EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
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- Luciana Freire
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1 Página1 EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS BANCO J SAFRA S/A, por seus advogados que esta subscrevem, vem, com fundamento nos artigos 522 e seguintes, do Código de Processo Civil, interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO, em desfavor da decisão do ID: proferida nos autos da AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO COM PEDIDO LIMNAR que promove em face CAROLINE PICININI CLETO MOREIRA, também qualificado, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos. Requer seja recebido o presente recurso, no efeito suspensivo e ativo, pois se assim não for, causará sérios prejuízos ao Agravante, conforme as razões anexas, bem como, pelo artigo 558, do Código de Processo Civil. recurso. Por fim, requer a juntada da guia devidamente paga referente ao preparo do Nestes termos pede provimento. Belo Horizonte, 23 de outubro de MARCELO MICHEL DE ASSIS MAGALHAES OAB/MG
2 Página2 Processo origem: 7ª Vara Cível de Belo Horizonte /MG AÇÃO: Busca e Apreensão com Pedido Liminar Número de origem: Agravante: BANCO J SAFRA S/A Agravado: CAROLINE PICININI CLETO MOREIRA Decisão agravada ID: Certidão de intimação fls:id: Procuração do Agravante fls: ID: Procuração do agravado: NÃO HÁ Agravado não citado PEÇAS TRASLADADAS: CÓPIA INTEGRAL DO AUTOS que os advogados infraassinados declaram que conferem com as originais que se encontram nos autos conforme art. art. 544, parágrafo 1º. da lei /01. PROCURADOR DO AGRAVANTE: MARCELO MICHEL DE ASSIS MAGALHAES, inscrito na sob nº OAB/MG , com endereço à Rua Jaguari, 519, Bairro Bonfim, Belo Horizonte/MG, Telefone : , sendo certo que a parte Agravada não possui advogado constituído, NÃO TENDO OCORRIDO A CITAÇÃO da agravada nos autos supra mencionados. PROCURADOR DO AGRAVADO: Parte não foi citada
3 Página3 RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO Processo origem: 7ª vara Cível de Belo Horizonte/MG AÇÃO: Busca e Apreensão com Pedido Liminar Número de origem: Agravante: BANCO J SAFRA S/A Agravado: CAROLINE PICININI CLETO MOREIRA Egrégio Tribunal, Colenda Câmara, Eméritos Desembargadores, DA TEMPESTIVIDADE A decisão que negou seguimento aos embargos de declaração opostos foi disponibilizada em 08/10/2015, sendo que a ciência do agravante se deu em 15/10/2015, assim, considera-se publicada a decisão em 16/10/2015 (sexta feira), o prazo inicial, findando-se em 26/ (segunda-feira). Tempestivo, portanto, é o presente recurso de Agravo de Instrumento. Do cabimento do agravo de instrumento face a lei /2005 Das razões para o recebimento deste no efeito suspensivo Inicialmente, como é sabido, o advento da Lei /05 teve o condão de alterar os artigos 522, 523 e 527 todos do Código de Processo Civil, oportunidade em que a mesma dispôs sobre o novo procedimento adotado nas decisões interlocutórias, onde o agravo ficará retido aos autos até prolação da sentença, salvo em decisões que provoquem lesão grave e de difícil reparação.
4 Página4 Assim, o caso em comento merece atenção de Vossas Excelências quanto a análise e necessidade no recebimento do presente AGRAVO DE INSTRUMENTO com efeito suspensivo, senão vejamos: Trata-se de Ação de Busca e Apreensão com pedido Liminar proposta em razão do inadimplemento contratual da parte Agravada, contrato de alienação fiduciária juntado aos autos, com fulcro no Decreto Lei 911/69 com a nova redação dada pela Lei /02. Assim, às fls. ID: e o MM Juízo a quo deferiu parcialmente liminar ao interpretar de forma diversa o instituto da PURGAÇÃO DE MORA, pois, DESCONSIDEROU TOTALMENTE O ART. 3º DO DEC.LEI 911/69, e possibilitou a purga da mora APENAS E TÃO SOMENTE após a CITAÇÃO do agravado, o que destoa totalmente da Lei em comento, dos julgados deste Eg.TJMG e da já ratificação da tese feita pelo STJ, REsp / MS (com efeitos do artigo 543-C, do Código de Processo Civil), ou seja, a purgação de mora decorre da execução da medida liminar e não da ciência da parte. Para evitar prejuízos de purgações de mora indevidas e ou incompletas, induzindo inclusive o agravado a possibilidade legalmente inexistente a r. decisão do ID: e merece ser reformada. Desta feita, requer seja o presente recurso recebido como agravo de instrumento com efeito suspensivo, uma vez que o agravado encontra-se em mora em várias parcelas.. DOS FATOS E FUNDAMENTOS As partes realizaram contrato de financiamento com alienação fiduciária do veículo descrito na inicial, assim, desde o início do contrato o requerido ora Agravado não honra seu compromisso, todavia continua em posse do o veículo. Desta feita, em desfavor do agravado, devidamente notificado, foi proposta a presente ação, não obstante, O MM Juiz aquo, deferiu a liminar de forma diversa ao que prescreve o DL.911/69 alterado pela /04 senão vejamos : Senão vejamos:
