CONTAS REGIONAIS DAS FAMÍLIAS
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- Malu Fidalgo
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1 Informação à Comunicação Social 2 de Abril de 2003 CONTAS REGIONAIS DAS FAMÍLIAS O Instituto Nacional de Estatística (INE) informa que, nesta data, ficam disponíveis no site do INE os resultados das Contas Regionais das Famílias para o período relativos à nova série de contas económicas com base no ano de Estes resultados, que são coerentes com a versão definitiva de Contas Nacionais disponibilizada no final de 2002, têm como referência o Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais de 1995 (SEC 95) e observam ainda os princípios que constam na publicação Métodos das Contas Regionais: Contas das Famílias, editada pelo Eurostat em As Contas Regionais das Famílias dão origem a dois saldos economicamente significativos, a saber: o rendimento primário e o rendimento disponível das Famílias por regiões. O Rendimento Disponível Bruto das Famílias é o indicador preponderante por traduzir e permitir comparar o nível de vida das regiões ou, antes, das Famílias nelas residentes. O Rendimento Disponível Bruto das Famílias integra o Rendimento Primário, resultante da participação directa ou indirecta das Famílias na actividade de produção, e as Transferências de Distribuição que evidenciam a acção redistributiva dos rendimentos, sobretudo por parte das administrações públicas, mas também outra, como é o caso do efeito das remessas de emigrantes. As Contas Regionais das Famílias incluem, designadamente, os seguintes resultados e indicadores derivados, por regiões NUTS II: - Rendimento Primário, ou saldo dos rendimentos primários, - Rendimento Disponível, Bruto e Líquido, - Rendimento Primário por habitante, ou per capita,
2 - Rendimento Disponível Bruto por habitante, ou per capita. A Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS) utilizada na presente divulgação é anterior às alterações de âmbito geográfico introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 244/2002. Análise dos resultados O Rendimento Disponível Bruto (RDB) resulta da soma algébrica do Rendimento Primário com o saldo das Transferências de Redistribuição. Estas transferências, que são objecto da conta de distribuição secundária do rendimento, visam reduzir as disparidades resultantes da distribuição primária do rendimento gerado na actividade produtiva, evidenciada pelo Rendimento Primário (RP), ou saldo dos rendimentos primários, das Famílias. Consequentemente, as diferenças esperadas nos indicadores RDB e RDB per capita entre as regiões devem ser menos acentuadas do que as encontradas para o Rendimento Primário. O quadro 1 refere-se aos rendimentos primário e disponível bruto das famílias por regiões em Quadro 1: Rendimentos das Famílias por Regiões 1999 Regiões Variáveis RP Índice Rendimento Rendimento RDB Índice Disponível Bruto Primário (RP) per capita Portugal=100 (RDB) per capita Portugal= Euros 10 3 Euros % 10 6 Euros 10 3 Euros % Total , ,0 100 Norte , ,9 84 Centro , ,0 86 Lisboa V. Tejo , ,8 126 Alentejo , ,1 87 Algarve , ,2 102 R.A. Açores , ,9 84 R.A. Madeira , ,2 103 Extra-Regio
3 Em termos de Rendimento Primário, apenas duas regiões detêm índices superiores à média nacional: Lisboa e Vale do Tejo e Algarve, 29% e 1%, respectivamente, acima da média nacional. No que diz respeito ao Rendimento Disponível Bruto, além destas duas regiões, também a Região Autónoma da Madeira apresenta um índice superior à média nacional; 126, 102 e 103 são, respectivamente, os índices para Lisboa e Vale do Tejo, Algarve, e R. A Madeira, em A análise comparativa entre o RP per capita e o RDB per capita mostra como algumas regiões, geralmente as mais pobres, beneficiem da redistribuição secundária de rendimento, em detrimento doutras geralmente as mais ricas. Esta conclusão é confirmada pela análise do peso relativo das regiões no RP e no RDB, onde podemos encontrar situações distintas: regiões que aumentam de peso relativo no RDB face ao RP, ou o contrário. No primeiro caso encontram-se as regiões Centro (14,9% contra 14,4%), Alentejo (4,5% contra 4,1%), Algarve (3,8% contra 3,7%) e as duas regiões autónomas Açores (2% contra 1,9 %) e Madeira (2,5% contra 2,3%). A região Norte mantém o mesmo peso relativo (29,8%) enquanto a região de Lisboa e Vale do Tejo perde alguma importância relativa quando se passa do RP para o RDB (43,5% contra 42,4%). Há, assim, uma transferência nítida de rendimentos da região Lisboa e Vale do Tejo para as outras regiões, com excepção da região Norte, a qual, com o mesmo peso, não beneficia das transferências de redistribuição. As regiões do Alentejo e R.A. Madeira destacam-se como as que mais beneficiam das transferências de redistribuição: em termos de índices de disparidade, por relação à média nacional, ambas aumentam sete pontos percentuais quando se passa do RP para o RDB em termos per capita. Também as regiões do Centro e R.A. Açores se aproximam da média nacional aumentando três pontos percentuais. A região Algarve, que mantém um índice superior ao nacional ganha um ponto percentual quando se passa do RP per capita para o RDB per capita. A situação da região Norte em termos de índices de disparidade mantém-se enquanto Lisboa e Vale do Tejo, que em termos de RDB por habitante se situa 26% acima da média nacional, perde 3 pontos percentuais (29% acima da média nacional no que respeita ao RP) quando se consideram as transferências de redistribuição.
