Médio, bem como intensificado sua participação em missões no Mediterrâneo e no Norte da África (Mali), ao mesmo tempo em que são discutidas internamente mudanças no papel de suas Forças Página 20 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

117 117 Armadas. O foco de sua atuação tem permanecido firme, entretanto, na função de "facilitadora" de negociações diplomáticas por exemplo, no tocante ao conflito na Síria e à crise na Ucrânia, bem como no que tange às conversações sobre o dossiê nuclear iraniano. A anexação da Crimeia, a crise política na Ucrânia e o respaldo do Kremlin a rebeldes separatistas no leste do país conduziram as relações teuto-russas a seu patamar mais crítico desde o término da Guerra Fria. A Alemanha, secundada pela França, logrou, por meio dos acordos Minsk II, em fevereiro de 2015, a obtenção de cessar-fogo. Berlim continua a defender a manutenção das sanções europeias contra a Rússia, apesar de críticas de parte de sua comunidade empresarial e de divergências no âmbito da Grande Coalizão governista (lideranças do SPD advogam a retirada das sanções, ainda que de forma gradual e vinculada à implementação dos acordos). A vitória do Brexit no referendo britânico de 23 de junho corrente e o percebido fortalecimento eleitoral de forças políticas ultranacionalistas e eurocéticas em diversas partes do continente têm demandado ação e reflexão da Alemanha sobre o futuro do projeto europeu. O anterior consenso sobre a integração também vem diminuindo no plano interno. A negociação com o Reino Unido sobre sua saída do bloco, bem como a percebida necessidade de reformar a UE deverão ocupar o centro das atenções do Governo Merkel nos próximos meses, fazendo com que a política externa alemã venha a concentrar-se no entorno regional imediato e na instabilidade das fronteiras externas do continente. De resto, as diversas arestas entre Berlim e Ancara, surgidas na negociação do acordo UE-Turquia para gestão da crise migratória acentuadas, em junho corrente, por decisão do Bundestag de qualificar de "genocídio" o massacre sofrido por armênios e outros grupos no território do então Império Otomano, durante a Primeira Guerra Mundial -, conferiram às relações com a Turquia caráter prioritário. Cumpre ressaltar, por fim, que, em seus aspectos principais, as posições da política externa da Alemanha aproximam-se das do Brasil - por exemplo, no concernente à ênfase na utilização de meios pacíficos para a solução de conflitos, à necessidade de reforma das estruturas de governança global e à defesa de princípios e de regras internacionais nos campos de direitos humanos, direito à privacidade, entre outros. ECONOMIA, COMÉRCIO E INVESTIMENTOS A economia alemã é a maior da Europa e a quarta maior do mundo, depois dos EUA, da China e do Japão. O país conta com força de trabalho altamente qualificada, Página 21 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

118 118 o que lhe permite especializar-se na produção de bens de alta e média tecnologias (sobretudo máquinas, equipamentos, produtos químicos, farmacêuticos e automóveis). A indústria, com forte componente de pequenas e médias empresas (PMEs), responde por 30,5% do PIB. A economia alemã vem passando, desde 2014, por período de crescimento estável e moderado do PIB (0,3% em 2013; 1,6% em 2014; 1,7% em 2015; previsões de 1,7% em 2016 e 1,5% em 2017), impulsionado pelo dinamismo de seu setor exportador e pelo consumo privado, que se tem beneficiado de taxas sustentáveis de emprego e de aumentos salariais e do poder de compra. Os gastos com o tratamento e a acomodação de refugiados também têm sido fonte de estímulo adicional para a demanda, assim como o cenário europeu de juros muito baixos. Nos últimos anos, motor importante do crescimento passou a ser, portanto, o consumo doméstico, relativizando o peso tradicional do setor externo. O bom desempenho econômico vem assegurando maior crescimento das importações sobre as exportações, embora se observem recordes históricos de superávits na balança comercial. A melhor atividade econômica tem permitido, ainda, a manutenção de taxas inéditas de emprego, sem se verificar, contudo, impacto significativo sobre o nível de preços. No âmbito fiscal-orçamentário, o Governo alemão tem seguido rígida política de austeridade, pouco criticada internamente, justificada a partir do objetivo de reduzir a dívida pública total da Alemanha, assim como de conter os efeitos negativos, no médio prazo, do envelhecimento da população e, no curto prazo, do grande afluxo de refugiados. Desde 2015, o equilíbrio orçamentário tornou-se meta do Governo, sem previsão de novos endividamentos. Maior credor da Europa, o país vê a si mesmo como âncora da estabilidade no continente, pregando o discurso de austeridade aos demais parceiros europeus, como verificado na crise da dívida da Grécia, em A relação dívida pública/pib da Alemanha vem decrescendo desde 2012, podendo chegar a 70% ainda neste ano (75% do PIB em 2014; 72%, em 2015). Página 22 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

119 119 CRONOLOGIA HISTÓRICA A Alemanha, juntamente com a França, torna-se fiadora do Acordo Minsk II, entre Rússia e Ucrânia Nova coalizão CDU/CSU e SPD, com renovação do mandato de Angela Merkel Início do processo de abandono da energia nuclear Nova coalizão CDU/CSU e FDP, com renovação do mandato de Angela Merkel Retração econômica entre -4% e -5%; pior resultado desde Grande Coalizão CDU/CSU e SPD, sob a chefia da Chanceler Angela Merkel 2004/ Ampliação da UE, com a inclusão de oito países do Centro-Leste europeu Reeleição da coalizão SPD e Verdes sob a liderança de Gerhard Schröder Alemanha envia tropas ao Afeganistão Envio de tropas alemãs ao Kosovo, sob a OTAN Eleições gerais. Coalizão SPD e Verdes sob a liderança de Gerhard Schröder Aprovação da adoção do Euro pelo Parlamento Soldados alemães participam de voos de reconhecimento na Bósnia. Primeira participação em operações militares desde a Segunda Guerra Transferência da capital de Bonn para Berlim Extinção da RDA; reunificação (3.10); primeira eleição para o Parlamento da Alemanha unificada (2.12); Helmut Kohl (CDU): primeiro Chanceler Federal Queda do Muro de Berlim (9 de novembro) Willy Brandt (SPD) ajoelha-se no memorial da revolta dos judeus do gueto de Varsóvia, em gesto de reconciliação da Alemanha Tratado da amizade entre a França (De Gaulle) e a Alemanha (Adenauer) Construção do Muro de Berlim em 13 de agosto O SPD adota o "Programa de Godesberg" e compromete-se com a economia social de mercado praticada pela CDU/CSU desde A República Federal da Alemanha assinou, em Roma, o Tratado de Fundação da Comunidade Econômica Europeia Oficializada a divisão entre Leste e Oeste e entrada em vigor da constituição da RDA (7/10) Elege-se o primeiro parlamento e Konrad Adenauer (CDU) torna-se Chanceler Federal (14/8) Promulgação da Lei Fundamental da República Federal da Alemanha (23/5) Ante a introdução do marco alemão nas zonas de ocupação ocidentais a URSS interditou as conexões por terra para Berlim Ocidental (24/6/48). Os aliados estabeleceram ponte aérea para abastecer Berlim Ocidental Fim da Segunda Guerra Mundial, em 8/5/45. A Alemanha é dividida em 4 zonas de ocupação e Berlim em 4 setores Início da II Guerra Mundial, em 1/9, com a invasão da Polônia pela Alemanha Adolf Hitler torna-se Chanceler do Reich Página 23 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

120 O NSDAP (partido nacional-socialista) vence as eleições Eleições para a Assembleia Nacional. Estabelecimento da República de Weimar Assinatura do Tratado de Paz de Paz de Versalhes O Imperador Guilherme II abdicou e o social-democrata Philipp Scheidemann proclamou a República O Imperador Guilherme II isolou a Alemanha na política externa, levando o país à I Guerra Mundial Guilherme I proclamado Imperador alemão em Versalhes (18/1) Página 24 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

121 121 CRONOLOGIA DAS RELAÇÕES BILATERAIS O Ministro Mauro Vieira participa da 52ª Conferência de Segurança de Munique Visita do Ministro do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, ao Brasil (fevereiro). Visita da Chanceler Angela Merkel e primeira edição das Consultas Intergovernamentais de Alto Nível (agosto) Visita do Ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, a Berlim Visita do Presidente Federal Joachim Gauck. Ano da Alemanha no Brasil O Ministro Antonio de Aguiar Patriota participa da 49ª Conferência de Segurança de Munique Em encontro durante a Cúpula CELAC-UE, a Presidente Dilma Rousseff e a Chanceler Angela Merkel decidem estabelecer mecanismo de consultas intergovernamentais de alto nível 2012 Visita da Senhora Presidente da República à Alemanha, em março 2012 Visita do Ministro do Exterior Guido Westerwelle ao Brasil, em fevereiro 2011 Visita do Presidente Federal Christian Wulff ao Brasil, em maio Visita do Ministro do Exterior Guido Westerwelle ao Brasil, em março Visita de Estado do Senhor Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro Assinatura do Acordo sobre Parceria e Cooperação em Matéria de Segurança Pública. Assinatura do Acordo sobre Cooperação no Setor de Energia com Foco em Energias Renováveis e Eficiência Energética Visita oficial da Chanceler Angela Merkel, em maio Visita oficial do Presidente Federal Horst Köhler Viagem do Presidente Lula para a Cúpula do G-8, em Heiligendamm Visita oficial do Ministro do Exterior, Frank-Walter Steinmeier Assinatura de Acordo sobre o Estatuto das Instituições Culturais e seus Técnicos Enviados e Acordo sobre Co-Produção Cinematográfica O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita a Alemanha, quatro semanas após ser empossado 2002 e Assinatura de Acordos sobre Cooperação Financeira para a Execução de Projetos para a Preservação das Florestas Tropicais (em vigor) O Chanceler Federal Schröder visita o Brasil O Presidente Fernando Henrique Cardoso encontra-se com o Chanceler Federal Gerhard Schröder, em abril, em Bonn O Chanceler Federal Helmut Kohl visita o Brasil. Assinatura de Acordo Básico de Cooperação Técnica (em vigor) e Acordo-Quadro sobre Cooperação em Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico (em vigor) O Presidente Fernando Henrique Cardoso visita a RFA. O Presidente Federal Roman Herzog retribui a visita. Página 25 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

122 Klaus Kinkel, Ministro das Relações Exteriores da RFA, visita o Brasil O Chanceler Federal Helmut Kohl visita o Brasil Fernando Collor de Mello, presidente eleito, visita a RFA Assinatura de Acordo sobre Transporte Marítimo (em vigor) O Presidente João Figueiredo visita a Alemanha O chanceler Helmut Schmidt visita o Brasil O Presidente Ernesto Geisel visita a RFA Assinatura de Acordo sobre Cooperação no Campo dos Usos Pacíficos da Energia Nuclear (em vigor) ; Assinatura de Acordo para Evitar a Dupla Tributação (denunciado pela Alemanha em 2005) Assinatura de Acordo constitutivo da Comissão Mista de Cooperação Econômica (em vigor) e Acordo sobre Cooperação Agrícola (em vigor) Assinatura de Acordo sobre Pesquisa Espacial (em vigor) Sequestro do Embaixador da Alemanha no Brasil Assinatura de Acordo Cultural (em vigor) Willy Brandt, Ministro das Relações Exteriores da RFA, visita o Brasil e propõe "parceria ampliada" O Presidente alemão Heinrich Lübke visita o Brasil e assegura investimentos alemães no país. Assinatura de Acordo sobre Transportes Aéreos Regulares (em vigor) O Brasil abole a proibição do ensino de alemão nas escolas públicas Inauguração da montadora da Volkswagen em São Bernardo do Campo Visita do Presidente eleito Juscelino Kubitschek a Bonn A Siderúrgica Mannesmann é a primeira grande companhia alemã a instalar-se no Brasil Abertura de Embaixada da RFA no Rio de Janeiro (julho). Abertura de Embaixada do Brasil em Bonn (novembro) Anúncio do Rompimento das Relações Diplomáticas do Brasil com os países do Eixo (28 de janeiro). Reconhecimento do Estado de beligerância com Alemanha e Itália (22 de agosto) Navio brasileiro é torpedeado, na costa francesa, por navio alemão (3 de abril). O Brasil suspende as relações diplomáticas com a Alemanha (11 de abril) e declara guerra ao Império Alemão (27 de outubro) Envio de Missão Militar alemã ao Brasil com o objetivo de cooperar na reorganização e modernização do exército brasileiro O Barão do Rio Branco é nomeado Ministro das Relações Exteriores O Barão do Rio Branco é nomeado Ministro Plenipotenciário em Berlim Revogação do "Rescrito de Heydt" Incorporação do "Rescrito de Heydt" pelo Império Alemão Após a divulgação de notícias sobre as más condições de vida e de trabalho dos imigrantes alemães, a Prússia proíbe o recrutamento de imigrantes, com o "Rescrito de Heydt" Página 26 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

123 Assinatura de Tratados de Comércio e Navegação entre o Império do Brasil e o Reino da Prússia e entre o Império do Brasil e as cidades hanseáticas de Lübeck, Bremen e Hamburgo Abertura do Consulado do Brasil em Hamburgo Reconhecimento, pela Prússia e as cidades hanseáticas, da independência do Brasil, após acordo celebrado entre Brasil e Portugal Após a promulgação da Constituição, que oficializava a soberania do Estado e permitia a imigração de pessoas não católicas, inicia-se a colonização alemã no Brasil, com a chegada dos primeiros imigrantes na então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul Major Jorge Antonio Schäffer é enviado por Dom Pedro para a corte de Viena e cortes alemãs, para recrutar colonos e conseguir soldados para o Corpo de Estrangeiros no Rio de Janeiro. Página 27 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

124 124 ACORDOS BILATERAIS TÍTULO DATA DE ENTRADA PUBLICAÇÃO CELEBRAÇÃO EM VIGOR D.O.U. Acordo entre o Governo da 08/11/ /06/ /08/2015 República Federativa do Brasil e o Governo da República Federal da Alemanha sobre Cooperação em Matéria de Defesa. Acordo entre o Governo da 06/11/ /01/ /03/2012 República Federativa do Brasil o Governo da República da Federal da Alemanha sobre Parceria e Cooperação em Matéria de Segurança Pública. Acordo entre o Governo da 14/02/ /03/ /02/2010 República Federativa do Brasil e a República Federal da Alemanha sobre o Exercício de Atividade Remunerada por Parte de Dependentes de Membros de Missão Diplomática ou Repartição Consular Acordo sobre o Estatuto de 01/06/ /02/ /03/2012 Instituições Culturais e seus Técnicos Enviados Acordo entre o Governo da 17/02/ /11/ /02/2008 República Federativa do Brasil e o Governo da República Federal da Alemanha sobre Coprodução Cinematográfica Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Federal da Alemanha sobre Cooperação Financeira 27/11/ /09/ /12/2008 Página 28 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

125 125 (2000/2001) Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Federal da Alemanha sobre Cooperação Financeira para a Execução de Projetos na Área de Preservação das Florestas Tropicais Acordo sobre Cooperação Financeira para o Empreendimento "Projetos Demonstrativos - Reforço" Protocolo Adicional ao Acordo de Cooperação Financeira de 24 de outubro de Protocolo de Intenções sobre a Realização de um Projeto Conjunto na Área de Recolhimento, do Tratamento e da Disposição Final de Resíduos Urbanos. Memorando de Entendimento sobre a Cooperação na Área de Transporte. Acordo Básico de Cooperação Técnica. Acordo-Quadro sobre Cooperação em Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico Acordo sobre Cooperação Financeira para o Empreendimento "Estudos Técnico, Econômico e de Impácto Ambiental para a Melhoria do Transporte de Carga e Passageiros, no 10/06/ /05/ /07/ /03/ /05/ /06/ /05/ /08/ /10/ /09/ /09/ /09/ /09/ /09/ /09/ /03/ /05/ /03/ /02/ /04/ /04/ /10/ /10/1995 Página 29 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

126 126 Corredor Rio de Janeiro/São Paulo- Campinas, inclusive em seus Acessos aos Portos da Região". Acordo sobre Cooperação Financeira para o Empreendimento "Projetos Demonstrativos". Acordo sobre Cooperação Financeira para o Empreendimento "Projeto Integrado de Proteção das Terras e Populações Indígenas da Amazônia Legal/Demarcação de Terras Indígenas". Acordo sobre Cooperação Financeira para o Empreendimento "Proteção da Mata Atlântica/Paraná. Protocolo Adicional ao Acordo de Transporte Marítimo. Acordo, por Troca de Notas, para a Consecução dos Compromissos ao Abrigo do Expirado Acordo de Comércio e Pagamento com a RDA. Acordo sobre Cooperação Financeira no Montante de ,00 Marcos Alemães Memorando de Entendimento entre o MME e o Ministério Federal de Pesquisa e Tecnologia da Alemanha. Relativo ao Procedimento para a Certificação de Produtos Aeronáuticos 06/04/ /10/ /10/ /04/ /10/ /10/ /04/ /10/ /10/ /11/ /05/ /08/ /10/ /10/ /11/ /10/ /06/ /08/ /09/ /11/ /09/ /09/ /10/1987 Página 30 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

127 127 Protocolo sobre Cooperação Financeira, para o Projeto "Saneamento Básico no Ceará". Protocolo sobre Cooperação Financeira, para o Projeto "Abastecimento de Energia Elétrica na Região São Francisco/Bahia Ocidental. Protocolo sobre Cooperação Financeira para o Projeto "Saneamento Básico no Espírito Santo". Protocolo sobre Cooperação Financeira para o Projeto "Banco do Desenvolvimento BNDES IX/PROMICO". Protocolo sobre Cooperação Financeira Convênio Especial entre o CNPq e a Deutsche Forschungsgemeinschaft (DPG), Complementar ao Acordo Geral sobre Cooperação nos Setores da Pesquisa e do Desenvolvimento Tecnológico de 09/06/69. Protocolo sobre Cooperação Financeira (DM 25 Milhões para Abastecimento de Energia na Área Rural do Estado de Alagoas e Estudo de Viabilidade para o Desenvolvimento Agrícola no Vale do Rio Mearim). Protocolo sobre Cooperação Financeira (DM 20 Milhões para o Projeto 11/06/ /06/ /06/ /06/ /06/ /05/ /06/ /05/ /10/ /10/ /12/ /10/ /12/ /12/ /12/ /12/ /12/ /12/1983 Página 31 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

