RELATÓRIO DE PROSPEÇÃO, MONITORIZAÇÃO E CONTROLO DE ORGANISMOS DE QUARENTENA
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1 DATA: 30 / 06 / 2018 TÍTULO DE PROSPEÇÃO, MONITORIZAÇÃO E CONTROLO DE ORGANISMOS DE QUARENTENA 2017 DE PROSPEÇÃO, MONITORIZAÇÃO E CONTROLO DE ORGANISMOS DE QUARENTENA 2017 Departamento de Gestão de Áreas Públicas e de Proteção Florestal Divisão de Fitossanidade Florestal e Arvoredo Protegido
2 DATA: 30 / 06 / 2018 Execução de Programas de prospeção, monitorização e controlo de organismos de quarentena relato sumário, 2017 Elaborado pela Divisão de Fitossanidade Florestal e de Arvoredo Protegido Dina Ribeiro Rita Fernandes Fontes de Informação: ICNF, I.P., Manuais de Procedimentos Internos, Relatórios e Sistemade Gestão de Informação e Sanidade Florestal
3 DATA: 30 / 06 / 2018 ÍNDICE 1. Introdução Prospeção, Monitorização e Controlo de Organismos de Quarentena Agrilus anxius Agrilus planipennis Atropellis spp Dendrolimus sibiricus Monochamus spp. (não europeias) Pissodes spp. (não europeias) Anoplophora chinensis Anoplophora glabripennis Bursaphelenchus xylophilus Fusarium circinatum Xylella fastidiosa Popillia japonica Xylosandrus crassiusculus Phytophthora ramorum Operacionalização da Prospeção resultados Agrilus anxius Agrilus planipennis Atropellis spp Dendrolimus sibiricus Monochamus spp. (não europeias) Pissodes spp. (não europeias) Anoplophora chinensis Anoplophora glabripennis Xylella fastidiosa Popillia japonica Xylosandrus crassiusculus... 36
4 4.12. Phytophthora ramorum Conclusão Página 1 de 40
5 1. INTRODUÇÃO As florestas são um recurso de valor incalculável que nos permite ter acesso a um leque variado de bens e serviços de cariz ambiental, cultural e económico fornecendo não só bens importantes como madeira, combustíveis, fibras, recursos alimentares e químicos, mas também proporcionando serviços vitais como o combate à desertificação, proteção das linhas de água, manutenção da biodiversidade, regulação climática, entre outros. No entanto, as florestas estão sujeitas a uma grande diversidade de fatores que colocam em causa a manutenção do fornecimento destes bens e serviços, como por exemplo a ocorrência de fogos florestais, o abandono das terras e a existência de problemas fitossanitários. Os problemas fitossanitários, em resultado do aumento do comércio intracomunitário e internacional de espécimes e de produtos e subprodutos florestais e da própria circulação de pessoas têm vindo a ganhar escala e representatividade, constituindo uma séria ameaça à sanidade florestal e acarretando consequências potencialmente nefastas para a sustentabilidade das fileiras florestais e para a sua gestão. Alguns problemas fitossanitários estão já presentes na União Europeia (UE), sendo disso exemplo a murchidão-dos-pinheiros, causada pelo nemátodo-da-madeira-do-pinheiro (NMP) Bursaphelenchus xylophilus, ou o cancro-resinoso-do-pinheiro, causado pelo fungo Fusarium circinatum, mas há um número muito superior de agentes bióticos nocivos (ABN) que ameaçam entrar no espaço comum e no nosso país, com potencial para provocar danos e prejuízos elevados na nossa floresta. Ambos os referidos organismos se encontram enquadrados na Lista A2 da Organização Mediterrânica para a Proteção das Plantas (OEPP). É também de destacar a presença da bactéria Xylella fastidiosa no espaço da UE, incluída pela OEPP na Lista A1, pela generalidade de potenciais hospedeiros que pode atingir e pela violência da doença que causa e que se repercute em avultados prejuízos em áreas agrícolas e florestais. No que diz respeito à temática dos problemas fitossanitários, deverá também ser considerado um conjunto de outros organismos classificados como sendo de quarentena que, apesar de ainda não terem sido detetados em Portugal, deverão ser alvo de planos de contingência específicos e de ações de prospeção com o intuito de promover uma eventual deteção tão precoce quanto possível, que permita uma resposta rápida e efetiva com vista à sua erradicação. Neste contexto é evidente a extrema importância do estabelecimento de planos de ação para a prospeção e monitorização de organismos de quarentena já detetados em Portugal, e de planos de contingência para os que ainda não foram detetados no nosso território, como forma de permitir a implementação de medidas preventivas de erradicação e controlo adequadas. Página 2 de 40
6 Apresentam-se pois, neste relatório, os principais resultados obtidos durante o ano de 2017, relacionados com a execução dos planos de atuação direcionados para os organismos de quarentena objeto de cofinanciamento comunitário, cujas correspondentes espécies hospedeiras têm sido sujeitas a ações de prospeção legalmente impostas, independentemente de não terem até ao momento sido detetados os organismos nocivos em causa. Os resultados relativos à prospeção e monitorização dos organismos de quarentena Bursaphelenchus xilophilus e Fusarium circinatum, que estão presentes no nosso país, serão tratadas em relatórios específicos e disponibilizados em em virtude da sua monitorização, prospeção e controlo se encontrarem abrangidos por regulamentação específica. Página 3 de 40
7 2. PROSPEÇÃO, MONITORIZAÇÃO E CONTROLO DE ORGANISMOS DE QUARENTENA A Comissão Europeia (CE) emitiu, em 2015, orientações relativas ao cofinanciamento de programas de prospeção cujo objetivo seja a determinação da presença de pragas (Diretiva 2000/29/CE, nomeadamente o artigo 23.º, n.º6 ) que serviram de base para a elaboração da lista de ABN a prospetar em 2017, no nosso país. Portugal apresentou um programa de prospeção e monitorização a aplicar em 2017 e que foi aprovado para cofinanciamento, dado corresponder às orientações da CE, através da Grant Decision SANTE/PH/2017/PT/SI A inclusão das pragas no Programa Nacional de Prospeção, coordenado pela DGAV, para além das diretrizes comunitárias, considerou: a importância das espécies hospedeiras para a floresta portuguesa e para a UE; a presença de hospedeiros; a situação em Portugal e na Europa no que se refere à presença de pragas, com especial ênfase para o NMP devido à prospeção intensa que deve ser realizada decorrente da Decisão de Execução da Comissão 2012/535/EU, de 26 de setembro e do Decreto-Lei n.º 95/2011, de 8 de agosto, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 123/2015, de 3 de julho. Os ABN prospetados em 2017 foram divididos em 4 áreas, tal como consta da Tabela 1. Quadro 1 Distribuição dos ABN pelas diferentes áreas, segundo as orientações da Comissão Europeia. Área Agente biótico nocivo Área A - Pragas não presentes na União Europeia Área B - Pragas sujeitas a medidas regulamentares Área C - Pragas com importância no comércio intra e extra comunitário Agrilis anxius Agrilus palnipennis Atropellis spp. Dendrolimus sibiricus Monochamus spp. (não europeias) Pissodes spp. (não europeias) Anoplophora chinensis Anoplophora glabripennis Bursaphelenchus xylophilus Fusarium circinatum Xylella fastidiosa Popillia japonica Área D - Pragas não listadas mas que representam perigo para EU Xylosandrus crassiusculus Página 4 de 40
