PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE
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1 Parlamento Europeu Comissão dos Assuntos Jurídicos PARECER FUNDAMENTADO DE UM PARLAMENTO NACIONAL SOBRE A SUBSIDIARIEDADE Assunto: Parecer fundamentado da Assembleia Nacional da República Checa sobre a proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativo à cooperação entre as autoridades nacionais responsáveis pela aplicação coerciva da legislação de defesa do consumidor (COM(2016)0283 C8-0194/ /0148(COD)) Nos termos do artigo 6.º do Protocolo n.º 2 relativo à aplicação dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade, qualquer Parlamento nacional pode, no prazo de oito semanas a contar da data do envio de um projeto de ato legislativo, dirigir aos presidentes do Parlamento Europeu, do Conselho e da Comissão um parecer fundamentado em que exponha as razões pelas quais considera que o projeto em questão não obedece ao princípio da subsidiariedade. Submete-se em anexo à atenção dos Senhores Deputados um parecer fundamentado da Câmara dos Deputados do Parlamento da República Checa sobre a proposta de regulamento supramencionada. Segundo o Regimento do Parlamento Europeu, a comissão competente em matéria de observância do princípio da subsidiariedade é a Comissão dos Assuntos Jurídicos. NP\ docx PE v01-00 Unida na diversidade
2 ANEXO Parlamento da República Checa CÂMARA DE DEPUTADOS ª Legislatura RESOLUÇÃO N.º 292 da Comissão dos Assuntos Europeus 53.ª reunião de 1 de setembro de 2016 sobre a proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativo à cooperação entre as autoridades nacionais responsáveis pela aplicação coerciva da legislação de defesa do consumidor (Texto relevante para efeitos do EEE), 9565/16, COM(2016) 283 final A Comissão dos Assuntos Europeus da Câmara dos Deputados do Parlamento checo, após ouvir a intervenção do diretor e chefe interino do departamento de Empresas, Economia Digital e Defesa do Consumidor do Ministério da Indústria e do Comércio, Vladimír Bártl (MBA), após audição do relatório do deputado Lubomír Toufar, e após debate sobre a matéria, aprova o parecer anexo à presente resolução. (assinatura) Josef Šenfeld Verificador (assinatura) Lubomír Toufar Relator de parecer (assinatura) Igor Jakubčík Vice-Presidente PE v /10 NP\ docx
3 Anexo da Resolução n.º 292 Proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativo à cooperação entre as autoridades nacionais responsáveis pela aplicação coerciva da legislação de defesa do consumidor COM(2016) 283 final, Conselho n.º 9565/16 Dossiê Interinstitucional 2016/0148 (COD) Base jurídica: Artigos 114.º e 294.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia Data de transmissão à Câmara de Deputados pela Comissão dos Assuntos Europeus: Data de apreciação pela Comissão dos Assuntos Europeus: (1.ª fase) Procedimento: Processo legislativo ordinário. Parecer provisório do Governo (nos termos do artigo 109.º-A, n.º 1, do Regimento da Câmara de Deputados): Transmitido à Comissão dos Assuntos Europeus em 20 de julho de 2016, com data de 30 de junho de 2016, através do sistema ISAP Avaliação relativamente ao princípio da subsidiariedade: A proposta não obedece ao princípio da subsidiariedade (ver infra). Justificação e conteúdo: A proposta de regulamento substitui o regulamento original n.º 2006/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de outubro de 2004, relativo à cooperação entre as autoridades nacionais responsáveis pela aplicação da legislação de defesa do consumidor (a seguir designado «Regulamento CDC»), de forma a adaptá-lo mais adequadamente aos desafios da economia digital e ao desenvolvimento do comércio transfronteiriço. O regulamento original foi adotado em 2004, sendo aplicado desde A proposta de regulamento foi publicada pela Comissão em 25 de maio de 2016 e faz parte do pacote legislativo que procura estimular o comércio eletrónico além-fronteiras, que inclui também uma proposta de regulamento sobre o bloqueio geográfico, uma proposta de regulamento sobre o serviço transfronteiriço de entrega de encomendas, e orientações para a implementação/aplicação da Diretiva relativa às Práticas Comerciais Desleais. A Comissão efetuou, ao longo de vários anos, uma avaliação do funcionamento do Regulamento CDC, a fim de verificar se os seus objetivos são cumpridos adequadamente. Em maio de 2016, publicou um relatório sobre a avaliação da eficácia do Regulamento NP\ docx 3/10 PE v01-00
