Clima e Saúde: papel do planeamento e do ordenamento urbano
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- Maria Luiza Farias Martins
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1 Clima e Saúde: papel do planeamento e do ordenamento urbano Centro de Estudos Geográficos Universidade de Lisboa Área de Geo-ecologia ecologia Henrique Andrade Maria João Alcoforado Sandra Oliveira 1. Clima e saúde 2. O clima urbano 3. Mudanças climáticas globais e clima urbano 4. O papel do planeamento urbano 5. O exemplo de Lisboa 1
2 1. Clima e saúde A influência do estado do tempo e do clima sobre a saúde humana é reconhecida desde a antiguidade (Hipócrates : secs. V - IV ac). Algumas das primeiras observações meteorológicas tiveram como objectivo a aplicação à saúde pública Em Portugal: Madeira Heberder Lisboa Pretorius Mafra Velho 1789 Lisboa Schulze 1792 Porto Bento Lopes Primeiras observações regulares (a pedido médico) iniciadas em 1815 em Lisboa por M. M. Franzini ( ) 2
3 A influência do clima sobre a saúde deve ser encarada numa perspectiva integrada e multifactorial Mas Esta relação é inegável! Relação entre temperatura e mortalidade em Madrid (Alberti et al., 1998) 3
4 Impactes em diferentes escalas temporais Variações do estado do tempo Impactes directos e indirectos Clima [Condições habituais Frequências/Extremos Adaptação] Factores de impacte na saúde Extremos térmicos t Poluição atmosférica Alergias Outros fenómenos meteorológicos extremos Transmissão através s de insectos e roedores Transmissão através s da água e dos alimentos 2. O clima urbano Os espaços urbanos modificam todos os elementos atmosféricos importantes para a saúde e o conforto humanos 4
5 O clima dos espaços urbanos é um factor de qualidade de vida dos seus habitantes O clima urbano resulta da modificação das condições climáticas regionais pelo espaço urbano Alcoforado e Dias (2001) 5
6 Quais as principais modificações climáticas urbanas? A ilha de calor urbano (IC) O aspecto mais conhecido e estudado do clima urbano Valores correntes em Lisboa: 2 a 4ºC A IC afecta a saúde e conforto humanos, a qualidade do ar, o consumo de energia e de água Padrão dominante com vento Norte (Andrade, 2003) 6
7 Redução da velocidade média do vento nas áreas urbanas Consequências negativas para a qualidade do ar Aumento do aquecimento urbano Modificação no perfil do vento, em Lisboa, devido ao crescimento da cidade na década de 80 do séc. XX (Lopes, 2003) Aceleração pontual da velocidade do vento Redução do conforto dos transeuntes Riscos para a segurança a de pessoas e bens 7
8 As agressões da atmosfera urbana Mas O clima urbano não tem apenas consequências negativas Redução do desconforto térmico de Inverno Alguns aspectos positivos: Benefícios ao nível n da biodiversidade (cultivada) e fenologia Redução dos impactes do frio sobre a saúde 8
9 3. Mudanças climáticas globais e clima urbano Aquecimento global Aquecimento urbano Mas Futuramente, a temperatura no meio urbano resultará de: Aquecimento global + Aquecimento urbano 9
10 Impactes do AG na saúde das cidades Particular vulnerabilidade das áreas urbanas - Maior aquecimento; - Concentração de população e infra-estruturas; - Sinergias entre agentes de agressão; - Características socio-económicas e demográficas das áreas urbanas; - Características físicas das áreas urbanas. Principais consequências esperadas: Aumento na frequência e intensidade das vagas de Calor 10
11 Aumento da poluição fotoquímica Facilitação da transmissão de doenças através da água, dos alimentos e dos insectos Incremento da presença de alergénios na atmosfera Etc. 11
12 Mas Nível de incerteza continua elevado, sobretudo a nível regional uncertainty is a crucial factor to assessing the impact of climate on health (Dessai, 2002) Incertezas sobre variação climática futura; (cenários, modelos, retroacções ões ) Incertezas sobre diferentes níveis de impactes físicos, f químicos e biológicos; Incertezas ainda maiores sobre impactes socio-econ económicos. 12
13 4. O papel do planeamento urbano Urban planning is a key tool for adaptation in the face of changing climate (Peltonen et al., 2005). Mitigação Adaptação para Minimizar os impactes negativos Aproveitar o aspectos positivos Mitigação do aquecimento urbano - vegetação e água - albedo e materiais - geometria urbana - consumo de energia Adaptação a cidades mais quentes - sistema de saúde - protecção civil - educação do público - edifícios - espaços abertos - ocupação do território 13
14 5. O exemplo de Lisboa Propostas para um clima urbano mais saudável -Mitigar a Ilha de Calor Urbano -Melhorar as condições de ventilação e a qualidade do ar Alcoforado et al. (2005) A importância dos espaços verdes na mitigação de temperaturas elevadas Jardim da Parada Temperatura do ar Campo de Ourique, no dia 9 de Agosto de 2006, às 15 h Trabalho desenvolvido no âmbito do projecto UrbKlim POCI/GEO/61148/
15 O papel das brisas de mar e de estuário no arrefecimento da cidade Temperatura do ar (ºC) Temperatura do ar em Lisboa no dia 4 de Agosto de 2005, às s 14 h Orientações climáticas para o ordenamento em Lisboa A - Ordenar o crescimento urbano no Norte da cidade E - Maximizar a área verde D C E A B B E A Alcoforado et al. (2005) B - Manter corredores de ventilação C - Evitar o aumento da densidade no Sul da cidade D - Permitir a circulação das brisas para o interior do tecido urbano B C E B C D A D 15
16 Obrigado pela vossa atenção 16
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