8 2.1. Agrilus anxius O inseto Agrilus anxius é um besouro originário da América do Norte, que existe apenas nos Estados Unidos da América (EUA) e no Canadá, é considerado uma praga nas florestas de espécies do género Betula, dado que é responsável pelo seu declínio. Nesta região do continente americano quase todas as espécies do género Betula são muito sensíveis ao inseto A. Anxius, com especial destaque para a elevada suscetibilidade apresentada pelas espécies europeias B. pendula e B. pubescens e as espécies asiáticas, independentemente do seu estado geral, enquanto as espécies de bétula nativas são atacadas apenas quando se encontram fragilizadas ou em condições desfavoráveis ao seu desenvolvimento. O principal veículo de entrada deste inseto no espaço europeu e principal fator conducente à sua disseminação é o comércio de madeiras, pelo que o aumento das importações de estilha para bioenergia, dos EUA e Canadá, está a causar sérias preocupações. Simultaneamente, a análise de risco da praga, elaborada sob a égide da OEPP, concluiu que, considerando os dados existentes sobre o movimento das espécies hospedeiras, as formas de disseminação, e a suscetibilidade das espécies europeias de bétula, o inseto A. anxius é uma séria ameaça para as florestas da Europa devendo ser tomadas medidas fitossanitárias eficazes para reduzir o risco de introdução deste inseto. Os sintomas comummente associados a esta praga são o amarelecimento das folhas, morte de galhos e ramos, galerias larvares com curvas acentuadas e cheias de serrim, protuberâncias no tronco e ramos e orifícios de saída com forma de um D. Os danos nas árvores são resultantes da alimentação das larvas no câmbio já que a alimentação dos indivíduos adultos, nas folhas, não causa danos significativos. O período de observação mais adequado dos sintomas é de junho a dezembro Agrilus planipennis O inseto Agrilus planipennis é uma espécie de besouro originário da Ásia (China, Japão, Coreia, Taipé, Mongólia e região asiática da Rússia), característico pela sua coloração verdeesmeralda, que fora do seu habitat natural é uma espécie invasora e altamente destrutiva para as espécies do género Fraxinus. Esta espécie foi identificada também nos EUA em 2002, pensando-se que foi aí introduzido na última década do século XX através de embalagens de madeira e material de suporte de contentores, tendo desde então destruído milhões de árvores de espécies de freixos nativos, tanto nos EUA como no Canadá. Os sintomas aliados à presença deste inseto são o amarelecimento e rarear das folhas, galerias larvares com características curvas acentuadas e cheias de serrim, sob a casca, e orifícios de saída em forma de D, sendo mais facilmente observáveis no período compreendido de junho Página 5 de 40
9 a setembro. São as larvas deste inseto, através da sua alimentação, as responsáveis pelos danos no sistema vascular dos hospedeiros. Tal como indica a OEPP, dado que não se conhecem espécies europeias do género Agrilus que ataquem freixos, a presença de galerias em espécimes de freixo deve ser considerado um sinal de alerta Atropellis spp. O fungo Atropellis é originário da América do Norte, constituindo os EUA e o Canadá a sua área de distribuição geográfica. Este fungo ataca árvores do género Pinus, causando cancros que levam à destruição do câmbio e conduzem a distorções no crescimento, podendo estes cancros desenvolver-se nos tronco ou em pequenos ramos, adquirindo a madeira localizada sob os cancros coloração azul a preta. Os danos causados por este fungo são mais severos em povoamentos muito densos ou em locais com condições menos adequadas para as espécies hospedeiras mas raramente leva à morte do hospedeiro, já que o fungo se desenvolve lentamente e não é muito agressivo. Contudo a ocorrência de apenas um cancro pode levar à morte de pequenas árvores menos vigorosas e, em caso de ocorrência de múltiplos cancros, embora incomum, poderá conduzir à morte de árvores vigorosas, caso os cancros rodeiem o tronco. Em árvores dominantes o aparecimento de sintomas pode frequentemente demorar 20 ou mais anos Este fungo é também responsável pela diminuição do crescimento em volume das árvores afetadas e pela diminuição do valor económico da medira em resultado da coloração da madeira e do elevado teor de resina. Os principais sintomas da presença do fungo são exsudação abundante de resina na superfície da casca durante o verão e na margem dos cancros ao longo da vida da árvore, manchas necróticas castanho-escuras, com 5mm de diâmetro que ocorrem por baixo da casca, ritidoma rachado e com aspeto canelado sobre os cancros e agulhas das árvores afetadas cloróticas no verão. O período mais adequado para observação dos sintomas é de março a outubro Dendrolimus sibiricus O inseto Dendrolimus sibiricus é uma borboleta que se pensa ser originária da Sibéria e que constitui uma praga muito destrutiva para certas coníferas (Abies spp., Larix spp., Picea spp., Pinus spp. e Tsuga spp.). Aparentemente esta praga tem vindo a alastrar-se para oeste a uma velocidade calculada de km por ano, aproximando-se da UE. Página 6 de 40
10 A dispersão local desta praga ocorre pelo voo natural das fêmeas, enquanto a dispersão a longas distâncias se deve essencialmente ao comércio de plantas para plantação, de ramos ornamentais, de madeira e de material de embalagem. O sintoma indicador da presença deste inseto é a desfolha completa das árvores atacadas e os sinais característicos são a presença de casulos nos ramos, cachos de ovos agarrados às folhas e a presença de lagartas acinzentadas, muito peludas e com um tufo de pelo preto-azulado na base do abdómen. A época mais adequada para a observação dos sinais da presença deste organismo vai de maio a julho para a observação de adultos e de agosto a outubro para observação das larvas, podendo ser colocadas armadilhas para captura deste inseto entre junho e setembro Monochamus spp. (não europeias) Os insetos do género Monochamus não são considerados uma praga em áreas florestais bem geridas. No entanto, são considerados de elevado potencial risco fitossanitário por serem vetores do NMP (Bursaphelenchus xylophilus), organismo reconhecidamente causador de danos e prejuízos avultados nas florestas de coníferas, conduzindo à morte dos seus hospedeiros, não obstante poderem também causar danos nos seus hospedeiros por ação direta. As espécies não europeias do género Monochamus fazem parte da lista A1 da OEPP. Os sintomas da presença destes insetos são generalistas, não mostrando os hospedeiros quaisquer sintomas específicos da presença do inseto. Existem no entanto sinais e sintomas