4 CDC 1, que tinha elaborado nos termos do artigo 21.º-A do referido regulamento, segundo o qual a Comissão era obrigada, durante dez anos desde a implementação inicial do regulamento, a avaliar os seus mecanismos, o seu funcionamento e a sua eficiência. O relatório sobre o funcionamento do Regulamento CDC revela que a avaliação externa anterior e uma consulta pública apontavam para a existência de problemas prejudiciais para a eficiência desse regulamento. Em termos práticos, existem problemas, por exemplo, quanto à impossibilidade de obter informações acerca da verdadeira identidade dos operadores ou de requerer ajuda efetiva na aplicação da legislação de defesa do consumidor a outras instituições ou partes terceiras. Também foram identificados problemas na ausência da partilha de informações de mercado, através do envio de avisos de alerta, por exemplo. Por último, há também uma falta de mecanismos para tratar as infrações que afetam simultaneamente vários países, sendo que cada organismo nacional deve tomar medidas de forma independente em casos quase idênticos envolvendo mais do que um país da UE, o que acarreta custos desnecessários. Estes problemas resultam da falta de poderes adequados das autoridades competentes que lhes permitiriam cooperar de forma rápida e eficaz, em especial no domínio do ambiente digital. A Comissão decidiu, portanto, substituir por completo o Regulamento CDC vigente por uma nova versão consolidada, que irá expandir o seu âmbito de aplicação e aumentar a sua eficiência. O objetivo geral da proposta consiste em desenvolver mecanismos CDC modernos, eficazes e eficientes, que reduzam os prejuízos causados aos consumidores pelas infrações transnacionais e generalizadas da legislação da UE relativa ao consumidor. A proposta de regulamento tenciona, nomeadamente, garantir que as infrações à legislação de defesa do consumidor sejam detetadas em tempo útil e que as autoridades responsáveis pela aplicação da lei apresentem os mesmos resultados para processos de infração idênticos. Assim, será proporcionada maior proteção aos consumidores quando adquirirem bens além-fronteiras e, sobretudo, em compras feitas em linha. A proposta de regulamento tenciona especificamente evitar situações em que os consumidores que adquirem bens além-fronteiras (sobretudo em linha) sejam prejudicados devido à não entrega de produtos provenientes de outros Estados-Membros da UE, ou porque lhes são dadas informações enganosas relativamente às condições de pagamento, ou ainda porque o pagamento é efetuado automaticamente aquando da encomenda dos produtos, sem o consentimento do consumidor. Conteúdo e impacto: A proposta de regulamento substitui o texto vigente do Regulamento CDC. O seu objetivo é criar um mecanismo eficaz e eficiente para a troca de informações entre as autoridades nacionais competentes e, quando necessário, permitir que sejam tomadas medidas de aplicação da legislação de defesa do consumidor em casos transfronteiriços. O âmbito de aplicação do Regulamento CDC deve ser clarificado em relação à formulação da versão vigente, de forma a assegurar a inclusão de infrações generalizadas da legislação de defesa do consumidor que ocorrem em vários Estados-Membros da UE. Os poderes mínimos das autoridades nacionais competentes devem ser clarificados, de forma a garantir às mesmas o direito de solicitar informações e de aceder aos dados 1 Proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que substitui o regulamento (CE) n.º 2006/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de outubro de 2004, relativo à cooperação entre as autoridades nacionais responsáveis pela aplicação da legislação de defesa do consumidor («regulamento relativo à cooperação no domínio da defesa do consumidor»), COM(2016)284 final PE v /10 NP\ docx
5 requeridos. A designação das autoridades CDC competentes e de outras entidades ao abrigo do Regulamento CDC continua a ser da competência dos Estados-Membros. Compete aos Estados-Membros conceder às autoridades CDC competentes recursos humanos suficientes, bem como outros tipos de recursos, para o cumprimento das suas obrigações ao abrigo da proposta de regulamento. A proposta de regulamento é composta por oito capítulos, que compreendem 53 artigos e um anexo. Âmbito de aplicação e definições (disposições introdutórias artigos 1.º a 4.