5 Página5 Citar a parte ré para, querendo, no prazo legal, oferecer contestação ou purgar a mora, na forma do artigo 3º, do Decreto-Lei 911/69, com as modificações trazidas pela Lei /2014. O artigo 3º, 2º do Decreto-Lei 911/69 com a nova redação dada pela Lei /04 assim determina: Art 3º O Proprietário Fiduciário ou credor, poderá requerer contra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado fiduciàriamente, a qual será concedida Iiminarmente, desde que comprovada a mora ou o inadimplemento do devedor. 1 o Cinco dias após executada a liminar mencionada no caput, consolidar-se-ão a propriedade e a posse plena e exclusiva do bem no patrimônio do credor fiduciário, cabendo às repartições competentes, quando for o caso, expedir novo certificado de registro de propriedade em nome do credor, ou de terceiro por ele indicado, livre do ônus da propriedade fiduciária. (Redação dada pela Lei , de 2004) 2o No prazo do 1o, o devedor fiduciante poderá pagar a integralidade da dívida pendente, segundo os valores apresentados pelo credor fiduciário na inicial, hipótese na qual o bem lhe será restituído livre do ônus. (Redação dada pela Lei , de 2004) 3 o O devedor fiduciante apresentará resposta no prazo de quinze dias da execução da liminar (Redação dada pela Lei ,de 2004) 4 o A resposta poderá ser apresentada ainda que o devedor tenha se utilizado da faculdade do 2 o, caso entenda ter havido pagamento a maior e desejar restituição.(redação dada pela Lei , de 2004) Pois bem, após o deferimento da liminar e uma possível apreensão do veículo, o Requerido poderá efetuar o pagamento da integralidade da dívida no prazo previsto em lei, sendo-lhe o veículo restituído livre de qualquer ônus, O PRAZO é da EXECUÇÃO DA MEDIDA e não da CITAÇÃO do devedor. Cumpre esclarecer ainda, que a presente demanda tem por finalidade a busca e apreensão do veículo dado em garantia contratual devido a inadimplência do Requerido, não tem finalidade de cobrar do mesmo, mesmo porque, vários contatos já foram realizados na tentativa de recebimento das parcelas vencidas, sem que o Requerido demonstrasse qualquer interesse em regularizar o contrato.
6 Página6 DO PRAZO PARA PURGAÇÃO DE MORA Conforme dispositivo legal o prazo para purgação de mora é da execução da medida e não da citação, uma vez que o bem pode estar em mãos de terceiros, em pátios públicos abandonado entre outros, e a alteração da Lei /04 veio a este sentido: agilizar a retomada e possibilitar a venda do bem após o prazo da purgação de mora ( 05 dias ) : Art 3º O Proprietário Fiduciário ou credor, poderá requerer contra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado fiduciàriamente, a qual será concedida Iiminarmente, desde que comprovada a mora ou o inadimplemento do devedor. 1 o Cinco dias após executada a liminar mencionada no caput, consolidar-se-ão a propriedade e a posse plena e exclusiva do bem no patrimônio do credor fiduciário, cabendo às repartições competentes, quando for o caso, expedir novo certificado de registro de propriedade em nome do credor, ou de terceiro por ele indicado, livre do ônus da propriedade fiduciária. (Redação dada pela Lei , de 2004) Consoante dispõe o art. 3º, 1º, do Decreto-lei nº. 911/69 foram introduzidas no sentido de facilitar o processo de retomada do bem, em decorrência da inadimplência do devedor, de modo a eliminar obstáculos à efetivação do direito do credor, para que, rapidamente, possa recuperar o valor correspondente ao seu crédito, não havendo ofensa aos princípios constitucionais uma vez que o prazo da contestação foi dilatado, tanto em tempo quanto em matéria. Urge salientar que o prejuízo do Agravante se demonstra na cristalina situação do locupletamento indevido do Agravado, tendo-se em vista que o Agravante despendeu recursos de seu patrimônio em favor do Agravado, que adquiriu o bem objeto da presente demanda, e que, por sua vez, é garantia fiduciária do contrato que instruiu a exordial, mantendo-se, o Agravado, na posse da garantia indevidamente, permanecendo inadimplente com suas obrigações contratuais e se resultar o cumprimento da medida liminar, o bem não poderá ser vendido no prazo legal, pois no r. despacho de fls. ID: e , pode ser entendido que APÓS A CITAÇÃO DO RÉU TERÁ 005 DIAS PARA PURGAR A MORA, SENDO QUE, SE O VEÍCULO FOR APREENDIDO COM TERCEIROS, ESTA CITAÇÃO PODERÁ DEMORAR MESES, OU ATÉ ANOS,