que evidenciam a sua presença, nomeadamente a existência de posturas de ovos cónicos na casca e galerias larvares em troncos secos, a secar ou recentemente cortados. Os adultos destes insetos alimentam-se nos raminhos de árvores saudáveis e as larvas na madeira de árvores recentemente cortadas ou em declínio. O período mais adequado para a observação dos sintomas é de abril a outubro, podendo ser colocadas armadilhas para captura deste inseto durante a sua época de voo, que decorre entre abril e outubro Pissodes spp. (não europeias) Os insetos do género Pissodes são originários do continente norte-americano, podendo, em função da espécie, ser encontrados em países como o Canadá, os EUA e/ou o México, onde são responsáveis pela mortalidade de árvores jovens e prejuízos económicos resultantes da desvalorização da madeira, podendo ainda atuar como vetores de fungos causadores de cancros do tronco, designadamente Fusarium moniliforme var. subglutinans. Os insetos do género Pissodes spp. (não europeias) reúnem algumas espécies de gorgulhos, como por Página 7 de 40
11 exemplo Pissodes terminalis, Pissodes Strobi e Pissodes nemorensis e atacam árvores dos géneros Cedrus, Picea e Pinus. É sabido que os insetos de P. nemorensis têm preferência por espécimes fragilizados ou recentemente mortos, enquanto os insetos de P.terminalis atacam sobretudo ápices terminais vigorosos de árvores com altura compreendida entre os 2 e os 6 metros, por exemplo. As espécies pertencente ao género Pissodes spp., em função da importância dos prejuízos que podem causar e da sua distribuição geográfica, foram classificadas pela OEPP como espécies de quarentena não existentes na União Europeia. Desta forma estes insetos estão sujeitos a regulamentação específica, com objetivo de evitar a sua introdução, e subsequente dispersão, na área comunitária. Entre estas medidas está prevista a instalação de armadilhas para captura do inseto. No que diz respeito aos sintomas associados à presença destes insetos estão agulhas queimadas, galerias larvares, a existência de orifícios de saída circulares com diâmetro entre 2 e 4 mm, ápices encurvados, ramos em forma de garfo e queda das agulhas. A época mais adequada para a observação de sintomas e sinais vai de março a setembro. No que diz respeito à instalação de armadilhas para captura deste organismo, a época mais adequada é entre março e agosto Anoplophora chinensis O inseto Anoplophora chinensis é originário do continente asiático, existindo na China, Hong Kong, Coreia, Vietname e Myanmar, podendo também ser encontrado nos EUA. No que diz respeito ao território da UE, este inseto foi primeiramente detetado em Itália, em 2000, e posteriormente em França e Holanda, respetivamente em 2003 e É um inseto polífago com potencial para causar avultados prejuízos num amplo leque de hospedeiros, constando da Lista A1 da OEPP como organismo de Quarentena. As espécies que constituem maior risco na Europa estão listadas na Decisão de Execução da Comissão 2015/356/UE, de 12 de Junho. Este organismo apresenta uma grande diversidade de espécies hospedeiras, nomeadamente Acer spp., Aesculus hippocastanum, Alnus spp., Betula spp., Carpinus spp., Cerdiphyllum spp., Cornus spp., Corylus spp., Fagus spp., Malus spp., Platanus spp., Populus spp., Prunus laurocerasus, Pyrus spp., Salix spp. e Ulmus spp.. Os principais sintomas aliados a esta espécie de insetos são a presença de feridas de postura no ritidoma dos hospedeiros com escorrimento, orifícios de emergência ovalados na base do tronco ou nas raízes, presença de serrim e presença de galerias larvares sob a casca. Página 8 de 40
12 A dispersão destes insetos é facilitada pela circulação de material vegetal, na forma de ovos, larva ou pupa em plantas envasadas, incluindo bonsai, e também em materiais de embalagem. O ICNF, I.P. aprovou em 2014 o Plano de Contingência do Inseto Anoplophora chinensis, podendo este ser consultado no portal em: Anoplophora glabripennis O inseto Anoplophora glabripennis é proveniente da China e responsável pela destruição de árvores e elevados prejuízos económicos, podendo também ser encontrado na América do Norte, desde 1996, e na Europa desde 2001, designadamente na Áustria em 2001, e posteriormente em França, Itália, Holanda, Suíça, Reino Unido, Alemanha e Finlândia. Tal como o inseto A. chinensis, é polífago e apresenta potencial para provocar grandes danos e prejuízos numa grande variedade de plantas hospedeiras, tais como Acer spp., Aesculus hippocastanum, Alnus spp., Betula spp., Carpinus spp., Cerdiphyllum spp., Cornus spp., Corylus spp., Fagus spp., Malus spp., Platanus spp., Populus spp., Prunus laurocerasus, Pyrus spp., Salix spp. e Ulmus spp.. Em consequência dos efeitos devastadores que pode causar, está listado pela OEPP como espécie constante da Lista A1 da OEPP como organismo de Quarentena. As espécies que constituem maior risco na Europa estão listadas na Decisão de Execução da Comissão 2015/356/UE, de 12 de Junho. Este inseto apresenta como sintomas caraterísticos a presença de orifícios de entrada e de saída na parte superior do tronco, feridas de postura, tuneis larvares em ângulo reto com o orifício de saída, presença de serrim e desfolha das árvores. A principal via de dispersão destes insetos é a circulação de material vegetal, na forma de ovos, larva ou pupa em plantas envasadas, incluindo bonsai, e também em materiais de embalagem. Dado que esta praga não foi até ao momento detetada em Portugal, entende-se ser essencial proceder à implementação de medidas que permitam minimizar o risco da sua entrada facilitar a execução de ação de erradicação atempadas e eficazes caso seja detetado, pelo que um plano de contingência se encontra em fase de aprovação Bursaphelenchus xylophilus O Nemátodo-da-madeira-do-pinheiro é uma praga originária do continente norte-americano e detetado pela primeira vez no continente europeu em 1999, na península de Setúbal, em Página 9 de 40