º) O preâmbulo da proposta de regulamento define o seu âmbito de aplicação, que é alargado em comparação com o atual Regulamento CDC, de forma a incluir as infrações generalizadas da legislação de defesa do consumidor e infrações que já cessaram de ocorrer. As «infrações cessadas» são situações ilegais de curta duração, que terminam antes de ser possível tomar medidas punitivas contra os seus responsáveis, mas que, a longo prazo, podem ainda prejudicar os consumidores (por exemplo, no caso das campanhas publicitárias de curta duração). No contexto do alargamento do âmbito de aplicação do Regulamento CDC, foram atualizadas as definições de determinados termos. Autoridades competentes e os seus poderes (artigos 5.º a 10.º) A proposta de regulamento estabelece a forma como as autoridades competentes e os serviços de ligação únicos devem ser designados. Clarifica ainda as funções dos serviços de ligação únicos. A proposta de regulamento não exige que os Estados-Membros concedam às autoridades competentes o poder de impor sanções penais. Ao abrigo da proposta de regulamento, as autoridades competentes terão o poder de impor apenas sanções civis. Por este motivo, neste capítulo, a proposta de regulamento exige que os Estados-Membros garantam que as autoridades competentes têm, sempre que necessário, o apoio adequado das autoridades responsáveis pela imposição de sanções penais. A proposta de regulamento estabelece, simultaneamente, determinados poderes mínimos que os Estados-Membros têm de conceder às suas autoridades competentes de forma a que estas cooperem de forma eficaz entre si e assegurem a aplicação transfronteiriça da legislação de defesa do consumidor. Em comparação com o artigo 4.º, n.º 6, do atual Regulamento CDC, o conjunto de poderes mínimos foi alargado, tendo sido acrescentados mais alguns poderes, tais como o poder de efetuar compras «teste» e «compras mistério», de adotar medidas provisórias, de bloquear sítios Web, de impor sanções e de salvaguardar o direito de indemnização do consumidor em contexto transfronteiriço. Algumas das responsabilidades existentes foram clarificadas de forma a assegurar a sua aplicação coerente em toda a UE, por exemplo o poder de solicitar informações e documentação ou de realizar inspeções no local. A proposta de regulamento permite aos Estados-Membros decidir se os poderes mínimos devem ser exercidos sob a supervisão das autoridades judiciais. Mecanismo de assistência mútua (artigo 11.º a 15.º) A proposta de regulamento prevê um mecanismo de assistência mútua que envolve duas ferramentas: i. Pedido de informações que permitam às autoridades competentes obter informações e elementos de prova além-fronteiras; ii. Pedido de medidas coercivas. O mecanismo de assistência mútua serve para implementar a legislação da UE em matéria de defesa do consumidor em situações transfronteiriças (por exemplo, quando os NP\ docx 5/10 PE v01-00
6 interesses de um consumidor em determinado Estado-Membro forem prejudicados por um operador noutro Estado-Membro). A proposta de regulamento também define as situações em que a autoridade competente pode recusar deferir um pedido de informação ou um pedido de medidas coercivas. Nesses casos, a autoridade competente deve informar a autoridade requerente e a Comissão dos motivos pelos quais indeferiu o pedido. A Comissão pode, na eventualidade de um desacordo entre a autoridade requerente e a autoridade requerida, decidir emitir um parecer sobre o assunto, seja por solicitação da autoridade requerente ou por iniciativa própria. A Comissão deve ter acesso aos pedidos no contexto do mecanismo de assistência mútua. O papel da Comissão consiste, nomeadamente, em monitorizar a operação do mecanismo de assistência mútua e o cumprimento, por parte das autoridades competentes, dos procedimentos e prazos. Mecanismo de coordenação da vigilância, dos inquéritos e de aplicação de medidas coercivas relativamente a infrações generalizadas (artigos 16.º a 32.º) A proposta de regulamento também estipula instrumentos de inquérito e a aplicação coerciva, para lidar com as infrações generalizadas da legislação de defesa do consumidor. Aqui se incluem as chamadas ações coordenadas, ações conjuntas contra as infrações generalizadas com importância ao nível da União, e inquéritos concertados aos mercados. Ações coordenadas A proposta de regulamento permite que as autoridades responsáveis pela aplicação da lei executem medidas de inquérito coordenadas e medidas coercivas. As autoridades competentes podem adotar uma posição comum em determinado caso ou conferir poderes a uma autoridade para tomar medidas coercivas em nome dos consumidores noutros