128 128 PROVÁRZEAS/ES). Protocolo sobre Cooperação Financeira Protocolo sobre Cooperação Financeira, (empréstimo de DM 56,74 milhões). Acordo para Substituição do Quadro de Rotas do Acordo sobre Transportes Aéreos Regulares, de 29 de agosto de 1957 Acordo sobre Cooperação Financeira Protocolo sobre Cooperação Financeira (no montante de 24 milhões de marcos alemães) Protocolo sobre Cooperação Financeira (no montante de 26 milhões de marcos alemães) Protocolo Adicional ao Acordo sobre Transporte Marítimo, de 4/04/79 Acordo sobre Transporte Marítimo Convênio Especial entre a Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério da Indústria e do Comércio e o Centro de Pesquisas Nucleares de Julich Convênio Especial entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear e o Centro de Pesquisa Nuclear de Karlsruhe Ltda. sobre Cooperação no Campo dos Usos Pacíficos da Energia Nuclear Protocolo sobre Cooperação Financeira 02/07/ /07/ /07/ /06/ /07/ /12/ /12/ /03/ /11/ /11/ /04/ /04/ /04/ /04/ /04/ /04/ /04/ /10/ /11/ /03/ /06/ /09/ /03/ /05/ /10/ /11/ /12/1975 Página 32 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

129 129 Protocolo sobre Cooperação Financeira no Montante de 105 Milhões de Marcos Alemães Acordo sobre Cooperação no Campo dos Usos Pacíficos da Energia Nuclear Acordo sobre Cooperação no Setor Agrícola Protocolo sobre Cooperação Financeira Acordo sobre Pesquisa Espacial e Memorando de Entendimento entre o CNPq, o Ministério Federal de Pesquisa e Tecnologia da Alemanha e a NASA Acordo para a Aprovação de um Adendo ao Convênio Especial entre a CNEN e o Centro de Pesquisa Nuclear, em Jülich, sobre Cooperação Científico- Tecnológica. Complemento do Acordo Geral de 9/06/69 Protocolo sobre Cooperação Financeira Convênio sobre a Entrada de Navios Nucleares em Águas Brasileiras e sua Permanência em Portos Brasileiros Acordo de Radioamadorismo Acordo de Aprovação de Convênio Especial Celebrado entre o Centro Técnico Aeroespacial do Brasil e o Instituto Alemão de Pesquisa e Ensaio de Navegação Aérea e 18/11/ /12/ /06/ /11/ /12/ /01/ /02/ /03/ /03/ /10/ /11/ /10/ /10/ /11/ /07/ /08/ /06/ /09/ /12/ /04/ /04/ /11/ /03/1972 Página 33 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

130 130 Espacial, para a Execução de Projeto Científicos Acordo de Aprovação de 18/11/ /11/ /03/1972 Convênio Especial entre o CNPq e o Centro de Pesquisas Nucleares de Jülich Acordo para a Aprovação 23/04/ /06/1971 de um Convênio Especial entre a CNEN e o Centro de Pesquisas Nucleares de Julich Protocolo sobre 23/04/ /05/1971 Cooperação Financeira Protocolo sobre 02/10/ /10/1970 Cooperação Financeira Acordo Para o 28/11/ /05/1971 Estabelecimento de um Mecanismo de Consulta sobre Transporte Marítimo Internacional Convênio Relativo à Troca 09/06/ /08/ /09/1969 de Informações, Complementar ao Acordo Geral sobre Cooperação nos Setores da Pesquisas e do Desenvolvimento Tecnológico Acordo Cultural 09/06/ /12/ /01/1971 Protocolo de Cooperação 30/05/ /07/1969 Financeira e Ajuste Relativo ao Artigo 3 do Protocolo de Cooperação Financeira de 09/04/69 Protocolo sobre 09/04/ /07/1969 Cooperação Financeira Protocolo sobre 30/11/ /01/1964 Cooperação Financeira Acordo Sobre Transportes 29/08/ /08/ /08/1964 Aéreos Regulares Acordo, por Troca de Notas, sobre Direitos de Tráfego Aéreo a serem 19/08/ /10/1957 Página 34 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

131 131 Regulados em Futuros Acordos Acordo sobre visto em passaportes Cooperação Econômica e Financeira, Ajuste Modificativo do Acordo de Investimentos e Financiamentos de 4 de setembro de 1953 Acordo sobre Convenções, sobre Propriedade Industrial de 4 de setembro de Retificação ao Acordo 08/07/ /08/ /08/ /07/ /08/ /12/ /12/ /02/1955 Página 35 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

132 132 DADOS ECONÔMICOS E COMERCIAIS Evolução do comércio exterior da Alemanha Exportações US$ bilhões Importações Intercâmbio comercial Anos Valor Var. % em relação ao ano anterior Valor Var. % em relação ao ano anterior Valor Var. % em relação ao ano anterior Saldo comercial ,8% ,3% ,3% ,4% ,9% ,8% ,3% ,7% ,8% ,1% ,1% ,6% ,7% ,7% ,2% ,6% ,1% ,3% ,9% ,9% ,2% ,9% ,2% ,6% ,3% ,3% ,8% ,1% ,1% ,0% (jan-mar) 326-1,2% 259-1,7% 586-1,4% 67 Var. % ,6% -- 14,5% -- 16,8% -- n.c. Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados da UN/UNCTAD/ITC/TradeMap, June (n.c.) Dado não calculado, por razões específicas. -1,23% -1,69% -1,44% Exportações Importações Intercâmbio comercial Saldo comercial Página 36 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

133 133 Direção das exportações da Alemanha US$ bilhões Países Part.% no total Estados Unidos 127 9,5% França 114 8,6% Reino Unido 99 7,4% Países Baixos 88 6,6% China 79 5,9% Itália 64 4,8% Áustria 64 4,8% Polônia 58 4,4% Suíça 56 4,2% Bélgica 46 3,5%... Brasil (26ª posição) 11 0,8% Subtotal ,5% Outros países ,5% Total ,0% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados da UN/UNCTAD/ITC/TradeMap, June principais destinos das exportações Estados Unidos 9,5% França 8,6% Reino Unido 7,4% Países Baixos 6,6% China 5,9% Itália 4,8% Áustria 4,8% Polônia 4,4% Suíça 4,2% Bélgica 3,5% Página 37 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

134 134 Origem das importações da Alemanha US$ bilhões Países Part.% no total China 103 9,8% Países Baixos 98 9,3% França 74 7,0% Estados Unidos 68 6,4% Itália 54 5,1% Polônia 49 4,6% Suíça 48 4,5% República Tcheca 44 4,2% Reino Unido 42 4,0% Áustria 41 3,9%... Brasil (24ª posição) 9 0,9% Subtotal ,6% Outros países ,4% Total ,0% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados da UN/UNCTAD/ITC/TradeMap, June principais origens das importações China 9,8% Países Baixos 9,3% França 7,0% Estados Unidos 6,4% Itália 5,1% Polônia 4,6% Suíça 4,5% República Tcheca 4,2% Reino Unido 4,0% Áustria 3,9% Página 38 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

135 135 Composição das exportações da Alemanha US$ bilhões Grupos de Produtos Part.% no total Automóveis ,1% Máquinas mecânicas ,8% Máquinas elétricas 131 9,8% Farmacêuticos 77 5,8% Instrumentos de precisão 62 4,7% Plásticos 61 4,6% Aviões 43 3,2% Combustíveis 31 2,3% Obras de ferro ou aço 29 2,2% Químicos orgânicos 27 2,0% Subtotal ,6% Outros ,4% Total ,0% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados da UN/UNCTAD/ITC/TradeMap, June principais grupos de produtos exportados Outros 30,4% Automóveis 18,1% Máquinas mecânicas 16,8% Químicos orgânicos 2,0% Obras de ferro ou aço 2,2% Máquinas elétricas 9,8% Combustíveis 2,3% Aviões 3,2% Plásticos 4,6% Instrumentos de precisão 4,7% Farmacêuticos 5,8% Página 39 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

136 136 Composição das importações da Alemanha US$ bilhões Grupos de produtos Part.% no total Máquinas mecânicas ,7% Máquinas elétricas ,9% Combustíveis 101 9,6% Automóveis 100 9,5% Farmacêuticos 46 4,4% Plásticos 40 3,8% Instrumentos de precisão 37 3,5% Químicos orgânicos 32 3,0% Ferro e aço 25 2,4% Aviões 25 2,4% Subtotal ,0% Outros ,0% Total ,0% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados da UN/UNCTAD/ITC/TradeMap, June principais grupos de produtos importados Máquinas mecânicas 12,7% Outros 37,0% Máquinas elétricas 11,9% Aviões 2,4% Combustíveis 9,6% Ferro e aço 2,4% Automóveis 9,5% Químicos orgânicos 3,0% Instrumentos de precisão 3,5% Plásticos 3,8% Farmacêuticos 4,4% Página 40 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

137 137 Evolução do intercâmbio comercial Brasil - Alemanha US$ milhões Exportações Importações Intercâmbio Comercial Anos Valor Var.% Part. % no total do Brasil Valor Var.% Part. % no total do Brasil Valor Var.% Part. % no total do Brasil Saldo ,1% 4,13% ,8% 7,12% ,1% 5,32% ,7% 4,49% ,3% 7,19% ,2% 5,65% ,7% 4,47% ,7% 6,95% ,5% 6,26% ,2% 4,04% ,9% 7,73% ,2% 5,72% ,8% 4,03% ,2% 6,91% ,0% 5,39% ,1% 3,53% ,2% 6,72% ,2% 5,03% ,5% 3,00% ,6% 6,37% ,4% 4,61% ,0% 2,71% ,8% 6,33% ,1% 4,51% ,2% 2,95% ,9% 6,04% ,8% 4,51% ,9% 2,71% ,0% 6,05% ,0% 4,29% (jan-mai) ,8% 1,03% ,0% 2,16% ,3% 4,45% Var. % ,0% -- 59,6% -- 27,6% -- n.c. Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do MDIC/SECEX/Aliceweb, Junho de (n.c.) Dado não calculado, por razões específicas Exportações Importações Intercâmbio Comercial Saldo Página 41 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

138 138 Part. % do Brasil no comércio da Alemanha US$ milhões Descrição Var. % 2011/2015 Exportações do Brasil para a Alemanha (X1) ,7% Importações totais da Alemanha (M1) ,1% Part. % (X1 / M1) 0,61% 0,52% 0,55% 0,55% 0,22% -64,4% Importações do Brasil originárias da Alemanha (M2) ,8% Exportações totais da Alemanha (X2) ,6% Part. % (M2 / X2) 1,21% 1,01% 1,05% 0,92% 0,78% -35,4% 1,40% 1,20% 1,00% 0,80% 0,60% 0,40% 0,20% Part. % (X1 / M1) Part. % (M2 / X2) 0,00% Part. % do país no comércio do Brasil US$ milhões Descrição Var. % 2011/2015 Exportações da Alemanha para o Brasil (X1) ,0% Importações totais do Brasil (M1) ,2% Part. % (X1 / M1) 6,91% 6,79% 6,32% 6,09% 6,47% -6,3% Importações da Alemanha originárias do Brasil (M2) ,6% Exportações totais do Brasil (X2) ,3% Part. % (M2 / X2) 6,09% 5,57% 4,84% 5,30% 4,84% -20,5% 8,00% 7,00% 6,00% 5,00% 4,00% 3,00% 2,00% 1,00% 0,00% Part. % (X1 / M1) Part. % (M2 / X2) Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do MDIC/SECEX/AliceWeb e UN/UNCTAD/ITC/TradeMap. As discrepâncias observadas nas estatísticos das exportações brasileiras e das importações do Cazaquistão e vice-versa explicam-se pelo uso de fontes distintas e também por diferentes metodologias de cálculo. Página 42 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

139 139 Exportações e importações brasileiras por fator agregado Comparativo 2015 com 2014 Exportações Brasileiras (1) Manufatur ados 28,7% 2014 Manufatur ados 32,9% 2015 Básicos 62,7% Semimanuf aturados 8,6% Semimanuf aturados 9,1% Básicos 58,0% Importações Brasileiras Básicos 0,5% Semimanuf aturados 3,8% Básicos 0,4% Semimanuf aturados 4,6% Manufatur ados 95,6% Manufatur ados 95,0% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do MDIC/SECEX/Aliceweb, Junho de (1) Exclusive transações especiais. Página 43 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

140 140 Composição das exportações brasileiras para a Alemanha US$ milhões Grupos de Produtos Valor Part.% no total Valor Part.% no total Valor Part.% no total Café ,9% ,6% ,3% Minérios ,3% ,9% ,1% Farelo de soja ,2% ,2% ,9% Máquinas mecânicas ,1% 548 8,3% 473 9,1% Ferro e aço 97 1,5% 278 4,2% 291 5,6% Máquinas elétricas 284 4,3% 207 3,1% 203 3,9% Soja em grãos e sementes 174 2,7% 334 5,0% 183 3,5% Carnes 109 1,7% 174 2,6% 121 2,3% Tabaco e sucedâneos 160 2,4% 145 2,2% 104 2,0% Preparações de carnes 139 2,1% 143 2,2% 102 2,0% Subtotal ,3% ,2% ,9% Outros produtos ,7% ,8% ,1% Total ,0% ,0% ,0% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do MDIC/SECEX/Aliceweb, Junho de Principais grupos de produtos exportados pelo Brasil, 2015 Café 22,3% Minérios 14,1% Farelo de soja 11,9% Máquinas mecânicas 9,1% Ferro e aço 5,6% Máquinas elétricas Soja em grãos e sementes 3,9% 3,5% Carnes Tabaco e sucedâneos Preparações de carnes 2,3% 2,0% 2,0% Página 44 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

141 141 Composição das importações brasileiras originárias da Alemanha US$ milhões Grupos de Produtos Valor Part.% no total Valor Part.% no total Valor Part.% no total Máquinas mecânicas ,3% ,2% ,1% Químicos orgânicos ,7% ,6% ,7% Farmacêuticos ,4% ,1% ,7% Automóveis ,6% ,1% ,7% Máquinas elétricas ,5% 996 7,2% 860 8,3% Instrumentos de precisão ,7% 937 6,8% 687 6,6% Plásticos 765 5,0% 709 5,1% 566 5,5% Adubos 592 3,9% 413 3,0% 399 3,8% Diversos inds químicas 416 2,7% 404 2,9% 338 3,3% Obras de ferro ou aço 388 2,6% 349 2,5% 244 2,4% Subtotal ,4% ,5% ,9% Outros produtos ,6% ,5% ,1% Total ,0% ,0% ,0% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do MDIC/SECEX/Aliceweb, Junho de Principais grupos de produtos importados pelo Brasil, 2015 Máquinas mecânicas 25,1% Químicos orgânicos Farmacêuticos Automóveis 9,7% 10,7% 10,7% Máquinas elétricas Instrumentos de precisão Plásticos 5,5% 6,6% 8,3% Adubos Diversos inds químicas Obras de ferro ou aço 2,4% 3,8% 3,3% Página 45 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

142 142 Composição do intercâmbio comercial (dados parciais) US$ milhões Grupos de Produtos (janmai) Part. % no total (janmai) Part. % Principais grupos de produtos exportados pelo Brasil em 2016 no total Exportações Café ,7% ,5% Café 19,5% Minérios ,6% ,3% Farelo de soja 232 9,8% ,0% Máquinas mecânicas 190 8,0% 180 9,2% Minérios Farelo de soja 11,0% 12,3% Soja em grãos e sementes 136 5,8% 175 8,9% Máquinas mecânicas 9,2% Máquinas elétricas 93 3,9% 97 4,9% Ferro ou aço 154 6,5% 92 4,7% Soja em grãos e sementes 8,9% Aviões 12 0,5% 56 2,9% Máquinas elétricas 4,9% Carnes 44 1,9% 49 2,5% Ferro ou aço 4,7% Químicos inorgânicos 39 1,7% 48 2,4% Aviões 2,9% Subtotal ,4% ,3% Outros produtos ,6% ,7% Total ,0% ,0% Carnes Químicos inorgânicos 2,5% 2,4% Grupos de Produtos (janmai) Part. % no total (janmai) Part. % Principais grupos de produtos importados pelo Brasil em 2016 no total Importações Máquinas mecânicas ,7% ,3% Máquinas mecânicas 27,3% Farmacêuticos ,2% ,4% Químicos orgânicos 357 7,8% 341 9,2% Automóveis ,9% 323 8,7% Máquinas elétricas 427 9,3% 242 6,5% Farmacêuticos Químicos orgânicos Automóveis 9,2% 8,7% 11,4% Instrumentos de precisão 290 6,3% 233 6,3% Plásticos 259 5,7% 207 5,6% Adubos 147 3,2% 152 4,1% Diversos inds químicas 133 2,9% 123 3,3% Obras de ferro ou aço 115 2,5% 90 2,4% Máquinas elétricas Instrumentos de precisão Plásticos Adubos 6,5% 6,3% 5,6% 4,1% Subtotal ,6% ,0% Outros produtos ,4% ,0% Total ,0% ,0% Diversos inds químicas Obras de ferro ou aço 3,3% 2,4% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do MDIC/SECEX/Aliceweb, Junho de Página 46 de 46 Parte integrante do Avulso da MSF nº 76 de 2016.

