Projeção da necessidade de médicos especialistas para o Brasil para os próximos 10 anos

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1 Projeção da necessidade de médicos especialistas para o Brasil para os próximos 10 anos Coordenação Geral Dra. Celia Regina Pierantoni, MD, DSc Professora Associada do Instituto de Medicina Social UERJ Procientista da UERJ/FAPERJ Líder de Grupo de Pesquisa do CNPq Diretora do Centro Colaborador da OPAS/OMS para Planejamento e Informação da Força de Trabalho em Saúde Coordenadora da Estação de Trabalho IMS/UERJ da Rede Observatório de Recursos Humanos em Saúde ObservaRH - MS/OPAS Brasil ObservaRH Estação de Trabalho IMS/UERJ Ministério da Saúde

2 Autores Carinne Magnago. Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ). Rio de Janeiro, RJ, Brasil Celia Regina Pierantoni. Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ). Rio de Janeiro, RJ, Brasil Sábado Nicolau Girardi Estação de Pesquisa de Sinais de Mercado do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Minas Gerais (EPSM/NESCON/UFMG) Cristiana Leite Carvalho Estação de Pesquisa de Sinais de Mercado do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Minas Gerais (EPSM/NESCON/UFMG)

3 Objetivo Estimar as necessidades de médicos especialistas para os próximos 10 anos, segundo a estrutura atual do sistema de saúde brasileiro.

4 Metodologia Estudo ecológico, de séries temporais, exploratório, prospectivo, desenvolvido por meio de dados secundários. Utilizou-se o método da força de trabalho em saúde como razão da população, com modelo do tipo estoque e fluxo. Esta abordagem metodológica implica assumir que a taxa de crescimento das variáveis permanecerão estáveis.

5 Metodologia Projeção da necessidade de especialistas (t) = médicos desejados (t) - estoque de médicos (t) O número de médicos especialistas desejado para o tempo t foi determinado tomando por base três cenários, cujos parâmetros foram: (1) estadunidenses para o ano 2000 adotados pelas agências do governo federal; (2) canadenses, em que foram usadas as relações médico habitante recomendadas pelo Federal Provincial-Territorial Guidelines (FPTG) e National Specialty Review (NSR); (3) europeus, com base na média de parâmetros da Dinamarca, Noruega e Suécia. Estes cenários e parâmetros foram disponibilizados por estudo de Girardi.

6 Metodologia Parâmetros da relação médicos especialistas por habitantes por especialidades selecionadas, segundo países selecionados. Brasil, 2014 Especialistas USA Canadá Países europeus Anestesiologia 13,4 7,24 14,49 Cardiologia 7,3-5,62 Cirurgia Geral 13,87 8,14 15,76 Clínica médica 38,12 12,25 28,85 Geriatria 4,46 5,7 b 3,49 Ginecologia e Obstetrícia 14,72 5,53 11,32 Saúde da Família 38,19 76,51 66,84 Neurocirurgia - 0,6 - Neurologia - 1,11 4,01 Oftalmologia 6,52 3,32 6,3 Ortopedia e Traumatologia 8,55 2,93 9,97 Pediatria 18,4 5,17 10,2 Psiquiatria 13,58 9,77 18,33 Radiologia e Diagnóstico por Imagem 10,96-9,8 Urologia 3,69 1,77 2,77 Fonte: Girardi, 2012

7 Metodologia Foram utilizadas as seguintes variáveis, para as quais foram calculadas as taxas de crescimento médio e, em seguida, realizadas as projeções até 2025 para as regiões e Brasil: população: dados IBGE estoque de especialistas: CNES

8 Resultados Número de médicos desejados, projetados e necessários por especialidades consideradas básicas segundo parâmetros estadunidenses. Brasil, Especialidades básicas Desejado Projetado Necessidade Clínica médica Ginecologia e Obstetrícia Saúde da Família Pediatria Entre as três especialidades básicas, as de ginecologia e obstetrícia, e de saúde da família apresentariam número de médicos insuficientes para os três períodos de tempo. A especialidade de saúde da família teria um déficit em 2025 de quase médicos.

