Assim Foi um Dia PERSONAGENS

Transcrição

1 Assim Foi um Dia PERSONAGENS APRESENTADOR (Carlos Roberto): Alegre, enérgico. Movimenta- se bastante no palco e mexe com o público com sua performance. Apresenta um programa educativo, que busca exemplos do passado (que corresponde ao nosso presente) de forma que a humanidade não se esqueça de erros outrora cometidos, com o intuito de não repeti- los no presente (que corresponde ao planeta terra já regenerado). GRUPO RELIGARE: Grupo artístico- musical que dá suporte ao apresentador. É responsável pela música no auditório e por pequenas intervenções sob demanda do apresentador. Nessa história, esse grupo será responsável por representar personagens no passado que viviam à margem da sociedade. HISTORIADORA (Adriane): Dedica- se a pesquisar a vida da sociedade daquela época, correspondente à primeira década do século 21. Será entrevistada com o intuito de trazer informações sobre alguns atores sociais daquela época, que por um motivo ou por outro eram excluídos da sociedade daquele tempo, quando a humanidade vivia num mundo de provas e expiações. CENA 1 Cenário: - 2 microfones - 1 livro - Um teclado - Um violão - Uma cortina - Uma caixa pequena (As cortinas se abrem quando a música começa a tocar. À direita do palco, o quarteto musical toca uma música.

2 Após alguns instantes, o apresentador do programa entra no palco, brinca com o público, dança um pouco com a música, acena para a banda para finalizar a música e dá início ao programa) APRESENTADOR: Bo- a Tar- de! (Faz sinal para o público, pedindo que eles respondam ao boa tarde ) PÚBLICO: Boa Tarde! (APRESENTADOR pede gestualmente que o público fale mais alto) APRESENTADOR: Bo- a- Tar- de! PÚBLICO: Bo- a- Tar- de! APRESENTADOR: Agora sim! E é com essa mesma alegria e vibração que começamos, ao vivo pela Rede de Televisão Regeneração, mais um programa Assim foi um dia, transmitido de norte a sul, do litoral ao pantanal. Música maestro! (Grupo RELIGARE começa a tocar outra música. APRESENTADOR pede palmas de acompanhamento por parte do público, dança com a música e, após alguns instantes, acena para finalizar a música) APRESENTADOR: E, no programa de hoje, temos uma convidada muito especial. Ela é historiadora e escritora, escreveu um livro que teve a primeira edição esgotada em duas semanas. O livro ganhou o título Personagens do Passado e é resultado de uma pesquisa sobre a vida de determinados sujeitos, que levaram um tipo de vida muuuito diferente da realidade que conhecemos hoje em dia. Eu chamo ao palco Adriane Sartori! (APRESENTADOR começa a bater palmas para estimular que o público faça o mesmo. Grupo RELIGARE toca vinheta para entrada da ADRIANE, que se dirige ao palco. ELVÉCIO vai até ADRIANE e deixa com ela um microfone). APRESENTADOR: Olá Adriane, é um prazer recebê- la aqui no Assim foi um dia. ADRIANE: Oi Carlos Roberto, eu é que agradeço o convite e a oportunidade de estar aqui hoje, em um programa de tanta visibilidade.

3 APRESENTADOR: Muito bem, Adriane. Me conte um pouquinho do seu trabalho. O título já nos dá uma dica, né? Personagens do Passado. Quais são eles? ADRIANE: Pois bem. Esse livro é resultado de um projeto antigo. Foi um trabalho de vários anos, que resultou na coleta de informações sobre o estilo de vida de alguns grupos de pessoas que viveram na primeira década do século XXI, ou seja, entre 2004 e 2014, ano em que o Brasil foi hexacampeão mundial. APRESENTADOR: Há mais de 250 anos. ADRIANE: Isso mesmo. Há mais de 250 anos. E então, eu descobri personagens que viviam em condições que hoje seriam consideradas inadmissíveis. E a vida dessas pessoas, o dia a dia delas, isso tudo resultou nesse livro. APRESENTADOR: Entendi Adriane, agora me conta uma coisa: qual foi o seu objetivo? Que mensagem você quer passar com o seu livro? ADRIANE: Ok Carlos Roberto. Resumidamente, o meu objetivo foi mostrar como era difícil, em alguns casos bem sofrida a vida daquelas pessoas. A minha intenção mesmo é mostrar alguns erros do passado, para valorizar o mundo em que vivemos hoje em dia, onde o bem prevalece, onde não há mais miséria, onde as pessoas saem nas ruas sem medo de serem assaltadas, onde o amor ao próximo é parte firme e integrante do nosso cotidiano. APRESENTADOR: Nem sempre foi assim, não é mesmo Adriane? Por isso que eu queria até mesmo saber do nosso público a respeito disso. Vamos lá, vamos conversar com alguém da plateia. (APRESENTADOR vai até o público e escolhe um espectador que esteja propenso a participar para entrevistá- lo.) APRESENTADOR: Você mesmo, amigo. Qual é o seu nome? ESPECTADOR: Eu me chamo Fulano. APRESENTADOR: Tudo bem Fulano? É a primeira vez que você vem ao programa Assim foi um dia? ESPECTADOR: Sim, sim. É minha primeira vez APRESENTADOR: Ô Fulano, me responde uma pergunta aqui: você já se imaginou vivendo num mundo onde as pessoas tinham medo de sair na rua, onde tinha gente que não tinha comida, que não tinha casa? ESPECTADOR:?? APRESENTADOR: E vamos supor que essa realidade triste fosse a nossa realidade aqui, hoje. O que você faria para melhorar esse mundo? ESPECTADOR:??

