ANÁLISE DE DEFESA. Exmo. Conselheiro Relator,

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1 Fls.:1056 PROCESSO N.º : /2009 PRINCIPAL : Prefeitura Municipal de Porto Estrela CNPJ : / ASSUNTO : Contas Anuais de Gestão PREFEITO : Mauro André Businaro RELATOR : Conselheiro Humberto Bosaipo EQUIPE : Francislene França Fortes Marcelo Gramolini Bianchini ANÁLISE DE DEFESA Exmo. Conselheiro Relator, O presente processo retorna a esta relatoria para análise da defesa apresentada pelo Sr. Mauro André Businaro, Prefeito Municipal, administrador e responsável - exercício 2008, às irregularidades apresentadas nas Contas de Gestão, cuja análise assim segue: 1. Os tributos da competência municipal foram instituídos, previstos e porém com base no valor registrado, não foram efetivamente arrecadados, pois houve a cobrança dos créditos da fazenda pública de apenas 1,19% do saldo do exercício anterior em desacordo com o art. 11 da LRF Grave F09; O Gestor diz que fez um trabalho de conscientização junto aos contribuintes, no intuito de ampliar a arrecadação dos impostos, porém a resposta não foi satisfatória, uma vez que o arrecadado em 2008, foi abaixo do esperado. A justificativa apenas confirma a irregularidade apontada. Persiste a irregularidade. 2. Despesas ilegítimas no total de R$ ,96 (1.401,20 UPF's/MT) à favor do credor Unimed Vale do Sepotuba Cooperativa de Trabalho Médico, que devem ser ressarcidos aos cofres municipais. Pagamento de parte da empresa no plano de saúde dos funcionários da Prefeitura e dependentes, vedada pelo 2º do artigo 24 da LC 101/2000 e 5º do artigo 195 da CF, em desacordo com o art.15 da LC 101/2000, art. 4º e 12 da Lei 4320/64 e art. 70, da CF Grave E24; A defesa alega preliminarmente que o contrato do plano de saúde foi firmado em 13/04/1999, antes da vigência da LRF, não cabendo a vedação contida na citada lei; por último, cita Parecer da Consultoria Técnica nº 28/2007, exarado nos autos do processo nº /2007, manifestando-se favoravelmente ao custeio de plano de saúde. 1

2 Fls.:1057 Consultando a decisão proferida no processo citado, constata-se a emissão do Acórdão nº 1002/2007, o qual transcreve-se a seguir: ACÓRDÃO Nº 1002/2007 Vistos, relatados e discutidos os autos do Processo nº /2007 ACORDAM os senhores conselheiros do Tribunal de Contas, por unanimidade, acompanhando o voto do Conselheiro Valter Albano e contrariando o Parecer nº 960/2007, da Procuradoria de Justiça, em preliminarmente, receber a presente consulta e respondêla a título de orientação, dada a relevância da matéria e, no mérito, discordando do posicionamento do Conselheiro Relator, em responder em tese e objetivamente ao consulente, no sentido de não ser possível a contratação de plano de saúde privado para servidores públicos, com custeio, parcial ou integral, pelos cofres de qualquer ente federativo, sob pena de afronta às normas legais pertinentes à matéria e aos princípios constitucionais da legalidade, legitimidade, universalidade, gratuidade e igualdade de cobertura e atendimento no que se refere à assistência à saúde, ressalvada a possibilidade de participação complementar da iniciativa privada no sistema único de saúde, nos termos da Lei nº 8.080/1990. Remeta-se ao consulente fotocópia do Relatório e Voto-Vista, de fls. 14 a 20-TC. Vencido o conselheiro Relator Ubiratan Spinelli, foi designado o conselheiro Valter Albano, para redigir o Acórdão, como Revisor, com fulcro no 1º do artigo 71 do Regimento Interno. Participaram do julgamento os senhores conselheiros ARY LEITE DE CAMPOS, ANTONIO JOAQUIM, VALTER ALBANO, JÚLIO CAMPOS e ALENCAR SOARES. Presente, representando o Ministério Público, o procurador de Justiça, dr. JOSÉ EDUARDO FARIA. Publique-se. Conclui-se, em já existindo Acórdão deste Tribunal de Contas vedando a citada despesa, persistir a irregularidade. 3. Empenhos em dotação incorreta, influenciando o resultado patrimonial do exercício em desacordo com os artigos 83 a 106 da Lei 4320/64 Grave E33; Esclarece a defesa, que houve erro no preenchimento do histórico do empenho e da NF, em função do preenchimento também errado da requisição pelo funcionário responsável; trata-se apenas de serviços de mão-de-obra de pedreiro para pequenas reformas de uma sala e de uma área da referida escola, acrescentando que o valor pago não corresponde ao valor de mercado que seria para construção de uma obra com a metragem citada. Analisando os argumentos da defesa, conclui a equipe técnica, procedente os mesmos, sanando a presente irregularidade. 2

