MANUAL PRÁTICO DE ROTINAS DAS VARAS CRIMINAIS PROCESSO DE EXECUÇÃO PENAL
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1 MANUAL PRÁTICO DE ROTINAS DAS VARAS CRIMINAIS PROCESSO DE EXECUÇÃO PENAL Autores: Henrique Baltazar Vilar dos Santos Fábio José Guedes de Sousa Sumário: 1. Início do processo:... 2 a. Recebimento de Processo de Execução Penal ou de Medida de Segurança;... 2 b. Recebimento de peças esparsas; Análise de peças processuais:... 2 a. Pena privativa de liberdade b. Pena restritiva de direitos c. Medida de Segurança Recebimento do Distribuidor Criminal: proceder à autuação a. Pena privativa de liberdade;... 2 b. Pena restritiva de direitos;... 3 c. Medida de Segurança; Unificação/soma de penas Expedir Guia de Execução Penal ou de Internação Extinção da punibilidade a. Morte do apenado b. Prescrição c. Cumprimento da pena... 4 d. Indulto Benefícios executórios a. Prisão domiciliar b. Progressão de regime c. Remição d. Comutação de penas e. Desinternação condicional f. Saída temporária g. Livramento condicional Perda de benefícios a. Regressão de regime b. Revogação de livramento condicional c. Revogação de Prisão domiciliar d. Saída temporária e. Indulto f. Revogação de Desinternação condicional Procedimento recursal Anexos - Fluxogramas... 8
2 1. Início do processo: receber peças processuais ou Processos de Execução Penal/Medidas de Segurança de outros Juízos Criminais. a. Recebimento de Processo de Execução Penal ou de Medida de Segurança; Verificar se o juízo é competente Caso o juízo não seja competente, devolver o processo ao juízo remetente; Remeter o processo ao Distribuidor Criminal para ser registrado e para atribuição de numeração (se existir na Comarca); Com a devolução do Distribuidor, proceder a autuação (item 3); b. Recebimento de peças esparsas; Verificar se as peças recebidas referem-se à Execução Penal em andamento, a fim de evitar a duplicidade processual e a execução simultânea de penas diversas. Em caso positivo, proceder sua juntada (as peças processuais repetidas devem ser arquivadas, evitando o acréscimo de folhas inúteis ao processo). Em caso negativo, proceder a análise de peças processuais (item 2); 2. Análise de peças processuais: a. Pena privativa de liberdade. Verificar se o apenado está preso em estabelecimento prisional da Comarca; Se o apenado não estiver preso ou estiver preso em estabelecimento de outra comarca, devolver peças processuais ao juízo de origem (remetente); Estando preso em estabelecimento prisional da Comarca, verificar se recebidas as peças necessárias ao início da Execução Penal, conforme art. 106 da LEP e atos regulamentares do CNJ e da Corregedoria de Justiça do Tribunal de Justiça; Faltando peças necessárias, oficiar ao juízo de origem solicitando as peças faltantes e aguardar cinco dias para o recebimento. Em caso de não recebê-las, devolver as peças processuais ao juízo remetente. Se não faltarem peças, remeter ao Distribuidor Criminal; Com a devolução do Distribuidor, proceder a autuação (item 3); b. Pena restritiva de direitos. Remeter ao Distribuidor Criminal; Com a devolução do Distribuidor, proceder a autuação (item 3); c. Medida de Segurança. Verificar se o agente encontra-se internado em unidade de custódia do juízo; Se não o estiver internado ou se estiver internado em unidade de custódia de outro juízo, devolver peças processuais ao juízo de origem (remetente); Estando internado em unidade de custódia da Comarca, verificar se as peças necessárias ao início da Execução de Medida de Segurança, estão de acordo com as regras do art. 106 da LEP e atos regulamentares do CNJ e da Corregedoria de Justiça do Tribunal de Justiça; Faltando peças necessárias, oficiar ao juízo de origem solicitando as peças faltantes e aguardar cinco dias para o recebimento. Em caso de não recebê-las, devolver as peças processuais ao juízo remetente. Se não faltarem peças, remeter ao Distribuidor Criminal; Com a devolução do Distribuidor, proceder a autuação (item 3); 3. Recebimento do Distribuidor Criminal: proceder à autuação. a. Pena privativa de liberdade; 2