4 APRESENTADOR: Ok Fulano. Eu te agradeço pela sua apresentação. Agora deixa eu voltar aqui pra Adriane, que eu acabei deixando ela sozinha aqui. (APRESENTADOR volta e se posiciona ao lado da ADRIANE). APRESENTADOR: Pois bem, Adriane. Você já conhecia o nosso programa? ADRIANE: Sim, claro. Inclusive queria mandar um beijo pra minha família, que está me assistindo em casa agora. Meus filhos adoram a Rede de Televisão Regeneração. APRESENTADOR: Então, Adriane, você conhece também que o grupo artístico- musical RELIGARE nos acompanha a cada edição do Assim foi um dia, não é mesmo? Uma salva de palmas para o RELIGARE! ADRIANE: Sim, claro! (PÚBLICO aplaude o grupo, que devolve o carinho com acenos e sorrisos) APRESENTADOR: Pois bem, o desafio do RELIGARE hoje é o seguinte: Nós lemos o seu livro e vamos tentar representar aqui um pouco do dia a dia dos Personagens do Passado, baseado na sua pesquisa. Enquanto isso, você nos dá mais informações a respeito deles, pode ser? ADRIANE: Ok, Carlos Roberto. Desafio topado. APRESENTADOR: O seu desejo é uma ordem. RELIGARE, vocês estão preparados? RELIGARE: Sim! APRESENTADOR: Vocês estão preparados? RELIGARE: Estamos! APRESENTADOR: Então mãos à obra! (Alguém do Religare leva a caixa pequena para o apresentador. A caixa contém tirinhas de papel com nomes dos personagens do passado, cujas vidas serão exemplificadas pelo grupo) APRESENTADOR: Nosso desafio funcionará da seguinte forma. O público irá sortear o nome de um dos personagens, que o grupo RELIGARE deverá representar, mostrando um pouco do cotidiano deles. Enquanto isso, a ADRIANE nos ajuda dando algumas informações sobre a vida deles daquela época, há mais de 250 anos.

5 (APRESENTADOR vai até o público com a caixa na mão, para que haja o sorteio de uma tirinha. Um espectador retira uma das tirinhas e entrega ao apresentador). de Rua! APRESENTADOR: e o primeiro personagem escolhido no Assim foi um dia é o.. Menino (APRESENTADOR volta- se para o espectador que retirou a tirinha para lhe perguntar. Faz a pergunta e a responde por ele, não lhe dando tempo de reação) APRESENTADOR: Você sabe o que significa menino de rua? Não? (Retorna ao palco, indo em direção à ADRIANE). CENA 2 Cenário: - 1 capacete - 1 sinal de trânsito - 2 carros de isopor - 1 latinha de moeda APRESENTADOR: Pois bem Religare, todos a postos porque o desafio 1 vai começar! Enquanto eu peço algumas explicações para Adriane, vocês interpretam para o grupo um pouco da vida de um menino de rua. da apresentação: (RELIGARE começa a interpretar a vida de um menino de rua. Resumo - FLÁVIO representa um motociclista. ELVÉCIO e IRANA motoristas. GUSTAVO representa um menino de rua. Há uma situação de trânsito. Quando o sinal vermelho aparece, GUSTAVO se posiciona em frente aos carros para fazer malabarismo e pedir por dinheiro. Essa situação se repete por duas vezes. Depois, GUSTAVO se deita no chão para dormir e deixa uma lata de moeda na sua frente. Os motoristas se tornam pedestres. Passam por o GUSTAVO e, aleatoriamente, deixam

