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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA O CÉREBRO EMOCIONAL COMO INTERFACE NO PROCESSO DA CONSTRUÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL Por: Márcia Regina de Carvalho Santos Orientador Profa. Marta Pires Relvas Rio de Janeiro 2013

2 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA O CÉREBRO EMOCIONAL COMO INTERFACE NO PROCESSO DA CONSTRUÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Neuropedagogia. Por: Márcia Regina de Carvalho Santos

3 3 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter iluminado meu caminho no decorrer deste estudo. Aos meus irmãos Wilson e Gilmar que durante todo o processo estiveram ao meu lado debatendo, incentivando e estimulando cada etapa de meu aprendizado, oportunizando passos cada vez maiores em busca de novos conhecimentos. E aos queridos mestres que me apresentaram um novo mundo educacional, através de inúmeras conexões e sinapses a partir da Neuropedagogia.

4 4 DEDICATÓRIA Dedico aos meus pais Wilson e Ondina (in memoriam) pela herança deixada por eles: a minha formação acadêmica. Todo sacrifício feito por ambos, durante toda vivência escolar, minha e de meus irmãos, permite hoje estar adquirindo mais uma formação. A responsabilidade, a determinação, o envolvimento e a dedicação sempre fizeram parte de nossa educação. Graças a eles somos cidadãos conscientes de nossos deveres, obrigações e sempre preocupados em cultivar respeito e solidariedade para com o próximo. Embora não estejam mais presentes fisicamente, com certeza satisfazem-se pelo imenso jardim florido, plantado com apenas duas sementes: a do amor e da educação!

5 5 RESUMO O objetivo desta monografia foi estabelecer uma relação entre a Neurociência e a influência da emoção no processo cognitivo, buscando sempre uma aproximação com o processo de ensino-aprendizagem. Para isso, foi realizado um histórico evolutivo da relação entre emoção e aprendizagem que permitiu o melhor entendimento de várias estruturas e funcionamento do cérebro, como o sistema límbico, o circuito de Papez etc. Da leitura e escrita do presente trabalho acadêmico, constata-se que emoção e a aprendizagem atuam em todos os processos neurais, uma influenciando, simultaneamente, a outra, ou seja, há uma atuação conjunta desses dois componentes no funcionamento do cérebro. Desse modo, a emoção precisa ser aprendida e treinada/educada. Não se pode evidenciar apenas no aspecto cognitivo, mas buscar uma comunhão com o aspecto emocional, focando em uma pedagogia que busque estratégias significativas que levem o indivíduo ao autoconhecimento para que ele possa aproveitar todas as oportunidades a seu favor. Palavras-chave: Neurociência. Emoção. Aprendizagem. Educação. Psicopedagogia.

6 6 METODOLOGIA A partir de leitura e revisitas a literaturas sobre Neurociências que abordam assuntos sobre a afetividade no processo de aprendizagem, sendo pesquisado o cérebro, as emoções e a cognição no sujeito cerebral. A investigação é fundamentada em pesquisas bibliográficas, através de documentos impressos, tendo como referência autores como Roberto Lent, Michael S. Gazzaniga, Daniel Goleman, António Damásio, Joseph LeDoux, Marta P. Relvas, Daniel e Miguel Chabot; artigos científicos; revistas acadêmicas como Mente e Cérebro, American Scientific; webgrafias e dissertações que abordam assuntos relativos ao tema.

7 7 SUMÁRIO Introdução... Capítulo I O Cérebro Emocional 1.1 O Mapeamento Cerebral/Emocional A Estrutura Emocional Neuroanatomia da Emoção O Sistema Límbico ou Cérebro Emocional Áreas Encefálicas Relacionadas com as Emoções Componentes do Sistema Límbico Conexões do Sistema Límbico Funções do Sistema Límbico... Capítulo II Memória, Emoções e Aprendizagem 2.1 Aprendizagem Emocional Emoções e Sentimentos A Química da Emoção As Emoções como Estados Corpo/Mente Memória A Química da Memória Atenção e Emoção Aprendizagem Plasticidade Cerebral Emoções, Aprendizagem e Memória... Capítulo III Motivação e Recompensas 3.1 Sistema Motivacional As Recompensas e o Cérebro Intervenções Neuropedagógicas... Conclusão... Bibliografia... Índice