143 1ª PARTE - SABATINA 3

144 144 RELATÓRIO Nº, DE 2016 Da COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL, sobre a Mensagem nº 78, de 2016 (nº 446, de 8 de agosto de 2016, na origem), do Presidente da República, que submete à apreciação do Senado Federal, de conformidade com o art. 52, inciso IV, da Constituição Federal, e com o art. 39, combinado com o art. 41 da Lei nº , de 29 de dezembro de 2006, o nome do Senhor RICARDO NEIVA TAVARES, Ministro de Primeira Classe da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República da Áustria. RELATOR: Senador HÉLIO JOSÉ O Presidente da República indicou o nome do Senhor RICARDO NEIVA TAVARES, Ministro de Primeira Classe da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores (MRE), para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República da Áustria. De acordo com o art. 52, inciso IV, da Constituição Federal compete privativamente ao Senado Federal apreciar de forma prévia a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente, e deliberar por voto secreto acerca da matéria. O MRE elaborou currículo do diplomata, em observância ao disposto no art. 383 do Regimento Interno do Senado Federal (RISF). Nascido em 16 de agosto de 1957, na cidade do Rio de Janeiro, RJ, o Senhor RICARDO NEIVA TAVARES é filho de Tulio Tavares e Maria Celi Neiva Tavares. Em 1979, frequentou o Curso de Preparação para a Carreira Diplomática. Ainda no Instituto Rio Branco, participou do Curso de

145 145 2 Aperfeiçoamento de Diplomatas (1985) e do Curso de Altos Estudos (1997), tendo defendido a tese As Organizações Não-Governamentais nas Nações Unidas: do relacionamento com o ECOSOC à busca de novas áreas de atuação. Frequentou, também, a Escola Nacional de Administração (ENA) em Paris, França, tendo concluído o curso em Publicou, pela Fundação Alexandre de Gusmão, Brasília, As Organizações Não-Governamentais nas Nações Unidas, no ano de 1999, em Centro de Estudos Estratégicos; e Europa: evolução e perspectivas da integração regional europeia e sua relevância para o Brasil, no ano de 2010, em Textos Acadêmicos. Sobre sua carreira no Instituto Rio Branco, no ano de 1980, tornouse Terceiro-Secretário; em 1982, Segundo-Secretário; em 1987, Primeiro- Secretário; em 1994, Conselheiro; em 2001, Ministro de Segunda Classe; em 2005, Ministro de Primeira Classe. As promoções sempre ocorreram por merecimento. Foi designado para diversas funções ao longo da carreira, com destaque para as seguintes: Segundo e Primeiro-Secretário na Embaixada em Paris, de 1986 a 1989; Primeiro-Secretário na Embaixada em Tóquio, de 1989 a 1993; Assessor da Secretaria-Geral, de 1993 a 1995; Conselheiro na Missão junto à Organização das Nações Unidas (ONU), de 1995 a 1998; Conselheiro na Embaixada em Camberra, de 1998 a 2001; Chefe da Assessoria de Comunicação Social, de 2003 a 2006; Assessor Especial do Gabinete do Ministro de Estado, de 2006 a 2008; Embaixador da Missão do Brasil junto à União Europeia, de 2008 a 2013; Embaixador em Roma, desde Chefiou, ainda, várias delegações. Foi agraciado com condecorações nacionais, como a de Grã-Cruz da Ordem de Rio Branco; Grande Oficial da Ordem do Mérito Naval, da Ordem do Mérito Militar e da Ordem do Mérito Aeronáutico. Também recebeu condecorações estrangeiras, a exemplo da Ordem de Orange Nassau, dos Países Baixos, no grau de Grande Oficial; Comendador da Ordem Real do Mérito, da Noruega; e, pela França, Oficial da Ordem da Legião de Honra e Cavaleiro da Ordem Nacional do Mérito. Acompanha a mensagem presidencial documento informativo elaborado pelo MRE, em observância ao RISF, sobre a República da Áustria.

146 146 3 Localizada na Europa Central, a Áustria, cuja capital é Viena, conta com população de aproximadamente 8,5 milhões de habitantes. O processo de formação da identidade germânica remonta à expansão do Império Romano pelo centro da Europa. Em 1156, tornou-se independente do Ducado da Baviera. Quase cem anos depois, a história do país passou a se vincular à dinastia dos Habsburgo. A derrota na Primeira Guerra Mundial, em 1918, levou à desintegração do Império: Hungria, Tchecoslováquia, Polônia, Romênia e Iugoslávia herdaram os territórios desvinculados da Áustria. Foi Proclamada a Primeira República. Porém, em 1938, o país foi anexado pela Alemanha nazista. A restauração da República somente ocorreu em 1945, e, apenas em 1955, a Áustria recuperou, de fato, a soberania de seu território e ingressou na ONU. Desde janeiro de 2007, a Áustria é governada por grande coalizão formada entre social-democratas e democrata-cristãos. Verifica-se, no entanto, fragmentação político-partidária e esses dois partidos vêm perdendo apoio popular, apesar de o país figurar entre os de mais alto desenvolvimento, com plena estabilidade democrática, economia avançada e competitiva e com alto nível de coesão social. Assim, pela primeira vez desde o pós-guerra, a Áustria terá um chefe de estado de terceiro partido (os Verdes ). Fatores apontados como responsáveis por essas dificuldades internas são a globalização, tomada como ameaça às conquistas do Estado de Bem-Estar Social; a estagnação da renda média da população, especialmente após a crise econômica mundial de 2008; e a preocupação com a onda crescente de imigrantes, agravada pela recente crise de refugiados. Desde 1995, a Áustria é membro da União Europeia, que ocupa o centro de sua política externa. Bálcãs e Europa Oriental, Mediterrâneo e Oriente Médio, e grandes mercados emergentes são outros focos de atenção para a política externa do país. Importante notar que 80% de suas exportações são absorvidas pelo continente europeu. Até 2012, a Áustria tinha a mais baixa taxa de desemprego entre os membros da União Europeia. Nos últimos anos, porém, a economia austríaca vem passando por dificuldades. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), em 2015, foi de apenas 0,9%, ao passo que a União Europeia alcançou crescimento de 1,9%. Apesar da expectativa de melhores resultados para este ano, o PIB austríaco não deverá atingir o patamar daquele a ser obtido pelo bloco. Ademais, é esperado aumento da taxa de desemprego, em parte causado pela imigração.

147 147 4 Após os efeitos da crise de 2008, verifica-se cenário de aparente estabilização da situação fiscal. No entanto, a longo prazo, há dúvidas sobre a sustentabilidade da previdência oficial e do Estado de Bem-Estar Social, haja vista o progressivo envelhecimento da população. O empresariado aponta a incapacidade política de implementar reformas efetivas no âmbito fiscal, trabalhista e previdenciário como fator que tem levado a dificuldades de a indústria da Áustria manter seu alto padrão de competitividade internacional. A despeito disso, vale chamar atenção para a base industrial sólida do país, mantendo-se competitiva em setores de alto valor agregado. ONU e multilateralismo são considerados de grande relevância na agenda internacional austríaca. Viena caracteriza-se como centro diplomático e sede de organizações internacionais: é a terceira mais importante sede das Nações Unidas. Assim como o Brasil, há tradição na busca de consensos e soluções negociadas. Contudo, apesar de favorável a ajustes para corrigir a subrepresentação dos países em desenvolvimento no Conselho de Segurança da ONU, a Áustria não tem apoiado a pretensão brasileira de ampliação do número de membros permanentes daquele órgão. No âmbito bilateral, Brasil e Áustria possuem relações fundadas em bases históricas sólidas, tais como: i) o casamento da Arquiduquesa Leopoldina de Habsburgo com Dom Pedro I, futuro imperador do Brasil, no ano de 1817; ii) o exílio no Brasil de migrantes austríacos durante o nazismo, a exemplo do escritor Stefan Zweig e do escritor e jornalista Otto Maria Carpeaux; iii) o posicionamento do Brasil favorável ao restabelecimento da soberania austríaca perante a Assembleia Geral da ONU em Além disso, Áustria e Brasil compartilham e defendem valores e objetivos comuns no plano internacional, o que abre espaço para iniciativas de cooperação em foros internacionais. No campo econômico, convém registrar os investimentos diretos austríacos no Brasil, e, no político, o Memorando de Entendimento sobre Consultas Políticas de A pauta de exportação brasileira para a Áustria, no ano de 2015, foi composta por 73,9% de produtos manufaturados, sobretudo máquinas mecânicas e aviões. Importamos, no mesmo ano, 98,6% de produtos manufaturados, em especial máquinas mecânicas e farmacêuticos.

148 148 5 Tendo em vista a natureza da matéria ora apreciada, não cabem outras considerações neste relatório. Sala da Comissão,, Presidente, Relator 5

149 149 RELATÓRIO DE GESTÃO EMBAIXADA DO BRASIL EM VIENA, REPÚBLICA DA ÁUSTRIA EMBAIXADOR EVANDRO DE SAMPAIO DIDONET ( ) Transmito, a seguir, de relatório de gestão na Embaixada em Viena ( ), com a seguinte estrutura: I TEMAS MULTILATERAIS; II RELAÇÕES BRASIL ÁUSTRIA; III ÁUSTRIA: CONJUNTURA POLÍTICA E ECONÔMICA; POLÍTICA EXTERNA; IV SUMÁRIO DE AÇÕES, DIFICULDADES ENCONTRADAS E SUGESTÕES PARA O PRÓXIMO CHEFE DE MISSÃO 2. Observe se que o Posto tem a peculiaridade de ser, ao mesmo tempo, uma embaixada bilateral (com repartição consular) e uma representação permanente junto a organizações internacionais em Viena. Além das cartas credenciais ao governo austríaco, o chefe do Posto é formalmente acreditado, por instrumentos em separado, junto (i) ao Escritório das Nações Unidas em Viena (UNOV), em cujo âmbito se encontram, em particular, o UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime) e o UNOOSA (Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior), (ii) à Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e (iii) à Academia Internacional Anticorrupção (IACA). I TEMAS MULTILATERAIS 3. Os temas multilaterais tratados em Viena em especial drogas, crime e corrupção envolvem agenda de visibilidade particular para o público interno, gerando uma rotina de interlocução frequente, por meio da SERE (Secretaria de Estado das Relações Exteriores), com órgãos como o Ministério da Justiça, o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, a AGU e a PGR. 4. Outro comentário preliminar de natureza transversal diz respeito à prioridade que atribuí à questão da presença de nacionais brasileiros no secretariado das agências internacionais em Viena. Seguiu se prática regular de divulgar todos os anúncios de aberturas de vagas. Foram feitas gestões específicas em favor de candidaturas brasileiras. I.1 DROGAS, CRIME, CORRUPÇÃO 5. Estão sediadas em Viena duas comissões funcionais do ECOSOC: a Comissão de Entorpecentes (CND) e a Comissão de Prevenção do Crime e Justiça Criminal (CPCJC). 6. A CND é o órgão político ("policy making body") responsável pela implementação das três convenções

150 150 internacionais sobre drogas (Convenção Única sobre Entorpecentes, de 1961; Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971; e Convenção contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Substâncias Psicotrópicas, de 1988). 7. A CPCJC é responsável pelo tratamento de ampla gama de temas relacionados a crime, justiça criminal e corrupção (além de terrorismo, em aspectos de cooperação técnica para capacitação dos estados). Juntamente com as Conferências das Partes da Convenção contra o Crime Organizado Transnacional (UNTOC) e da Convenção contra a Corrupção (UNCAC), é o órgão político responsável por decisões sobre a implementação de tais Convenções. 8. A CND e a CPCJC funcionam, adicionalmente, em conjunto, como órgãos de gestão ("governing bodies") do Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODC). I.1.1 UNODC (ESCRITÓRIO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA DROGAS E CRIME) 9. O Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODC), dirigido desde 2010 pelo embaixador Yury Fedotov (Rússia), tem a função de secretariado da CND e da CPCJC, bem como das Conferências das Partes e respectivos grupos de trabalho da UNTOC e da UNCAC. O Escritório implementa significativo portfólio de projetos de assistência técnica em suas áreas de competência (drogas, crime, corrupção e terrorismo). 10. Em 2013, em visita ao Brasil, o Diretor Executivo, embaixador Yury Fedotov, inaugurou oficialmente o Escritório de Ligação e Parceria (LPO) do UNODC em Brasília. Trata se de plataforma para coordenar ações do UNODC no Cone Sul e promover programas de cooperação entre o Brasil e países vizinhos, bem como para implementar projetos no Brasil. 11. A questão do equilíbrio regional no secretariado do UNODC foi tema de que tratei com prioridade. Há subrepresentação de países em desenvolvimento em posições de direção. Não há brasileiros(as) em posições P 5 ou D. Logrou se, a partir de 2015, incluir o assunto na agenda de sessões regulares da CND e da CPCJC. I.1.2 CND (COMISSÃO DE ENTORPECENTES) 12. No âmbito da CND, tratou se de forma prioritária, durante minha gestão, da preparação da Sessão Especial da Assembléia Geral das Nações Unidas sobre o Problema Mundial das Drogas (UNGASS 2016 Nova York, de abril de 2016).

151 De acordo com as instruções recebidas, o Posto atuou no sentido de favorecer uma atualização das visões sobre o problema mundial das drogas (PMD), de forma a enfatizar a importância de políticas equilibradas de redução da oferta e da demanda, com a devida atenção (i) tanto a enfoque de saúde pública e direitos humanos em relação aos usuários quanto (ii) à prioridade no combate ao narcotráfico. Nesse contexto, enfatizou se de forma consistente a importância e atualidade do marco legal das três Convenções sobre Drogas. O documento final da UNGASS 2016 é consistente com as posições defendidas pelo Brasil, apontando para uma revisão decenal positiva, em 2019, da Declaração e Plano de Ação de 2009 sobre o PMD. 14. A postura de equilíbrio do Brasil durante a preparação da UNGASS 2016 refletiu se na indicação do país, por consenso, para ocupar a segunda vice presidência da CND em Essa posição de segundo vice presidente em 2016 aponta para a possibilidade de o Brasil ocupar a primeira vice presidência em 2017 e a presidência em Esta última data é particularmente relevante, por se tratar do ano em que serão encaminhadas as discussões para revisão decenal da Declaração Política e Plano de Ação de 2009 sobre o PMD. I.1.3 JIFE (JUNTA INTERNACIONAL DE FISCALIZAÇÃO DE ENTORPECENTES) 15. O Brasil lançou, em 2016, candidatura para a JIFE. Ainda que não tenha havido êxito, entendo que o País deveria considerar nova candidatura na próxima oportunidade (em princípio, preenchimento de 5 vagas para o mandato , com eleições em 2019). A JIFE, de acordo com o papel autônomo que lhe é atribuído pelas três convenções, tem importância central na fiscalização e interpretação das três convenções internacionais sobre drogas, na disseminação de dados e relatórios sobre o PMD, bem como na discussão de políticas sobre drogas. I.1.4 CPCJC/UNCAC/UNTOC CORRUPÇÃO e CRIME I CORRUPÇÃO 16. No tema do combate à corrupção, manteve se o alto perfil do Brasil nas sessões da CPCJC e da UNCAC (tanto nas conferências dos estados partes quanto nas reuniões de seus grupos de trabalho). Ressalto o engajamento consistente e tecnicamente sólido de diferentes órgãos nacionais, entre os quais o MJ, o MTFC (ex CGU), a AGU e a PGR.

152 Foi concluído, em 2015, o exame do Brasil no primeiro ciclo de revisão da implementação da UNCAC (referente aos seus capítulos III criminalização e IV cooperação internacional). Na VI Conferência das Partes, em São Petersburgo, em 2015, o Brasil propôs, e logrou se aprovar, resolução sobre a cooperação internacional em processos de natureza civil e administrativa, no âmbito da UNCAC. I CRIME 18. Nos temas relativos à UNTOC, o Brasil tem desempenhado papel importante nas discussões sobre a implementação do Protocolo sobre Armas de Fogo e do Protocolo sobre Tráfico de Pessoas. Creio, ademais, que o país teria condições de ter papel de liderança, também, nas discussões sobre a implementação do Protocolo sobre Contrabando de Migrantes tema de crescente impacto internacional no qual o Brasil teria boas práticas a compartilhar, de respostas positivas e humanitárias. 19. Os trabalhos no âmbito da UNTOC têm sido dominados, desde 2010, pela tentativa frustrada de criação de mecanismo de revisão de sua implementação, a exemplo do que já se logrou acordar na UNCAC. A dificuldade na negociação de tal mecanismo impacta negativamente o trabalho da Conferência das Partes e dos grupos de trabalho da UNTOC, que têm menor participação de especialistas e de delegações de alto nível em comparação ao que ocorre no âmbito da UNCAC. 20. Registro minha frustração pela impossibilidade de obter avanços no tratamento do tema do crime cibernético, em especial no que diz respeito à conveniência de negociação de instrumento multilateral. Trata se de mandato do XII Congresso de Prevenção do Crime e Justiça Criminal (Salvador BA, 2010). Os países desenvolvidos mantiveram se em posição intransigente de que a Convenção de Budapeste, elaborada pelo Conselho da Europa, já seria a única resposta internacional apropriada, à qual os demais países deveriam aderir. 21. O Brasil registrou, em "conference room paper" (CRP) circulado por ocasião da 24a. sessão da CPCJC (2015), bem como em pronunciamento na 25a. sessão (2016), postura construtiva em favor da negociação de instrumento multilateral, reconhecendo aspectos positivos na Convenção de Budapeste que poderiam servir de base para tal instrumento, e mencionando a visão de que o mesmo não teria de ser excludente em relação a acordos já existentes, como a referida Convenção.