6 uma moeda para ele. Quando GUSTAVO se acorda, a cena se repete, até o final dessa parte da entrevista.) APRESENTADOR: Adriane, quem foi a figura do menino de rua? ADRIANE: O menino de rua era uma pessoa que vivia abaixo da linha da pobreza. Não tinha uma casa para morar, não tinha escola, não tinha uma condição básica de higiene. Como nós podemos ver, era comum encontrarmos meninos de rua nos sinais, dormindo nas calçadas ou debaixo de viadutos. Sob essas condições, muitos acabavam se envolvendo com o mundo das drogas e dos crimes. APRESENTADOR: Era dolorosa a realidade dessas pessoas. E isso tudo aconteceu aqui, na terra, nesse mesmo planeta que hoje não tem sequer um menino de rua? ADRIANE: Exatamente. Assim era a vida na terra alguns séculos atrás. Só no Brasil, no ano de 2013, estimava- se que xxxx milhões de crianças viviam nas ruas. Mas com muito amor, com a ajuda de todos, esse número foi diminuindo aos poucos, até chegarmos aqui hoje, em um mundo que as nossas crianças nem sabem o que significa esse termo menino de rua. (APRESENTADOR faz uma pergunta retórica) APRESENTADOR: E vocês conseguem se imaginar em um mundo como esse? Imagine você, espectador, saindo de casa para trabalhar e ver numa esquina crianças que dormem na rua, descalças, sem saber o que vão comer no dia? Como vocês reagiriam nessa situação? Agradeçamos o esforço de todos aqueles que se esforçaram para mudar esse quadro que soa tão doloroso e sofrido aos olhos de um mundo já regenerado. APRESENTADOR: Pois bem, vamos pedir ajuda aos nossos amigos. Uma salva de palmas para o grupo Religare e para a historiadora Adriane! (PÚBLICO aplaude a primeira parte. APRESENTADOR se dirige ao público com a caixa na mão, para que haja o sorteio da próxima tirinha. Um espectador retira uma das tirinhas e entrega ao apresentador) presidiário! APRESENTADOR: e o segundo personagem escolhido no Assim foi um dia é o..

7 (Apresentador volta- se para o espectador que retirou a tirinha para lhe perguntar. Faz a pergunta e a responde por ele, não lhe dando tempo de reação) APRESENTADOR: Você sabe o que significa a palavra presidiário? Também não? (APRESENTADOR retorna ao palco, indo em direção à ADRIANE). CENA 3 Cenário: - 1 corda de pular - 2 alteres de 2 kilos cada - 1 grade de isopor simbolizando uma cela. - 3 figurinos de presidiários - 1 figurino de policial (pode ser um colete de segurança, p. exemplo) APRESENTADOR: Pois então Religare, todos a postos porque o desafio 2 vai começar! Dessa vez, enquanto a Adriane ajuda a esclarecer aos espectadores quem era e o que fazia o presidiário, vocês interpretarão um pouco da vida desse personagem no Assim foi um dia. (RELIGARE começa a interpretar a vida de um presidiário num espaço que lembra a casa de detenção. Resumo da apresentação: - GUSTAVO, ELVÉCIO E IRANA (presidiários) estão no que seria o pátio de uma casa de detenção. O andar é desconfiado e expressões fechadas. Todos se exercitam fisicamente com os objetos pertencentes à cena. GUSTAVO pula corda. IRANA faz exercícios alternados com os alteres enquanto ELVÉCIO está com a barra de pesos. FLÁVIO (agente penitenciário) os observa. Em determinado momento, FLÁVIO ordena que eles retornem para a cela, que é bem pequena para os três. Eles se espremem na grade sob olhares firmes do agente penitenciário, que os ameaça com uma arma (um pedaço de pau simbolizando um cassetete, ou uma arma de brinquedo. A cena se repete) APRESENTADOR: Adriane, quem foi a figura do presidiário?

