LIGAÇÕES PERMANENTES Ligações Rebitadas
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- Zilda Brás
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1 As ligações rebitadas são ligações em que se utilizam peças adicionais designadas rebites. O rebite tem uma haste que se introduz em furos executados nas peças. Posteriormente, deforma-se plasticamente a extremidade saliente da haste para constituir a ligação. As ligações rebitadas fazem parte das ligações fixas (não desmontáveis), apesar de ser possível destruir os rebites para separar as peças. 1
2 O processo de fixação do rebite nas peças, com formação da segunda cabeça, chama-se rebitagem ou cravação. Geralmente, a cravação do rebite começa com a abertura de furos coincidentes nas peças a unir. Por estes furos faz-se passar a haste do rebite e golpea-se a extremidade da haste do rebite de forma que esta se deforme e comprima fortemente as peças a unir. Durante este golpeamento, forma-se uma segunda cabeça, chamada cabeça de travamento, cabeça golpeada ou cabeça rebitada. 2
3 A cravação do rebites pode ser feita a quente ou a frio. Quando os rebites são feitos de aço, com diâmetro até mm ou quando os rebites são feitos de cobre, latão ou ligas leves, a rebitagem pode ser feita a frio. Os rebites de aço de maiores diâmetros são aquecidos até ao rubro claro. A rebitagem pode ser manual (com martelo) ou mecanizada. Quando se rebita usando uma máquina a qualidade da rebitagem melhora e o processo é mais económico e mais rápido. Porém, é preciso usar um sujeitador. 3
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5 Quando a rebitagem é feita a quente, a união das peças fortalece devido à contracção térmica do rebite durante o arrefecimento, podendo atingir-se o limite de escoamento do material em alguns pontos do rebite. 5
6 Vantagens das ligações rebitadas são: Bom comportamento na presença de cargas pulsantes acentuadas, melhor que as ligações soldadas. Execução geralmente simples e pouco dispendiosa. Possibilidade de utilização para unir peças de materiais distintos, difíceis de soldar e para materiais que não toleram o calor da soldadura. Controle de qualidade simples (o som resultante do percussão). 6
7 Vantagens das ligações rebitadas Possibilidade de desfazer a ligação em caso de necessidade, cortando as cabeças dos rebites (tornandao a ligação desmontável ). A destruição de um rebite não se propaga aos restantes rebites da ligação 7
8 Desvantagens das ligações rebitadas Relativamente grande gasto de metal e de mão-deobra para operações complementares (furar, marcar, mandrilar os furos). Um maior gasto de metal, em comparação com as ligações soldadas: 3,5... 4% da massa de construção atribui-se aos rebites, ao posso que nas ligações soldadas só é ,5%. 8
9 Desvantagens das ligações rebitadas Redução da resistência do material (debilitação) por causa dos furos: %, o que é maior que nas ligações soldadas: % Menor produtividade que a soldadura. 9
10 Classificação As ligações por rebites podem ser classificados em dois/três grandes grupos: Ligações resistentes Ligações estanques (herméticas) Ligações resistentes-herméticas 10
11 As ligações estanques devem garantir a hermeticidade e são tipicamente usadas em reservatórios de baixa pressão. As ligações resistentes devem suportar cargas de trabalho significativas (conjuntos de máquinas, pontes, estruturas metálicas de construções, etc.). Há ligações que devem ser simultaneamente herméticas e resistentes: são as ligações resistentes-herméticas (caldeiras, colectores de gás, tanques de pressão, etc.) 11
12 As ligações rebitadas também podem ser classificadas de acordo com a disposição mútua das peças ligadas: a) Juntas sobrepostas b) Juntas de topo (com cobre-junta) 12
13 As ligações rebitadas podem ser monofilares ou multifilares. Também se pode classificar segundo a disposição das filas de rebites: - disposição em filas - disposição alternada 13
14 Tipos de rebites. Os tipos de rebites podem ser distinguidos utilizando diferentes critérios. Em função da secção transversal da haste podem ser diferenciadas em: maciços (inteiriços), ocos e semi-ocos. 14
15 Classificação do tipo de Rebite segundo a cabeça a) cabeça redonda b) cabeça contra-punçoada abaulada c) cabeça contra punçoada plana d) rebite tubular (oco) com rebordos recurvados e) rebites ocos f) rebites explosivos (semi-ocos) 15
16 Classificação do tipo de Rebite segundo a cabeça 14
17 O material dos rebites deve ser o mesmo que o das peças a unir, se possível. Isto evita a formação de pares galvânicos que podem acelerar a corrosão electroquímica. O coeficiente de dilatação térmica do material influi na resistência de ligações, especialmente quando há cargas dinâmicas, pois pode ocorrer o alívio do aperto. Por isso também, convém que o material do rebite seja o mesmo que o das peças a unir. 17
18 Material dos rebites Os rebites são feitos de aços macios dos tipos Aço 2, Aço 3. Também se podem empregar aços mais resistentes mas a sua rebitagem é mais difícil. Na aviação, é muito comum o uso de rebites de duralumínio. Nas ligações de vários materiais pouco resistentes também se empregam rebites de alumínio, cobre, latão e outras ligas, que podem ser cravados a frio. 18
19 Cravação do Rebite Quando não é possível formar a segunda cabeça segundo os procedimentos normais, podem ser usados os rebites semiocos (explosivos). A cravação destes rebites é feita colocando uma peça de encosto (maçacoto) quente na cabeça do rebite, de forma que esse é aquecido depois de introduzido no orifício. O calor da peça de encosto acaba por detonar a mistura explosiva na extremidade oposta da haste, expandindo-a e cravando o rebite no lugar. Os rebites explosivos podem ser de duralumínio, aço ao crómiomolibdénio ou aço ao carbono especial. 19
20 Cravação do Rebite Os rebites com vareta interior também se usam quando não há acesso do outro lado, para formar a segunda cabeça. Estes rebites são ocos e têm no seu interior uma vareta com uma extremidade avolumada e uma haste com ou sem concentrador de tensões, na forma de uma ranhura. Durante a cravação, a vareta é puxada para o exterior, expandindo as paredes internas do rebite e formando, deste modo, a segunda cabeça. 20
21 Aplicação das Na aviação; reservatórios de baixa pressão; pontes, estruturas metálicas de construções; caldeiras, colectores de gás, tanques de pressão; Automoveis; 21
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