4 O efeito da distribuição secundária do rendimento assinalada para 1999 é semelhante nos demais anos do período O gráfico 1, apresenta a evolução do principal indicador resultante das Contas das Famílias Rendimento Disponível Bruto per capita no período GRÁFICO 1: ÍNDICE DO RENDIMENTO DISPONÍVEL BRUTO pc POR REGIÃO Norte Centro Lisboa V. Tejo Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira Ao longo do período em causa, verificou-se alguma oscilação seguida de estabilização nos últimos três anos nos índices de disparidade do RDB per capita da região Norte e da Região Centro. Ambas as regiões apresentam no último ano índices inferiores aos registados em Desta forma, em 1999, as regiões Norte e Centro situavam-se 16% e 14%, respectivamente, abaixo da média nacional. A região de Lisboa e Vale do Tejo, pelo contrário, tem uma evolução crescente ao longo do período. Entre 1995 e 1999 o seu índice varia entre 123 e 126, respectivamente, afastando-se, assim, da média nacional. Esta tendência foi igualmente observada na
5 R.A. dos Açores tendo o seu índice registado, em 1999, um valor de 84 (contra 80 em 1995). Na R.A. da Madeira verificou-se uma certa instabilidade no respectivo índice de disparidade do RDB per capita: em 1995 esta região situava-se 2% abaixo da média nacional enquanto em 1999 se situou 3% acima da média nacional. Atingiu o seu valor máximo a meio do período em causa (índice de 105 em 1997). Estes resultados devemse sobremaneira à evolução das transferências privadas internacionais, que integram as remessas de emigrantes, que têm um peso significativamente mais elevado, em relação ao RDB, na Madeira que nas outras regiões. A região Alentejo, cujo índice de disparidade mostrou algumas oscilações ao longo do período de referência, afastou-se da média nacional entre 1995 e Enquanto em 1995 se situava 9% abaixo da média nacional, em 1999, posicionou-se treze pontos abaixo da mesma. A região Algarve registou uma tendência decrescente ao longo de todo o período, aproximando-se, assim, da média nacional. Em 1995 apresentava um índice de disparidade do RDB per capita de 107 enquanto, em 1999, se posicionou apenas dois pontos acima da média nacional. O aumento da população ao longo do período, relativamente mais elevado que nas outras regiões, contribuiu também para esta evolução. Os quadros que se seguem constituem uma síntese dos principais agregados determinados pelas Contas Regionais das Famílias e dos indicadores derivados. Estes resultados, assim como a análise dos resultados e breve síntese metodológica, constam na informação disponibilizada no Site do INE.
6 Rendimento Primário das Familias Unidade: milhões de Euros Rendimento Primário das Familias Em valor Em estrutura (%) Norte ,1 30,3 29,9 29,5 29,8 Centro ,7 14,7 14,4 14,4 14,4 Lisboa e Vale do Tejo ,5 42,4 43,2 43,6 43,5 Alentejo ,5 4,5 4,4 4,3 4,1 Algarve ,7 3,7 3,7 3,7 3,7 Região Autónoma Açores ,9 2,0 1,9 1,9 1,9 Região Autónoma Madeira ,3 2,3 2,3 2,3 2,3 Extra Regio ,2 0,2 0,3 0,3 0,3 Portugal Rendimento Disponivel Bruto das Familias Unidade: milhões de Euros Rendimento Disponível Bruto das Familias Em valor Em estrutura (%) Norte ,1 30,4 30,0 29,6 29,8 Centro ,3 15,3 15,0 15,0 14,9 Lisboa e Vale do Tejo ,4 41,1 41,9 42,3 42,4 Alentejo ,8 4,8 4,7 4,7 4,5 Algarve ,8 3,8 3,8 3,8 3,8 Região Autónoma Açores ,9 2,0 1,9 1,9 2,0 Região Autónoma Madeira ,4 2,4 2,6 2,5 2,5 Extra Regio ,2 0,2 0,2 0,2 0,2 Portugal
7 Rendimento Primário das Familias per capita e Índices Unidade: milhares de Euros Rendimento Primário per capita Em valor Índice Portugal=100 (%) Norte 5,1 5,3 5,5 5,8 6, Centro 5,0 5,3 5,4 5,8 6, Lisboa e Vale do Tejo 7,5 7,9 8,4 9,0 9, Alentejo 5,0 5,3 5,4 5,7 5, Algarve 6,2 6,4 6,6 7,0 7, Região Autónoma Açores 4,8 5,1 5,2 5,5 5, Região Autónoma Madeira 5,5 5,7 6,2 6,7 7, Extra Regio Portugal 5,9 6,2 6,5 7,0 7, Rendimento Disponivel Bruto das Familias (RDB) per capita e Índices Unidade: milhares de Euros RDB per capita Em valor Índice Portugal=100 (%) Norte 4,8 5,1 5,2 5,5 5, Centro 5,0 5,2 5,3 5,7 6, Lisboa e Vale do Tejo 7,0 7,3 7,7 8,4 8, Alentejo 5,2 5,4 5,5 6,0 6, Algarve 6,1 6,2 6,4 6,8 7, Região Autónoma Açores 4,6 4,9 5,0 5,5 5, Região Autónoma Madeira 5,6 5,7 6,5 6,8 7, Extra Regio Portugal 5,7 5,9 6,2 6,6 7,
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