CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PRAÇA DA REPÚBLICA, 53 CENTRO/SP - CEP: FONE:

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1 1. RELATÓRIO 1.1 HISTÓRICO CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PRAÇA DA REPÚBLICA, 53 CENTRO/SP - CEP: FONE: PROCESSO DER/CTR 2428/1005/2018 e 678/1005/2018 INTERESSADA CONSELHO PLENO Trata-se de Recurso protocolado neste Conselho, em , pela Escola Estadual Barão de Ramalho contra a decisão da DER Leste 1, que aprovou o estudante V. H. C. S retido na 2ª série do Ensino Médio do ano letivo de Escola Estadual Barão de Ramalho ASSUNTO Recurso contra Decisão da Diretoria de Ensino Leste 1 RELATOR Cons. D. Carlos Lema Garcia PARECER N o 278/2018 CEB Aprovado em 25/07/2018 A unidade escolar informa que a avaliação e decisão emitida pela Comissão de Supervisores da DER Leste 1 infringe quesitos legais da norma vigente, em especial aos dispositivos que tratam dos procedimentos e da análise dos recursos submetidos à Diretoria de Ensino. O presente processo contém o pedido da interessada, instruído com parte dos documentos exigidos pelo 2º do Artigo 23 da Del. CEE nº 155/2017 e cópia do Relatório Conclusivo da análise da Comissão de Supervisores. A fim de contribuir e elucidar a apreciação da seguinte informação, este Conselho solicitou à DER o processo de Reconsideração da Retenção de Nº 678/1005/2018 e solicitou à instituição, documentações e manifestações sobre os trâmites. Destas solicitações a Instituição não nos atendeu até a emissão deste Parecer. De acordo com o contido em ambos os autos, tem-se os seguintes fatos: I. A reconsideração do resultado final foi solicitada à unidade escolar em A decisão foi emitida e comunicada aos responsáveis em II. O recurso contra a decisão da Escola foi encaminhado diretamente à Diretoria de Ensino em , apresentando apenas a decisão emitida pela Unidade Escolar. Segundo a Instituição, a Comissão de Supervisores que avaliou o recurso foi composta sem a presença da Supervisão responsável pela unidade, e a apreciação se deu sem qualquer documentação, informação ou relacionamento com a Escola. Segundo os autos, utilizando-se apenas do lançamento das notas parciais e incorretas do boletim do estudante, deu-se parecer favorável ao Interessado em , aprovando sua promoção para a 3ª série do Ensino Médio. III. A ciência do andamento deste Processo para a Unidade Escolar foi dada pelo próprio Interessado no dia a partir da apresentação do resultado emitido pela DER. Orientada agora, pela então Supervisão responsável pela unidade, a Escola acatou a decisão e matriculou o estudante na 3ª série do Ensino Médio, dando início à frequência nas aulas da respectiva série a partir de