153 Registro com satisfação, por outro lado, a conclusão, em 2015, das negociações para atualização de regras mínimas ("Regras Nelson Mandela") para o tratamento de prisioneiros. Tratava se (além do crime cibernético) de um dos dois mandatos propostos pelo Brasil ao sediar, em 2010, o XII Congresso Internacional sobre Prevenção do Crime e Justiça Criminal. O Brasil, por meio da atuação do DEPEN MJ, teve papel de liderança nas negociações. 23. Na impossibilidade, à última hora, de comparecimento do então Ministro da Justiça, tive a honra de chefiar a delegação brasileira ao XIII Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção do Crime e Justiça Criminal, em Doha, em Na sessão de abertura, pronunciei o discurso em nome do G 77 e China. I.2 UNIDO 24. A UNIDO é a única agência das Nações Unidas com mandato abrangente para o tema do desenvolvimento industrial. Desde os anos noventa, contudo, a Organização vem sendo debilitada pela saída, em sequência, de importantes países industrializados. O atual Diretor Geral, Li Yong (RPC), eleito em 2013 com apoio do Brasil, tem feito esforço consistente para relançar a Organização. 25. A atuação do Brasil na UNIDO tem sido condicionada pelo montante de pagamentos em atraso. Em 2010, o País havia assinado acordo de reescalonamento (em cinco parcelas) de suas dívidas, referentes a contribuições em atraso desde Após pagamento regular das parcelas de 2010, 2011 e 2012, o País interrompeu novamente, desde 2013, quaisquer novos pagamentos (inclusive das contribuições regulares anuais). No momento, a dívida total do Brasil soma ,00 euros. Na documentação para a 32a. Sessão do Comitê de Programas e Orçamento PBC (2016) constou a informação de perda do direito de voto do Brasil. Mesmo tendo plena consciência do desafio representado por dívida nessa dimensão, entendo que o Brasil deveria fazer esforço de regularização gradual da situação, de acordo com as possibilidades. 26. Busquei enfatizar a visão de que a equação custobenefício de participação do País na UNIDO não deveria estar atrelada a uma comparação contábil entre o valor das contribuições nacionais e dispêndios da Organização em projetos no Brasil. Diante de sua classificação como país de renda média alta, é virtualmente inevitável que o País não seja destino preferencial de projetos de ajuda ao desenvolvimento. Entendo, por isso, como fazem países em

154 154 estágio de desenvolvimento comparável, que o "retorno contábil" da participação na UNIDO deveria ser buscado por meio da promoção (i) de bens e serviços nacionais em projetos da Organização em terceiros países (em particular na África e na América Latina e Caribe), (ii) da participação de nacionais brasileiros no secretariado e (iii) da contratação de consultores brasileiros para projetos da Organização em terceiros mercados. 27. Durante minha gestão, houve esforço da UNIDO para aumentar sua presença e visibilidade no País, mediante, sobretudo, iniciativas nas áreas de energia e meio ambiente. Em novembro de 2013, o DG Li Yong realizou visita oficial ao Brasil. Registro a parceria desenvolvida entre a UNIDO e o Centro Internacional de Energias Renováveis Biogás (CIER Biogás), sediado em Itaipu. O Posto apoiou ativamente a negociação de memorando de entendimento assinado entre essas duas entidades em dezembro de A UNIDO passou, ademais, a ser uma das agências implementadoras de projetos do Protocolo de Montreal no Brasil. I.3 SE4ALL (INICIATIVA ENERGIA SUSTENTÁVEL PARA TODOS) TEMAS DE ENERGIA 28. A Iniciativa SE4ALL foi lançada pelo SG ONU, Ban Ki moon. Seu primeiro CEO, Kandeh Yumkella (que deixou o cargo de DG UNIDO em meados de 2013 para assumir essa função), via no Brasil um parceiro chave. Em repetidas oportunidades, Yumkella transmitiu à embaixada pedidos de apoio do Brasil à Iniciativa como, por exemplo, a cessão de dois engenheiros para atuar na elaboração de projetos hidrelétricos para a África. Após sua renúncia ao cargo, assumiu a SE4ALL, já agora com status de organização sem fins lucrativos (NFP), a senhora Rachel Kyte. 29. Registre se que, em boa medida, Viena é um "hub" internacional para temas de energia, em razão da presença nesta cidade dos secretariados da OPEP e da SE4ALL, além da própria AIEA. Nesse contexto, por iniciativa do ex DG UNIDO, Kandeh Yumkella, realizam se nesta capital, em caráter bienal, encontros do "Vienna Energy Forum". Durante minha gestão, participaram do III e IV encontros do VEF, em 2013 e 2015, representantes do MME, ELETROBRAS, Itaipu e CIER Biogás. I.4 COPUOS (COMITÊ PARA OS USOS PACÍFICOS DO ESPAÇO EXTERIOR) UNOOSA (ESCRITÓRIO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O ESPAÇO EXTERIOR

155 O Escritório das Nações Unidas para Temas do Espaço Exterior (UNOOSA) exerce a função de secretariado do Comitê das Nações Unidas para os Usos Pacíficos do Espaço Exterior (COPUOS) e de seus dois subcomitês (Técnico Científico e Jurídico). Dirigido, desde 2014, pela italiana Simonetta Di Pippo, o UNOOSA tem também a missão de promover a cooperação internacional nos usos pacíficos do espaço. 31. O COPUOS foi responsável, nas décadas de sessenta e setenta, pela negociação dos cinco principais tratados multilaterais sobre o espaço exterior: Tratado do Espaço Exterior; Acordo sobre Resgate de Astronautas e Objetos Lançados; Convenção sobre Responsabilidade Internacional por Danos Causados por Objetos Espaciais; Convenção sobre Registro de Objetos Lançados no Espaço Exterior; e Tratado da Lua. 32. O principal desafio do COPUOS hoje em cenário caraterizado pela emergência de multiplicidade de novos atores na arena espacial, tanto governamentais como privados, e pela importância central das atividades espaciais para o funcionamento das sociedades modernas consiste em voltar a exercer papel de liderança como órgão multilateral incumbido de promover a regulação das atividades espaciais e a cooperação entre os países nessa área. 33. O Brasil tem defendido a necessidade (i) de evitar a proliferação de iniciativas de regulação das atividades espaciais à margem do COPUOS, a exemplo da proposta de Código de Conduta para as Atividades Espaciais, lançada em 2010 pela União Europeia, bem como (ii) de atualizar, no âmbito do Comitê, os tratados originais, com vistas a preencher as lacunas hoje existentes em relação a diversos temas, tais como a definição e delimitação do espaço exterior, a proliferação de detritos espaciais, ou a exploração comercial de recursos espaciais, entre outros. 34. Nesse contexto, a negociação em curso de compêndio de diretrizes voluntárias para assegurar a sustentabilidade a longo prazo das atividades espaciais (LTS, no acrônimo em inglês), no âmbito de Grupo de Trabalho constituído para esse fim, constituiu a atividade mais importante desenvolvida pelo COPUOS durante minha gestão. O Brasil participa ativamente dessa negociação. 35. Em junho de 2018, será realizada a conferência UNISPACE+50, que marcará os 50 anos desde a realização da primeira conferência das Nações Unidas sobre o espaço, em Trata se de oportunidade única para revisar e

156 156 aperfeiçoar questões da governança no espaço exterior e da cooperação internacional nessa área. 36. A título de sugestão, considero que seria importante que o processo preparatório da conferência fosse objeto de amplas consultas à comunidade espacial brasileira, tanto no âmbito governamental quanto da Academia e setor privado, com vistas a possibilitar um engajamento proativo do Brasil, com apresentação de propostas concretas para o plano de ação a ser adotado pela UNISPACE+50. Ressalto o apoio fundamental recebido da AEB ao longo de minha gestão, bem como dos observadores oriundos de outros órgãos (Ministério da Defesa) e/ou da Academia, que tomam parte, regularmente, nas reuniões do COPUOS e órgãos subsidiários. I.5 UNCITRAL (COMISSÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DIREITO COMERCIAL INTERNACIONAL) 37. A Comissão reúne se, anualmente, em Nova York ou Viena, de maneira intercalada. As sessões de 2013 (46ª) e de 2015 (48ª) ocorreram em Viena, havendo o então Consultor Jurídico do Itamaraty, Professor Antonio Paulo Cachapuz de Medeiros, chefiado as delegações brasileiras. O Posto continuou a acompanhar regularmente as sessões dos grupos de trabalho da UNCITRAL, que se reúnem, no primeiro semestre do ano, em Nova York, e, no segundo, em Viena. I.6 IACA (ACADEMIA INTERNACIONAL ANTICORRUPÇÃO) 38. O Brasil foi um dos signatários, em 2010, do acordo constitutivo da IACA. Em 2013, o então chanceler Antonio Patriota fez depósito, junto à Chancelaria austríaca, do instrumento de ratificação nacional. 39. Em coordenação com o MRE, o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle (MTFC) tem mantido estreito diálogo com a instituição. Em 2016, um dos módulos do mestrado da IACA teve lugar no Brasil. O ex Ministro Chefe da CGU, Luiz Augusto Navarro, é membro do Conselho Consultivo da IACA (mandato ). Por ocasião da IV Assembléia das Partes, em dezembro de 2015, em Viena, o Brasil logrou eleger o Secretário Federal de Controle Interno, Adjunto, do MTFC, Sr. Sérgio Seabra, para assento na Junta de Governadores. Na mesma ocasião, a ministra Vivian Sanmartin foi eleita para compor a mesa da Assembléia (relatoria). II RELAÇÕES BRASIL ÁUSTRIA 40. As relações bilaterais Brasil Áustria são cordiais e corretas. Não há fricções ou temas contenciosos. Há bases

157 157 históricas sólidas para essas relações, entre as quais (i) o casamento em 1817 da Arquiduquesa Leopoldina de Habsburgo com o futuro imperador do Brasil, D. Pedro I, (ii) o exílio no Brasil, durante o nazismo, de Stefan Zweig (à época o mais popular escritor austríaco), bem como de numerosos outros refugiados, ou (iii) a iniciativa do Brasil, na 7ª. Assembléia Geral das Nações Unidas, em 1952, em favor do pleno restabelecimento da soberania austríaca. Além desses laços históricos, Brasil e Áustria compartilham e defendem no plano internacional valores/objetivos comuns como democracia e estado de direito, direitos humanos, reforço do multilateralismo, desarmamento nuclear, defesa do meio ambiente e assim por diante. Há, assim, amplos espaços para cooperação em foros internacionais em torno desses temas (como se verificou, por exemplo, em iniciativas no âmbito das Nações Unidas para proteção de jornalistas, para a proteção do direito à privacidade ou para o desarmamento nuclear, entre outras). No plano econômico, busquei ressaltar a dimensão surpreendente dos investimentos diretos brasileiros na Áustria. Outro aspecto relevante da relação bilateral é a presença na Áustria de comunidade brasileira estimada pelo Posto em número entre 5 10 mil nacionais. II.1 VISITAS E DIÁLOGO POLÍTICO BILATERAL 41. Manteve se durante minha gestão a intensidade do diálogo e da concertação política bilateral. O ex ministro das relações exteriores, Antonio Patriota, visitou Viena em duas oportunidades, em 2013, no contexto de reuniões multilaterais, havendo em ambas ocasiões mantido encontros de trabalho com seu então homólogo, Michael Spindelegger. Pelo lado austríaco, houve visitas ao Brasil dos ministros da Justiça, Beatrix Karl (2012) e Wolfgang Brandstetter (2014), bem como do ministro da Ciência e Pesquisa, Karlheinz Töchterle (2013), entre outras. 42. Tiveram seguimento as reuniões de consultas políticas bilaterais ao amparo do Memorando de Entendimento sobre Consultas Políticas (2008). Realizou se, em dezembro de 2012, em Viena, a terceira reunião, em nível de vice ministros (como nas duas primeiras). Na ocasião, a delegação brasileira foi chefiada pelo então SG, embaixador Ruy Nogueira. A quarta reunião ocorreu em 2014, em Brasília, em nível de subsecretários. Ressalte se a utilidade do diálogo político com a Áustria, por se tratar de país com posturas equilibradas e moderadoras em temas divisivos da agenda internacional. II.2 MARCO INSTITUCIONAL

158 Durante minha gestão, houve desdobramentos positivos no que diz respeito à ampliação da base institucional do relacionamento bilateral: (i) foram assinados Acordo Quadro de Cooperação nos Domínios da Educação e da Educação Superior (2013) e Tratado de Extradição (2014), estando ainda em trâmite no Brasil os processos de ratificação; (ii) foram concluídas (ou virtualmente concluídas, no segundo caso) as negociações de Acordo de Previdência Social e de Acordo de Cooperação na Área de Ciência e Tecnologia; (iii) avançou se na negociação de Acordo/Memorando de Entendimento sobre Acesso a Mercado de Trabalho para Dependentes de Membros de Missões Diplomáticas e de Carreiras Consulares, estando pendente a definição da natureza do instrumento; (iv) estão em curso negociações sobre Acordo de Cooperação Cultural e Declaração Conjunta sobre Programa de Trabalho de Férias. Por outro lado, não houve progressos no que diz respeito a propostas brasileiras de Acordo de Cooperação Jurídica em Matéria Civil, de Acordo de Cooperação Jurídica em Matéria Penal, e de Acordo sobre Transferência de Pessoas Condenadas. II.3 CONTATOS PARLAMENTARES 44. Há, no parlamento austríaco, Grupo de Amizade Parlamentar para o conjunto da América Latina e Caribe. Ao fazer consultas informais sobre constituição de grupo bilateral, fui informado sobre restrições orçamentárias à possibilidade de criação de novos grupos. 45. A Deputada Petra Bayr (SPÖ), que tem presidido o grupo de amizade parlamentar ALC Áustria, é interlocutora cordial, bem intencionada e ativa. Promove encontros conjuntos regulares entre parlamentares austríacos e chefes de missão latino americanos e caribenhos, em torno de temas específicos. II.4 GESTÕES EM FAVOR DE CANDIDATURAS OU TEMAS DE INTERESSE 46. O Posto cumpriu a função rotineira de fazer numerosas gestões em favor de candidaturas brasileiras diversas. Entre as várias candidaturas sobre as quais fiz gestões pessoais, ressalto a do Dr. José Graziano da Silva a reeleição ao cargo de DG FAO, em De acordo com as informações de que disponho, a Áustria foi o primeiro país da UE a anunciar publicamente apoio a essa candidatura. 47. No que diz respeito à negociação de acordo de livre comércio MERCOSUL UE, fiz em 2015 numerosas gestões em favor de apoio da Áustria ao processo e, em particular, à troca de ofertas iniciais de acesso a mercado.

159 159 II.5 ASSUNTOS CONSULARES 48. Enfatizo a importância do trabalho consular nas rotinas do Posto, e em particular da assistência consular e relacionamento com a comunidade brasileira. Nas eleições presidenciais de 2014, Viena foi a quarta embaixada com maior número de eleitores registrados (em países com comunidades brasileiras mais numerosas, há via de regra postos consulares). A comunidade brasileira na Áustria pode ser estimada entre 5 10 mil pessoas. 49. Em 2015, o Posto teve renda consular de ,50 euros; emitiu documentos de viagem e 614 vistos ; e realizou 144 registros de nascimentos, entre outros atos de registro civil e notariais. Em 2014 esses números foram os seguintes: renda consular de ,00 euros; 918 documentos de viagem; 582 vistos; e 86 registros de nascimento. Em 2013, por fim, a renda consular foi de ,00 euros; foram emitidos 917 documentos de viagem e 603 vistos; e foram realizados 103 registros de nascimento. 50. Busquei assegurar que o atendimento ao público no setor consular fosse rápido e prestativo. Durante minha gestão, cerca de 95% dos formulários recebidos na caixa da ouvidoria consular continham elogios, em demonstração da atenção, profissionalismo e correção com que os funcionários do setor consular buscam desempenhar suas tarefas. 51. Dei prioridade máxima à interlocução com a comunidade brasileira. Pelo simbolismo da iniciativa, na eleição presidencial de 2014 instalei na Residência do chefe do Posto as cinco seções eleitorais neste país. Em numerosas ocasiões, pus a Residência à disposição de eventos culturais de iniciativa de membros da comunidade brasileira. 52. Nas eleições presidenciais de 2014, houve eleitores inscritos nas cinco seções neste país. No primeiro turno, 685 compareceram para votação; no segundo, 674. Em atendimento a proposta do Posto, o TSE aprovou a criação de seção eleitoral no estado do Vorarlberg, que concentra, após Viena, a segunda maior comunidade brasileira neste país. Nas eleições presidenciais de 2018, assim, haverá pela primeira vez seção eleitoral em outra cidade além de Viena. 53. Outro tema que considero haver sido de importância particular para a comunidade brasileira foi a conclusão, em 2016, da negociação de Acordo de Cooperação em Matéria Previdenciária. As matérias publicadas a respeito no Facebook do Posto foram as que maior repercussão tiveram junto à comunidade brasileira.

