Bacharelado em Engenharia de Pesca, Campus Ministro Reis Velloso.

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1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA- PROPESQ COORDENAÇÃO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA CITEC Programa Institucional de Bolsa em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação PIBITI APLICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE NANOPARTÌCULAS A BASE DE GOMA DO CAJUEIRO MODIFICADO EM FORMULAÇÕES PARA LIBERAÇÃO TRANSDÉRMICA DE DROGAS ANTI-INFLAMATÓRIAS Antônia Carla de Jesus Oliveira 1 Durcilene Alves da Silva 1 Bolsista de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Bacharelado em Biomedicina, Campus Ministro Reis Veloso. Bacharelado em Engenharia de Pesca, Campus Ministro Reis Velloso. Resumo O presente trabalho possui como finalidade utilizar a goma do cajueiro modificada com anidrido ftálico em sistemas de liberação controlada de fármacos, sendo assim utilizando o fármaco naproxeno de sódio que é classificado com anti-inflamatório não esteroidal. Palavras-chave: Goma do cajueiro modificada, naproxeno de sódio e nanopartículas poliméricas Introdução Polissacarídeos naturais de diversas fontes têm sido estudados e amplamente utilizados em diferentes áreas, tais como alimentação humana e animal, medicina, farmácia e na fabricação de papel. Nas últimas décadas, crescido um grande interesse na utilização de polissacarídeos, particularmente os bioativos, para várias novas aplicações devido à sua biocompatibilidade, biodegradabilidade, não toxicidade, e algumas atividades terapêuticas específicas (LIUN et al, 015). A goma do cajueiro é um heteropolissacarídeo, que pode sofrer variações na sua composição, dependendo da origem da planta, tipo de solo e época do ano. Esse biopolímeros se encontra em crescente utilização nas áreas biotecnológica, principalmente na indústria farmacêutica, pois podem ser facilmente modificadas para a utilização em sistemas de distribuição de drogas (KUMAR, 01 e DE PAULA & RODRIGUES, 1995). No campo farmacêutico as nanopartículas poliméricas compõe um sistema de transporte e entrega controlada de fármacos com diâmetro

2 inferior a 1 μm. O termo nanopartícula inclui as nanocápsulas e as nanoesferas, as quais diferem entre si quanto à organização morfológica e estrutural do polímero e quanto a presença ou ausência de uma fase oleosa na composição (KUMARI et al., 010). A vantagem de utilizar esses sistemas é que os materiais na escala nanométrica podem apresentar propriedades químicas, físico-químicas e comportamentais diferentes daquelas apresentadas em escalas maiores (BARIL et al., 01). As vantagens da utilização desses tipos de transportadores coloidais são a proteção de fármacos instáveis e o controlo da taxa de liberação do fármaco (TOMADA et al., 01). Nesse contexto o presente trabalho possui como objetivo utilizar a goma do cajueiro modificada com anidrido ftálico em sistemas de entrega de fármacos, utilizando como fármaco o naproxeno de sódio que é classificado com anti-inflamatório não esteroidal. Metodologia A goma do cajueiro foi modificada seguindo a metodologia (Vieira, et al, 010). Foi realizado ensaio de citotoxicidade com a goma modificada, utilizando a linhagem celular de Células Tronco da Polpa Dentaria Humana, nas concentrações 1 e 0,5 mg/ml. O fármaco naproxeno de sódio foi incorporado a goma modificada por meio de sistemas nanoparticulados, utilizado dialise contra agua, nas proporções 1: de fármaco e polissacarídeo, sendo caracterizado por espectroscopia ultravioleta visível, tamanho hidrodinâmico, índice de polidispersão, potencial zeta, eficiência de incorporação e encapsulação do fármaco. Resultados e Discussão Por meio da análise morfológica das Células Tronco Mesenquimais Da Polpa Dentária Humana, utilizando a goma do cajueiro modificada nas concentrações 1 mg/ml e 0,5 mg/ml, pode-se observar uma crescimento semelhante ao grupo controle na concentração 0,5 mg/ml, o que mostra que nessa concentração a goma não mostra muita toxicidade e sendo promissora para o uso na incorporação de fármacos, porem para a concentração 1 mg/ml o no número de células na parte central da placa mostra-se reduzido, logo na borda da placa foi observado o crescimento confluente das células, semelhante ao grupo controle.