13 Portugal. Este organismo constitui uma séria ameaça para os povoamentos de pinho, especialmente de Pinus pinaster, por ser o agente causal da doença da murchidão do pinheiro. Este organismo ataca ainda plantas hospedeiras pertencentes aos géneros Abies Mill., Cedrus Trew, Larix Mill., Picea A. Dietr., Pinus L., Pseudotsuga Carr. e Tsuga Carr.. Considerando o grau de danos e os impactos ecológicos, económicos e sociais que o nemátodo pode originar na UE, é identificado pela OEPP como um organismo de quarentena, existindo fortes restrições à circulação de plantas, material lenhoso, produtos e subprodutos das suas espécies hospedeiras (com exceção dos seus frutos e sementes), medidas essas definidas na Decisão de Execução da Comissão 2012/535/UE, de 26 de setembro, e no Decreto-Lei n.º 95/2011, de 8 de agosto, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 123/2015, de 3 de julho, e consubstanciadas no Plano de Ação Nacional para Controlo do Nemátodo-da-Madeira-do- Pinheiro (PANCNMP). O PANCNMP foi editado em 2013 e apresenta uma vigência de 5 anos ( ), encontrando-se atualmente em fase de revisão. A sua execução do plano é ainda sujeito, anualmente, a avaliação por parte da Comissão Europeia (CE) através do Serviço Alimentar e Veterinário (SAV ou FVO Food and Veterinary Office) como forma de verificação da correta implementação das medidas preconizadas. Este Plano de Ação inclui também as conclusões e recomendações que vêm sendo referenciadas e produzidas pelas referidas Missões de Inspeção da CE. Sublinha-se o facto de, apesar do PANCNMP apresentar um período de vigência de 5 anos, é usualmente reformulado em função dos resultados obtidos pela realização das diversas ações, dos desenvolvimentos que se verifiquem na área do conhecimento científico relativo aos meios de controlo do NMP e em resultado de novas orientações emitidas pela CE. Entre as diversas ações inseridas no PANCNMP são de destacar: A prospeção de coníferas suscetíveis à infeção por NMP (coníferas hospedeiras), amostragem para teste de presença de NMP e monitorização; A eliminação de árvores de árvores suscetíveis; O controlo da circulação de material lenhoso e material de embalagem proveniente de coníferas hospedeiras de NMP, em particular no que diz respeito à sua circulação para o exterior da Zona Tampão e inspeção de unidades industriais que processam e tratam medeira e material de embalagem. O Plano de Ação para este organismo pode ser consultado no portal do ICNF, I.P. em: Página 10 de 40
14 2.10. Fusarium circinatum O fungo Fusarium circinatum Nirenberg & O Donnell, também conhecido na sua forma teleomorfa por Giberella circinata Nirenberg & O Donnell e pelo nome comum cancroresinoso-do-pinheiro, pode levar a uma mortalidade expressiva em plantas hospedeiras do género Pinus spp. e a danos consideráveis em plantas da espécie Pseudotsuga menziesii, sendo mesmo considerado um dos mais importantes agentes bióticos nocivos que afeta sementes, plantas de viveiros e árvores adultas. A sua presença e a aplicação das medidas de erradicação legalmente previstas provocam avultados prejuízos económicos, nomeadamente nos fornecedores de MFR, devido à destruição do material infetado e ao período de quarentena imposto, o que inviabiliza a comercialização de plantas e a sua consequente disponibilização para o mercado nacional. O fungo é originário dos EUA mas encontra-se já disseminado por vários países do globo, nomeadamente Chile, México, África do Sul, Japão, Espanha, Itália e Portugal e está catalogado pela OEPP com organismo de quarentena inserido na Lista A2. No nosso país foi detetado pela primeira vez em 2008, num viveiro florestal da região Centro e, desde então, têm sido executadas as medidas de emergência contra a sua introdução e propagação, nomeadamente ações de prospeção e monitorização previstas na Decisão da Comissão 2007/433/CE, de 18 de junho, e na Portaria n.º 294/2013, de 27 de setembro. As ações de prospeção assentam na observação de plantas em fornecedores de MFR e de árvores adulta em povoamentos florestais, com recolha de amostras em todas as árvores que apresentem sintomas da doença e em todos os lotes de plantas ou sementes. Estas ações de prospeção estão divididas em três áreas de intervenção, com diferentes prioridades de intervenção consoante o risco em cada uma das áreas, em virtude das limitações existentes ao nível da disponibilidade de recursos humanos. As três áreas de atuação são as constantes na figura 1. Página 11 de 40
15 Figura 1 Áreas de intervenção estabelecidas para prospeção de Fusarium circinatum Os principais sintomas caraterísticos da ação deste fungo são a presença de cancros com exsudação abundante de resina, agulhas com coloração alterada, murchidão dos ápices, deformação do tronco, seca de ramos e queda de agulhas e morte das plantas e a sua disseminação ocorre através do transporte de esporos pelo vento, água ou insetos e pela circulação de plantas e sementes, sendo esta última a principal via de dispersão. O Plano de Ação para Prospeção e erradicação do fungo Giberella circinata/fusarium circinatmu, para o período , pode ser consultado no Portal do ICNF, I.P. em: ProspecFusarium-2016a aprvCD.pdf Xylella fastidiosa A bactéria Xylella fastidiosa Well et al. é originária da América do Norte e vive no xilema das plantas podendo causar prejuízos numa grande variedade de culturas. Embora ainda não tenha sido em Portugal, a bactéria tem vindo a disseminar-se, tendo já sido encontrados focos na Ásia e em alguns países da União Europeia, designadamente Itália (2013), França (2015), Página 12 de 40
16 Alemanha e Espanha (2016). Apresenta elevado o risco de introdução no nosso país se considerarmos a importação e circulação de material de propagação proveniente de origens diversas, o facto de poderem ocorrer infeções latentes (assintomáticas) que tornam mais difícil a sua deteção, e o facto de existir grande diversidade de espécies hospedeiras, amplamente utilizadas como plantas ornamentais em áreas urbanas, jardins privados e separadores de autoestradas. A bactéria encontra-se regulada por diversos documentos legais, desenvolvidos após a sua deteção no espaço da EU e classificação como organismo de quarentena enquadrado na Lista A1 da OEPP. É de destacar a importância da Decisão de Execução da Comissão 2015/789/UE, de 18 de maio, alterada pela Decisão de Execução da Comissão 2016/764/EU, de 12 de maio, que regula várias espécies e géneros hospedeiros da Xylella fastidiosa, definindo medidas a aplicar e determinando a obrigatoriedade de levar a cabo ações de prospeção oficiais anuais para a deteção da bactéria e subsequente reporte dos resultados obtidos à Comissão Europeia e restantes Estados-membros. A mesma regulamentação determina ainda requisitos específicos aplicáveis à importação de material vegetal de países terceiros e à circulação a partir de áreas demarcadas da UE. Refira-se também a Diretiva 2000/29/CE do Conselho, de 8 de maio (transposta para a legislação nacional pelo Decreto-Lei n.º 154/2005, de 6 de setembro alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 243/2009, de 17 de setembro, com a última redação conferida pelo Decreto-Lei n.º 170/2014, de 7 de Novembro. Na área florestal, de entre as espécies confirmadas com suscetíveis à bactéria são de destacar os géneros Quercus e Eucalyptus, como aqueles que apresentam maior potencial para causar impactos no setor florestal português. No entanto existem outros géneros suscetíveis, como Acacia, Acer, Fraxinus, Juglans, Platanus e Salix. Como principais sintomas relacionados com a presença da bactéria temos o aspeto queimado das zonas apical e/ou marginal da folha, coloração marmórea da folha, nervuras amarelas, ramos com folhas sãs e folhas afetadas, copa escassa e morte da árvore, em casos extremos. No que se refere à prospeção deste organismo, a época mais adequada para a sua realização é entre junho e julho, para prospeção de insetos vetores, e entre agosto e novembro, para observação visual de sintomas nas plantas hospedeiras. Mais informação sobre Xylella fastidiosa pode ser consultada no portal do ICNF, I.P., em e no portal da DGAV, em Popillia japonica O inseto Popillia japonica é um escaravelho proveniente do norte do Extremo Oriente, sendo nativa do norte da China, Japão e Este da Rússia, onde não provoca danos relevantes devido à Página 13 de 40