160 Devido a restrições orçamentárias, não foi possível, durante minha gestão, agendar consulados itinerantes, sobretudo para atender a comunidade brasileira residente no Vorarlberg, cuja capital está a cerca de 700km de Viena. 55. O Posto empenhou se no atendimento de numerosas situações de assistência consular. A situação mais recorrente foi a de dificuldades em casamentos/relacionamentos entre cidadãs brasileiras e cidadãos austríacos. Diante do acúmulo de casos, em 2014 solicitei autorização para contratação de advogado para assistência jurídica aos nacionais, quando oportuno. A partir de 2015, a comunidade brasileira passou a contar com essa possibilidade. 56. Recebi solicitações de duas pessoas da comunidade em favor da criação de Conselho da Cidadania neste país. Promovi ampla consulta sobre essa proposta. As manifestações de interesse foram mínimas. 57. Foram atualizados os credenciamentos dos Cônsules Honorários. Em 2015, encaminhei processo de substituição do ex Cônsul Honorário no Tirol, por razões de idade. O novo Cônsul Honorário naquele estado é cidadão alemão que tem laços efetivos com o Brasil e fala português fluentemente. II.6 ASSUNTOS CULTURAIS 58. Nos anos de 2013 e 2014, o Posto teve programação cultural intensa. A partir de 2015, não foi possível manter o mesmo ritmo de atividades, em razão das crescentes dificuldades orçamentárias. 59. Creio haver concluído que o caminho mais eficiente para a promoção de eventos culturais neste país é o de parcerias com instituições, festivais ou eventos locais. Verifiquei a extrema dificuldade, em cidade e país com "superoferta" de eventos culturais, de obter retorno adequado para eventos produzidos de forma individual. Dei prioridade, assim, a eventos em parceria com instituições como, entre outras, o "Weltmuseum" ("Museu do Mundo", nova denominação do antigo Museu de Etnologia), o Az W (Centro de Arquitetura de Viena), a Universidade de Viena (Semanas de Literatura Brasileira, em edições anuais regulares), a Viennale (festival anual internacional de cinema), o Impulstanz/"Biblioteca do Corpo" (festival de dança durante os meses de verão), a Universidade de Salzburgo (festival de cinema brasileiro "Fórum Brasil"), o Instituto Latino Americano (LAI, que celebrou 50 anos em 2015) e a Sociedade Austro Brasileira de Educação e Cultura Papagaio (Festival Cultural do Brasil em Viena). No

161 161 Brasil, procurei trabalhar em conjunto com a iniciativa "Música no Museu", que promoveu quatro eventos em Viena durante minha gestão. Em alguns desses casos, uma pequena contribuição financeira ou tão somente institucional ou de apoio logístico permitiu um retorno de divulgação que não teria sido alcançado por meio de iniciativas individuais da embaixada. 60. Um aspecto particular do relacionamento cultural Brasil Áustria diz respeito ao legado da expedição científica e cultural que acompanhou D.Leopoldina ao Brasil em O "Weltmuseum" abriga, possivelmente, a mais importante coleção no exterior de etnologia do Brasil. Há coleções de história natural no "Naturhistorisches Museum". A Academia de Belas Artes ("Akademie der bildenden Künste") tem em seu acervo (mas não expostos, por razões de preservação), paisagem a óleo do Rio de Janeiro e 763 aquarelas e desenhos com cenas brasileiras de Thomas Ender. Registre se que, em 2013, o IBRAM assinou memorando de entendimento com o Museu de História da Arte (KHM) e o "Weltmuseum". 61. Na consideração da programação cultural do Posto, procurei abrir a Residência para eventos emblemáticos da diversidade étnica e cultural brasileira. Houve, entre outros, eventos em torno (i) de representantes da comunidade indígena sateré mawé, em 2013, por ocasião de encerramento da mostra "Além do Brasil" no "Weltmuseum", (ii) do escritor indígena Daniel Munduruku, em 2014, e (iii) do artista plástico Ernesto Neto e indígenas da tribo Huni Kuin, em Em minha gestão, o Posto deu continuidade à utilização regular da sala de auditório e projeção da Chancelaria para a realização de eventos culturais, como exibições de filmes brasileiros, palestras, debates e leituras bilíngues de literatura. Destaco a exibição mensal de filmes infantis brasileiros para estudantes de português da rede pública de ensino de Viena. 63. Em 2016, nome por mim indicado, a Doutora Eloide Kilp professora do Instituto de Romanística da Universidade de Salzburgo e importante colaboradora da Embaixada nos temas de cooperação educacional, difusão cultural e promoção da língua portuguesa foi um dos agraciados na primeira edição do Prêmio Itamaraty de Diplomacia Cultural. II.7 IMPRENSA e DIVULGAÇÃO 64. O Posto fez trabalho ativo de divulgação do Brasil no contexto da Copa do Mundo FIFA 2014 e das Olimpíadas Rio

162 Participei de numerosos eventos e debates públicos. Dei entrevistas a canal da televisão austríaca, a estação de rádio, jornais e revistas. Enviei cartas a órgãos de imprensa e ONGs em resposta a matérias e manifestações distorcidas sobre a realidade brasileira. Nesse contexto, havendo servido neste mesmo país há 30 anos, não posso deixar de registrar minha frustração de verificar que a imagem do Brasil continua a ser muito marcada por uma combinação de preconceitos e desconhecimento. 65. Foi criada conta do Posto no Facebook. Trata se de canal de comunicação ágil entre a embaixada e a comunidade brasileira, além de constituir memória de atividades, eventos, artigos de imprensa e outros fatos relevantes envolvendo, essencialmente, temas culturais. Essa plataforma é igualmente útil para a divulgação de informações consulares. II.8 RELAÇÕES ECONÔMICO COMERCIAIS 66. Busquei dar a devida ênfase ao fato de que a Áustria é um dos principais destinos de IDB (investimento direto brasileiro no exterior), o qual nem sempre é devidamente conhecido no Brasil. Até 2013, a Áustria era o principal destino de investimentos brasileiros diretos (IBD), com estoque de US$ 66,5 bilhões (24,4% do total no exterior). Em 2014, após anos de aumento contínuo, houve saída significativa de recursos brasileiros, com decréscimo no estoque total para valor de US$ 48 bilhões ao final do ano havendo então a Áustria caído para a segunda posição (17,8% do IDB no exterior). Em 2015, o estoque de IBD na Áustria sofreu nova queda, situando se ao final do ano em US$ 38,8 bilhões (14,9% do total). 67. Via de regra, os fluxos de IDB em direção a este país não guardam relação específica com uma agenda econômica bilateral Brasil Áustria, nem são voltados primariamente a negócios no mercado interno deste país. Grandes empresas brasileiras constituem "holdings", "trading companies" ou outras formas de presença neste país com o propósito de centralizar na Áustria os registros de movimentações financeiras e/ou comerciais em escala européia e mesmo global. Tais decisões decorrem, presumivelmente, (i) da existência de acordo de bitributação Brasil Áustria e (ii) de condições tributárias oferecidas pela legislação austríaca, entre outros fatores. 68. Os números do comércio bilateral não são expressivos. Mesmo considerando que parcela razoável do comércio bilateral presumivelmente não apareça nas estatísticas brasileiras, em razão do chamado "efeito Rotterdam", ainda assim os números

163 163 são relativamente modestos. O volume máximo de intercâmbio foi registrado em 2011 (US$ 1,89 bilhão). Nesse mesmo ano, registrou se pico no valor das exportações brasileiras (US$ 422 milhões); no ano seguinte, registrou se pico nas exportações austríacas (US$ 1,52 bilhão). 69. Desde , houve declínio acentuado do comércio em ambos os sentidos. Essa tendência deveu se, pelo lado das exportações brasileiras, à queda nas vendas de commodities para a Áustria; pelo lado das exportações austríacas, ao desaquecimento da economia brasileira e à desvalorização do Real. O comércio bilateral tem sido tradicionalmente superavitário para a Áustria. 70. O Posto manteve diálogo regular com interlocutores da Câmara de Comércio da Áustria (WKÖ) e da União dos Industriais (IV). Entre as rotinas do SECOM da embaixada, uma das atividades mais frequentes foi o apoio a pequenas e médias empresas brasileiras que buscam listas de potenciais importadores para seus produtos. Em razão das restrições orçamentárias, o SECOM buscou privilegiar atividades de custo zero, como publicação de "newsletter" eletrônica e atualização do "Guia como Exportar para a Áustria". III. ÁUSTRIA: CONJUNTURA POLÍTICA E ECONÔMICA; POLÍTICA EXTERNA III.1 CONJUNTURA POLÍTICA 71. A Áustria é governada desde janeiro de 2007 por "grande coalizão" entre social democratas (SPÖ) e democrata cristãos, ou "populares" (ÖVP). Os principais partidos de oposição são o FPÖ (Partido da Liberdade, direita populista) e os "Verdes". Desde 16/05/2016 o chanceler (primeiro ministro) é Christian Kern (SPÖ); Reinhold Mitterlehner (ÖVP) é o vicechanceler desde 01/09/2014. As últimas eleições nacionais (parlamentares) foram realizadas em A Áustria encontra se entre os países de mais alto desenvolvimento, com plena estabilidade democrática, economia avançada e competitiva e alto nível de coesão social. Não obstante esse quadro favorável, é curioso verificar que a conjuntura política interna tem sido marcada por tendência de crescente fragmentação político partidária e erosão do apoio popular aos social democratas (SPÖ) e democrata cristãos (ÖVP), os dois principais partidos. Desde o pós guerra, na chamada II República, a chefia de governo foi sempre exercida por um desses dois grandes partidos em mais de uma vez, como agora, em "grande coalizão" entre os dois. Este quadro de grande estabilidade e previsibilidade está, contudo,

164 164 claramente se diluindo. Em 2016, por exemplo, pela primeira vez desde o pós guerra, a Áustria terá um chefe de estado de terceiro partido (FPÖ ou "Verdes"). Em virtualmente todas as eleições recentes neste país européias, nacionais ou estaduais, ambos os grandes partidos registraram mínimos históricos sucessivos em suas votações. Desde 2015, as pesquisas de opinião tem indicado ampla e consistente liderança do FPÖ. 73. Não deixa de ser surpreendente esse movimento de progressivo distanciamento dos eleitores austríacos em relação aos dois grandes partidos os quais conduziram tão exitosamente a reconstrução do país no pós guerra e sua transformação em uma das nações mais prósperas e socialmente coesas da UE. Nesse particular, o que se observa na Áustria não parece ser essencialmente diferente das manifestações generalizadas de insatisfação popular em países desenvolvidos, indistintamente à esquerda e à direita (candidatura republicana nos EUA, Brexit, Syriza, Podemos, etc). Trata se, aparentemente, de situação ligada a um sentimento difuso de mal estar social, decorrente de fatores como: (i) impressão de que a chamada globalização põe em risco as conquistas do estado de bem estar social e acarreta crescente desequilíbrio na distribuição de renda; (ii) virtual estagnação na renda média da população, sobretudo a partir da crise econômica mundial de 2008; e (iii) preocupação em relação à presença crescente de imigrantes (fator exacerbado pela crise de refugiados a partir de 2015). 74. Ainda assim, parece haver, no caso da Áustria, um elemento de especificidade nacional. Enquanto em outros países tais manifestações de insatisfação social estão em boa medida relacionadas aos impactos da crise econômica mundial a partir de 2008, no caso da Áustria já nos anos noventa o FPÖ havia se convertido em terceira força de peso na política interna, ao lado do SPÖ e ÖVP. 75. Insere se nesse mesmo contexto de progressivo desgaste dos partidos tradicionais a eleição presidencial de No passado, sempre que houve um segundo turno em eleições presidenciais, o confronto fora entre candidatos do SPÖ e do ÖVP. E todos os chefes de estado da II República pertenciam na origem a um desses dois partidos. Agora, como já referido, pela primeira vez chegaram ao segundo turno apenas os candidatos dos "Verdes" (ainda que nominalmente apresentado como independente), Alexander Van der Bellen, e do FPÖ, Norbert Hofer. Esse segundo turno, em maio passado, vencido por estreitíssima margem pelo candidato "verde", foi anulado em razão de irregularidades na apuração dos votos postais. A

165 165 Corte Constitucional determinou sua repetição em 2 de outubro próximo. 76. No acompanhamento geral da conjuntura interna austríaca, procurei enviar informações sobre temas específicos de eventual interesse para a agenda doméstica brasileira, a exemplo da questão do sigilo bancário e do intercâmbio automático de informações tributárias neste país; dos debates sobre a possível introdução de imposto sobre "grandes fortunas", heranças ou doações; e dos debates e medidas pontuais recorrentes no sentido de reformar a previdência social. III.2 CONJUNTURA ECONÔMICA 77. No contexto europeu, desde a crise econômica mundial de 2008 a Áustria havia inicialmente se sobressaído por desempenho econômico relativamente mais favorável. O país tinha, em 2012, a mais baixa taxa de desemprego na UE. Mais recentemente, contudo, na comparação com outras economias europeias, a Áustria já não se inclui entre as de melhor desempenho. 78. O crescimento do PIB em 2015 foi de 0,9%, abaixo da taxa de 1,9% para o conjunto da UE. Manteve se dessa forma o fraco desempenho dos três anos anteriores (0,8% em 2012; 0,3% em 2013; e 0,4% em 2014). A previsão para este ano é de clara melhora (1,7%) ainda assim, abaixo da previsão para a UE (1,9%). 79. Em 2015, a taxa de desemprego foi de 6% (pelo critério unificado da Comissão Européia). Até 2012, a Áustria tinha a menor taxa na UE (naquele ano, 4,9%). Em 2016, contudo, conforme as previsões, sete países da UE terão taxas menores do que a austríaca. Pelo critério estatístico nacional, o desemprego na Áustria passou de 7% em 2012 para 9,1% em 2016 com tendência ascendente. O número de desempregados, próximo a 500 mil, atingiu um recorde. Ainda que o número de empregados continue aumentando, isso não ocorre em proporção suficiente para compensar o aumento populacional decorrente da imigração. 80. Após forte crescimento da dívida pública na esteira da crise econômica mundial de 2008, há sinais de melhoras nas contas públicas. Depois de déficit equivalente a 2,7% do PIB em 2014, o resultado em 2015 foi de 1,2% do PIB, a melhor cifra desde Estima se que o déficit em 2016 voltará a crescer, atingindo 2,2% do PIB. Depois de anos de aumentos substanciais, a dívida pública montou a 86,2% do PIB em Estima se que essa cifra tenha sido o pico. Apesar dessa

166 166 aparente estabilização da situação, há preocupações de longo prazo em relação às contas públicas, sobretudo em razão de dúvidas quanto à sustentabilidade da previdência oficial e dos custos crescentes do estado de bem estar social em contexto de progressivo envelhecimento da população. Entre , as três principais agências internacionais de classificação de risco, sucessivamente, retiraram da Áustria sua condição de "triple A". 81. As contas externas da Áustria são particularmente sólidas. O país tem, tradicionalmente, superávits significativos em sua conta corrente: 3,3% do PIB em 2015; e, conforme as previsões, 3,5% do PIB em A Áustria tem logrado manter base industrial sólida, apesar da competição da Ásia Pacífico. O país mantém se competitivo em setores de ponta como máquinas e equipamentos, indústria automotiva, metal mecânica, farmacêutica e química, entre outros. As empresas austríacas estão fortemente integradas em cadeias produtivas internacionais, em particular com a Alemanha. Não obstante esse quadro seguramente positivo, há preocupações em relação à perda de posições em índices de competitividade internacional. Associações empresariais atribuem essa evolução à incapacidade política de implementar reformas efetivas nos campos fiscal, previdenciário e trabalhista. III. 3 POLÍTICA EXTERNA AUSTRÍACA 83. A UE é o centro da política externa austríaca e "âncora" do posicionamento e identidade internacional do país (a Áustria tornou se membro em 1995). Subsidiariamente, outros focos de atenção para a política externa austríaca são os seguintes: (i) Bálcãs e Europa Oriental; (ii) Mediterrâneo e Oriente Médio; (iii) grandes mercados emergentes. O continente europeu absorve mais de 80% das exportações austríacas. 84. A Áustria posiciona se tradicionalmente de forma decidida em favor da importância do multilateralismo, e em especial da ONU, na condução da agenda internacional. Outra instituição internacional particularmente valorizada pela Áustria é a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), sediada em Viena. A política externa deste país, da mesma forma que a brasileira, tem tradição de busca de consensos e soluções negociadas, com extrema cautela para referendar eventuais opções militares. Em temas como a crise na Ucrânia, o conflito Israel Palestina ou as relações com o Irã, verifica se com nitidez essa especificidade de posturas invariavelmente moderadoras e de promoção do diálogo.

167 Um aspecto permanente da política externa austríaca é o objetivo prioritário de promover Viena como centro diplomático e sede de organizações internacionais. A cidade é a terceira mais importante sede das Nações Unidas. Abriga duas agências especializadas (AIEA e UNIDO), bem como o Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODC), o Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior (UNOOSA), o secretariado da Comissão das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional (UNCITRAL) e a Iniciativa Energia Sustentável para Todos (SE4ALL), entre outros órgãos das Nações Unidas. A OPEP e seu fundo de ajuda ao desenvolvimento (OFID) têm igualmente sede em Viena. O acordo nuclear entre o Irã, os cinco membros permanentes do CSNU, a Alemanha e a UE (Irã P5+1/UE) foi assinado em Viena, em No período de minha gestão, foram objeto de acompanhamento prioritário pelo Posto os temas de política externa mencionados a seguir. 87. A partir de meados de 2015, a crise dos refugiados passou a ser o tema central não só da política externa, mas também da política interna neste país. Tratar se ia, segundo o expresidente Heinz Fischer, do mais grave desafio enfrentado pelo país desde a recuperação da plena soberania em Em alguns momentos, tinha se a impressão de um desafio além da capacidade de resposta da Áustria. Transitaram por seu território, no ano passado, mais de 600 mil refugiados, dos quais 90 mil solicitaram asilo no país. Nesse contexto, após postura inicial de abertura e marcada por preocupações humanitárias, a Áustria reverteu curso e passou a assumir liderança em nível europeu e sub regional em favor do fechamento de rotas de imigração "ilegais". Estabeleceu se teto para número máximo de asilos a serem processados em 2016 (37.500). Partiu da Áustria, em 2016, a coordenação com os países balcânicos com vistas ao fechamento da chamada "rota dos Bálcãs". Na sequência, o ministro do exterior, Sebastian Kurz, passou a defender a aplicação pela UE do "modelo australiano" para controlar a entrada de imigrantes pelo mar (centros de processamento em ilhas do Mediterrâneo ou nos países de origem dos fluxos). O fechamento da "rota dos Bálcãs" gerou críticas públicas à Áustria por parte da Comissão Européia, da Alemanha e da Grécia, além de organismos internacionais e ONGs. De uma forma ou de outra, contudo, o país alcançou, pelo menos por ora, o objetivo de reassumir o controle da situação. Caiu drasticamente o número de refugiados que têm chegado à Áustria. Trata se de tema que permanecerá na agenda no futuro previsível.

168 O resultado do referendo do Brexit foi recebido com perplexidade na Áustria. Na perspectiva dos próximos passos, tem se a impressão que a tarefa mais difícil não será nem mesmo a da negociação, já em si extremamente complexa, da saída do Reino Unido e definição dos novos termos de seu relacionamento com a UE. Mais desafiadora ainda parece ser a tarefa de como proceder em relação à nova UE 27 que restará se empreender uma "fuga para a frente", ou se privilegiar a consolidação e aperfeiçoamento do que já existe. Para um país como a Áustria, cujas lideranças políticas (à exceção do FPÖ) e empresariais são profundamente comprometidas com a UE, o Brexit acrescenta nova e grave preocupação em relação ao futuro de processo de integração que vem enfrentando sucessivos desafios históricos nos últimos anos (impactos sociais da crise econômica mundial de 2008; fortalecimento de tendências eurocéticas em numerosos membros; crises fiscais e/ou financeiras em diversos países; crise dos refugiados e seu impacto sobre o espaço Schengen). 89. No contexto da crise financeira grega, a Áustria respeitados os limites de sua capacidade de projeção diplomática atuou em 2015 no sentido de buscar acomodar, tanto quanto possível, as preocupações daquele país. O exprimeiro ministro, Werner Faymann (SPÖ), empenhou se pessoalmente nesse sentido, algo que lhe valeu, à época, o reconhecimento do governo grego. Em diferentes momentos, Faymann enfatizou que não se poderiam exigir medidas de austeridade além de um limite razoável. 90. No que diz respeito à crise Ucrânia Rússia, a Áustria condenou a ocupação da Criméia, bem como a hipótese de desmembramento de outros territórios da Ucrânia. Ao mesmo tempo, manteve postura invariável no sentido de enfatizar a necessidade de manter abertos os canais de diálogo com Moscou e evitar retórica de confrontação. Nesse contexto, sem deixar de implementar integralmente as sanções contra a Rússia adotadas no âmbito da UE, em numerosas oportunidades a Áustria manifestou abertamente seu ceticismo quanto à eficácia de tais iniciativas. 91. No conflito Israel Palestina, a Áustria manteve ainda que sem o perfil elevado do passado a postura de equilíbrio e defesa de solução negociada com base no princípio de "dois Estados". O país continuou a condenar, de forma consistente, a política de promoção de assentamentos israelenses na Cisjordânia. A Áustria votou em favor do ingresso da Palestina na UNESCO, em 2011, bem como da admissão do país na ONU, com status de observador. Por outro lado, não há no momento perspectiva imediata de reconhecimento do Estado da Palestina.