3 Verificar se o apenado possui outras Execuções Penais em andamento; Caso exista(m) outra(s) EP, verificar se há duplicidade processual; Se houver duplicidade, juntar as peças no processo anterior e arquivar o novo; Se não houver, realizar procedimento para unificação de penas (item 4); Não existindo outra EP, expedir Guia de Execução Penal ou de Internação (item 5); b. Pena restritiva de direitos; Remeter para a CEPA; c. Medida de Segurança; Verificar se existem outras Medidas de Segurança em andamento; Caso exista(m) outra(s) MS, verificar se há duplicidade processual; Se houver duplicidade, juntar as peças no processo anterior e arquivar o novo; Se não houver, realizar procedimento para unificação de penas (item 4); Não existindo outra EP, expedir Guia de Execução Penal ou de Internação (item 5); 4. Unificação/soma de penas. Verificar os casos em que não se permite apensar processos para fins de unificação, quais sejam: quando a nova condenação se restringe apenas à aplicação de pena de multa ou restritiva de direitos (sendo exemplo a condenação pelo crime do art. 28 da Lei nº /07). Nestes casos, as execuções devem tramitar separadamente. Não sendo tais casos, apensar os processos; Abrir vista dos autos para o MP e Defesa sucessivamente pelo prazo de cinco dias; Fazer conclusão para o juiz decidir sobre unificação de penas; Se for o caso de cumprimento simultâneo das penas; Desapensar o processo referente à execução de pena restritiva de direitos; Remetê-lo à CEPA; Não sendo possível o cumprimento simultâneo; Converter/unificar ou somar as penas; Dar baixa no processo apensado; Expedir Guia de Execução Penal ou de Internação (item 5). 5. Expedir Guia de Execução Penal ou de Internação. Proceder conforme o caso: a. Tratando-se de pena privativa de liberdade, expedir Guia de Execução Penal. Encaminhar cópia ao apenado e à direção do estabelecimento prisional. b. Tratando-se de medida de segurança, expedir Guia de Internação. Remeter à UPCT a guia de internação, cópias da denúncia, sentença absolutória imprópria e acórdãos (se houver), certidão de trânsito em julgado, datas das prisões e solturas, bem como do último laudo pericial do ITEP, a fim de permitir o acompanhamento da execução de medida de segurança; Juntar documentos pertinentes aos autos; Verificar se o juízo ainda é competente para a execução da pena; Caso o juízo não seja mais competente, expedir ofício à SEJUC/CoAPe solicitando transferência; Transferido o apenado, remeter os autos ao juízo competente; Sendo o juízo competente, dar vistas ao MP e à Defesa pelo prazo sucessivo de cinco dias; Fazer conclusão para juiz analisar eventuais requerimentos; Cumprir conforme decisão judicial Aguardar o cumprimento da pena. 6. Extinção da punibilidade. a. Morte do apenado. Juntar aos autos a informação do óbito; 3
4 Oficiar aos Oficialatos de Registro de Pessoas Naturais, solicitando atestado de óbito; Aguardar o recebimento do atestado de óbito; Recebida certidão, dar vista dos autos ao MP pelo prazo de cinco dias; Com a devolução, fazer conclusão; Juiz profere a sentença de extinção da punibilidade; Buscar devolução dos mandados de prisão, se houver; Dar ciência às partes e aguardar trânsito em julgado; Se houver recurso, seguir para procedimento recursal (item 9); Transitada em julgado a sentença, expedir ofícios de baixa para o ITEP e TRE; Dar baixa do processo no SAJ/PG; Arquivar processo; b. Prescrição. Elaborar relatório prescricional; Abrir vista do processo para o MP (exceto se este fez o pedido de declaração da prescrição); Devolvido o processo, fazer conclusão para o juiz decidir sobre a prescrição; Se prescrito, proferir sentença de extinção da punibilidade; Expedir Alvará de Soltura ou contra-mandado de prisão; Dar ciência às partes e trânsito em julgado; Se houver recurso, seguir para procedimento recursal (item 9); Transitada em julgado a sentença, expedir ofícios de baixa para o ITEP e TRE; Dar baixa do processo no SAJ/PG; Arquivar processo. Não ocorrida prescrição, proferir decisão interlocutória; Se houver recurso, seguir para procedimento recursal (item 9); Aguardar cumprimento da pena; c. Cumprimento da pena Certificar o cumprimento da pena ou juntar requerimento; Expedir Alvará de Soltura ou contramandado de prisão, conforme o caso e se necessário; Abrir vista dos autos ao MP e à defesa pelo prazo sucessivo de cinco dias; Fazer conclusão para juiz decidir sobre a extinção da punibilidade; Se cumprida a pena, proferir sentença de extinção da punibilidade; Dar ciência às partes e aguardar o trânsito em julgado; Se houver recurso, seguir para procedimento recursal (item 9); Transitada em julgado a sentença, expedir ofícios de baixa para o ITEP e TRE; Dar baixa do processo no SAJ/PG; Arquivar processo; Não cumprida a pena, proferir decisão interlocutória; Dar ciência às partes e aguardar o trânsito em julgado; Se houver recurso, seguir para procedimento recursal (item 