Linha Azul - Recomendações às empresas interessadas
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- Diogo Tuschinski da Conceição
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1 Linha Azul - Recomendações às empresas interessadas Por Dr. Omar Rached O regime de despacho aduaneiro expresso, mais conhecido como Linha Azul, tem sido tema de diversas reportagens e palestras em todo o Brasil. Trata-se da principal iniciativa do governo brasileiro no sentido de atender os compromissos firmados pelo País, no que diz respeito ao acordo multilateral de Facilitação de Comércio, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). A Linha Azul é um regime predominantemente logístico, que, através da redução substancial das intervenções da fiscalização aduaneira nas operações de importação e exportação das pessoas jurídicas habilitadas, proporciona ganhos financeiros, tais como, redução do custo de inventário e tarifas de armazenagem. Os beneficiários do referido regime poderão ainda perceber uma série de vantagens intangíveis, tais como um relacionamento de confiança junto à Receita Federal e a autorização para retificar as declarações aduaneiras a posteriori. Para que se obtenha a habilitação a esse regime, será necessário cumprir todos os requisitos que constam da Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal de nº 476 de A principal exigência é que a empresa candidata apresente o relatório de auditoria avalizando seus controles internos. Isso fez com que a Linha Azul inaugurasse a terceira geração dos regimes aduaneiros do Brasil ( 1 ). A meu ver, os regimes de 1 Consideram-se regimes aduaneiros especiais de primeira geração os que estão baseados principalmente em documentação física (formulários de papel). A título de exemplo desses regimes podemos citar admissão temporária e a exportação temporária. Os regimes de segunda geração são os que requisitam um software específico para sua concessão e controle. 1
2 terceira geração são aqueles que, embora não dispensem um sistema informatizado de controle ( ** ), ainda requerem a apresentação de relatório de auditoria de controles internos. Cabe ressaltar que, ainda em minha opinião, a Receita Federal substituiu a exigência de qualquer sistema informatizado específico para o controle da Linha Azul, pelo relatório de auditoria de controles internos. A Linha Azul traz às empresas um convite à transparência, disciplina e organização de suas operações. Auxilia também a medir e reduzir seu passivo aduaneiro, através da criação da rotina de auditoria aduaneira. A característica marcante desta auditoria é a busca do aperfeiçoamento dos processos da empresa e de seus controles internos. Não se tem notícia, até o momento, de empresas que não possuam oportunidades de melhoria em seus processos. E também não conheço quem possa propor melhorias em processos de logística e comércio exterior sem possuir profundo conhecimento dos mesmos. O que se busca na Linha Azul não é um candidato que possua 100% de acertos, o que é praticamente impossível, mas sim, que o mesmo possua uma alta taxa de regularidade aduaneira em conjunto com a disposição de implementar processos mais eficientes, que atendam, no decorrer dos anos, todos os requisitos legais de regularidade fiscal estipulados pela Receita Federal. A linha Azul sofreu diversas modificações a partir de dezembro de Isso ocorreu devido às excessivas exigências da antiga Linha Azul, as quais inviabilizavam a habilitação de diversas empresas interessadas no regime. Atualmente, recomendo Como exemplo desses regimes podemos citar o RECOF Regime de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado, e o Depósito Especial. ** No caso da Linha Azul, o único sistema informatizado exigido é o controle de estoque de mercadorias integrado à contabilidade, com distinção das mercadorias de procedência estrangeira e as destinadas à exportação. 2
3 aos interessados na Linha Azul que observem os seguintes pontos: Não há mais necessidade de sistema informatizado para controle do regime, apenas que a empresa candidata possua um sistema contábil informatizado integrado ao controle de estoque; Não há mais necessidade, da habilitação dos estabelecimentos alfândegados (zona primária ou secundária), assim como foi cancelada a exigência dos referidos estabelecimentos possuírem scanner; O compromisso de exportação de 30 milhões de dólares da antiga Linha Azul foi substituído pela exigência de fluxo de comércio de 10 milhões de dólares (soma das importações e exportações efetivadas pela empresa); As empresas candidatas que possuírem estrutura de auditoria interna poderão realizar a mesma, por conta própria, sem haver necessidade de contratação de auditoria externa. No entanto, caso a empresa candidata faça opção de contratar auditoria externa, sugiro que examine cautelosamente o currículo acadêmico e a experiência profissional dos auditores a serem contratados, pois os mesmos devem comprovar qualificação técnica na área tributária e aduaneira, conforme previsto no artigo 6º do ADE COANA No. 06 de Sugiro também que, por uma questão de decoro e conflito de interesse, as empresas candidatas à Linha Azul, evitem ser auditadas por empresas que já prestem serviços nas mesmas, sob pena de ter sua habilitação indeferida. Recentemente, foram publicadas diversas reportagens sobre a Linha Azul, em diversos jornais e revistas de circulação nacional. Como auditor responsável e estudioso da Linha Azul, tendo já realizado diversas auditorias no segmento, sinto-me no dever de comentar uma reportagem específica, publicada pelo Jornal Folha de 3
4 São Paulo no dia 06 de março de Trata-se de uma reportagem de página inteira, do caderno de dinheiro, onde constam, em minha opinião, diversas informações equivocadas e confunidoras. O que, a meu ver, não é surpresa, já que se trata de prática costumeira do referido periódico. Tais informações e entrevistas equivocadas, causaram confusão e receio em diversas empresas que estão interessadas na Linha Azul. Dos diversos erros constantes da reportagem, comentarei apenas dois. Foi dito, por exemplo, que a Linha Azul está muito elitizada, dando a entender que só seria viável a habilitação de empresas que tem poder de fogo. Tal assertiva, a meu ver, demonstra total desconhecimento de causa por parte da pessoa que proferiu a desinformação, tendo em vista que, segundo dados da própria Receita Federal, existem mais de 1000 empresas que possuem o perfil exigido para habilitação no regime. Tais empresas, conjuntamente, consolidam, tanto em valor como em volume, mais de 70% do comércio exterior brasileiro. Dessa forma, observa-se que a Linha Azul não tem nada de elitizada e atende atualmente às empresas que possuem maior relevância nas operações de comércio internacional. Outro ponto digno de comentário é que houve uma menção na referida reportagem, que dava a entender que para operar na Linha Azul, seria ainda necessário, ao local alfândegado de desembaraço, possuir um scanner, requisito este que foi suprimido pela legislação vigente. Assim, recomendo às pessoas jurídicas candidatas à Linha Azul, que procurem buscar informação com quem tem conhecimento de causa, experiência e 4
5 conhecimento, antes de tomar qualquer decisão. A AIV Auditoria Aduaneira Independente, como o próprio nome já diz, é uma empresa preparada para poder atender às mais altas expectativas das empresas interessadas na habilitação na Linha Azul e também no RECOF Regime de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado, que será tema do meu próximo artigo. Dr. Omar Rached Auditor responsável AIV Auditoria Aduaneira Independente omar.rached@aivauditoria.com.br 5
Fatec de São Carlos. A Faculdade de Tecnologia de São Carlos será a última parte envolvida a assinar o termo de compromisso e demais documentos.
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