2 2 IV. Em , a Escola Estadual Barão de Ramalho solicita recurso especial a este Conselho através da respectiva DER com as alegações supracitadas. Em , a DER pede a complementação de documentos à unidade escolar, que o devolve em Em a DER encaminha o processo a este Conselho, que é recebido no dia seguinte. V- Em 18/5/2018, o Conselho remeteu o processo para diligências na Diretoria de Ensino. O descumprimento às normas observa-se em muitas fases, e é realizada por autores diferentes, conforme relacionado em seguida: I. O aluno, por meio de seus responsáveis, deveria protocolar o recurso contra a decisão da Escola em até 10 dias na própria unidade, contados da ciência da decisão; à unidade caberia encaminhar, com os devidos atendimentos, o recurso à Diretoria de Ensino em até 05 dias, contados a partir de seu recebimento. O descumprimento ocorre não apenas em relação ao prazo - de acordo com 1º do Artigo 23, com um atraso de cerca de 30 dias corridos, mas também em relação à documentação necessária, conforme 2º do artigo citado, o que comprometeu a tramitação do processo, impedindo a instrução e a manifestação posterior da escola. Ressalte-se que a referida contagem dos dias não está considerando o período de datas festivas (26 a 29 de dezembro de 2017, e de 02 a 05 de janeiro de 2018) ou de férias escolares, pois o Interessado fez sua solicitação através da DER, e o expediente nas repartições públicas estaduais tiveram seu funcionamento normalizado neste período, conforme Decreto Nº /17. Ressalte-se, ainda, que a solicitação do recurso diretamente à respectiva Diretoria de Ensino está amparada apenas nos casos em que não houver a manifestação da direção no prazo estabelecido no artigo 22 da citada Deliberação, situação que não se verifica no Processo ora em tela, embora não haja uma decisão inequívoca por parte do Diretor à época comunicando sua decisão, após ouvir o Conselho de Classe. Este Diretor teria assinado o documento e participado do Conselho. II. A Comissão de Supervisores deve ser designada com, no mínimo, 2 componentes, sendo 1 deles (as) o (a) responsável pela supervisão da unidade. Quando o supervisor de uma Unidade Escolar está de férias um outro é designado e torna-se responsável por ela. Sua análise deverá considerar as normas vigentes, as documentações e comprovações apresentadas pela instituição, e seu relatório deve conter conclusão detalhada. A decisão, ratificada pela (o) Dirigente de Ensino, deve ser emitida em até 15 dias após o recebimento do recurso, com ciência ao interessado comunicada pela Escola em até 5 dias. No caso ora analisado, a Comissão de Supervisores não foi integrada pelo(a) responsável de origem pela Supervisão da Unidade Escolar, não solicitou documentações ou comunicou a Escola da abertura do recurso contra sua decisão, e apresentou sua decisão cerca de 21 dias corridos após a solicitação. Em suma, infringindo o artigo 23, por acatar um pedido fora do prazo sem a instrução de documentos, por não se comunicar com a Instituição, por emitir uma decisão sem embasamento de documentos, e por emitir parecer cerca de 21 dias corridos após a solicitação. III. Da decisão da DER cabe recurso do (a) Interessado (a) ou da Escola ao Conselho Estadual de Educação em um prazo de até 5 dias após a ciência da decisão, com emissão ao órgão

3 pela própria DER em até 5 dias. A Unidade Escolar pronunciou-se cerca de 15 dias após a decisão e, entre o pedido, a suplementação de documentos e o envio a este Conselho, a Unidade Escolar e a DER levam cerca de 20 dias para encaminhar os autos, infringindo o caput do 1º do artigo 24 da Deliberação CEE N o 155/ APRECIAÇÃO Observadas e constatadas as infrações da DER Leste 1 quanto aos trâmites processuais e pedagógicos, devidamente apontadas pela instituição, dá-se início à análise do recurso contra a avaliação do estudante. V. H. C. S. foi retido pela Unidade Escolar na 2ª série do Ensino Médio do ano letivo de O estudante não obteve a média regimental 5 (cinco inteiros) para promoção em 8 disciplinas, conforme boletim que segue: Disciplina 1º Bi 2º Bi 3º Bi 4º Bi Média Anual Língua Portuguesa Arte Matemática Biologia Física Química História Geografia Filosofia Sociologia Inglês Ressalta-se que os prazos e trâmites do processo de reconsideração do resultado final, junto à unidade escolar, foram respeitados e cumpridos. A Unidade Escolar informa que o estudante está matriculado na mesma instituição de ensino, neste ano letivo de 2018, e, a partir da decisão da DER Leste 1, cursando a 3ª série do Ensino Médio, no aguardo de decisão deste Conselho. Em seu parecer, a Supervisão de Ensino manifesta-se favorável ao Interessado, pois aponta que os registros escolares não demonstram avaliações cumulativas, qualitativas e que tais sequer seguem ordem aritmética, caracterizando a preponderância de aspectos quantitativos sobre os qualitativos. Considere-se que a Supervisão utilizou como base um boletim com dados incorretos. A instituição se manifesta em documentos sobre o desempenho do estudante ao longo do ano letivo de 2017, nos termos do 2º do artigo 23. Encaminha a este Conselho o Boletim Escolar final, as pautas das Reuniões de Pais e Mestres de todos os bimestres e do resultado final, a Ficha de Avaliação periódica, os Planos de Ensino das matérias em que houve reprovação com a descrição dos objetivos e competências, os Diários de Classe com as notas e os instrumentos utilizados no processo de avaliação ao longo do ano letivo, e o Regimento Escolar. Pelos registros nos documentos encaminhados, pode-se considerar que a EE Barão de Ramalho cumpriu seu Regimento Escolar e, em relação à avaliação, há indicações de que mantém processos diversificados de verificação das aprendizagens e oferece oportunidades de recuperação escolar ao longo do ano letivo. No entanto, as Fichas de Avaliação periódica não trazem informações 3