9); Aguardar cumprimento da pena; d. Indulto. Receber pedido ou determinação de ofício; Encaminhar o processo ao Conselho Penitenciário; Devolvidos os autos, abrir vista às partes pelo prazo de cinco dias; Fazer conclusão para juiz decidir a extinção de punibilidade; Concedido o indulto, proferir sentença de extinção da punibilidade; Expedir Alvará de Soltura ou contramandado de prisão, conforme o caso; Dar ciência às partes e aguardar o trânsito em julgado; Se houver recurso, seguir para procedimento recursal (item 9); Transitada em julgado a sentença, expedir ofícios de baixa para o ITEP e TRE; Dar baixa do processo no SAJ/PG; Arquivar processo; Não cumprida a pena, proferir decisão interlocutória; Dar ciência às partes e aguardar o trânsito em julgado; Se houver recurso, seguir para procedimento recursal (item 9); Aguardar cumprimento da pena; 4
5 7. Benefícios executórios. a. Prisão domiciliar. Receber pedido ou determinação de ofício; Abrir vista dos autos ao MP pelo prazo de cinco dias; Sendo o parecer favorável, fazer conclusão para o juiz; Sendo desfavorável, dar vista para Defesa por cinco dias e então fazer conclusão; Se a decisão for concessiva do benefício, fazer as comunicações necessárias; Caso não haja concessão do benefício, proceder conforme determinado pelo magistrado. Intimar as partes da decisão; Havendo recurso, seguir para procedimento recursal. b. Progressão de regime. Receber pedido ou determinação de ofício; Expedir GEP atualizada, se for necessário para apreciar o pedido/determinação; Solicitar e aguardar recebimento de atestado de conduta carcerária, se não houver nos autos; Abrir vista dos autos ao MP, pelo prazo de cinco dias; Fazer conclusão dos autos para juiz analisar o pedido; Se o juiz requisitar exame criminológico, providenciar os ofícios necessários. Quando recebido os resultados do exame, fazer nova conclusão. Cumprir novas diligências se forem determinadas; Concedido o benefício, comunicar ao estabelecimento prisional e expedir nova GEP; se não concedido o benefício, proceder conforme determinado pelo magistrado. Intimar as partes; Havendo recurso, seguir para procedimento recursal. c. Remição. Receber pedido e/ou planilhas referentes ao tempo de trabalho/estudo; Autuar o incidente de remição; Realizar cálculos da remição; Abrir vista dos autos ao MP pelo prazo de cinco dias; Fazer conclusão ao juiz; Se os cálculos estiverem equivocados, determinar novos cálculos e vista dos autos MP; Decidida a remição, atualizar a GEP; Dar ciência da decisão às partes; Havendo recurso, seguir para procedimento recursal. d. Comutação de penas. Receber pedido ou determinação de ofício; Encaminhar o processo ao Conselho Penitenciário; Devolvidos os autos, abrir vista às partes pelo prazo de cinco dias; Fazer conclusão; Se concedido o benefício, atualizar GEP; caso negativo, proceder conforme determinado pelo magistrado. Dar ciência da decisão às partes; Havendo recurso, seguir para procedimento recursal. e. Desinternação condicional. Receber pedido ou determinação de ofício; Requisitar ao ITEP marcação do Exame de cessação de periculosidade; Oficiar a UPCT e intimar os parentes do inimputável para informar o dia e hora do exame; Com a juntada do laudo do exame, dar vista dos autos às partes pelo prazo de cinco dias; Fazer conclusão; Concedido o benefício, comunicar à UPCT, intimar o inimputável e seus parentes/responsáveis e expedir nova Guia de Internação atualizada; caso negativo, proceder conforme determinado pelo magistrado. Intimar às partes; 5
6 Havendo recurso, seguir para procedimento recursal. f. Saída temporária. Receber pedido ou determinação de ofício; Requisitar ao estabelecimento listagem dos apenados que poderão ser beneficiados; Abrir vista dos autos ao MP pelo prazo de cinco dias; Fazer conclusão para o juiz decidir; Concedido o benefício, comunicar ao estabelecimento prisional; Em todo caso, dar ciência da decisão às partes; Havendo recurso, seguir para procedimento recursal. g. Livramento condicional. Receber pedido ou determinação de ofício; Expedir GEP atualizada, se for necessário para apreciar o pedido/determinação; Solicitar e aguardar recebimento de atestado de conduta carcerária, se não houver nos autos; Remeter processo ao Conselho Penitenciário se for necessário seu parecer; Abrir vista dos autos às partes, pelo prazo de cinco dias; Fazer conclusão; Concedido o benefício, realizar as seguintes diligências: Intimar o apenado acerca do benefício ou expedir alvará de soltura (no caso de preso); Expedir termo e carta de livramento condicional; Comunicar o Conselho Penitenciário para marcar cerimônia; Juntar cópia do termo de cerimônia Acompanhar o período de prova. Não concedido o benefício, dar ciência da decisão às partes; Havendo recurso, seguir para procedimento recursal. 