Estados-Membros afetados pela infração à legislação de defesa do consumidor. Ações conjuntas contra infrações generalizadas As ações conjuntas contra infrações generalizadas à legislação são um instrumento de resposta às infrações dos direitos do consumidor ao nível da União. A proposta de regulamento estabelece os critérios para determinar o que constitui uma infração generalizada à legislação de defesa do consumidor. Estes critérios dependem do número de países em que ocorrem as infrações e, além disso, do número de cidadãos nesses países afetados pelas infrações. Para que haja uma infração ao nível da União, ambos os critérios devem ser cumpridos em simultâneo. Compete à Comissão decidir se determinada infração foi cometida ao nível da União e, em caso afirmativo, será também ela a iniciar uma ação conjunta. Neste caso, cabe também à Comissão o dever de coordenar o inquérito e outras medidas adotadas pelos Estados-Membros, para pôr cobro à infração. Inquéritos concertados nos mercados de consumo A proposta de regulamento permite levar a efeito um inquérito concertado dos mercados de consumo (um «sweep») nos casos em que as tendências de mercado, as queixas dos consumidores ou outros indícios sugiram a possibilidade de infrações generalizadas. A Comissão deve coordenar este inquérito. A proposta de regulamento também inclui disposições comuns em matéria de ações coordenadas e conjuntas (o direito do operador a ser ouvido, o papel do coordenador, as PE v /10 NP\ docx
7 línguas utilizadas, etc.). Mecanismo de vigilância da cooperação no domínio da defesa do consumidor (artigos 33.º a 36.º) A proposta de regulamento prevê a introdução de um mecanismo de vigilância para a cooperação no domínio da defesa do consumidor, através do qual os Estados-Membros podem trocar informações relativas a uma infração ou a uma presumível infração. A proposta de regulamento também introduz o denominado «alerta»: em casos de infração à legislação de defesa do consumidor no território de um Estado-Membro em que tal infração possa afetar os interesses dos consumidores noutros Estados-Membros, a autoridade competente deve notificá-la à Comissão e às outras autoridades competentes, por meio do formulário normalizado e das bases de dados. Outras entidades designadas pelos Estados-Membros, tais como as organizações de consumidores ou associações profissionais, podem participar neste mecanismo de alerta. Contudo, estas podem apenas emitir alertas «a título informativo», sendo que, no que diz respeito à proteção do sigilo profissional, não têm qualquer acesso às informações e alertas trocados entre as autoridades competentes. Outras atividades ao nível da União (artigos 37.º a 40.º) A proposta de regulamento também prevê outras atividades relacionadas com a aplicação da legislação da UE em matéria de defesa do consumidor, por exemplo, no que diz respeito ao intercâmbio recíproco de funcionários, à troca de informações sobre a política dos consumidores e à cooperação internacional com países terceiros. Sigilo profissional e outras disposições (artigos 41.º a 47.º) A proposta de regulamento estabelece as normas e restrições relativas ao uso de elementos de prova, documentos, informações, explicações e resultados de inquéritos efetuados pela autoridade competente. É igualmente estipulado que os Estados-Membros não podem exigir ao Estado-Membro da autoridade requerente o reembolso dos custos da assistência mútua prestada, exceto em caso de perdas sofridas em consequência de medidas que venham subsequentemente a ser consideradas sem fundamento por um tribunal, no que diz respeito à substância da infração em causa. A proposta de regulamento contém igualmente disposições relativas à base de dados e ao sistema da troca de informações sobre infrações. A Comissão deve manter esta base de dados eletrónica, na qual deve armazenar e processar as informações relativas às infrações e às infrações iminentes, aos pedidos de assistência mútua, etc. Apenas as autoridades nacionais competentes e a Comissão terão acesso à base de dados. Nesta proposta, os Estados-Membros são obrigados a apresentar à Comissão um plano bienal de aplicação coerciva da legislação, através de um formulário normalizado disponibilizado em linha. Esta obrigação substitui o requisito de apresentação bienal de relatórios nos termos do Regulamento CDC na sua forma atual. A proposta de regulamento estipula que os planos de aplicação coerciva da legislação devem conter informações que possam afetar os interesses dos consumidores, por exemplo, no que diz respeito às tendências de mercado. Devem também assegurar a definição de prioridades quanto às atividades e uma utilização mais eficiente dos recursos para o combate às infrações no Mercado Único. Os Estados-Membros devem, ainda, incluir neste plano uma panorâmica dos recursos disponíveis e afetados para a aplicação coerciva da legislação de defesa dos interesses dos consumidores nos dois anos anteriores e uma declaração dos recursos afetados à aplicação do presente regulamento nos dois anos seguintes. NP\ docx 7/10 PE v01-00