8 8 INTRODUÇÃO Com grande destaque, faz-se necessário salientar que o emprego das emoções na educação é fundamental. A literatura atual mostra que as emoções e sentimentos podem promover a aprendizagem e à medida em que intensificam a atividade das redes neurais, reforçam as conexões sinápticas. Portanto, a Neurociência Pedagógica apresenta evidências de que a aprendizagem é melhor assimilada quando um determinado conteúdo ou matéria apresentam certos componentes emocionais, além de um ambiente escolar agradável e educativo. Grande parte da emoção e motivação dirigem-se ao sistema de atenção, o qual decide quais informações são arquivadas nos circuitos neurais e, portanto, são aprendidas (Posner, 2004 e Posner e Rothbart, 2005). Portanto, ao falar-se em formar alunos com capacidade de tomada de decisão e autonomia, não se pode esquecer que em decisões racionais, de alguma forma, as emoções são essenciais e ajudam a compreender determinados comportamentos que de outra perspectiva tornaria-se impossível. Segundo Damásio, a emoção pode ser definida ou usada no sentido de designar uma coleção de respostas desencadeadas por partes do corpo humano ou do cérebro, e mesmo entre diferentes partes do cérebro, através de ambas as rotas neurais e hormonais. O resultado final deste conjunto de respostas é o estado emocional, definido pelas alterações de determinadas propriedades do corpo humano e em certas zonas do cérebro. Este estado mental inclui a representação de alterações que ocorreram nas propriedades do corpo e são assinaladas através do sistema nervoso central, e ainda inúmeras alterações nos processos cognitivos. Ambos, a emoção e o sentimento, são passíveis de ser investigados, no entanto a emoção é de certa forma mais facilmente acessível do que o sentimento, dado que os estímulos e localização são mais simples, e também porque muitas das respostas são exteriorizadas e assim mensuráveis através de processos menos complexos.

9 9 Há uma segunda classe de reação emocional mais lenta que a resposta rápida, que surge primeiro nos pensamentos antes de provocar o sentimento efetivo, sendo a pessoa normalmente consciente dos pensamentos que levam a ele. Neste tipo de reação emocional há uma avaliação mais prolongada; pensamentos - cognição desempenham o papel chave na determinação de quais emoções serão causadas. Como é possível observar, a mente racional e a mente emocional são absolutamente integradas, cada uma refletindo um circuito de operações diferentes, mas interligadas ao cérebro. As conexões entre emoção e aprendizagem são bidirecionais e complexas. Ao pensar em uma situação feliz tende o humor da pessoa melhorar. Agora, pensar em um incidente com raiva estará propenso a enraivercer-se. Além disso, ser de bom humor leva a ter pensamentos felizes, estar triste traz lembranças desagradáveis e negativas, além de imagens à mente. Há muita pesquisa para apoiar que o humor atual influencia a forma de pensar, perceber eventos, lembrar-se e tomar decisões. Ser otimista faz pensar mais positivamente, ser mais criativo, ver e lembrar-se de eventos neutros como positivo. Como o indivíduo não pode ver as suas emoções diretamente, olha para o próprio comportamento e o de outras pessoas para inferir como se sente. Então, suas emoções são determinadas por suas interpretações, ou o que pensa sobre o que observa. O trabalho foi desenvolvido a partir de observações, no âmbito escolar, sobre a influência das emoções no processo cognitivo e a importância destas estações de retransmissão entre estímulos sensoriais e pensamento. A importância do docente ao perceber em seu aluno que quando a entrada dessas emoções é interpretada positivamente, estará motivado para agir e alcançar um objetivo, porém quando é compreendida de forma negativa, não agirá e não aprenderá. As emoções negativas tanto podem ser a causa como o efeito de problemas com aprendizagem. Ansiedade, depressão e raiva ou

10 10 frustração podem interferir no aprendizado e pode resultar em problemas com a aprendizagem, criando um padrão mal-adaptativo e autodestrutivo de comportamento, o que impede o aprendizado de manobras mentais/emocionais de crescimento. A falta de sucesso ou fracasso para alcançar os objetivos desejados pode ser exteriorizada como raiva, frustração e agressividade, ou internalizada como ansiedade e depressão. Estas emoções são nocivas para o bem-estar e colorem o mundo em tons de preto e cinza. Desfrutar as cores do mundo em matizes que reluzem, estimula a ter sucesso e traz satisfação para a vida. Não há como ser emocionalmente inteligente se o ser humano não for capaz de aprender a pensar racionalmente e controlar suas emoções.