17 existência de predadores naturais, podendo ser encontrada também nos EUA, Canadá e em Portugal, no arquipélago dos Açores. Visto ser um organismo causador de grande destruição está listado na Lista A1 da OEPP. Esta é uma espécie polífaga, apresentando um grande conjunto de potenciais hospedeiros. Entre os 295 potenciais hospedeiros conhecidos encontram-se espécies de cariz florestal pertencentes aos géneros Acer, Aesculus, Betula, Castanea, Juglans, Malus, Platanus, Populus, Prunus, Salix, Tilia e Ulmus. A presença deste inseto pode ser facilmente reconhecida devido ao facto das folhas se encontrarem rendilhadas em resultado da alimentação dos insetos adultos. Outros sintomas da presença deste organismo são a presença de folhas amarelecidas e a desfolha das plantas. O período mais adequado para a prospeção desta praga vai de maio a setembro. Se considerarmos o recurso à utilização de armadilhas adequadas à captura deste organismo, estas deverão ser instaladas entre maio e agosto. No que concerne a dispersão da praga, esta ocorre a curta distância pelo voo dos insetos adultos. A longas distâncias pode decorrer do comércio internacional de material de embalagem e de plantas para plantação, com solo junto às raízes, o que possibilita o transporte de larva, tendo também ocorrido situações em que foram intercetados insetos adultos em produtos agrícolas, em material de embalagens, em navios e aviões Xylosandrus crassiusculus Este organismo é originário do continente asiático mas encontra-se difundido pelo globo, estando presente em todos os continentes com exceção da Antártida. Na Europa foi detetado pela primeira vez em Itália, em 2003 e, considerando o facto de ser uma espécie altamente polífaga, foi inserida na Lista de Alerta da OEPP em O leque de espécies de plantas hospedeiras atacadas por este inseto é muito vasto, incluindo desde espécies herbáceas a espécies arbóreas. As espécies de cariz florestal, existentes na Europa, potenciais hospedeira do X. crassiusculus pertencem aos géneros Alnus, Eucalyptus, Prunus, Quercus, Populus, Salix e Ulmus. Nos EUA é considerada uma praga que afeta viveiros ornamentais e frutícolas. No que diz respeito à disseminação deste inseto ocorre, a nível local, pelo voo natural das fêmeas, já que os machos permanecem na árvore onde nasceram, e através do comércio internacional de plantas para plantação, de ramos ornamentais, de madeira e de material de embalagem, a longas distâncias. Página 14 de 40
18 Os principais sintomas característicos desta espécie podem ser encontrados nos ramos e terço superior do tronco das plantas atacadas, sobretudo entre março e outubro, e consistem na existência de bastonetes de serrim misturado com o fungo Ambrosiella spp., que o inseto consome na sua alimentação, com cerca de 3 a 4 cm de comprimento, orifícios de entrada com diâmetros de aproximadamente 2 mm, túneis no caule e declínio generalizado da planta. O ataque ocorre geralmente na base do tronco de árvores jovens ou em lesões da casca, em árvores mais velhas. A colonização da parte inferior do tronco pode conduzir à formação de cancros e, eventualmente, levar ao declínio e morte da árvore. Os danos são provocados pelas galerias escavadas pelo inseto e pelo fungo Ambrosiella spp., introduzido pelo inseto, ambos contribuindo para a desvalorização da qualidade da madeira Phytophthora ramorum Phytophtora ramorum é um organismo pertencente ao reino Protista e atualmente enquadrado na Lista A2 da OEPP, e sujeito a medidas regulamentares de emergência, estabelecidas pela União Europeia (UE), em virtude dos graves prejuízos que provoca em espécies florestais, particularmente no género Quercus, e ornamentais. Pensa-se que esta espécie seja originária da Ásia mas encontra-se amplamente disseminada, tendo a sua presença sido já detetada no continente americano e europeu, nomeadamente na Alemanha, Bélgica, Croácia, Eslovénia, Espanha, Dinamarca, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Lituânia, Noruega, Polónia, Reino Unido, República Checa, Sérvia, Suíça e Suécia. Dado que é um organismo altamente polífago, apresenta uma ampla lista de plantas hospedeiras, entre as quais se incluem as espécies florestais Acer spp., Aesculus hippocastanum, Arbutus unedo, Castanea spp., Fagus spp., Quercus spp., Rhododendron spp. e Taxus spp.. Algumas destas espécies são extremamente importantes para a economia florestal portuguesa, destacando-se o caso dos carvalhos, em grande parte do território nacional, e dos castanheiros na terra fria transmontana. Entre os principais sintomas associados a esta praga estão a presença de cancros com necrose interna, de aspeto marmoreado e com linhas escuras no interior, necrose na base dos ramos e nas folhas a partir do pecíolo, exsudação de coloração vermelho-escura a preto na casca, murchidão e rebentos encurvados. A dispersão do agente biótico nocivo P. ramorum pode ocorrer a curtas distâncias pela projeção de salpicos de água contaminada ou por ação do vento e da chuva, podendo os esporos ser transportados pela corrente de cursos de água ou pelo transporte de solo contaminado, a longas distâncias. Sublinha-se ainda o facto de alguns esporos deste organismo (clamidósporos) poderem sobreviver no solo por longos períodos. Página 15 de 40
19 3. OPERACIONALIZAÇÃO DA PROSPEÇÃO A operacionalização de prospeção das pragas anteriormente descritas foi antecedida pela realização de ações de formação, destinadas aos inspetores fitossanitários, técnicos e vigilantes da natureza, onde foram focados aspetos relacionados com a temática, tais como o ciclo de vida, potenciais hospedeiros, sinais e sintomas a observar e procedimentos a seguir na prospeção de cada um dos insetos. A informação base disponibilizada durante as referidas ações pode ser consultada em Durante o ano de 2017 foram realizadas 3 ações de formação subordinadas ao tema Prospeção de agentes bióticos nocivos 2017, que decorreram em Coimbra, Vila Real e Setúbal e que contaram com a presença de 43 inspetores fitossanitários, técnicos e vigilantes da natureza. A realização das ações de prospeção contou ainda com a participação de 52 inspetores fitossanitários, técnicos e vigilantes da natureza, conforme consta na tabela 2. Quadro 2 Recursos humanos envolvidos na prospeção de agentes bióticos nocivos, em NÚMERO Região Inspetores fitossanitários Vigilantes da Natureza Técnicos Norte Centro LVT Alentejo Algarve TOTAL A coordenação das ações previstas no âmbito da prospeção e o registo e síntese da informação reunida pelos serviços regionais do ICNF, I.P. contou com o envolvimento de 3 técnicos dos serviços centrais (DFFAP). Página 16 de 40