8 Disposições finais (artigos 48.º a 53.º) Os Estados-Membros devem comunicar sem demora à Comissão o texto de quaisquer disposições de direito interno que aprovem no contexto desta proposta de regulamento, e os textos de acordos que celebrem e regulem matérias contempladas pelo regulamento Anexo à proposta de regulamento A proposta de regulamento atualiza igualmente o Anexo do Regulamento CDC, que contém uma lista da legislação abrangida pela proposta de regulamento. O objetivo desta atualização é alargar o âmbito de aplicação do regulamento à legislação da UE em matéria de defesa do consumidor atualmente não abrangida. Propõe-se, por exemplo, incluir no Anexo CDC a Diretiva relativa aos Créditos à Habitação, a Diretiva relativa às Contas de Pagamento, o Regulamento relativo aos direitos e obrigações dos passageiros dos serviços ferroviários, o Regulamento relativo aos direitos das pessoas com deficiência e das pessoas com mobilidade reduzida no transporte aéreo, as disposições relativas aos preços previstas no Regulamento relativo aos serviços aéreos, e o artigo 20.º da Diretiva relativa aos serviços. Por outro lado, a legislação que já não estiver em vigor deve ser excluída do Anexo. Parecer do Governo da República Checa: O governo da República Checa considera útil esta proposta de regulamento, na medida em que constitui uma atualização da legislação existente, que deve conduzir a uma aplicação mais ativa e coerente das regras de defesa do consumidor. Simultaneamente, o governo checo considera positiva a incorporação legislativa de certas práticas já utilizadas, embora não existam bases jurídicas adequadas para as mesmas, o que pode conduzir a insegurança jurídica (por exemplo, os «sweeps»). Contudo, o governo checo tem reservas no que diz respeito à introdução de três novas regras pela proposta de regulamento. Considera particularmente controversos os poderes mínimos que as autoridades são obrigadas a deter, seja no que diz respeito ao âmbito de aplicação desses poderes, seja no teor da legislação relacionada com os mesmos. O governo checo manifesta-se, em especial, preocupado com o facto de os poderes mínimos permitirem intervenções ao nível das sanções administrativas, dos mecanismos de controlo e dos processos penais. O governo da República Checa não concorda com os poderes mínimos das autoridades competentes na forma atualmente proposta. O governo checo manifestou ainda a sua preocupação em relação à quantidade de poderes atribuídos à Comissão para adoção de atos de execução, através dos quais a Comissão pode regular ao pormenor os vários mecanismos de cooperação (sobretudo no que diz respeito aos mecanismos de assistência mútua, coordenação da vigilância e aplicação coerciva em matéria de infrações generalizadas da legislação de defesa do consumidor, e ao mecanismo de vigilância da cooperação no domínio da defesa do consumidor). O governo checo tem ainda reservas no que se refere aos efeitos adversos da proposta de regulamento em termos dos encargos administrativos que recaem sobre os órgãos de fiscalização (a necessidade de elaborar planos nacionais de aplicação coerciva da legislação e estabelecer prioridades). O parecer do governo checo contém outras observações sobre os capítulos individuais da proposta de regulamento. PE v /10 NP\ docx