8. Perda de benefícios. a. Regressão de regime. Juntar ofício comunicando a falta grave, ofício comunicando prática de nova conduta prevista como crime ou certidão; ou juntar sindicância realizada pelo estabelecimento prisional acerca da falta grave; Fazer conclusão para juiz decidir acerca da regressão provisória; Havendo regressão provisória: Comunicar ao estabelecimento prisional; Expedir mandado de prisão; Aguardar captura do apenado; Apenas com a captura do apenado, marcar audiência de justificação; Não ocorrendo regressão provisória, agendar audiência de justificação; No caso de fuga, juntar sindicância realizada pelo estabelecimento prisional após a recaptura; Realizada a audiência de justificação Conclusão para juiz decidir regressão definitiva; Intimar as partes da decisão; Havendo regressão definitiva, comunicar o estabelecimento prisional; Expedir mandado de prisão, se necessário; Atualizar GEP. Caso o Juízo Criminal entenda que não há motivos para a regressão definitiva, proceder conforme determinado. b. Revogação de livramento condicional. Fazer conclusão para juiz decidir acerca da suspensão do benefício; Havendo suspensão: Expedir mandado de prisão; Aguardar captura do apenado; Após a captura, marcar audiência de justificação; Não ocorrendo suspensão do benefício, agendar audiência de justificação; Juntar procedimento administrativo acerca da falta grave; Realizada a audiência de justificação, 6
7 Fazer conclusão; Intimar as partes da decisão; Havendo revogação do benefício: Expedir mandado de prisão, se necessário; Atualizar GEP; No caso de prorrogação do período de prova ou revisão das condições do benefício: Advertir o apenado; c. Revogação de Prisão domiciliar. Juntar informação recebida e fazer conclusão; Fazer conclusão para juiz decidir acerca da revogação liminar do benefício; Havendo revogação liminar: Expedir mandado de prisão ou intimar para cumprir a decisão; Aguardar captura do apenado; Com a captura, oficiar comunicando o regime prisional; Marcar audiência de justificação; Se não houver revogação liminar, marcar audiência de justificação; Realizada audiência, fazer conclusão; Intimar as partes; Revogado o benefício, expedir mandado de prisão, se necessário; Atualizar GEP; Caso não haja revogação do benefício, proceder conforme determinado pelo magistrado. d. Saída temporária. Juntar informação recebida e fazer conclusão; Decidir sobre revogação do benefício; Comunicar a parte, MP e estabelecimento prisional. e. Indulto. Fazer conclusão; Ouvir MP e defesa; Decidir conforme Decreto Presidencial; f. Revogação de Desinternação condicional. Juntar informação recebida e fazer conclusão para juiz decidir sobre internação cautelar; Decidida internação: Encaminhar inimputável à UPCT; Oficiar ao ITEP requisitando a realização do Exame de Cessação de Periculosidade; Comunicar partes e UPCT do dia de realização do Exame; Realizado o exame, fazer conclusão para juiz decidir; Intimar partes; Não havendo internação cautelar: Abrir vista às partes e ao MP; Fazer conclusão para juiz decidir; Determinada internação: Encaminhar inimputável à UPCT; Oficiar ao ITEP requisitando a realização do Exame de Cessação de Periculosidade; Comunicar partes e UPCT do dia de realização do Exame; 9. Procedimento recursal. Receber petição recursal; Certificar a tempestividade do recurso; Fazer conclusão para juiz decidir acerca dos pressupostos processuais do recurso; Não recebido o recurso, intimar recorrente e aguardar cumprimento da pena; Dado seguimento ao recurso, intimar recorrente para oferecer razões recursais, se for o caso; Intimar a outra parte para oferecer contra-razões do recurso; Aguardar prazo legal para oferecimento de contra-razões, conforme o caso; Fazer conclusão; 7
8 Se não houver juízo de retratação, formar instrumento e remetê-lo ao TJ/RN, mantendo os autos originais em trâmite na VEP para a execução da pena; Se houve juízo de retratação, intimar o agravado; Aguardar prazo de cinco dias; Se o agravado pedir para o agravo subir, formar instrumento e remetê-lo ao TJ/RN, mantendo os autos originais em trâmite na VEP para a execução da pena. 8
9 ANEXOS FLUXOGRAMAS 9
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