8 ADRIANE: O presidiário era aquele que, por ter cometido um crime, era julgado e condenado segundo as leis dos homens. Após sua condenação, eles iam cumprir a pena em lugares chamados de casa de detenção, presídio ou cadeia. APRESENTADOR: E lá eles se recuperavam para voltar para a sociedade restabelecidos? ADRIANE: É, Carlos Roberto. A história não era bem assim não. As condições desses lugares eram muito precárias. Sempre havia mais presos do que vagas disponíveis, muitos precisavam revezar para dormir. Poucos lugares ofereciam trabalho, fora a violência dentro desses ambientes. Há relatos de presos daquela época que chamavam os presídios de Escola do Crime ou Escola do Inferno? APRESENTADOR: Meu Deus Adriane! Que coisa horrível! Só de pensar que as crianças do nosso presente nem sabem o que significa essa palavra.. só de pensar que a nossa Constituição hoje em dia se baseia em uma só Lei, que é a Lei de Deus essa sim imutável.. ADRIANE: Pois é, Carlos Roberto. Mas nem sempre foi assim. Há fotos de presídios, inclusive, que pareciam verdadeiros campos de guerra, mostrando confrontos armados entre policiais e presidiários, o que ocasionou no desencarne de muitos espíritos. APRESENTADOR: Entendo, Adriane. É importante mostramos hoje para todo o Brasil como a nossa sociedade foi um dia, para valorizarmos as conquistas já realizadas e continuarmos nesse processo de melhoramento íntimo, que muda também o ambiente ao nosso redor. (APRESENTADOR se dirige à plateia e pergunta a um espectador específico) APRESENTADOR: Me conte você, meu amigo. O que você prefere: viver no nosso mundo atual, que não conhece mais esse tipo de ambiente, ou viver em um mundo como esse, retratado pelos nossos amigos do Grupo Religare?) ESPECTADOR: Uai, eu prefiro viver do jeito que é hoje, né? APRESENTADOR: E eu também! Uma salva de palmas para nosso amigo, para o grupo Religare e para a historiadora Adriane!) (PÚBLICO aplaude a segunda parte. APRESENTADOR se dirige ao público com a caixa na mão, para que haja o sorteio da próxima tirinha. Um espectador retira uma das tirinhas e entrega ao apresentador)

9 CENA 4 Cenário: - figurino de gari; - 1 celular; - figurino de motorista de ônibus APRESENTADOR: É, mas as surpresas não acabam por aqui. Ainda temos muito mais emoção no programa de hoje! Por isso mesmo eu vou chamar aqui um amigo do grupo Religare. (Flávio, do grupo RELIGARE, se aproxima do apresentador e aguarda orientações) APRESENTADOR: O seu nome? FLÁVIO: Flávio. APRESENTADOR: Muito bem, Flávio. Você já sabe como funciona: logo ali nós temos uma caixa com alguns dos nomes dos personagens descritos no livro da nossa queria Adriane. Por favor, vá até o público porque no Assim foi um Dia é assim: o público é que decide o que vem por aí! (Flávio vai ao público e um telespectador retira um papel contendo um nome de um personagem do livro) APRESENTADOR: Ótimo Flávio, muito obrigado. Então já temos um nome escolhido. Deixa eu voltar aqui pra Adriane, que hoje além de nossa convidada é também minha ajudante, não é mesmo Adriane? Pois então, qual é o próximo personagem? ADRIANE: Ok Carlos Roberto. Na verdade não é um personagem, é mais um grupo de pessoas. São Os Invisíveis. APRESENTADOR: Os invisíveis?! Sugestivo o título! Vamos ver como o RELIGARE irá sair dessa. Atenção, o grupo já se prepara para a improvisação.. vamos ver.. eu tenho apenas uma pergunta para vocês, RELIGARE. Preparados? RELIGARE: Sim! APRESENTADOR: Então é ao vivo, no Assim foi um Dia, pela Rede Regeneração. Valendo! (RELIGARE começa a interpretar uma cena. Na ação, Flávio atende o celular enquanto Irana e Elvécio, de Gari, seguem limpando as ruas. Distraído no telefone, de tempos em tempos o Flávio deixa cair alguma coisa no chão sem se importar com isso.

10 Na sequência, Irana se transforma em motorista de ônibus e, ao passar pelo ponto, Flávio e Elvécio entram no ônibus e não cumprimentam o motorista) APRESENTADOR: Adriane, me conta um pouco a respeito dessa cena. Quem são os invisíveis? ADRIANE: Carlos Roberto, como podemos observar da interpretação grupo RELIGARE, o primeiro personagem foi um gari, chamado também de lixeiro. Eram aqueles que limpavam diariamente as sujeiras das ruas. APRESENTADOR: Isso me soa tão estranho, Adriane. Viver num lugar onde as pessoas sujavam a rua onde moravam! ADRIANE: Pois é, Carlos. Mas essa era a realidade. Em seguida, o grupo representou o motorista de ônibus, era um tipo de transporte bastante popular. As pessoas pegavam os ônibus todos os dias e não davam sequer um bom dia, boa tarde para eles. APRESENTADOR: Meu Deus, Adriane! Uma ação tão simples e que faz tão bem! Ainda bem que isso mudou viu? Então eu peço uma salva de palmas para o grupo RELIGARE! Nosso programa vai chegando ao final.. Adriane, mais uma vez, foi um prazer te receber aqui no Assim foi um Dia ADRIANE: O prazer foi todo meu, Carlos Roberto. APRESENTADOR: É isso aí, pessoal. Esse foi o Assim foi um Dia, pela Rede Regeneração. Eu vou ficando por aqui e a gente encerra com música, maestro! ( Grupo musical toca uma música para encerrar o programa)