9 Impacto no orçamento de Estado e na ordem jurídica da República Checa: No que diz respeito ao orçamento de Estado, será necessário um aumento dos recursos humanos e financeiros dos órgãos de supervisão. No que diz respeito às implicações para a ordem jurídica, será necessário alterar a legislação relativa aos 17 serviços administrativos e respetivos poderes no domínio da cooperação transfronteiriça. Provavelmente, será igualmente necessário alterar o direito processual relevante. Calendário para a apreciação da proposta pelas instituições europeias: Já começou o debate da proposta de regulamento no grupo de trabalho do Conselho sobre a defesa e a informação dos consumidores. A proposta de regulamento foi transmitida à Comissão do Mercado Interno e da Proteção dos Consumidores (IMCO) do Parlamento Europeu em 9 de junho de O calendário para futuras discussões nas instituições da UE ainda não é conhecido. Conclusões: A Comissão dos Assuntos Europeus: 1. Regista a proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativo à cooperação entre as autoridades nacionais responsáveis pela aplicação coerciva da legislação de defesa do consumidor, COM(2016) 283 final, Conselho n.º 9565/16; 2. Saúda em termos gerais a iniciativa da Comissão para melhorar a eficácia da cooperação e coordenação na área da aplicação da legislação de defesa do consumidor; 3. Não põe em causa a necessidade de revisão da formulação do regulamento à luz do desenvolvimento do mercado digital e do comércio transfronteiriço; 4. Está ciente de que os Estados-Membros não podem, em casos de infrações transfronteiriças aos direitos do consumidor, obter de forma autónoma a aplicação efetiva da legislação da UE em matéria de defesa do consumidor; 5. Está ciente de que as diferentes regras nacionais de defesa do consumidor, bem como os limites jurisdicionais, podem ser prejudiciais para a aplicação eficaz da legislação de defesa dos consumidores em situações transfronteiriças; 6. Considera, no entanto, que, em alguns aspetos, a proposta de regulamento vai além do que é necessário para atingir os objetivos propostos e colide com os poderes dos Estados-Membros da União Europeia; 7. Nos termos do artigo 6.º do Protocolo (n.º 2) sobre a aplicação dos princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade, anexados aos Tratados, adota este parecer fundamentado em relação à proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativo à cooperação entre as autoridades nacionais competentes responsáveis pela aplicação coerciva da legislação de defesa do consumidor, em particular, pelos seguintes motivos: i. Os poderes mínimos das autoridades competentes estabelecidos na proposta de regulamento vão além dos poderes conferidos na UE na área da cooperação administrativa, na qual a UE deve apenas apoiar, coordenar e complementar as ações dos Estados-Membros; ii. Ao estabelecer os poderes mínimos obrigatórios das autoridades competentes, não foram suficientemente tidas em conta as tradições jurídicas dos Estados- Membros e as questões relacionadas com a uniformidade e coerência dos seus sistemas jurídicos, uma vez que as autoridades competentes, como resultado da NP\ docx 9/10 PE v01-00
10 adoção dessa legislação, podem ter poderes diferentes no que diz respeito às infrações nacionais e transfronteiriças à legislação de defesa do consumidor; iii. A estipulação, no artigo 4.º da proposta de regulamento, de um limite de cinco anos para a possibilidade de aplicação de sanções em caso de infrações que tenham cessado ultrapassa a legislação necessária para atingir os objetivos declarados da proposta de regulamento, e não respeita a legislação nacional dos Estados-Membros no que diz respeito ao prazo de prescrição; iv. Os poderes que a proposta confere à Comissão para adotar atos de execução são demasiado extensos e frequentes e, muitas vezes, devido à importância do seu conteúdo, deveriam ser incluídos na parte dispositiva do regulamento (por exemplo, artigos 10.º, 11.º, n.º 5, e 12.º, n.º 5), uma vez que a margem para os Estados-Membros definirem a legislação da UE nessas áreas fica, assim, reduzida; v. O poder de monitorizar a implementação dos planos nacionais de aplicação coerciva da legislação na aceção do artigo 46.º da proposta de regulamento, incluindo o aconselhamento e o estabelecimento de indicadores para os recursos necessários para a aplicação da proposta de regulamento, interfere com a competência dos Estados-Membros no domínio da aplicação da lei, indo além do que é necessário para cumprir os objetivos da proposta de regulamento; 8. Autoriza o presidente da Comissão dos Assuntos Europeus, nos termos do Regimento da Câmara dos Deputados, a transmitir esta resolução, através do Presidente da Câmara dos Deputados, ao Governo da República Checa, ao Presidente do Senado, ao Presidente do Parlamento Europeu, ao Presidente do Conselho e ao Presidente da Comissão Europeia. (assinatura) Josef Šenfeld Verificador (assinatura) Lubomír Toufar Relator de parecer (assinatura) Igor Jakubčík Vice-Presidente PE v /10 NP\ docx
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