4 4 sobre as dificuldades de aprendizagem do estudante, ou das ações e recomendações endereçadas a ele, especificamente. Aliás, a análise do Boletim do Aluno indica que, pelo menos em dois componentes, seu desempenho foi atípico no 4 o bimestre, situação que não é evidenciada nos registros escolares. É esta a situação em Matemática, em que a média nesse bimestre foi 1 (um), embora nos três bimestres anteriores tenha sido alcançada média compatível com a aprovação: em Sociologia, a média neste último bimestre foi também 1,0 (um), embora no 1 o e no 3 o bimestres, a média tenha sido 6,0. Na diligência a escola tenta negar essa afirmação, mas contra fatos e dados não há argumento. O aluno foi transferido para o período noturno por motivos de trabalho e a escola alegou, na diligência, que as notas foram reflexo do que foi apresentado antes da transferência. Tomando-se como referência o conjunto dos componentes e recorrendo-se à soma das médias bimestrais de cada um deles, reforça-se a percepção de que o desempenho do aluno foi atípico no 4 o bimestre: enquanto no 3 o bimestre a soma dessas médias foi 59, no último foi de apenas 30. Estes dados são incontestáveis. Outro fato a ser ressaltado é que, a despeito das infrações da DER quanto aos trâmites processuais e à ausência de rigor na análise da situação do aluno em 2017 (uma vez que emitiu seu parecer mesmo sem ter acesso a toda a sua documentação escolar), o aluno já está cursando a 3ª série do ensino médio desde 26 de fevereiro do presente ano. Fazê-lo retroceder à 2 a série, depois de ter cursado praticamente todo o semestre na 3 a série, parece-nos inadequado sob o ponto de vista pedagógico. Após o manifestado na diligência pela escola e Diretoria de Ensino fica mais evidenciado que a escola cumpriu com seu regimento e suas obrigações e responsabilidades, mas os erros processuais que a Diretoria se prontifica a evitar tomando as providências cabíveis justificam a nossa decisão. Portanto, o Interessado deve continuar cursando a 3 a série do Ensino Médio, recomendandose à EE Barão de Ramalho que ofereça ao aluno oportunidades contínuas de acompanhamento e recuperação com vistas à superação de eventuais lacunas de aprendizagem que possam vir a comprometer o seu desempenho escolar. Recomenda-se, ainda, à DER Leste-1 que, na apreciação de processos relativos à avaliação escolar, sejam rigorosamente observadas as determinações da Deliberação CEE N o 155/ CONCLUSÃO 2.1 Nos termos deste Parecer, indefere-se o Recurso da EE Barão de Ramalho contra a decisão da DER Leste 1, que aprovou o estudante V. H. C. S. na 2ª série do Ensino Médio do ano letivo de 2017, mantendo-se a sua aprovação na referida série. 2.2 Envie-se cópia deste Parecer ao responsável pelo aluno, à EE Barão de Ramalho, à DER Leste -1, à Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB e à Coordenadoria de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional - CIMA. São Paulo, 03 de julho de a) Cons. Dom Carlos Lema Garcia Relator

5 5 3. DECISÃO DA CÂMARA A Câmara de Educação Básica adota como seu Parecer, o Voto do Relator. Presentes os Conselheiros: Cleide Bauab Eid Bochixio, Débora Gonzalez Costa Blanco, Francisco Antônio Poli, Francisco José Carbonari, Ghisleine Trigo Silveira, Jair Ribeiro da Silva Neto, Laura Laganá, Luís Carlos de Menezes e Sylvia Gouvêa. Sala da Câmara de Educação Básica, em 25 de julho de a) Cons.ª Ghisleine Trigo Silveira Presidente da CEB DELIBERAÇÃO PLENÁRIA O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO aprova, por unanimidade, a decisão da Câmara de Educação Básica, nos termos do Voto do Relator. Sala Carlos Pasquale, em 25 de julho de Consª. Bernardete Angelina Gatti Presidente PARECER CEE Nº 278/18 Publicado no DOE em 27/07/ Seção I - Página 23