7 Página7 perecendo e decaindo seu valor de mercado com isso também será prejudicado o pagamento do próprio contrato e débito do devedor. Ou seja, o veículo poderá ser apreendido com terceiros ( o que infelizmente é comum ) ou o Requerido não ser citado no momento da apreensão, o Agravante ficará com o veículo desgastando no pátio do leiloeiro, até que o Requerido seja citado, e é sabido que, variáveis podem ocorrer até a citação ser efetivada ( fraude, apreensão do veículo por crime ou outros processos, ou por ilícitos administrativos Detrans e etc ) um processo como este, no mínimo, estando as varas cível apinhadas de feitos, a citação pode dar-se quase anos depois ; Se todos os veículos com gravame de alienação fiduciária que forem apreendidos tiverem que esperar o julgamento final da demanda, não vai haver pátio nem para guardá-los ; assim como é que em muitos casos, a citação nos casos de busca e apreensão pode até dar-se-á por edital, porém antes deste procedimento vão ocorrer vários mandados e talvez anos para completar a tríade processual, motivo pelo qual, o legislador modificou o Dec.Lei 911/69 com as alterações da lei /04 culminando no art. 3º, 1º, da lei em comento; Ademais, no tocante ao dano de difícil reparação, que por sua vez, fundamenta o presente recurso na forma de instrumento, caracteriza-se pela forma diversa com que o D.Juízo a quo tratou a matéria, alterando parcialmente o procedimento do Decreto-lei 911/69 ; DOS POSSÍVEIS PREJUÍZOS ÀS PARTES (AGRAVANTE E AGRAVADO ) Ainda neste ínterim, tendo-se em vista que, se a garantia não for apreendida liminarmente, e vendida rapidamente, o dano causado à Agravante será de difícil reparação, haja vista que o Agravado sequer demonstrou interesse de saldar o seu débito amigavelmente, mantendo-se inadimplente por todo este tempo e o bem que é garantia do contrato e que notoriamente serviria para o Agravante recuperar o seu crédito, após apreendido pode e vai se deteriorar física e monetariamente e não poderá saldar ou amortizar o débito do Agravado como deveria e no montante que deveria. Ou seja, a chance de, o bem ser apreendido, vendido por preço que possa pagar a dívida ao qual garante ou pelo menos amortizar grande parte também se esvai caso isso
8 Página8 seja feito somente após a citação, o débito do Agravado também aumentará com o tempo inversamente proporcional com o que acontecerá com o bem dado em garantia. Pode até ser interesse o agravado finalizar o contrato com a venda do veículo, podendo em outra ação requerer o que lhe for de direito, como prestação de contas, restituição de valores pagos, caso acredite ter pago valores maiores e diferentes do acordado... Diante do ocorrido, não pode de forma alguma o Agravante concordar com o r. despacho de fls., que é o motivo da interposição do presente recurso na forma de instrumento. Conforme se pode verificar nos autos, o ora Agravado não efetuou o pagamento das parcelas conforme avençado, e quando houver a apreensão seja negado vigência da Lei (Dec.Lei 911/69 com as alterações da lei /04 culminando no art. 3º, 1º ), o que embasa ainda mais a interposição do presente, com o intuito de que o bem seja consolidado à posse do Agravante. Neste passo, o Agravante está sofrendo e sofrerá sérios prejuízos, pois disponibilizou o capital para a aquisição do bem, em contrapartida o Agravado deveria pagar as prestações nas datas acordadas, fato este que não está ocorrendo, caracterizando facilmente o periculum in mora e fumus boni juris. O Agravado tomou valor em financiamento e não efetuou o pagamento previsto no contrato, nas diversas vezes em que foi instado ao mesmo, permanecendo usufruindo de um bem sem por ele pagar o devido, atitude essa que não deve merecer guarida do Poder Judiciário. Afinal, a intimação do Agravado para purga da mora antes da apreensão liminar do veículo, vem a desvirtuar a natureza da presente demanda, que de possessória e ou especial se tornará uma ação de cobrança. O que o Agravante pretende, é tão somente o cumprimento da Lei, preservando, contudo, os princípios da ampla defesa e do contraditório. Nesse passo, a atribuição do efeito suspensivo e ativo ao presente Agravo, suspendendo-se a decisão proferida pelo Juízo da 4ª Vara Cível da comarca de Contagem e o deferimento da medida liminar pleiteada nos termos do art.3ª do Dec.Lei 911/69 alterado pela /04, é medida que se impõe, ou seja, o prazo para efetivação do instituto observar-se-á a execução da medida liminar.
9 Página9 CONCLUSÃO E PEDIDOS Diante de todo o exposto, requer o recebimento do presente recurso na modalidade de instrumento e no indispensável efeito suspensivo e ativo, pois se assim não for, causará sérios danos ao ora Agravante, conforme exposto ao longo da presente. Requer ainda, o provimento in totum do presente recurso de Agravo de Instrumento, para reformar da r. decisão de fls. ID e , e deferir a medida liminar nos moldes do art.3ª do Dec.Lei 911/69 alterado pela /04 e consolidada jurisprudência do STJ a respeito do tema, no que tange a purgação de mora e seu prazo do cumprimento da liminar. Nestes termos pede Provimento. Belo Horizonte, 23 de outubro de MARCELO MICHEL DE ASSIS MAGALHAES OAB/MG
Número:
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