PARÂMETROS DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA PLANTA DE TRIGO 1. INTRODUÇÃO

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1 PARÂMETROS DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA PLANTA DE TRIGO 1 LIMA, N. B.; 2 MALLMANN, G.; 3 TRZECIAK, M. B.; 4 FERNANDES, J.M.C. 1 2 Acadêmico do curso de Agronomia FAEM/UFPel, blima.faem@ufpel.edu.br; Doutorando em Fitopatologia UPF; 3 4 Acadêmico do PPG em C&T Sementes FAEM/UFPel; PhD. Pesqisador Embrapa Trigo; Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário, Caixa Postal 354, CEP , Pelotas RS, Brasil 1. INTRODUÇÃO O Brasil possui uma superfície de 2,3 milhões de hectares ocupada pela cultura do trigo, com rendimento médio 2,1 toneladas por hectares (IBGE, 2006). As regiões que se destacam na produção de trigo localizam-se nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul, representando 90% do trigo produzido no país. No Rio Grande do Sul, o trigo ocupa uma superfície de 0,84 milhões de hectares, com rendimento médio de 1,85 toneladas por hectare (Conab, 2006). Existem inúmeros fatores que limitam a produtividade do trigo, tais como: eventos climáticos, pragas, limitações nutricionais e etc. Porém as doenças provocadas por fungos são um dos principais problemas. O conhecimento da fisiologia e desenvolvimento da planta do trigo é fundamental para a relação entre produtividade e os fatores que a limitam. Uma das principais ferramentas, capaz de relacionar as variáveis que implicam em alta ou baixa produtividade são os modelos matemáticos, que permitem simular o desenvolvimento da planta, bem como, os fatores que interferem na produção. Com resultados bem próximos à realidade, eliminando grandes experimentos de campo e a limitação do tempo. Uma das principais vantagens no uso deste tipo de ferramenta é a habilidade de interpretar situações complexas de maneira mais eficiente e rápida do que a mente humana é capaz (Knight, 1995). Através de modelos matemáticos e simulações é possível integrar todos os fatores da produção, deste modo, simular o crescimento e desenvolvimento das plantas nos permite quantificar o potencial de produção de cada cultivar, bem como a resposta das mesmas em relação aos microorganismos causadores de doenças. Em termos práticos, as principais contribuições do uso de modelos referem-se à identificação das principais variáveis associadas ao fenômeno em estudo, avaliações das mudanças decorrentes de alterações provocadas no processo estocástico, análise de tendências, o que permite o estabelecimento de projeções passadas e futuras, e fornecimento de subsídios para proceder análises econômicas e tomadas de decisão a priori (Guimarães, 2000). 2. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado na área experimental da Embrapa Trigo, localizada no município de Passo Fundo RS, no ano de 2006, em Latossolo vermelho distrófico típico. A densidade de semeadura foi de 330 sementes/m². O solo da área

2 experimental foi previamente adubado de acordo com a análise. A semeadura foi mecanizada, realizada no dia 6 de junho de As parcelas experimentais mediram 1 m por 5 m, totalizando uma área de 5 m². A adubação de cobertura foi realizada no início do afilhamento, de acordo com as recomendações. O controle de doenças foi realizado em toda área experimental. As cultivares semeadas foram num total de quinze, das quais, cinco são abordadas neste trabalho, BRS 179, BRS 194, Fundacep 30, BRS Louro, BRS Guamirim. A avaliação e quantificação da área foliar e peso seco foram realizadas em um total de 5 coletas. As avaliações iniciaram em 2 agosto de 2006, e terminaram na data de 11 de setembro de Em cada avaliação, 4 plantas de cada cultivar foram coletadas, a área foliar e o peso seco de todas as cultivares foram quantificados, sendo que, o peso seco foi obtido apenas do perfilho principal de cada planta. A área da folha foi expressa em cm² e o peso seco em gramas. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO As condições climáticas no período de cultivo do trigo no ano de 2006, em Passo Fundo RS, não foram favoráveis para o desenvolvimento da cultura, nos estágios iniciais do crescimento as altas temperaturas aceleraram o desenvolvimento das plantas. No estágio de espigamento fortes geadas provocaram danos irreversíveis na espiga, como abortamento de flores e má formação de grãos. Os seguintes gráficos descrevem o desenvolvimento das cinco cultivares, quanto a área total do dossel da planta e peso seco do perfilho principal. Gráfico 1 - Representação gráfica do desenvolvimento da área foliar das cultivares.

3 Área (cm²) 390,00 340,00 290,00 240,00 190,00 140,00 90,00 BRS Guamirim BRS 194 BRS 179 Fundacep 30 BRS Louro 40,00 2/8/06 9/8/06 16/8/06 23/8/06 30/8/06 6/9/06 Coletas Gráfico 2 - Representação gráfica do incremento de peso seco no perfilho principal das cultivares.

4 Peso (g) 2,000 1,800 1,600 1,400 1,200 1,000 0,800 0,600 0,400 0,200 0,000 BRS Guamirim BRS 194 BRS 179 Fundacep 30 BRS Louro 2/8/06 9/8/06 16/8/06 23/8/06 30/8/06 6/9/06 Coletas Tabela 1 - Representação dos estádios de desenvolvimento das plantas através do código de dois dígitos do sistema de Zadoks para o crescimento do trigo. Cultivares 2/8/06 9/8/06 24/8/06 30/8/06 11/9/06 BRS Guamirim BRS BRS Fundacep BRS Louro CONCLUSÕES A identificação dos estádios de desenvolvimento, área do dossel da planta e peso de massa seca do perfilho principal nos permite estabelecer parâmetros para o desenvolvimento e validação de modelos de simulação relacionados ao crescimento e desenvolvimento da planta de trigo, que possuem a função de estimar o crescimento, fenologia e o acúmulo de biomassa das plantas. Dados de desenvolvimento das plantas, dados climáticos, dados de desenvolvimento dos patógenos e dados relativos ao solo de forma integrada, com a utilização de um modelo matemático de simulação, facilitam e antecipam as tomadas de decisões, que são indispensáveis para uma alta produtividade.

5 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CONAB, documento eletrônico, disponível em: Acessado em outubro de GUIMARÃES, D.P. Um modelo de passo invariante baseado na função de Gompertz para prognose de crescimento. Pesquisa Agropecuária Brasileira 35(1): 75-81, IBGE, documento eletrônico, disponível em: Acessado em outubro de KNIGTH, J.D. Decision support system for integrated crop protection. In: Mckinlay, R.G. & ATKINSON, D. (Ed.) Integrated Crop Protection: Towards Sustentability? Farnham. Sustainable Farming Systems/BCPC pp