20 4. RESULTADOS O presente relatório reporta a informação resultante do apuramento dos dados obtidos em resultado da realização das ações previstas no âmbito do Programa Nacional de Prospeção, para o conjunto dos organismos de quarentena objeto de cofinanciamento, durante o ano de Neste contexto, não serão apresentados os resultados decorrentes das ações relativas ao NMP nem ao cancro-resinoso-do-pinheiro, para os quais existem relatórios específicos, disponíveis para consulta em A escolha dos locais de prospeção em povoamentos, assente na observação visual de sinais e sintomas baseou-se, para a maioria dos organismos, numa opção tomada pelos inspetores fitossanitários, técnicos e vigilantes, em função do conhecimento que detinham acerca da ocupação do solo e das espécies hospedeiras aplicáveis a cada organismo. Para os fornecedores de MFR, a prospeção foi feita em função da existência de espécies hospedeiras no momento das visitas de inspeção efetuadas. A realização assimétrica da prospeção dos vários ABN pelo território continental está relacionada com a distribuição das espécies hospedeiras, a existência de locais de maior risco (fornecedores de MFR e pontos de entrada ou de destino) e também com a localização das espécies hospedeiras em locais de difícil acesso, o que obrigou à deslocalização de alguns pontos Agrilus anxius Este inseto começou a ser alvo de ações de prospeção em 2016, em povoamentos de Betula spp., dado que este organismo faz as suas posturas na casca e fenda dos troncos de plantas desta espécie. Considerando a informação disponível, os hospedeiros preferenciais desta espécie e a sua presença em Portugal, a prospeção incidiu nas regiões Norte e Centro por ser onde as espécies hospedeiras podem ser encontradas com maior abundância, sendo o risco de instalação deste inseto superior (figura 3). O número de locais prospetados suplantou largamente os 14 locais inicialmente definidos, com a região Centro a impulsionar fortemente o número de locais observados (figura 2).. Página 17 de 40
21 Agrilus anxius N.º Observações P 2017 E Norte Centro Total Figura 2 Prospeção prevista (P) e executada (E) em povoamentos para deteção de Agrilus anxius em 2017 Figura 3 Concelhos onde foi realizada prospeção de Agrilus anxius em 2016 e 2017 Página 18 de 40
22 4.2. Agrilus planipennis A prospeção realizada para o inseto Agrilus anxius já decorre desde 2015 e incidiu sobre áreas arborizadas com freixo e sobre os fornecedores de MFR que produzem ou comercializam esta espécie, visto ser a espécie hospedeira do organismo em causa. Tal como se pode observar no quadro 3, a prospeção foi efetuada em quase todas as regiões, tendo a execução global ultrapassado a meta inicialmente prevista (figura 4) e distribuída pelo território nacional tal como se pode observar na figura 5. Foram abrangidos pela prospeção desta praga 29 concelhos, menos 3 do que no ano anterior Quadro 3 Prospeção prevista e executada, em povoamentos e materiais florestais de reprodução, para deteção de Agrilus planipennis, em Região Povoamentos MFR Total N.º de pontos N.º de pontos N.º de pontos Previstos Prospetados Previstos Prospetados Previstos Prospetados Norte Centro LVT Alentejo Algarve Total Agrilus planipennis N.º Observações Norte Centro LVT Alentejo 7 8 Algarve Total P 2017 E 2017 Figura 4 - Prospeção prevista (P) e executada (E) para deteção de Agrilus planipennis em Página 19 de 40
23 Figura 5 - Concelhos onde foi realizada prospeção prospeção de Agrilus planipennis em 2015 e Atropellis spp. Em 2017 procedeu-se pela primeira vez a ações de prospeção direcionadas para o fungo Atropellis spp.. Estas ações foram desenvolvidas em povoamentos e em operadores económicos produtores ou comerciantes de plantas pertencentes ao género Pinus, já que os potenciais hospedeiros desta praga pertencem a espécies deste género. Apesar de apenas terem sido previstos prospetar 15 locais, na região Norte, dado que o género Pinus representa percentagem relevante da mancha florestal do nosso país, foram também prospetados locais na região Centro e LVT (quadro 4), registando-se um número de locais prospetados muito superior aos 15 inicialmente programados (figura 6). Página 20 de 40
24 Quadro 4 - Prospeção prevista e executada, em povoamentos e materiais florestais de reprodução, para deteção de Atropellis spp., em Região Povoamentos MFR Total N.º de pontos N.º de pontos N.º de pontos Previstos Prospetados Previstos Prospetados Previstos Prospetados Norte Centro LVT Alentejo Algarve Total Atropellis spp. 133 N.º Observações Norte Centro LVT Total P 2017 E 2017 Figura 6 - Prospeção prevista (P) e executada (E) para deteção de Atropellis spp., em Página 21 de 40
25 Figura 7 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Atropellis spp. em Dendrolimus sibiricus A prospeção direcionada para esta praga apenas incidiu em povoamentos, nomeadamente de Pinus spp., e em pontos localizados preferencialmente em torno de zonas de maior risco, como pontos de entrada e pontos de destino autorizados. Consistiu em observações visuais para tentar detetar sinais e sintomas que pudessem indicar a presença desta praga na nossa floresta. Devido a dificuldades relacionadas com o processo administrativo de aquisição de armadilhas destinadas à captura deste organismo, não foi possível proceder à sua instalação. A prospeção desenvolveu-se nas regiões Norte, Centro e LVT (figura 9) devido à localização dos pontos de entrada e dos pontos de destino existentes, bem como pela existência de povoamentos florestais da espécie hospedeira. O número de locais sujeitos a ações de prospeção ultrapassou o valor inicialmente definido (figura 8), tendo também aumentado o número de concelhos prospetados, como se pode observar na figura 5, em virtude da abundancia de locais com as espécies hospedeiras. Página 22 de 40
26 Das observações realizadas não se registou a ocorrência de sintomas ou sinais que indicassem a presença do inseto. N.º Observações Dendolimus sibiricus Norte Centro LVT Total P 2017 E 2017 Figura 8 - Prospeção prevista (P) e executada (E) em povoamentos para deteção de Dendrolimus sibiricus em Figura 9 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Dendrolimus sibiricus em 2016 e Página 23 de 40