169 No que diz respeito ao conflito sírio, a Áustria passou a modular exigência anterior, explicitada de forma muito enfática pelo menos até 2013, de que a saída de cena do Presidente Bashar al Assad seria pré condição para uma solução negociada. Em 2015 e 2016, foram realizados em Viena encontros do "Grupo de Contato sobre a Síria". 93. Em 2013, a Áustria encerrou abruptamente sua participação na missão de paz das Nações Unidas nas Colinas de Golan (UNDOF). Em 2016, em discurso pouco antes de deixar o cargo, o ex presidente Heinz Fischer disse que essa decisão havia sido o maior equívoco da política externa austríaca durante seus dois mandatos ( ). 94. O relacionamento com o Irã foi outro tema de destaque na política externa austríaca. Após o acordo nuclear de 2015, o presidente Heinz Fischer foi o primeiro chefe de estado ocidental a visitar aquele país. Essa foi, também, a primeira visita de um chefe de estado europeu desde Durante minha gestão, o presidente Heinz Fischer visitou, na América Latina e Caribe, a Colômbia e Cuba, em 2016; a Bolívia, em 2015; e a Argentina e Chile, em Em 2015, a Áustria decidiu reabrir sua embaixada em Bogotá, fechada em 2012; ao mesmo tempo, anunciou decisão de fechar a representação em Caracas. IV. SUMÁRIO DE AÇÕES, DIFICULDADES ENCONTRADAS E SUGESTÕES PARA O PRÓXIMO CHEFE DE MISSÃO IV.1 TEMAS MULTILATERAIS AÇÕES DO POSTO OU COM PARTICIPAÇÃO DO POSTO Visitas ao Brasil, em 2013, do Diretor Executivo do UNODC e do Diretor Geral da UNIDO. Gestões em favor da participação de cidadãos brasileiros no secretariado de organizações internacionais em Viena. Apoio à abertura de escritório de representação do UNODC em Brasília. Participação ativa na negociação do documento final da UNGASS 2016 (Sessão Especial da Assembléia Geral das Nações Unidas sobre o Problema Mundial das Drogas). Eleição do Brasil para vicepresidência da CND em Proposta de resolução, aprovada pela VI Conferência das Partes da UNCAC, em 2015, sobre cooperação internacional em processos de natureza civil e administrativa no combate à corrupção. Apoio à conclusão, em 2015, das negociações para atualização das regras mínimas para o tratamento de prisioneiros. Eleição para o Comitê de Programas e Orçamento da UNIDO (mandato ). Apoio às negociações de memorando de cooperação entre a UNIDO e o

170 170 Centro Internacional de Energias Renováveis Biogás, sediado em Itaipu. Participação ativa nas negociações sobre diretrizes para a sustentabilidade do espaço exterior, no âmbito do COPUOS. Depósito, pelo ex chanceler Antonio Patriota, do instrumento de ratificação pelo Brasil do acordo constitutivo da IACA. Por ocasião da IV Assembléia das Partes da IACA, em dezembro de 2015, em Viena, eleição do Secretário Federal de Controle Interno, Adjunto, do MTFC, Sr. Sérgio Seabra, para assento na Junta de Governadores. DIFICULDADES A situação de atraso nas contribuições brasileiras à UNIDO levou à perda de voto na Organização. SUGESTÕES PRIORITÁRIAS PARA A AGENDA DO PRÓXIMO CHEFE DE MISSÃO Processo de preparação da revisão decenal, em 2019, da Declaração Política e Plano de Ação de 2009 sobre o Problema Mundial das Drogas. Renovação do mandato do Brasil na CND, que expira em 31/12/2017. Questão das contribuições em atraso para a UNIDO. Preparação da conferência UNISPACE+50, em IV.2 TEMAS BILATERAIS AÇÕES DO POSTO OU COM PARTICIPAÇÃO DO POSTO Visitas a Viena, em 2013, do ex chanceler Antonio Patriota. III reunião de consultas políticas bilaterais, em dezembro de 2012, em Viena, na qual a delegação brasileira foi chefiada pelo ex Secretário Geral das Relações Exteriores, embaixador Ruy Nogueira. IV reunião de consultas políticas bilaterais, em 2014, em Brasília. Ampliação do marco institucional das relações bilaterais: (i) assinatura de Acordo Quadro de Cooperação nos Domínios da Educação e da Educação Superior; (ii) assinatura de Tratado de Extradição; (iii) conclusão das negociações de Acordo de Previdência Social; (iv) virtual conclusão das negociações de Acordo de Cooperação na Área de Ciência e Tecnologia; (v) lançamento de negociações, ainda em curso, de Acordo de Cooperação Cultural. Nas eleições presidenciais de 2014, entre as embaixadas com setor consular, Viena foi a quarta com maior número de eleitores registrados (1.822). Em atendimento a propostas do Posto, o TSE aprovou a criação de uma sexta seção eleitoral na Áustria, no estado do Vorarlberg (a primeira fora de Viena). Contratação de advogado para prestar assistência jurídica à comunidade brasileira, em casos justificados. Realização de ampla consulta pública à comunidade brasileira sobre eventual interesse pela criação de Conselho da Cidadania. Atualização e renovação dos mandatos de Cônsules Honorários; substituição, por razões de idade, do Cônsul Honorário no estado do Tirol. Criação de conta no Facebook e renovação da página do Posto na internet. Acompanhamento do volume

171 171 expressivo de IDB (investimentos diretos brasileiros) na Áustria. Atualização do guia "Como Exportar para a Áustria". DIFICULDADES As restrições orçamentárias limitaram a atuação do Posto, sobretudo nas atividades de promoção cultural e de representação. SUGESTÕES PARA A AGENDA DO PRÓXIMO CHEFE DE MISSÃO Retomada de agenda de visitas bilaterais em alto nível. Agendamento da V reunião de consultas políticas bilaterais. Continuidade ao trabalho de ampliação do marco institucional das relações bilaterais. Comemoração, em 2017, dos 200 anos do casamento entre D.Leopoldina e D.Pedro I. Continuidade às parcerias culturais com as entidades mencionadas neste relatório.

172 172 SENADO FEDERAL MENSAGEM Nº 78, DE 2016 (nº 446/2016, na origem) Submete à apreciação do Senado Federal, de conformidade com o art. 52, inciso IV, da Constituição Federal, e com o art. 39, combinado com o art. 41 da Lei nº , de 29 de dezembro de 2006, o nome do Senhor RICARDO NEIVA TAVARES, Ministro de Primeira Classe da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República da Áustria. AUTORIA: Presidente da República DESPACHO: À Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional PUBLICAÇÃO: DSF de 10/08/2016 Página 1 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de Página da matéria

173 173 Mensagem n o 446 Senhores Membros do Senado Federal, De conformidade com o art. 52, inciso IV, da Constituição, e com o art. 39, combinado com o art. 41 da Lei n o , de 29 de dezembro de 2006, submeto à apreciação de Vossas Excelências a escolha, que desejo fazer, do Senhor RICARDO NEIVA TAVARES, Ministro de Primeira Classe da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República da Áustria. Os méritos do Senhor Ricardo Neiva Tavares que me induziram a escolhê-lo para o desempenho dessa elevada função constam da anexa informação do Ministério das Relações Exteriores. Brasília, 8 de agosto de Página 2 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

174 174 EM nº 00236/2016 MRE Brasília, 26 de Julho de 2016 Excelentíssimo Senhor Vice-presidente da República, No Exercício do Cargo de Presidente da República, De acordo com o artigo 84, inciso XXV, da Constituição Federal, e com o disposto no artigo 39, combinado com o artigo 41, da Lei nº , de 29 de dezembro de 2006, submeto à apreciação de Vossa Excelência o nome de RICARDO NEIVA TAVARES, Ministro de Primeira Classe da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República da Áustria. 2. Encaminho, anexos, informações sobre o país e curriculum vitae de RICARDO NEIVA TAVARES para inclusão em Mensagem a ser apresentada ao Senado Federal para exame por parte de seus ilustres membros. Respeitosamente, Assinado eletronicamente por: José Serra Página 3 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

175 175 Aviso n o C. Civil. Em 8 de agosto de A Sua Excelência o Senhor Senador VICENTINHO ALVES Primeiro Secretário do Senado Federal Assunto: Indicação de autoridade. Senhor Primeiro Secretário, Encaminho a essa Secretaria Mensagem com a qual o Excelentíssimo Senhor Vice-Presidente da República, no exercício do cargo de Presidente da República, submete à consideração dessa Casa o nome do Senhor RICARDO NEIVA TAVARES, Ministro de Primeira Classe da Carreira de Diplomata do Ministério das Relações Exteriores, para exercer o cargo de Embaixador do Brasil na República da Áustria. Atenciosamente, ELISEU PADILHA Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República Página 4 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

176 176 I N F O R M A Ç Ã O CURRICULUM VITAE MINISTRO DE PRIMEIRA CLASSE RICARDO NEIVA TAVARES CPF.: ID.: 7729 MRE 1957 Filho de Tullio Tavares e Maria Celi Neiva Tavares, nasce em 16 de agosto, no Rio de Janeiro-RJ Dados Acadêmicos: 1979 CPCD - IRBr 1984 École Nationale d Administration/ENA (Promotion Léonard de Vinci), Paris/FR 1985 CAD - IRBr 1997 CAE - IRBr, As Organizações Não-Governamentais nas Nações Unidas: do relacionamento com o ECOSOC à busca de novas áreas de atuação Cargos: 1980 Terceiro-Secretário 1982 Segundo-Secretário, por merecimento 1987 Primeiro-Secretário, por merecimento 1994 Conselheiro, por merecimento 2001 Ministro de Segunda Classe, por merecimento 2005 Ministro de Primeira Classe, por merecimento Funções: Divisão da Europa I, Assistente Divisão da Europa II, Assistente Embaixada em Paris, Segundo e Primeiro-Secretário Embaixada em Tóquio, Primeiro-Secretário 1993 Subsecretaria-Geral de Planejamento Político e Econômico, Assessor Secretaria-Geral, Assessor Missão junto à ONU, Nova York, Conselheiro Embaixada em Camberra, Conselheiro 2000 LII Reunião da Comissão Internacional da Baleia, Adelaide, Chefe da Delegação 2001 Departamento Econômico, Assessor Coordenação-Geral de Organizações Econômicas, Coordenador-Geral Assessoria de Comunicação Social, Chefe Gabinete do Ministro de Estado, Assessor Especial Missão do Brasil junto à União Europeia, Embaixador 2008 I Reunião do Diálogo Brasil-União Europeia sobre Sociedade da Informação, Bruxelas, Chefe da Delegação 2008 II Reunião do Comitê Diretivo do Acordo de Cooperação Científica e Tecnológica Brasil-União Europeia, Bruxelas, Chefe da Delegação 2009 I Reunião de Altos Funcionários do Diálogo Estruturado sobre Migrações entre a América Latina e o Caribe e a União Europeia, Chefe da Delegação 2009 XXIX Reunião de Altos Funcionários do Mecanismo de Diálogo entre a América Latina e o Caribe e a União Europeia, Chefe da Delegação 2010 III Reunião do Diálogo Brasil-União Europeia sobre Sociedade da Informação, Bruxelas, Chefe da Delegação VI Reunião de Alto Nível do Diálogo Abrangente e Estruturado sobre Migrações entre a CELAC e a UE, 2012 Bruxelas, Chefe da Delegação 2012 Reunião de Consultas de Alto Nível sobre a Crise Humanitária no Sahel, Bruxelas, Chefe da Delegação Página 5 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

177 177 VII Reunião de Alto Nível do Diálogo Abrangente e Estruturado sobre Migrações entre a CELAC e a UE, 2012 Bruxelas, Chefe da Delegação Embaixada em Roma, Embaixador 2014 Conferência Internacional sobre Apoio às Forças Armadas Libanesas, Roma, Chefe da Delegação Condecorações: Ordem de Rio Branco, Brasil, Grã-Cruz Ordem do Mérito Naval, Brasil, Grande Oficial Ordem do Mérito Militar, Brasil, Grande Oficial Ordem do Mérito Aeronáutico, Brasil, Grande Oficial Ordem do Mérito Judiciário Militar, Brasil, Alta Distinção Medalha do Pacificador, Brasil Ordem de Orange Nassau, Países Baixos, Grande Oficial Ordem Real do Mérito, Noruega, Comendador Ordem Al Alaoui, Marrocos, Comendador Ordem da Legião de Honra, França, Oficial Ordem Nacional do Mérito, França, Cavaleiro Publicações: As Organizações Não-Governamentais nas Nações Unidas, Fundação Alexandre de Gusmão/Centro de 1999 Estudos Estratégicos, Brasília Europa: evolução e perspectivas da integração regional europeia e sua relevância para o Brasil, Textos 2010 Acadêmicos, Fundação Alexandre de Gusmão, Brasília PAULA ALVES DE SOUZA Diretora do Departamento do Serviço Exterior Página 6 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

178 178 DMINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Departamento da Europa Divisão da Europa I ÁUSTRIA INFORMAÇÃO OSTENSIVA Julho de 2016 Página 7 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

179 179 DADOS BÁSICOS SOBRE ÁUSTRIA NOME OFICIAL República da Áustria GENTÍLICO austríaco CAPITAL Viena ÁREA ,99 km² POPULAÇÃO 8,556 milhões IDIOMA OFICIAL Alemão PRINCIPAIS RELIGIÕES Catolicismo romano (59,9%); protestantismo (3,5%); islamismo (6,8% - dado de 2011); outras (5,5%) SISTEMA DE GOVERNO República Parlamentarista PODER LEGISLATIVO Bicameral, composto pelo Conselho Nacional (Nationalrat) e pelo Conselho Federal (Bundesrat) CHEFE DE ESTADO Presidente Federal (do último dia 8 de julho até as eleições de outubro de 2016, funções exercidas pelos três Presidentes do Conselho Nacional: Doris Bures, Karlheinz Kopf und Norbert Hofer) CHEFE DE GOVERNO Chanceler Federal Christian Kern (desde 17 de maio de 2016) MINISTRO DO EXTERIOR Sebastian Kurz (desde 16 de dezembro de 2013) PIB NOMINAL (2015) US$ 374,06 bilhões PIB PPP (2015) US$ 411,82 bilhões PIB per capita NOMINAL (2015) US$ ,03 PIB per capita PPP (2015) US$ ,30 VARIAÇÃO DO PIB 0,88% (2015); 0,35% (2014); 0,32% (2013); 0,76% (2012) IDH (2014) 0,885 (23ª posição entre 188 países) EXPECTATIVA DE VIDA 81,4 anos ÍNDICE DE ALFABETIZAÇÃO Informação não disponível TAXA DE DESEMPREGO 4,9% (PNUD) UNIDADE MONETÁRIA Euro EMBAIXADOR EM BRASÍLIA Marianne Feldmann COMUNIDADE BRASILEIRA A comunidade brasileira estimada é de pessoas. INTERCÂMBIO BILATERAL BRASIL-ÁUSTRIA, em US$ milhões (fonte: MDIC) Brasil Áustria Intercâmbio 424,0 408,1 332,5 535, , , , , ,2 Exportações 72,3 84,0 61,5 148,7 220,4 212,7 422,5 138,6 139,1 Importações 351,6 324,1 271,0 386,4 793,8 995, , ,4 901,1 Saldo -279,2-240,1-209,5-237,7-573,5-782, , ,8-762,0 Informação elaborada em 11 de julho de 2016, por Daniel Afonso da Silva. Revisada por Daniel Afonso da Silva. Página 8 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

180 180 APRESENTAÇÃO A República da Áustria é país localizado na Europa Central. Faz fronteira com Alemanha, Eslováquia, Eslovênia, Hungria, Itália, Lichtenstein, República Tcheca e Suíça. Seu território estende-se por cerca de 83,9 mil quilômetros quadrados. A população é de aproximadamente 8,556 milhões de habitantes. A capital e maior cidade é Viena. A língua oficial é o alemão. O processo de construção da identidade germânica remonta à expansão romana pelo centro da Europa, a partir do século I a.c., que finalmente estabeleceria as fronteiras romanas nos rios Reno e Danúbio. Parte do Império Carolíngio (posteriormente do Sacro Império Romano) desde o século 8º, o ducado da Áustria tornou-se, no ano 1156, independente do ducado da Baviera. A partir de 1246, a história do país passa a vincular-se à da dinastia dos Habsburgo. De 1438 até a dissolução do Sacro Império, em 1806, os Habsburgo mantiveram quase continuamente a coroa imperial. Em 1683, a vitória sobre os turcos, que chegaram a sitiar Viena, marcaria o limite do avanço otomano na Europa e abriria caminho para nova fase de expansão territorial austríaca na Europa Oriental, no norte da Itália e nos Bálcãs. O Império Austríaco perdeu territórios no curso das guerras napoleônicas (para os Estados alemães e italianos aliados da França, mas também para a Polônia), perdas posteriormente compensadas no Congresso de Viena (1815). As derrotas nas guerras contra Itália (1859) e Prússia (1866) puseram fim à suserania austríaca no norte da Itália e à influência de Viena sobre os Estados alemães (além de tornar a Prússia o fulcro do processo de unificação alemã). Enfraquecida, a aristocracia austríaca viuse compelida a reconhecer a soberania húngara sobre os territórios do leste, permanecendo o Império Austro-Húngaro, contudo, unido sob a casa de Habsburgo. A derrota na Primeira Guerra conduziu à desintegração do Império. Hungria, Tchecoslováquia, Polônia, Romênia e Iugoslávia herdaram os territórios agora formalmente desvinculados de Viena. Em 1918, foi proclamada a Primeira República, que durou até a ascensão do austrofacismo, em Em 1938, o país foi anexado à Alemanha nazista. Em 1945, foi restaurada a República (Segunda República), embora a Áustria seguisse divida em áreas de ocupação (britânica, francesa, norte-americana e soviética) até 1955, ano em que recuperou a soberania sobre seu território e logrou ingressar nas Nações Unidas. Página 9 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