3 Figura 1: Citotoxicidade em Células Troncos Mesenquimais da Polpa Dentária Humana As nanopartículas foram obtidas por dialise, utilizando como matriz polimérica a goma do cajueiro modificada. O sistema foi contra dialisado com agua Milli-Q, os solventes orgânicos utilizados foram o DMSO e Acetona (0 ml para ambos). O tempo da dialise foi entre 4 horas com três trocas de agua, sendo a condutividade da agua monitorada afim de constatar que todo o solvente foi retirado, as nanoparticulas são formadas devido uma perturbação no sistema ocorrendo auto-organização, onde a parte mais hidrofóbica do polímero se mantem no interior e a parte mais hidrofílica no exterior da nanopartículas. O fármaco utilizado é classificado como Anti-inflamatório não esteroide, ele apresenta uma ótima solubilidade para solventes orgânicos. Para a incorporação do fármaco foram utilizadas as melhores condições de síntese. Foi testada a proporção de polímero/ fármaco de 1:razão em massa. Para todas as sínteses realizadas foi observado uma banda em comprimento de onda em torno 314 e 39 nm, que pode ser atribuída ao naproxeno (figura ). As amostras foram caracterizadas por espectroscopia do UV-vis e Espalhamento Dinâmico de Luz, como mostra a tabela 1, com as respectivas concentrações utilizadas. Figura : Espectroscopia do Uv-vis das nanopartículas poliméricas, para a Goma do Cajueiro Modificada/Naproxeno

4 Tabela 1: Espalhamento Dinâmico de Luz e potencial zeta para as nanopartículas poliméricas Solvente Tamanho Médio De Partícula (nm) Índice de Polidispersão Potencial Zeta (mv) DMSO 101,1 0,44-9,9 Acetona 39,5 0,457 1: (Polímero/Naproxeno) Acetona 6, 0,489 1:(Polímero/Naproxeno) DMSO 161,4 0,53-8,8 Ao incorporar o fármaco, com a goma do cajueiro modificada, observou-se uma diferença no tamanho hidrodinâmico para a síntese utilizando como solvente DMSO, a sintetizada com acetona a diferença é sutil, o índice de polidispersão variou pouco para as duas sínteses. O potencial zeta das nanoparticulas poliméricas, variou em um intervalo de -8 a -9 mv, o que indica que o sistema possui de boa estabilidade coloidal, sendo que quanto maior o potencial zeta mais estável é a suspensão, pois as partículas carregadas se repelem umas às outras e essa força supera a tendência natural à agregação. Conclusões De acordo com o ensaio de citotoxicidade o material mostrou-se promissor para a aplicação proposta, já para as sínteses de nanopartículas com o produto modificado, carregadas com o anti-inflamatório naproxeno, mostrouse promissor de acordo com as caracterizações, pois o sistema indicou boa estabilidade coloidal em solução, porem serão necessários a realização de testes de eficiência de incorporação e liberação controlada. Agradecimentos Ao CNPQ, BIOTEC, LIMAV, NUPCELT e LAFEXX Referências - BARIL, M. B.; FRANCO, G. F.; VIANA, R. S.; ZANIN, S. M. W. Nanotecnologia aplicada aos cosméticos. Visão Acadêmica, Curitiba, v.13, n.1, Jan. - Mar./01 - DE PAULA, R. C. M.; RODRIGUES, J. F. Composition and rheological properties of cashew tree gum, the exudate polysaccharide from anacardium-occidentale L. Carbohydrate Polymers, 1995.

5 - KUMAR, ANIMESH; MOIN, AFRASIM; SHRUTHI R, AHMED, AYAZ; SHIVAKUMAR, HOSAKOTE G. Cashew Gum A Versatile Hydrophyllic Polymer: A Review. Current Drug Therapy, KUMARI, A.; YADAV, S. K.; YADAV S. C. Biodegradable polymeric nanoparticles based drug delivery systems. Colloids Surfaces, LIUN, JUN; WILLFO, STEFAN; XU, CHUNLIN. A review of bioactive plant polysaccharides: Biological activities, functionalization, and biomedical applications. Bioactive Carbohydrates and Dietary Fibre, TOMADA, K.; WATANBE, A.; SUZUKI, K.; INAGI, T.; TERADA, H.; MAKINO, K. Enhanced transdermal permeability of estradiol using combination of PLGA nanoparticle system and iontophoresis. Colloids Surf VIEIRA, A; SANTANA, S; BEZERRA, C; SILVA. H; MELO, J; FILHO, E; AIROLDI, C. Copper sorption from aqueous solutions and sugar cane spirits by 0 chemically modified babassu coconut (Orbignya speciosa) mesocarp. Chemical Engineering Journal, 010.