3 Fls.: Ocorrência de irregularidades nos procedimentos licitatórios listados no item 3.2.2, em desacordo com a Lei 8666/93 Grave E45; Edital em desacordo com o estabelecido nos art. 38 caput e incisos X, XI, art. 40 caput e incisos II, III, VI, VII, VIII, XVI, XVII 1º e 2º ; Documentos apresentados sem nenhum tipo de autenticação art. 32; Documentos de habilitação e proposta de preços encaminhados em um único envelope, contrariando o disposto no art.43; Ausência de Termo de Renúncia expressa de interposição de recursos art. 43 inciso III; Ausência de levantamento prévio de preço médio praticado no mercado art. 40 inciso XVII 2º item II; Ausência de rubrica dos participantes do certame, nos documentos apresentados e anexados no processo art. XVII 1º; Ausência de cópia das publicações do resultado do certame, da homologação e adjudicação e, da publicação do extrato do contrato contrariando o art. 60 Caput e Parágrafo Único e art. 61 Caput e Parágrafo Único. A defesa reconhece os apontamentos efetuados e, na maioria das vezes, alega a precariedade do Município ou, simplesmente, falha da Comissão de Licitação, para justificar a ausência e/ou a irrelevância de procedimentos e atos burocráticos, porém, necessários, obrigatórios e previstos na Lei 8.666/93 que, sem os quais, o certame licitatório se contamina de ilegalidade. Persiste a presente irregularidade. 5. Contratação da empresa Dura-lex Sistemas S/C Ltda sem procedimento licitatório no valor total de R$ ,42, infringindo o art. 37, inc. XXI, da CF e art. 89 da Lei 8666/93 Grave E10; A defesa diz que trata-se de termo aditivo, cujo contrato originário foi precedido do Convite nº 007/2005, e o aditivo de prazo embasado na lei 8666/93. 3

4 Fls.:1059 O aditivo não foi apenas de prazo, mas também de valor, o qual não foi precedido de nenhuma cotação de preço de mercado, para verificar se o preço não estaria acima do praticado à época da prorrogação, principalmente porque o montante pago ultrapassou o limite máximo da modalidade licitatória originária. Persiste a presente irregularidade. 6. Não houve observância à Súmula nº 13 do STF no caso da não exoneração à partir de setembro/2008 do Sr. Mauro André Fazinga Businaro, filho do Sr. Prefeito Municipal do cargo em comissão de Representante do Município em Cuiabá, sendo pagos irregularmente seus vencimentos referentes aos meses de setembro a dezembro de 2008 no total de R$ 6.864,00 e diárias e adiantamentos nos valores de R$ 3.000,00 e R$ 3.500,00 respectivamente, valores esses, que devem ser devolvidos aos cofres municipais, no toal de R$ ,00 equivalente à 435,31 UPF's/MT Gravíssima A10; O gestor alega que o cargo em que foi nomeado seu filho é de livre nomeação e exoneração, pertencente ao Grupo de Direção Superior ou Executiva e Assessoramento; acrescenta que há decisão do STF, favorável à nomeação desde que seja em primeiro escalão; justifica que quanto às diárias e adiantamentos pagos, não podem ser devolvidos porque os serviços foram prestados, alegando que se devolver, haverá enriquecimento ilícito da administração pública; por último, embasa-se no julgamento do processo nº /2009 do município de Nova Santa Helena, para pedir o afastamento da irregularidade. Verificando o voto proferido pelo Conselheiro Relator no citado processo, constata-se o seguinte: Entendo que a permanência do contrato de trabalho do Sra. Ana Lúcia após a vigência da Súmula Vinculante n.º 13 (29/08/2008), desrespeita as regras para contratação de parentes no âmbito do serviço público, contudo em face da vigência da súmula ser em 29/08/08, o fato ocorrido antes desta data não deve ser considerado, até porque não havia posicionamento contrário por parte deste Tribunal de Contas, assim, para fins de julgamento entendo que seria desarrazoado e desproporcional penalizar o gestor em face do curto período de tempo. Contudo determino ao atual gestor, que certifique a existência de outros servidores lotados na Prefeitura Municipal que possuam grau de parentesco em observância a Súmula Vinculante n 13 do STF, para que proceda com as correções. 4

