RPPN MEANDROS I, II E II Segunda Manifestação Emissão da Licença Prévia

Transcrição

1 º RPPN MEANDROS I, II E II Segunda Manifestação Emissão da Licença Prévia PROCESSO CETESB Nº 021/ /06/2013

2 À CETESB Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 Alto de Pinheiros, São Paulo/SP CEP: São Paulo, 26 de junho de Ref.: Processo CETESB nº 21/ Sistema Produtor São Lourenço Assunto: Emissão da Licença Ambiental Prévia desconsiderando manifestação apresentada pelo proprietário de RPPN diretamente afetada. Prezados Senhores Encaminhamos para vossa análise o documento RPPN Meandros I, II e II Segunda Manifestação Emissão da Licença Prévia. Atenciosamente, Flávio Ojidos OAB/SP Procurador Jurídico da RPPN Meandros 2/6

3 À CETESB Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 Alto de Pinheiros, São Paulo/SP CEP: São Paulo, 26 de junho de Ref.: Processo CETESB nº 21/2010 Sistema Produtor São Lourenço Assunto: Emissão da Licença Ambiental Prévia desconsiderando manifestação apresentada pelo proprietário de RPPN diretamente afetada. Prezados Senhores, Tendo ciência da emissão, em 29/04/2013, da Licença Ambiental Prévia nº 2.234, com base no Parecer Técnico 168/13 e Deliberação CONSEMA nº 07/2013, aprovando a localização e concepção do empreendimento Sistema Produtor São Lourenço, vem o proprietário gestor da RPPN Meandros expor e requerer o quanto segue: 1. Conforme localização do empreendimento aprovada na ref. licença, ao cruzar os municípios de Ibiúna e Juquitiba, o traçado da adutora passará pelas RPPN s Meandros I, II e III, Unidades de Conservação Federais criadas através das portarias 140/01, 150/01 e 157/01, respectivamente 2. Pelo traçado aprovado, a adutora impactará diretamente um trecho de aproximadamente 1,9 km da RPPN Meandros I, causando-lhe danos e impactos diretos e de significativa nocividade ambiental, conforme admitido pelo EIA. Por outro lado, conforme citado na manifestação do gestor e proprietário das RPPNs, existe uma alternativa locacional que consiste em trecho de aproximadamente 2km, paralelo ao traçado original, que além de não afetar as unidades de conservação é mais curto podendo em tese diminuir o custo da obra. 3. Conforme também admitido reiteradas vezes no EIA e demais Estudos Complementares, a RPPN Meandros é a área que abriga as comunidades florísticas e faunísticas mais íntegras e expressivas de todas as 3/6

4 estudadas, inclusive com comunidades endêmicas sensíveis a qualquer intervenção humana, como se percebe nos estudos e conclusões de fls , 2.663, a 2.683, 2.718, 2.725, 4.155, 4.179, 4.404, 4.417, a 4.468, 4.488, 4.507, 4.516, 4.522, 4.528, a 4.554, entre outras. 4. Em 22/06/2011, através do ofício nº 036/2011/IE, a CETESB solicitou a manifestação do órgão gestor da RPPN Meandros ICMBio, em 90 (noventa) dias, a qual ainda não foi apresentada. 5. Todavia, após diversos contatos do proprietário gestor da RPPN com o ICMBio, cabe informar que no último dia 06/06/2013 foi realizada vistoria técnica de campo por parte do ICMBio na propriedade, RPPNs e seu entorno, ocasião em que foi apresentado pelo gestor da RPPN a alternativa locacional ao traçado ora proposto. 6. Nas audiências públicas, o representante jurídico da RPPN, em nome do seu proprietário gestor, fez uso da palavra no sentido de requerer estudos de alternativas locacionais de modo que a RPPN não fosse impactada (declaração juntada devidamente ao processo às fls a 3.212). 7. Em 16/08/2012, ainda na fase de audiências públicas, o proprietário gestor da RPPN apresentou oportunamente sua manifestação documentada (juntada devidamente ao processo às fls a 3.106), requerendo a este órgão licenciador: A. Que a partir de agora o gestor da RPPN Meandros seja participado de todos os atos deste procedimento licenciatório por possuir interesse direto sobre ele. As comunicações podem também ser enviadas para o cmferre@live.com; B. Que cópia desta manifestação seja enviada ao Instituto Chico Mendes de Biodiversidade - ICMBio, como forma de subsidiar a análise daquele órgão quanto ao pedido de anuência da obra a teor do que dispõe a Resolução CONAMA nº 428/2010; 4/6