27 4.5. Monochamus spp. (não europeias) A prospeção para os insetos Monochamus spp. pertencentes a espécies não europeias foi efetuada apenas em povoamentos de espécies hospedeiras, designadamente Pinus spp., Cedrus spp. e Pseudotsuga menziesii, devido ao facto de serem essas a espécies hospedeiras eleitas, preferencialmente localizados em volta de zonas de maior risco, como pontos de entrada e pontos de destino autorizados. As ações de prospeção consistiram na observação visual e na colocação de armadilhas para a captura dos insetos, em torno de pontos de destino e de pontos de entrada autorizados, com posterior recolha de amostras a analisar laboratorialmente, para despiste da presença do inseto em Portugal. No que diz respeito à observação visual, foram prospetados 217 locais, representando mais do dobro da meta inicialmente delineada, distribuídos pelas regiões Norte, Centro e LVT, como se pode visualizar na figura 10. A elevada superação do número inicialmente definido de locais a prospetar deve-se à abundância de povoamentos constituídos por indivíduos das espécies hospedeiras. Relativamente à colocação de armadilhas e recolha de amostras, foram instaladas 100 armadilhas nas mesmas 3 regiões, tendo sido recolhidas 53 amostras, tal como indicado no gráfico 11, sendo que nenhuma análise laboratorial indicou resultado positivo quanto à identificação de insetos de Monochamus spp. (não europeias). N.º Observações Monochamus spp. (não europeias) Norte Centro LVT Total P 2017 E 2017 Figura 10 - Prospeção prevista (P) e executada (E) para deteção de Monochamus spp. (não europeias) em Página 24 de 40
28 Monochamus spp. (não europeias) Armadilhas instaladas e de amostras recolhidas Norte 3533 Centro LVT Alentejo Algarve Total 100 Meta Prevista Armadilhas Amostras Figura 11 Número de armadilhas instaladas e de amostras recolhidas, no âmbito da prospeção de Monochamus spp. (não europeias). Figura 12 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Monochamus spp (não europeias) em 2016 e Página 25 de 40
29 4.6. Pissodes spp. (não europeias) As ações direcionadas para a prospeção de insetos do género Pissodes spp. foram realizadas pela primeira vez em 2017, em povoamento com indivíduos pertencentes aos géneros Cedrus, Pinus e Picea. As ações realizadas consistiram na observação visual de troncos e ramos das árvores, em povoamentos florestais, e na observação visual de plantas de cariz ornamental, em fornecedores de MFR. Devido a dificuldades no desenrolar do processo administrativo destinado à aquisição de armadilhas para captura destes insetos, não foi possível proceder à sua instalação. Considerando a distribuição das espécies hospedeiras, a prospeção desenvolveu-se em quase todas as regiões, conforme patente no figura 13, devido ao facto de algumas espécies hospedeiras se encontrarem disseminadas, de uma forma geral, por todo o país, e sobretudo em povoamentos (quadro 5). Verificou-se também que no cômputo geral, o número de locais visitados foi bastante superior ao valor previsto à partida, com a maioria das regiões a ultrapassar as metas propostas, pelo mesmo facto de existir grande número de locais com as espécies hospedeiras adequadas para estes insetos. Na figura 14 é ainda possível observar a distribuição espacial dos concelhos visitados. N.º Observações Norte Pissodes spp. (não europeias) Centro LVT Alentejo Algarve Total P 2017 E 2017 Figura 13 - Prospeção prevista (P) e executada (E) deteção de Pissodes spp. (não europeias) em Página 26 de 40
30 Quadro 5 - Prospeção prevista e executada, em povoamentos e materiais florestais de reprodução, para deteção de Pissodes spp. (não europeias), em Região Povoamentos MFR Total N.º de pontos N.º de pontos N.º de pontos Previstos Prospetados Previstos Prospetados Previstos Prospetados Norte Centro LVT Alentejo Algarve Total Figura 14 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Pissodes spp. (não europeias) em Página 27 de 40
31 4.7. Anoplophora chinensis A prospeção deste inseto assentou na observação visual dos sinais e sintomas em espécies hospedeiras existentes em fornecedores de MFR e em povoamentos de caducifólias, não se tendo registado a ocorrência de sintomas ou sinais indiciadores da presença do inseto. A prospeção abrangeu todas as regiões, com maior incidência no Norte e Centro, no que se refere aos povoamentos, distribuídos conforme indicado no quadro 6, tendo-se verificado uma execução global superior ao previsto (figura 15), derivada do facto dos intervenientes na prospeção terem localizado um número de locais com as espécies hospedeiras superior ao esperado. Da observação da figura 16, verifica-se que em 2017 foram abrangidos pela prospeção deste organismo 33 concelhos, menos 3 do que em Anoplophora chinensis N.º Observações P 2017 E 2017 Norte Centro LVT Alentejo Algarve Total Figura 11 - Prospeção prevista (P) e executada (E) em povoamentos para deteção de Anoplophora chinensis em Quadro 6 - Prospeção prevista e executada, em povoamentos e materiais florestais de reprodução, para deteção de Anoplophora chinensis, em Região Povoamentos MFR Total N.º de pontos N.º de pontos N.º de pontos Previstos Prospetados Previstos Prospetados Previstos Prospetados Norte Centro LVT Alentejo Algarve Total Página 28 de 40
32 Figura 16 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Anoplophora chinensis entre 2015 e Anoplophora glabripennis As ações realizadas com a finalidade de prospetar o inseto Anoplophora glabripennis foram efetuadas em povoamentos de folhosas caducifólias, nomeadamente de Acer spp., Alnus spp., Betula spp., Fagus spp., Platanus spp., Populus spp., Prunus spp., Salix spp. e Ulmus spp., e consistiram na observação visual de sinais e sintomas indicadores da presença do inseto. As observações foram realizadas sobre o tronco e ramos de árvores, em povoamentos florestais, e essencialmente em plantas de cariz ornamental em fornecedores de MFR, não tendo sido encontrado em qualquer dos casos sinais ou sintomas da presença deste inseto. A prospeção foi efetuada em quase todas as regiões, como se pode depreender da observação da figura 18, com maior incidência no número de observações realizadas nas regiões Norte e Centro (figura 17), sendo o número total de observações muito superior ao valor definido a priori, pelo facto de existir grande número de locais com espécies hospedeiras. Página 29 de 40
33 Anoplophora glabripennis N.º Observações Norte Centro LVT Alentejo 3 Algarve Total P 2017 E 2017 Figura 17 - Prospeção prevista (P) e executada (E) para deteção de Anoplophora glabripennis em Quadro 7 - Prospeção prevista e executada, em povoamentos e materiais florestais de reprodução, para deteção de Anoplophora glabripennis, em Região Povoamentos MFR Total N.º de pontos N.º de pontos N.º de pontos Previstos Prospetados Previstos Prospetados Previstos Prospetados Norte Centro LVT Alentejo Algarve Total Página 30 de 40