181 181 PERFIS BIOGRÁFICOS Christian Kern Chanceler da República da Áustria Nasceu em Viena, em 4 de janeiro de Cursou Mídia e Ciências da Comunicação na Universidade de Viena, onde obteve, em 1997, grau de Mestre nessa mesma área. Casado, de 1985 a 2001, com Karin Wessely, com quem tem três filhos. Tem ainda uma filha do casamento com Eveline Steinberger-Kern. Ingressou na União dos Estudantes Socialistas na Áustria durante sua graduação. Em 1989, iniciou carreira como jornalista econômico, tendo atuado nos veículos Wirtschaftspressedients e Option österreichisches Wirtschaftsmagazin, entre outros. Em 1997, tornou-se assistente da presidência da Verbund AG, a maior companhia de energia elétrica da Áustria, tendo chegado a membro do Conselho Executivo, em Nos anos seguintes, assumiria funções executivas em empresas do setor ferroviário. Em 9 de maio de 2016, quando Werner Faymann renunciou ao cargo de Chanceler, Kern, que já vinha sendo, desde 2014, cotado para sucedê-lo, foi escolhido novo Chanceler e presidente do Partido Social-Democrata da Áustria (SPÖ). Tomou posse como Chanceler Federal em 17 de maio de Página 10 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

182 182 RELAÇÕES BILATERAIS Há bases históricas sólidas para as relações Brasil-Áustria, entre as quais: (i) o casamento, em 1817, da Arquiduquesa Leopoldina de Habsburgo com o futuro imperador do Brasil, D. Pedro I; (ii) o exílio no Brasil, durante o nazismo, de Stefan Zweig (à época o mais popular escritor austríaco), bem como de numerosos outros migrantes, como o escritor e jornalista Otto Maria Carpeaux; (iii) a iniciativa do Brasil, na 7ª AGNU, em 1952, em favor do pleno restabelecimento da soberania austríaca. Além desses laços históricos, Brasil e Áustria compartilham e defendem no plano internacional valores/objetivos comuns, como democracia e estado de direito, direitos humanos, reforço do multilateralismo, desarmamento nuclear e defesa do meio ambiente. Há amplo espaço para cooperação em foros internacionais, em razão da já mencionada convergência de valores (como se verificou, por exemplo, em iniciativas recentes, no âmbito das Nações Unidas, para a proteção de jornalistas, para a proteção do direito à privacidade ou para o desarmamento nuclear, entre outras). No plano econômico, deve-se sublinhar a dimensão surpreendente dos investimentos diretos brasileiros na Áustria. Manteve-se nos últimos anos a intensidade do diálogo e da concertação política bilateral, apesar de as últimas visitas de alto nível serem a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006 (à margem de cúpula CELAC-União Europeia), reciprocando visita ao Brasil do ex-presidente Heinz Fischer, em 2005, e a do ex-chanceler (primeiro-ministro) Alfred Gusenbauer, em Mais recentemente, o ex-ministro das relações exteriores, Antonio Patriota, visitou Viena em duas oportunidades, em 2013, no contexto de reuniões multilaterais, havendo em ambas as ocasiões mantido encontros bilaterais com seu então homólogo, Michael Spindelegger (que realizou, em 2010, a última visita ao Brasil de um ministro do exterior austríaco). Pelo lado austríaco houve visitas ao Brasil, dos ministros da Justiça, Beatrix Karl (2012) e Wolfgang Brandstetter (2014), bem como do ministro da Ciência e Pesquisa, Karlheinz Töchterle (2013), entre outras. No âmbito do Memorando de Entendimento sobre Consultas Políticas (2008), realizouse, em dezembro de 2012, em Viena, a terceira reunião de consultas políticas, em nível de vice-ministros (como nas duas primeiras), mantendo-se a periodicidade anual iniciada em Na ocasião, a delegação brasileira foi chefiada pelo então SG, embaixador Ruy Nogueira. A quarta reunião ocorreu em 2014, em Brasília, no nível de subsecretários políticos. Em outubro de 2013, foi assinado memorando de entendimento entre o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), o Kunsthistorisches Museum (KHM - Museu de História da Arte) e o Weltmuseum Wien (antigo Museu de Etnologia). O acervo do Weltmuseum Wien constitui, possivelmente, a mais importante coleção de etnologia sobre o Brasil no exterior. O Página 11 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

183 183 material foi recolhido pela expedição científica austríaca que acompanhou a Arquiduquesa Leopoldina ao Brasil. Em 2013 foi assinado, ainda, o Acordo-Quadro de Cooperação nos Domínios da Educação e da Educação Superior; em 2014, o Tratado de Extradição, estando ambos em processo de ratificação. Foram concluídas, em 2016, as negociações de Acordo de Previdência Social e está em fase de conclusão a negociação de Acordo de Cooperação na Área de Ciência e Tecnologia. Estão, ainda, em negociação o Acordo/Memorando de Entendimento sobre Acesso a Mercado de Trabalho para Dependentes de Membros de Missões Diplomáticas e de Carreiras Consulares estando pendente a definição da natureza do instrumento -, o Acordo de Cooperação Cultural e a Declaração Conjunta sobre Programa de Trabalho de Férias. Importantes acordos bilaterais em vigor são o Acordo para Evitar a Dupla Tributação em Matéria de Impostos sobre a Renda e o Capital (1976), o Acordo sobre Cooperação Econômica e Industrial (1986), o Acordo sobre Serviços Aéreos (1995), o Protocolo de Intenções sobre Cooperação Técnica (2005) e o Protocolo de Intenções entre o Instituto Rio Branco e a Academia Diplomática de Viena (2005). Assuntos Consulares Estima-se haver brasileiros vivendo na Áustria. Além do setor consular da Embaixada em Viena, consulados honorários em Bregenz, Graz, Innsbruck, Linz e Salzburgo prestam assistência a cidadãos brasileiros na Áustria. Empréstimos e Financiamentos Oficiais Não há registro de empréstimos ou financiamentos oficiais para a Áustria. POLÍTICA INTERNA A Áustria é governada, desde janeiro de 2007, por grande coalizão entre socialdemocratas (SPÖ) e democrata-cristãos ou populares (ÖVP). Os principais partidos de oposição são o FPÖ (Partido da Liberdade considerado, por analistas, direita populista) e os Verdes. Desde 17/05/2016, o chanceler federal (primeiro-ministro) é Christian Kern (SPÖ); Página 12 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

184 184 Reinhold Mitterlehner (ÖVP) é o vice-chanceler desde 01/09/2014. As últimas eleições nacionais (parlamentares) foram realizadas em A Áustria encontra-se entre os países de mais alto desenvolvimento, com plena estabilidade democrática, economia avançada e competitiva e alto nível de coesão social. Não obstante esse quadro favorável, verifica-se que a conjuntura política interna tem sido marcada por tendência de crescente fragmentação político-partidária e erosão do apoio popular aos social-democratas (SPÖ) e democrata-cristãos (ÖVP), os dois principais partidos. Desde o pós-guerra, na chamada II República, a chefia de governo foi sempre exercida por um desses dois grandes partidos em mais de uma vez, como agora, em grande coalizão entre os dois. Este quadro de grande estabilidade e previsibilidade, em que dois partidos monopolizavam as posições de mando, está, contudo, claramente se diluindo. Em 2016, por exemplo, pela primeira vez desde o pós-guerra, a Áustria terá um chefe de estado de terceiro partido (FPÖ ou Verdes ). Nas eleições nacionais de 2006, o SPÖ e o ÖVP, somados, haviam obtido quase 70% da votação, número já baixo em termos históricos (até os anos oitenta, essa proporção tendia a superar 90%), mas, ainda assim, suficiente para assegurar maioria parlamentar confortável a governo de grande coalizão entre os dois partidos. No pleito seguinte, em 2008, os dois partidos somaram apenas 55% dos votos; e, em 2013, somente pouco mais de 51%. Em virtualmente todas as eleições neste país nos últimos anos europeias, nacionais ou estaduais, ambos os grandes partidos registraram mínimos históricos sucessivos em suas votações. As próximas eleições nacionais que, pelo calendário normal, deverão ocorrer apenas em 2018 poderão eventualmente representar ponto de ruptura na política interna austríaca, ampliando o impacto da eleição, em 2016, pela primeira vez, de chefe de estado que não pertence a nenhum dos dois partidos tradicionais. Há especulações recorrentes sobre a possibilidade de antecipação dessas eleições, diante do desgaste da atual grande coalizão SPÖ-ÖVP. Desde 2015, as pesquisas de opinião tem indicado ampla e consistente liderança do FPÖ. Trata-se, aparentemente, de situação ligada a sentimento difuso de mal-estar social, decorrente de fatores como: (i) avaliação de que a chamada globalização põe em risco as conquistas do estado de bem-estar social e acarreta crescente desequilíbrio na distribuição de renda; (ii) virtual estagnação da renda média da população, sobretudo a partir da crise econômica mundial de 2008; (iii) preocupação com a crescente presença de imigrantes (fator exacerbado pela crise de refugiados a partir de 2015). Nesse particular, o que se observa na Áustria não parece ser essencialmente diferente das manifestações generalizadas de insatisfação popular em países desenvolvidos, indistintamente à esquerda e à direita. No caso da Áustria, contudo, vale observar que, já nos anos noventa, o FPÖ havia-se convertido em terceira força de peso na política interna, ao lado do SPÖ e ÖVP. Nas eleições nacionais de 1999, o FPÖ havia sido o segundo colocado (após o SPÖ), com exatos 415 votos à frente do Página 13 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

185 185 ÖVP. Naquele momento, ÖVP e FPÖ, terceiro e segundo colocados, respectivamente, decidiram então formar governo de coalizão, que perdurou até 2006, sob a chefia do ÖVP sendo que a presença do FPÖ no governo motivou, durante breve período em 2000, a imposição de sanções políticas da UE contra a Áustria. Insere-se nesse mesmo contexto de progressivo desgaste dos partidos tradicionais a eleição presidencial de 2016, com primeiro turno em abril e segundo turno em maio. No passado, sempre que houve segundo turno em eleições presidenciais, o confronto fora entre candidatos do SPÖ e do ÖVP. E todos os chefes de estado da II República pertenciam, na origem, a um desses dois partidos. Agora, pela primeira vez, chegaram ao segundo turno apenas os candidatos dos Verdes (ainda que nominalmente apresentado como independente), Alexander Van der Bellen, e do FPÖ, Norbert Hofer. O segundo turno, realizado em maio passado, vencido, por estreitíssima margem, pelo candidato verde, foi anulado em razão de irregularidades na apuração dos votos realizados por via postal. A Corte Constitucional determinou sua repetição em 2 de outubro próximo. Poder Legislativo O Legislativo da República da Áustria é bicameral. O Parlamento (Parlament) é composto pelo Conselho Nacional (Nationalrat) e pelo Conselho Federal (Bundesrat). O primeiro tem 183 deputados; o segundo, 61 membros. O Conselho Nacional é constituído a partir de eleições gerais, tratando-se da casa principal do legislativo austríaco. O Conselho Federal é formado por representantes indicados pelos parlamentos estaduais, de acordo com a representação, nestes, dos diferentes partidos. Seu poder é mais de natureza suspensiva, facultando-se-lhe vetar decisões do Conselho Nacional, ao qual assiste a possibilidade, contudo, de anular os vetos. Poder Judiciário Na Áustria, o poder judiciário compõe-se de cortes distritais, estaduais, e regionais. No topo da hierarquia, encontram-se a Corte Suprema, para os direitos civil e criminal, e a Corte Constitucional, para matérias constitucionais. POLÍTICA EXTERNA A União Europeia é o centro da política externa austríaca e âncora do posicionamento e identidade internacional do país (a Áustria tornou-se membro em 1995). Subsidiariamente, outros focos de atenção para a política externa austríaca são os seguintes: Página 14 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

186 186 (i) Bálcãs e Europa Oriental; (ii) Mediterrâneo e Oriente Médio; (iii) grandes mercados emergentes. O continente europeu absorve mais de 80% das exportações austríacas. A Áustria posiciona-se tradicionalmente de forma decidida em favor da importância do multilateralismo, e em especial da ONU, na condução da agenda internacional. Outra instituição internacional particularmente valorizada pela Áustria é a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), sediada em Viena. A política externa do país, da mesma forma que a brasileira, tem tradição de busca de consensos e soluções negociadas, com extrema cautela para referendar eventuais opções militares em crises internacionais. Essas características da política externa austríaca estão relacionadas (i) ao estatuto de neutralidade adotado em 1955, (ii) à tradição de promoção do diálogo entre os dois blocos militares da época da confrontação Leste-Oeste e (iii) ao fato de que se trata de país que não é membro de alianças militares. Em temas como a crise na Ucrânia, o conflito Israel-Palestina ou as relações com o Irã, verifica-se com nitidez essa especificidade de atitudes invariavelmente moderadoras e de promoção do diálogo. A Áustria não tem dado apoio à posição brasileira em favor da expansão do número de membros permanentes do Conselho de Segurança das Naç (CSNU). Há certa simpatia pela visão de que se deveria corrigir a sub-representação de países em desenvolvimento e/ou de regiões como América Latina e Caribe e África. Em 2015, em discurso na Assembleia Geral da ONU, o ministro do exterior, Sebastian Kurz, chegou a defender Conselho de Segurança "mais representativo, responsável e transparente". No entanto, apesar dessa referência, a Áustria mantém sua postura no sentido de evitar posicionamento em favor "de um dos grupos" e continua a ver com ceticismo a possibilidade de avanço nesse tema no curto prazo. Em futuro previsível, o país deverá manter posição de favorecer, tão somente, (i) a possível ampliação no número de membros não-permanente no CSNU, bem como (ii) a melhora dos métodos de trabalho do Conselho. Aspecto permanente da política externa austríaca é o objetivo prioritário de promover Viena como centro diplomático e sede de organizações internacionais. A cidade é a terceira mais importante sede das Nações Unidas. Abriga duas agências especializadas (Agência Internacional de Energia Atômica-AIEA e Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial-UNIDO), bem como o Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODC), o Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior (UNOOSA), o secretariado da Comissão das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional (UNCITRAL) e a Iniciativa Energia Sustentável para Todos (SE4ALL), entre outros órgãos. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seu fundo de ajuda ao desenvolvimento (OFID) têm igualmente sede em Viena. O acordo nuclear entre o Irã, os cinco membros permanentes do CSNU, a Alemanha e a União Europeia (Irã-P5+1/UE) foi assinado em Viena, em Página 15 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

187 187 A partir de meados de 2015, a crise dos refugiados passou a ser o tema central não só da política externa, mas também da política interna neste país. O presidente Heinz Fischer referiu-se a esse assunto como o mais grave desafio enfrentado pelo país desde a recuperação da plena soberania, em Transitaram por seu território, no ano passado, mais de 600 mil refugiados -- sendo que cerca de 90 mil solicitaram asilo na Áustria. Nesse contexto, após atitude inicial de abertura e marcada por preocupações humanitárias, a Áustria reverteu curso e passou a assumir liderança em nível europeu e sub-regional em favor do fechamento de rotas de imigração "ilegais". Partiu da Áustria, em 2016, a coordenação com vistas ao fechamento da chamada rota dos Bálcãs. Na sequência, o ministro do exterior, Sebastian Kurz, passou a defender a aplicação pela União Europeia do modelo australiano para controlar a entrada de imigrantes pelo mar (os refugiados seriam mantidos em centros de processamento, por exemplo, em ilhas do Mediterrâneo, enquanto tramitassem os seus processos). O fechamento da rota dos Bálcãs gerou críticas públicas à Áustria por parte da Comissão Europeia, da Alemanha e da Grécia, além de organismos internacionais e ONGs. De uma forma ou de outra, contudo, o país alcançou, pelo menos por ora, o objetivo de reassumir o controle da situação. Caiu drasticamente o número de refugiados que têm chegado à Áustria. Trata-se de tema que permanecerá na agenda no futuro previsível. No contexto da crise financeira grega, em 2015 a Áustria atuou no sentido de buscar acomodar, tanto quanto possível, as preocupações daquele país. O ex-primeiro-ministro, Werner Faymann (SPÖ), empenhou-se pessoalmente nesse sentido, algo que lhe valeu, à época, o reconhecimento do governo grego. Em diferentes momentos, Faymann enfatizou que não se poderiam exigir medidas de austeridade além de limite razoável. No que diz respeito à crise Ucrânia-Rússia, a Áustria como a comunidade internacional em geral condenou a ocupação da Criméia, bem como a hipótese de desmembramento de outros territórios da Ucrânia. Ao mesmo tempo, manteve posição no sentido de enfatizar a necessidade de manter abertos os canais de diálogo com Moscou e evitar retórica de confrontação. Nesse contexto, sem deixar de implementar integralmente as sanções contra a Rússia adotadas no âmbito da UE, a Áustria manifestou abertamente, em numerosas oportunidades, seu ceticismo quanto à eficácia de tais iniciativas. No conflito Israel-Palestina, a Áustria mantém ainda que sem o perfil elevado do passado a posição de equilíbrio e defesa de solução negociada com base no princípio de dois Estados. Nesse contexto, o país continuou a condenar, de forma consistente, a política de promoção de assentamentos de cidadãos israelenses na Cisjordânia. A Áustria votou em favor do ingresso da Palestina na UNESCO, em Por outro lado, não há no momento perspectiva imediata de reconhecimento do Estado da Palestina. No que diz respeito ao conflito sírio, a Áustria passou a modular exigência anterior, explicitada de forma muito enfática pelo menos até 2013, de que a saída de cena do Página 16 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