5 Fls.:1060 Primeiro, esclarece a equipe técnica, que os cargos ressalvados no nepotismo, são os de secretários, o que não o caso em pauta, segundo, o voto transcrito anteriormente, não é de um caso idêntico a este, e ainda ressalva que a situação aqui analisada realmente contraria a Súmula Vinculante. Conclui-se, persistir a presente irregularidade. 7. No período de 05/07 a 05/10/08, foi autorizada publicidade institucional de atos, programas, obras, serviços e campanhas no total de R$ ,00, em desacordo com o art. 73, inc. VI, b, da Lei 9.504/97 Grave E65; A defesa justifica e comprova ao anexar algumas cópias aos autos, de que trataram-se de publicações de atos do Poder Executivo, tais como editais de licitação, termos de adjudicação, homologação e ordens de fornecimento, balancetes, LRF, extratos de contratos e leis. Diante da defesa apresentada, considera-se sanada a presente irregularidade. 8. Concessão de 3 diárias em duplicidade ao Sr. Mauro André Fazinga Businaro, devendo ser devolvido aos cofres municipais o valor de R$ 450,00, equivalentes à 14,66 UPF's/MT Grave E62; A defesa justifica que o empenho 3988/2008, de 10/11/2008 refere-se a programação de viagem para o mês de dezembro/2008, cujo pagamento somente foi liberado em data de 02/12/2008, fazendo prova nos autos. Sanada a presente irregularidade. 9. Irregularidades nos processos de prestação de contas de adiantamentos do Sr. Mauro André Businaro e Sr. Mauro André Fazinga Businaro, item , contrariando os artigos 68 e 69 da Lei 4.320/64 e legislação específica Grave E26; A defesa confirma as irregularidades, alegando que não houve má fé na aplicação desses recursos. Persiste a irregularidade. 10. Repasses ao Poder Legislativo não ocorreram até o dia 20 de cada mês, infringindo o art. 29- A, 2º, inc. II, CF Gravíssima B05; Confirma a irregularidade alegando que o valor da receita do FPM do dia 20 não foi suficiente para atender o repasse da Câmara. Persiste a irregularidade. 5

6 Fls.: Foram encaminhados fora do prazo legal, balancete de fevereiro e informes do APLIC carga inicial, janeiro, fevereiro, março, abril e dezembro em desacordo com art. 70, CF, arts. 207 e 209, CE e arts. 164 e 175, Res. nº 14/07-TCE/MT Grave E42; A justificativa da defesa, reformula a irregularidade que passa configurar como foram encaminhados fora do prazo legal, informes do APLIC carga inicial, janeiro, fevereiro, março, e abril em desacordo com os arts. 164 e 175, Res. nº 14/07-TCE/MT Grave E42; Conclui-se persistirem as seguintes irregularidades: 1. Os tributos da competência municipal foram instituídos, previstos e porém com base no valor registrado, não foram efetivamente arrecadados, pois houve a cobrança dos créditos da fazenda pública de apenas 1,19% do saldo do exercício anterior em desacordo com o art. 11 da LRF Grave F09; 2. Despesas ilegítimas no total de R$ ,96 (1.401,20 UPF's/MT) à favor do credor Unimed Vale do Sepotuba Cooperativa de Trabalho Médico, que devem ser ressarcidos aos cofres municipais. Pagamento de parte da empresa no plano de saúde dos funcionários da Prefeitura e dependentes, vedada pelo 2º do artigo 24 da LC 101/2000 e 5º do artigo 195 da CF, em desacordo com o art.15 da LC 101/2000, art. 4º e 12 da Lei 4320/64 e art. 70, da CF Grave E24; 3. Contratação da empresa Dura-lex Sistemas S/C Ltda. sem procedimento licitatório no valor total de R$ ,42, infringindo o art. 37, inc. XXI, da CF e art. 89 da Lei 8666/93 Grave E10; 4. Ocorrência de irregularidades nos procedimentos licitatórios listados no item 3.2.2, em desacordo com a Lei 8666/93 Grave E45; 5. Não houve observância à Súmula nº 13 do STF no caso da não exoneração à partir de setembro/2008 do Sr. Mauro André Fazinga Businaro, filho do Sr. Prefeito Municipal do cargo em comissão de Representante do Município em Cuiabá, sendo pagos irregularmente seus vencimentos referentes aos meses de setembro a dezembro de 2008 no total de R ,00 e diárias e adiantamentos nos valores de R$ 3.000,00 e R$ 3.500,00 respectivamente, valores esses, que devem ser devolvidos aos cofres municipais, no total de R$ ,00 equivalente à 435,31 UPF's/MT Gravíssima A10; 6. Irregularidades nos processos de prestação de contas de adiantamentos do Sr. Mauro André Businaro e Sr. Mauro André Fazinga Businaro, item , contrariando os artigos 68 e 69 da Lei 4.320/64 e legislação específica Grave E26; 6

7 Fls.: Repasses ao Poder Legislativo não ocorreram até o dia 20 de cada mês, infringindo o art. 29- A, 2º, inc. II, CF Gravíssima B05; 8. Foram encaminhados fora do prazo legal, informes do APLIC carga inicial, janeiro, fevereiro, março, e abril em desacordo com os arts. 164 e 175, Res. nº 14/07-TCE/MT Grave E42; SECRETARIA DE CONTROLE EXTERNO DA 4ª RELATORIA DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MATO GROSSO, SUBSECRETARIA DE CONTROLE DAS ORGANIZAÇÕES MUNICIPAIS em Cuiabá, 01 de outubro de MARCELO GRAMOLINI BIANCHINI Técnico Instrutivo e de Controle FRANCISLENE FRANÇA FORTES Auditor Público Externo 7