5 C. Que antes da emissão de qualquer licença, ainda que prévia, seja requerido ao empreendedor (i) o Estudo de Alternativa Locacional existente (e já realizado) informado no Anexo I; e (ii) o Estudo Limnológico dos ecossistemas aquáticos da RPPN Meandros, para que a análise de viabilidade da obra no que tange a RPPN Meandros seja cabalmente considerada frente a todos os fatores que a envolvem; D. Que, após a juntada destes estudos, seja aberto prazo para que os gestores da RPPN Meandros possam dele tomar conhecimento e aí sim apresentar suas considerações técnicas conclusivas; E. Que quando da emissão das Licenças, este órgão licenciador se pronuncie objetivamente sobre os pontos levantados nesta manifestação prévia. 8. Ocorre que, lamentavelmente, tanto a manifestação em si quanto a íntegra dos requerimentos (A, B, C, D e E) tempestivamente realizados pelo gestor das RPPNs Meandros não foram sequer citados em qualquer outro momento do processo licenciatório, muito menos atendidos e/ou considerados! 9. Tanto é assim que o Parecer Técnico que embasou a referida licença afirma (fls ) À exceção do gestor da Reserva Particular do Patrimônio Natural RPPN Meandros I, que não se pronunciou, todos os outros se manifestaram (...). (grifado) 10. A não observância do Órgão Licenciador à manifestação de Unidade de Conservação, categoria RPPN, diretamente afetada pelo empreendimento, como diversas vezes admitido nos próprios estudos apresentados pela SABESP, por si só eiva de vício a Licença Prévia ora emitida. 11. Não obstante o ICMBio ainda não ter se manifestado, faz-se também necessário apontar que a RPPN não pode, como não deve (!), ser penalizada por este motivo, vez que possui interesse legítimo e 5/6

6 direto para com o deslinde do processo, pois pode vir a sofrer danos irreparáveis. 12. Por fim, importante destacar que preocupados com a integridade das RPPNs Meandros, ameaçada pela emissão de uma Licença Prévia cujo Parecer Técnico diverge da realidade, os representantes legais do gestor da RPPN, aqui subscritos, informaram o fato ao CONSEMA, com o objetivo de alertar esse respeitável Conselho quanto à arbitrariedade ocorrida no âmbito deste processo administrativo (Doc. 1). 13. Soma-se a tudo isso o fato da área estar sendo preservada na condição de RPPN desde 2001, desonerando o Poder Público dos custos de gestão, sendo essa categoria de UC recentemente anunciada pela Secretaria de Meio Ambiente do Governo do Estado de São Paulo como uma ferramenta de política pública prioritária para a conservação da biodiversidade paulista. 14. Diante de todo o exposto e, notadamente, diante do vício formal apontado e cabalmente comprovado, o proprietário gestor da RPPN Meandros, diretamente afetada pelo empreendimento, REQUER A RECONSIDERAÇÃO DA DECISÃO que culminou na expedição da Licença Ambiental Prévia nº 2.234, para que todas as solicitações do proprietário gestor sejam examinadas e consideradas, principalmente as tangentes aos estudos de alternativa locacional, de modo a não causar danos à RPPN Meandros, sob pena de nulidade da Licença Prévia emitida para todos os fins e efeitos de direito. Cláudio Martins Ferreira Flávio Ojidos CPF OAB/SP Proprietário Gestor da RPPN Meandros Procurador Jurídico da RPPN 6/6