9 Resultados Número de médicos desejados, projetados e necessários por especialidades selecionadas segundo parâmetros estadunidenses. Brasil, Outras especialidades Desejado Projetado Necessidade Anestesiologia Cardiologia Cirurgia Geral Geriatria Oftalmologia Ortopedia e Traumatologia Psiquiatria Radiologia e Diagnóstico por Imagem Urologia No que tange a outras especialidades, o número de médicos seria suficiente nos três tempos apenas para as especialidades de cardiologia e cirurgia geral. A maior necessidade de daria para as especialidades de psiquiatria, e radiologia e diagnóstico por imagem.

10 Resultados Número de médicos desejados, projetados e necessários por especialidades consideradas básicas segundo parâmetros canadenses. Brasil, Especialidades básicas Desejado Projetado Necessidade Clínica médica Ginecologia e Obstetrícia Saúde da Família Pediatria Considerando-se os parâmetros canadenses, a projeção para as especialidades básicas apontam para a insuficiência de especialistas, nos três tempos, apenas para a área de saúde da família. A carência desse especialista em 2025 seria de mais de 151 mil médicos, 2,4 vezes mais que o estimado no cenário em que se considerou os parâmetros estadunidenses

11 Resultados Número de médicos desejados, projetados e necessários por especialidades selecionadas segundo parâmetros canadenses. Brasil, Outras especialidades Desejado Projetado Necessidade Anestesiologia Cirurgia Geral Geriatria Neurocirurgia Neurologia Oftalmologia Ortopedia e Traumatologia Psiquiatria Urologia A projeção para outras especialidades aponta para a insuficiência de médicos especialistas em anestesiologia, geriatria, psiquiatria e urologia, nos três tempos analisados. Entre essas especialidades, estima-se maior necessidade para médicos geriatras, em 2030, sendo ela 1,3 vezes maior que a projetada com parâmetros estadunidenses.

12 Resultados Número de médicos desejados, projetados e necessários por especialidades consideradas básicas segundo parâmetros europeus. Brasil, Especialidades básicas Clínica médica Desejado Projetado Necessidade Ginecologia e Obstetrícia Saúde da Família Pediatria As projeções para as especialidades básicas as quais consideraram os parâmetros de países europeus indicam suficiência de médicos para as especialidades de clínica médica e pediatria nos três tempos investigados. A necessidade de médicos de saúde da família nesse cenário é de 2,0 vezes maior que no cenário estadunidense e 1,2 vezes menor que no cenário canadense.

13 Resultados Número de médicos desejados, projetados e necessários por especialidades selecionadas segundo parâmetros europeus. Brasil, Outras especialidades Desejado Projetado Necessidade Anestesiologia Cardiologia Cirurgia Geral Geriatria Neurologia Oftalmologia Ortopedia e Traumatologia Psiquiatria Radiologia e Diagnóstico por Imagem Urologia Em 2015, apenas para a especialidade de cardiologia se teria número de médicos suficientes. Em 2020, as especialidades de cardiologia, cirurgia geral e neurologia seriam as únicas a apresentar médicos em número satisfatório. Em 2030, a maior necessidade se daria para psiquiatras e anestesiologistas. No tocante aos psiquiatras, a necessidade em 2030 é de 1,6 vezes maior que no cenário projetado com parâmetros estadunidenses e de 2,8 vezes maior que no cenário com base em dados canadenses.

14 Recomendações Este estudo encontra limitações na escassez de fontes de informação sobre a oferta e estoque de médicos especialistas. Ademais, a insuficiência de estudos brasileiros que tratem do tema implicam na adoção de modelos, parâmetros e variáveis que podem não se mostrar suficientes ou fidedignos para estudos de projeção de médicos.

15 Referências Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Dados de formação de residência médica. Data base. Brasília: CNRM; Girardi S. (Org.) Estação de Pesquisa e Sinais de Mercado. Monitoramento da demanda por especialidades e residências médicas no Brasil. Relatório final de atividades. Belo Horizonte: UFMG/NESCON/ESPM, Pitblado JR, Pong RW. Geographic Distribution of Physicians in Canada. Sudbury, Ontario: Centre for Rural and Northern Health Research, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estimativas da população [Página na internet] [acesso em 24 mar. 2014] Disponível em: Givisiez GHN. Introdução a métodos de estimativas e interpolação populacionais. In: Riani JLR, Rios-Neto ELG (Org.). Introdução à Demografia da Educação. Campinas: ABEP; p

16 Contato: Celia Pierantoni,