UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA M A R I A. Plano de curso emergencial CAIO TÁCITO I - RELATÓRIO
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- Sabina Laranjeira Domingues
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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA M A R I A Plano de curso emergencial CAIO TÁCITO I - RELATÓRIO No presente processo, o Magnifico Reitor da Universidade Federal de Santa Maria submeteu ã aprovação do Conselho plano de c u r s o fora de sede a ser ministrado na cidade de Santana do Livramento. A proposta, originária da Associação Pro-Ensino Superior, d a q u e l a c i d ade, mereceu o endosso do Conselho Deliberativo do Distrito Geo-Educacional 37 e tem como f inalidade instalar um curso de Letras - Licenciatura Plena, principalmente voltado para o e n sino de Português e suas Literaturas, visando a favorecer a região fronteiriça Brasil/Uruguai. A iniciativa se traduz em convénio a ser celebrado entre a Associação Santarense Pró-Ensino Superior e a Universidade Federal de Santa Maria. 0 Plano do curso, examinado na Camara de Ensino Superior - 1 Grupo, recebeu parecer favorável, porem, em Plenário, foram opostas dúvidas sobre a compatibilidade do projeto com a vedação prescrita no Decreto n /81, tendo em vista, sobretudo, que o c u r s o d e verá ser ministrado com recursos estritamente locais, fornecidos pela instituição particular de
2 ensino, exercendo a Universidade apenas supervisão ou coordenação de seu desempenho. Para exame desse aspecto da questão, foi de liberada a audiência desta Câmara de Legislação e Normas. Mediante telex expedido pela Presidência do Conselho, foi cientificada a UFSM de que não deveria realizar o concurso v e s t i bular programado para o mês de julho último. PARECER Este Conselho admitiu, recentemente, o funcionamento, em regime especial, de curso de licenciatura de 1 grau, em Estudos Sociais, promovido pela Universidade de Caxias do Sul, com aproveitamento de recursos próprios e sem aumento de vagas, para satisfazer necessidade de habilitação de professores no município. Salientou, na oportunidade, a ilustre Relatora, Conselheira na Bernardes da S ilveira Rocha, que "Este processo não se enquadra nas limitações do Decreto n , de 13/5/81, tendo em vista que a inst i tuição pretende utilizar mais amplamente seus recursos d i s p o n í v e i s, de modo a h a b ilitar os professores leigos da r e d e de e s c olas municipais, para o que d e v e r á o f e recer o curso de Estudos Sociais, l i c e n c i a t u r a de 1 Grau, que mantém no sistema regular, em regime especial caracterizado por funcionamento em períodos letivos intensivos" (Documenta 257/23). Contemporaneamente, apreciando projeto de convénio entre duas i n s t i t u i ç õ e s de ensino, localizadas em localidades diversas (Itajuba e Varginha), que pretendiam realizar cursos fora de sede, utilizando vagas ociosas de seus cursos, entendeu o Conselho, acompanhando o voto do i l u s t r e R e l a t o r, Conelheiro Helcio Saraiva, que a proposta i n c i d i a na proibição do Decreto n /81, por não se caracterizar a excepcionalidade que é inerente aos cursos emergenciais. Assim concluiu o voto do relator, aprovado pelo Plenário: "Os elementos que as instituições oferecem no processo não justificam tal excepcionalidade, de vez que a medida p l e iteada teria, por consequencia, contornar situação criada pela suspensão do exame dos p r o c e s s o s de a u t orização dos cursos de Ciências Contábeis em Itajubá e de Ciências Econômicas em Varginha, sustados pelo Decreto n /8]"
3 A diversidade nas situações de fato, tal como evidenciam as transcrições acima feitas, justifica uma e outra das decisões alcançadas. As extensões de cursos mediante as quais as universidades projetam fora de suas fronteiras sua atividade educacional devem exprimir a presença de recursos humanos e materiais próprios, com os quais a instituição de ensino se propõe a atender a necessidades extraordinárias. São prolongamentos de sua estrutura operacional e não revestem características de c u r s o novo, q u e p o s s a a f r o n tar a temporária suspensão imposta pelo Decreto n /81. Se, todavia, a universidade apenas patrocina curso em outra localidade, absorvendo susbstancialmente recursos locais - que lhe são, portanto, estranhos - em verdade o plano se caracteriza como iniciativa de terceires, a que a universidade (para usar a imagem machadiana do personagem de A Mão e a Luva) emprestará "o lustre de,seu nome". Na hipótese em exame, conforme os termos do projetado connervío, todos os recursos materiais indispensáveis são postos ã disposição da Universidade pela instituição local de e n sino, mediante o de suas instalações e biblioteca (item 2.3). 0 corpo docente será contratado pela instituição particular de Santana do Livramento (item 2.4), cabendo a esta o custeio integral do curso (item 5), ficando "toda estrutura organizacional da Associação Santanense Pro-Ensino Superior a disposição da UFSM para auxiliar na montagem do Projeto do Curso de Letras a ser instado em Santana do Livramento pela Universidade" (item 7) Foi p r e v i s t a a r e a l i z a ç ã o do c u rso em 3 anos, com turmas anuais de 60 alunos, a serem selecionados mediante vestibular procedido pela UFSM. Segundo a concepção do curso, a Universidade Federal de Santa Maria apenas assume a responsabilidade de cordenação e supervisão do curso de Letras, que é projeto de iniciativa da Associação proponente do convénio, cujos recursos humanos, materiais e financeiros são mobilizados para execução do projeto. Parece-nos, assim, que, tal como concebido, a aprovação do projeto constituiria forma obliqua de autorização de curso novo, em desacordo com a proibição do Decreto n /81. Cabe lembrar que a associação de ensino pelo parec.6704/78 apresentou carta consulta para autorização do curso de Letras, pedido esse renegado pelo Plenário conforme o Parecer 813/79.
4 Não questionamos os benefícios que o curso projetado possa carrear para a região fronteiriça, nem a inspiração que m o tivou a Universidade em lhe emprestar apoio. As necessidades locais, a serem mensuradas pela via n o r m a l das Cartas-consulta, não podem, contudo, ter como conduto um mecanismo que não corresponde ã realidade, revestindo como p r ó p ria da Universidade uma iniciativa alheia em que a sua presença é apenas simbólica ou episódica, segundos os dados objetivos do plano formulado. CONCLUSÃO DA CÂMARA A Câmara de Legislação e Normas aprova o parecer do Relator. Sala de Sessões, 2 de agosto de 1982
5 IV - DECISÃO DO PLENÁRIO O Plenário do Conselho Federal de Educação aprovou, por unanimidade, a Conclusão da Cântara. Sala Barretto Filho, em 04 de agosto de 1982.
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