188 188 Presidente Bashar al-assad seria pré-condição para solução negociada. Em 2015 e 2016, foram realizados, em Viena, encontros do Grupo de Contato sobre a Síria. Em 2013, a Áustria encerrou abruptamente, sem consultas prévias, sua participação na missão de paz das Nações Unidas nas Colinas de Golan (UNDOF). Em 2016, em discurso pouco antes de deixar o cargo, o ex-presidente Heinz Fischer disse que essa decisão havia sido o maior equívoco da política externa austríaca durante seus dois mandatos ( ). Em 2014, por outro lado, a Áustria aumentou seu contingente nas operações militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte no Kosovo (KFOR/OTAN) e da União Europeia na Bósnia-Herzegovina (EUFOR/Althea). O relacionamento com o Irã foi outro tema de destaque para a política externa austríaca. Após o acordo nuclear de 2015, o presidente Heinz Fischer foi o primeiro chefe de estado ocidental a visitar aquele país. Essa foi também a primeira visita de um chefe de estado europeu desde Nos últimos anos, o ex-presidente Heinz Fischer visitou, na América Latina e no Caribe, a Colômbia e Cuba, em 2016, a Bolívia, em 2015, e a Argentina e o Chile, em Em 2015, a Áustria decidiu reabrir sua embaixada em Bogotá, fechada em 2012; ao mesmo tempo, anunciou decisão de fechar a representação em Caracas. ECONOMIA, COMÉRCIO E INVESTIMENTOS No contexto europeu, desde a crise de 2008 a Áustria havia inicialmente se sobressaído por desempenho relativamente mais favorável. O país tinha, em 2012, a mais baixa taxa de desemprego na União Europeia. Mais recentemente, contudo, na comparação com outras economias europeias, a Áustria já não se inclui entre as de melhor desempenho. A retomada do crescimento econômico tem estado aquém do que se observa em outros países do bloco. O crescimento do PIB, em 2015, foi de apenas 0,9%, muito abaixo da taxa de 1,9% para o conjunto da União Europeia. Manteve-se dessa forma o fraco desempenho dos três anos anteriores (0,8% em 2012; 0,3% em 2013; e 0,35% em 2014). A previsão para este ano é de clara melhora (1,7%) ainda assim, cifra que se mantém abaixo da previsão para a União Europeia (1,9%). Em 2015, a taxa de desemprego foi de 6%, devendo atingir 6,2% em 2016 (pelo critério unificado empregado pela Comissão Europeia). Até 2012, a Áustria tinha a menor taxa de desemprego na UE (naquele ano, 4,9%). Em 2016, contudo, conforme as previsões, sete países da UE terão taxas de desemprego menores do que a austríaca. Trata-se, no caso, de clara indicação de que em outros países a conjuntura econômica recupera-se com maior força. Pelo critério estatístico nacional, o desemprego passou de 7% em 2012 para 9,1% em 2016 com tendência ascendente. O número de desempregados, próximo a 500 mil, atingiu Página 17 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

189 189 recorde. Ainda que o número de pessoas empregadas continue aumentando, isso não ocorre em proporção suficiente para compensar o aumento populacional decorrente da imigração. Após rápido crescimento da dívida pública na esteira da crise econômica mundial de 2008, há sinais de melhoras nas contas públicas. Depois de déficit equivalente a 2,7% do PIB, em 2014, o resultado, em 2015, foi de - 1,2% do PIB, a melhor cifra desde Estima-se que o déficit, em 2016, voltará a crescer, atingindo 2,2% do PIB. Depois de anos de aumentos substanciais, a dívida pública atingiu 84,3% do PIB, em 2014, e 86,2% do PIB, em Estima-se que essa última cifra tenha sido o pico. Apesar dessa aparente estabilização da situação fiscal, há preocupações de longo prazo em relação às contas públicas, sobretudo em razão de dúvidas quanto à sustentabilidade da previdência oficial e aos custos crescentes do estado de bem-estar social em contexto de progressivo envelhecimento da população. Desde 2012, a Áustria perdeu a classificação de risco mais favorável ("triple A") das três principais agências internacionais. Tema importante nesse contexto é o processo de insolvência do Banco Heta, entidade sucessora do banco Hypo Alpe Adria, cujas operações receberam garantias bilionárias do estado austríaco da Caríntia. O referido estado não tem, contudo, condições de honrar tais garantias. A instituição vem sendo objeto de diversas reclamações na justiça austríaca e também na alemã. Os principais desdobramentos recentes são i) ofertas de negociação com credores (com "hair cut"), conduzidas pelo Ministro Federal das Finanças, Hans-Jörg Schelling, e ii) comissão parlamentar de investigação, ainda em curso. Caso os credores tenham que assumir parte dos prejuízos, poderá ser esta a primeira vez em que unidade federativa na Áustria, no pós-guerra, não responderá integralmente apesar das garantias oferecidas pelas perdas dos credores. Os números relativos ao tamanho da dívida envolvida são imprecisos. Em 2014, falava-se em até 17 bilhões de euros de "ativos tóxicos". Informação mais recente, de 2016, menciona previsão de 12 bilhões de euros. As contas externas da Áustria são particularmente sólidas. O país tem, tradicionalmente, superávits significativos em conta corrente: 2,1% do PIB, em 2014; 3,3% do PIB, em 2015; e, conforme as previsões, 3,5% do PIB, em A Áustria tem logrado manter base industrial sólida, não obstante o incremento da competição por parte da Ásia-Pacífico. O país mantém-se competitivo em setores de alto valor agregado, como máquinas e equipamentos, indústria automotiva, metal-mecânica e química, entre outros. As empresas austríacas estão fortemente integradas em cadeias produtivas internacionais, em particular com a Alemanha. Não obstante esse quadro ainda positivo, há preocupações em relação à perda de posições em índices de competitividade internacional. Associações empresariais atribuem essa evolução à incapacidade política de implementar reformas efetivas nos campos fiscal, previdenciário e trabalhista. Página 18 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

190 190 CRONOLOGIA HISTÓRICA Século 4o a.c. Celtas habitam a região que hoje é a Áustria 45 d.c. Os romanos criam a província de Noricum Século 4o d.c. Ondas de povos tribais invadem a Áustria 1156 A Áustria, parte do Sacro Império Romano, torna-se ducado 1282 Albert de Habsburgo torna-se Duque da Áustria 1438 O Duque da Áustria torna-se Sacro Imperador Romano 1529 Os turcos sitiam Viena Rudolf II persegue os protestantes 1683 Os turcos voltam a sitiar Viena 1740 Maria Theresa torna-se Imperatriz da Áustria 1806 Dissolução do Sacro Império Romano 1815 Klemens Metternich torna-se Ministro do Exterior. Congresso de Viena 1848 Onda de revoluções sacode o Império Austríaco. Metternich renuncia 1866 A Áutria é derrotada pela Prússia 1867 Concedido status de igualdade à Hungria. Império Austro-Húngaro 1914 Assassinato do Arquiduque Franz Ferdinand, herdeiro do trono austríaco, em Saraievo 1918 Desintegração do Império Austro-Húngaro. Proclamação da República 1934 Dolfuss, Chanceler da Áustria, sofre atentado 1938 Anexação da Áustria pela Alemanha 1945 Governo provisório. Segunda República. A Áustria é dividida em zonas de ocupação 1955 A Áustria recupera plena soberania sobre seu território. Ingressa nas Nações Unidas 1995 A Áustria ingressa na União Europeia 1999 A Áustria adota o euro Página 19 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

191 191 CRONOLOGIA DAS RELAÇÕES BILATERAIS 1817 Casamento da Arquiduquesa Leopoldina com o então Príncipe Herdeiro do trono de Portugal e futuro Imperador do Brasil, Dom Pedro I 1825 Reconhecimento, pela Áustria, da independência do Brasil. Estabelecimento de relações diplomáticas plenas entre os dois países (27 de dezembro) 1871 e 1877 Visitas a Viena do Imperador Dom Pedro II 1891 Reconhecimento, pela Áustria, da proclamação da República no Brasil (22 de janeiro) 1933 Andreas Thaler, ex-ministro da Agricultura da Áustria, funda a colônia de Treze Tílias, em Santa Catarina 1952 Visita ao Brasil do Ministro das Relações Exteriores austríaco, Karl Gruber 1976 Entrada em vigor do Acordo para Evitar a Dupla Tributação em Matéria de Impostos sobre a Renda e o Capital (1º de julho) 1980 Visita ao Brasil do Ministro das Relações Exteriores austríaco, Willibald Pahr 1982 Visita à Áustria do Ministro das Relações Exteriores, Ramiro Saraiva Guerreiro 1986 Entrada em vigor do Acordo sobre Cooperação Econômica e Industrial (1º de outubro) 1995 Entrada em vigor do Acordo sobre Serviços Aéreos (1º de setembro) 2005 Visita ao Brasil do Presidente Heinz Fischer 2005 Assinatura e entrada em vigor do Protocolo de Intenções sobre Cooperação Técnica (19 de setembro) 2005 Assinatura e entrada em vigor do Protocolo de Intenções entre o Instituto Rio Branco e a Academia Diplomática de Viena (19 de setembro) 2006 Visita à Áustria do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva 2008 Visita ao Brasil do Primeiro-Ministro Alfred Gusenbauer 2008 Assinatura e entrada em vigor do Memorando de Entendimento sobre o Estabelecimento de Mecanismo de Consultas Políticas (13 de maio) 2010 Visita ao Brasil do Vice-Primeiro-Ministro e Ministro dos Negócios Europeus e Internacionais, Michael Spindelegger; visitas à Áustria do Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e do Secretário-Geral das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota 2011 Visita ao Brasil do Secretário-Geral do Ministério dos Negócios Europeus e Internacionais, Johannes Kyrle 2012 Visita à Áustria do Secretário-Geral das Relações Exteriores, Ruy Nunes Pinto Nogueira, e visita ao Brasil da Ministra da Justiça, Beatrix Karl 2013 Duas visitas à Áustria do Ministro das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota; visita ao Brasil do Ministro de Ciência e Pesquisa, Karlheinz Töchterle 2013 Assinatura do Acordo-Quadro de Cooperação nos Domínios da Educação e da Página 20 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

192 192 Educação Superior; do Memorando de Entendimento sobre Ensino Superior, Ciência e Pesquisa entre CAPES e OeAD (agência austríaca para mobilidade internacional e cooperação em educação, ciência e pesquisa); do Convênio de Cooperação entre CAPES e OeAD para Implementação de Bolsas de Graduação Sanduíche na Áustria no Âmbito do Programa Ciência sem Fronteiras (CsF); dos Termos de Adesão entre CAPES e Universidade Leoben, Universidade de Salzburgo e Universidade de Innsbruck para alocação de estudantes de pós-graduação do Programa CsF; e do Termo de Cooperação entre o IBMEC e a Universidade de Ciências Aplicadas de Krems para alocação de estudantes de pós-graduação do CsF 2013 Assinatura e entrada em vigor do Memorando de Entendimento entre o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), o Kunsthistorisches Museum (KHM - Museu de História da Arte) e o Weltmuseum Wien (antigo Museu de Etnologia) Página 21 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

193 193 ACORDOS BILATERAIS TÍTULO DATA DE CELEBRAÇÃO Tratado de Extradição entre a República Federativa do Brasil e a República da Áustria Acordo-Quadro de Cooperação nos Domínios da Educação e da Educação Superior entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República da Áustria Acordo sobre Serviços Aéreos Acordo Referente ao Reconhecimento dos Certificados de Origem e de Bens de Produção Artesanal Acordo sobre Cooperação Econômica e Industrial Convenção para Evitar a Dupla Tributação em Matéria de Impostos sobre a Renda e sobre o Capital Acordo para a Supressão de Vistos em Passaportes Comuns Acordo sobre Direitos Autorais Acordo sobre Dispensa de Visto em Passaportes Diplomáticos ENTRADA EM VIGOR 03/09/2014 Tramitação Ministérios/ Casa Civil 11/03/2013 Tramitação Congresso Nacional PUBLICAÇÃO D.O.U. 16/07/ /09/ /10/ /03/ /04/ /07/ /05/ /10/ /03/ /05/ /07/ /07/ /08/ /08/ /09/ /12/ /12/ /03/ /12/ /01/1960 Sem informação Página 22 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

194 194 DADOS ECONÔMICOS E COMERCIAIS Principais indicadores socioeconômicos da Áustria Indicador (1) 2016 (1) 2017 (1) Crescimento real do PIB (%) 0,32% 0,35% 0,88% 1,24% 1,38% PIB nominal (US$ bilhões) 428,83 437,58 374,12 384,80 399,62 PIB nominal "per capita" (US$) PIB PPP (US$ bilhões) 389,02 396,81 404,29 413,33 424,81 PIB PPP "per capita" (US$) População (milhões de habitantes) 8,45 8,51 8,56 8,59 8,63 Desemprego (%) 5,34% 5,63% 5,73% 6,21% 6,40% Inflação (%) (2) 2,00% 0,80% 1,20% 1,80% 1,80% Saldo em transações correntes (% do PIB) 1,95% 1,93% 3,60% 3,56% 3,54% Câmbio ( / US$) (2) 0,75 0,75 0,90 0,91 0,92 Origem do PIB ( 2015 Estimativa ) Agricultura Indústria Serviços 1,4% 27,9% 70,7% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base nos dados do IMF - World Economic Outlook Database, April 2016 e da EIU, Economist Intelligence Unit, Country Report June (1) Estimativas FMI e EIU. (2) Média de fim de periodo. 1,60% 1,40% 1,20% 1,00% 0,80% 0,60% 0,40% 0,20% 0,00% Crescimento real do PIB (%) ,00% 3,50% 3,00% 2,50% 2,00% 1,50% 1,00% 0,50% 0,00% Saldo em transações correntes (% do PIB) Inflação (%) População (milhões de habitantes) 2,50% 8,65 2,00% 8,60 1,50% 1,00% 0,50% 8,55 8,50 8,45 8,40 0,00% , Página 23 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

195 195 Evolução do comércio exterior da Áustria Exportações US$ bilhões Importações Intercâmbio comercial Anos Valor Var. % em relação ao ano anterior Valor Var. % em relação ao ano anterior Valor Var. % em relação ao ano anterior Saldo comercial ,0% ,0% ,0% ,7% ,2% ,4% ,0% ,2% ,1% ,7% ,1% ,9% ,3% ,4% ,3% ,5% ,2% ,9% ,1% 179-6,7% 345-6,4% ,0% 183 2,6% 358 3,8% ,8% 182-0,7% 360 0,5% ,3% ,6% ,4% (jan-mar) 37-1,3% 38-2,1% 75-1,7% -1 Var. % ,0% -- 15,8% -- 14,9% -- n.c. Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados da UN/UNCTAD/ITC/TradeMap, July (n.c.) Dado não calculado, por razões específicas. -1,34% -2,09% -1,74% Exportações Importações Intercâmbio comercial Saldo comercial Página 24 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

196 196 Direção das exportações da Áustria US$ bilhões Países Part.% no total Alemanha 44,2 28,9% Estados Unidos 9,4 6,1% Itália 9,1 6,0% Suíça 8,6 5,6% França 6,5 4,3% Eslováquia 6,4 4,2% República Tcheca 5,2 3,4% Hungria 4,9 3,2% Polônia 4,7 3,1% Reino Unido 4,6 3,0%... Brasil (31ª posição) 0,7 0,5% Subtotal 104,3 68,2% Outros países 48,6 31,8% Total 152,9 100,0% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados da UN/UNCTAD/ITC/TradeMap, July principais destinos das exportações Alemanha 28,9% Estados Unidos 6,1% Itália 6,0% Suíça 5,6% França 4,3% Eslováquia 4,2% República Tcheca 3,4% Hungria 3,2% Polônia 3,1% Reino Unido 3,0% Página 25 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

197 197 Origem das importações da Áustria US$ bilhões Países Part.% no total Alemanha 63,7 40,9% Itália 9,6 6,1% Suíça 9,3 6,0% República Tcheca 6,5 4,2% Países Baixos 6,1 3,9% China 5,8 3,7% Eslováquia 4,0 2,6% Estados Unidos 4,0 2,5% França 3,9 2,5% Hungria 3,9 2,5%... Brasil (48ª posição) 0,2 0,1% Subtotal 116,7 75,0% Outros países 38,8 25,0% Total 155,6 100,0% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados da UN/UNCTAD/ITC/TradeMap, July principais origens das importações Alemanha 40,9% Itália 6,1% Suíça 6,0% República Tcheca 4,2% Países Baixos 3,9% China 3,7% Eslováquia 2,6% Estados Unidos 2,5% França 2,5% Hungria 2,5% Página 26 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

198 198 Composição das exportações da Áustria US$ bilhões Grupos de Produtos Part.% no total Máquinas mecânicas 27,6 18,0% Máquinas elétricas 18,9 12,4% Automóveis 13,3 8,7% Farmacêuticos 8,1 5,3% Plásticos 7,2 4,7% Ferro e aço 6,4 4,2% Obras de ferro ou aço 5,1 3,3% Papel 4,7 3,1% Madeira 4,3 2,8% Instrumentos de precisão 4,2 2,7% Subtotal 99,8 65,3% Outros 53,1 34,7% Total 152,9 100,0% Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados da UN/UNCTAD/ITC/TradeMap, July principais grupos de produtos exportados Outros 34,7% Máquinas mecânicas 18,0% Máquinas elétricas 12,4% Instrumentos de precisão 2,7% Madeira 2,8% Automóveis 8,7% Papel 3,1% Obras de ferro ou aço 3,3% Ferro e aço 4,2% Plásticos 4,7% Farmacêuticos 5,3% Página 27 de 34 Parte integrante do Avulso da MSF nº 78 de 2016.

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