34 Figura 18 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Anoplophora glabripennis em 2015 e Xylella fastidiosa A prospeção da bactéria Xylella fastidiosa baseou-se na observação visual de sintomas em indivíduos das espécies hospedeiras existentes em povoamentos e fornecedores de MFR. As ações de prospeção, efetuadas no âmbito deste organismo, incidiram sobre 176 povoamentos e 51 locais fornecedores de MFR, totalizando 227 locais (quadro 8) dispersos por todo o território continental português (figura 21). Desta forma foram prospetados mais 107 locais do que os inicialmente previstos, em resultado de um esforço concertado no sentido de promover uma eventual deteção o mais precoce possível de um organismo extremamente polífago, atacando espécies florestais mas também agrícolas, e que apresenta elevado potencial para originar repercussões económica e ambientais muito significativas. De entre os 227 locais prospetados, foram identificados sintomas em 14 indivíduos e recolhidas 41 amostras de material vegetal (quadro 9), as quais foram objeto de análise Página 31 de 40
35 laboratorial pelo INIAV, I.P., não tendo sido confirmada a presença de bactéria em nenhuma delas. Cerca de 50% das amostras foram colhidas na região Centro (figura 20), valor explicado pelo grande número de operadores económicos fornecedores de MFR existentes nessa região. Das espécies prospetadas, verificou-se ainda que a maioria dos indivíduos que apresentavam sintomas semelhantes aos provocados pela bactéria X. fastidiosa pertencia ao género Quercus (quadro 9). 250 Xylella fastidiosa 200 N.º Observações Norte Centro LVT Alentejo 8 Algarve 120 Total P 2017 E 2017 Figura 19 - Prospeção prevista (P) e executada (E) para deteção de Xylella fastidiosa em Quadro 8 - Prospeção prevista e executada, em povoamentos e materiais florestais de reprodução, para deteção de Xylella fastidiosa, em Região Povoamentos MFR Total N.º de pontos N.º de pontos N.º de pontos Previstos Prospetados Previstos Prospetados Previstos Prospetados Norte Centro LVT Alentejo Algarve Total Página 32 de 40
36 Quadro 9 Número de amostras recolhidas, em povoamentos e materiais florestais de reprodução, para deteção de Xylella fastidiosa, em Região Povoamentos MFR Total Amostras Amostras Amostras Com sintomas Sem sintomas Com sintomas Sem sintomas Com sintomas Sem sintomas Acer spp Eucalyptus spp Fraxinus spp Platanus spp Quercus spp Quercus suber Total Número de amostras de Xylella recolhidas, por região, em Centro LVT Norte Alentejo Algarve Total Meta prevista Figura 20 Número de amostras de material vegetal recolhidas para despiste da presença de Xylella fastidiosa, por região, em Página 33 de 40
37 Figura 21 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Xylella fastidiosa entre 2015 e Popillia japonica As ações de prospeção realizadas no âmbito deste inseto consistiram na observação visual de sintomas, exclusivamente em povoamentos das espécies hospedeiras. Da observação não se registou a deteção de sintomas ou sinais que indicassem a presença do inseto. Estas ações incidiram, em 2017, em todas as regiões, com maior incidência nas regiões Norte e Centro, como se pode observar no gráfico 12. No que diz respeito à execução física, verificou-se que o número de locais prospetados foi muito superior ao número inicialmente previsto. Apesar de estar prevista a colocação de armadilhas destinadas à captura de insetos P. japonica, surgiram entraves associados ao processo administrativo destinado à sua aquisição, tornando-se impossível adquiri-las e proceder à sua instalação. Página 34 de 40
38 Popillia japonica N.º Observações Norte 55 Centro LVT Alentejo Algarve 54 Total P 2017 E 2017 Figura 22 - Prospeção prevista (P) e executada (E) para deteção de Popillia japónica, em Figura 23 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Popillia japonica em 2016 e Página 35 de 40
39 4.11. Xylosandrus crassiusculus A prospeção do inseto Xylosandrus crassiusculus assentou na observação visual de sintomas em espécies hospedeiras existentes em fornecedores de MFR e em povoamentos florestais. Havia também sido prevista a instalação de armadilhas mas tal não foi possível devido a dificuldades que surgiram no processo de aquisição das armadilhas previstas para o efeito. Durante a realização das ações de prospeção não houve nenhum registo da ocorrência de sintomas ou sinais da presença do inseto. Os locais visitados encontravam-se dispersos pelas cinco regiões nacionais (quadro 10), tendo sido desenvolvidas ações de prospeção em 68 concelhos do território continental (figura 25). O número de locais prospetados superou amplamente a meta inicialmente definida, como se pode observar na figura 23, devido à grande proliferação de povoamentos de eucalipto que existe um pouco por toda a área continental portuguesa. 250 Xylosandrus crassiusculus 232 N.º Observações Norte Centro LVT Alentejo 3 Algarve 100 Total P 2017 E 2017 Figura 24 - Prospeção prevista (P) e executada (E) em povoamentos para deteção de Xylosandrus crassiusculus, em Quadro 10 - Prospeção prevista e executada, em povoamentos e materiais florestais de reprodução, para deteção de Xylosandrus crassiusculus, em Região Povoamentos MFR Total N.º de pontos N.º de pontos N.º de pontos Previstos Prospetados Previstos Prospetados Previstos Prospetados Norte Centro LVT Alentejo Algarve Total Página 36 de 40
40 Figura 25 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Xylosandrus crassiusculus, entre 2015 e Phytophthora ramorum As ações realizadas no contexto da prospeção de Phytophthora ramorum consistiram na observação visual de sintomas em espécies hospedeiras existentes em fornecedores de MFR e em povoamentos florestais. As ações de prospeção efetuadas permitiram monitorizar locais com espécies hospedeiras de Phytophthora ramorum dispersas pelas 5 regiões do país (figura 27). Como se pode concluir da observação da figura 26, a distribuição do número de locais visitados em cada região foi relativamente equilibrada, apenas sendo significativamente inferior no Algarve, como esperado, considerando os valores inferiores de fornecedores de MFR e de povoamentos da Página 37 de 40
41 espécie hospedeira existentes. No cômputo geral, no entanto, a execução foi ligeiramente inferior ao esperado, tendo sido prospetados 204 locais, de um total de 220 previstos Phytophthora ramorum N.º Observações P 2017 E Norte Centro LVT Alentejo 8 3 Algarve Total Figura 26 - Prospeção prevista (P) e executada (E) para deteção de Phytophthora ramorum, em Quadro 11 - Prospeção prevista e executada, em povoamentos e materiais florestais de reprodução, para deteção de Phytophthora ramorum, em Região Povoamentos MFR Total N.º de pontos N.º de pontos N.º de pontos Previstos Prospetados Previstos Prospetados Previstos Prospetados Norte Centro LVT Alentejo Algarve Total Página 38 de 40
42 Figura 27 - Concelhos onde foi realizada prospeção de Phytophthora ramorum, entre 2015 e Página 39 de 40
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