11 11 CAPÍTULO I O CÉREBRO EMOCIONAL Do cérebro e apenas do cérebro nascem nossos prazeres, nossas alegrias, nossos risos e nossas lágrimas. Através dele, pensamos, vemos, ouvimos e distinguimos o feio do belo, o mau do bom, o agradável do desagradável. Hipócrates (séc. III a.c.) 1.1 O Mapeamento Cerebral/Emocional O cérebro é considerado o órgão responsável pela cognição, sendo a aprendizagem o resultado do desenvolvimento de funções executivas e a interação com o meio ambiente. Entende-se que o cérebro funciona processando as informações que recebe do meio através dos órgãos sensoriais, as interpreta e responde através de um ato motor ou memoriza a informação para uso posterior. Assim sendo, ele é a estrutura ou arcabouço biológico responsável pelas habilidades cognitivas - estas habilidades incluem a atenção, a memória, a percepção, etc. Portanto, essas habilidades permitem uma melhor capacidade de aprender a aprender, a pensar e a refletir, a transferir e a generalizar conhecimentos, aprender a estudar e comunicar-se, muito mais do que decorar e repetir informações. Quando se fala de córtex frontal, de cognição, de funções superiores estão sendo consideradas as funções de atenção, percepção, memória, juízo, raciocínio, pensamento, linguagem, etc. Dessa forma, a cognição permite ao indivíduo decidir como reagir em determinada situação e isso faz com que tome consciência da situação vivenciada.

12 12 Dentro do cérebro há um conjunto de estruturas que formam o sistema límbico, sendo as duas mais importantes: a amígdala e o hipocampo. É chamado também de cérebro emocional tendo conexões com o córtex frontal. Ao falar de sistema emocional, cérebro emocional, fala-se de emoções, como sendo reações químicas de afetos e sentimentos como estados decorrentes das emoções. Com outro olhar, o neuroanatomista James Papez, em 1937, descreveu que a emoção não é função de centros cerebrais específicos, mas de um circuito formado por estruturas básicas, interligadas por feixes nervosos: o hipotálamo e seus corpos mamilares, o núcleo anterior do tálamo, o giro cingulado e o hipocampo. Denominado como circuito de Papez, demonstrou ser o responsável pelo mecanismo de elaboração das funções centrais das emoções (afetos), assim como suas expressões periféricas (sintomas). O neuroanatomista propunha que a experiência da emoção era inicialmente determinada pelo córtex cingulado, e depois por outras áreas corticais. Pensava-se que a expressão emocional era comandada pelo hipotálamo. O giro cingulado se projeta ao hipocampo, e este por sua vez se projeta ao hipotálamo pelo caminho do feixe de axônios chamado fórnix. Impulsos hipotalâmicos alcançam o córtex via relé no núcleo talâmico anterior. Assim sendo, uma grande contribuição foi a que explicou os fenômenos neurobiológicos relacionados à emoção realizada por Papez. Papez trouxe a visão de sistema integrando o córtex cingulado, o hipocampo, o hipotálamo e o tálamo ficando conhecido como circuito de Papez. Posteriormente outras estruturas foram adicionadas e chegou-se ao conceito de Sistema Límbico cuja estrutura anatômica inclui giro do cíngulo, giro parahipocampal, amígdala, hipotálamo, área do septo e cerebelo, tálamo, hipocampo e córtex pré-frontal. Recentemente, Paul MacLean criou a denominação sistema límbico, aceitando na sua essência a proposta de Papez, e adicionou novas estruturas

13 13 ao sistema: os córtices órbitofrontal e médiofrontal (área pré-frontal), o giro parahipocampal, a amígdala, o núcleo mediano do tálamo, a área septal, os núcleos basais do prosencéfalo e formações do tronco cerebral. No sistema límbico, encontram-se neurotransmissores como a dopamina, a serotonina, a noropinefrina, etc, que são os responsáveis pela estabilidade do comportamento. O sistema límbico, descrito assim pelo neurofisiologista MacLean, que o descreveu como um cérebro trino, isto é, formado por três unidades principais, desenvolvidas em camadas, onde cada uma trouxe aprimoramentos e novas funções ao cérebro, interagindo entre si. O cérebro primitivo correspondente a autopreservação, responsável pelas funções vitais, pelo comportamento agressivo de luta, pela sobrevivência; O cérebro intermediário, o sistema límbico, responsável pelas emoções e funções ligadas à memória. Local onde se encontra as estruturas do tálamo e hipotálamo que são estruturas comuns aos mamíferos. É responsável pelas emoções, motivação, reconhecimento de emoções agradáveis ou não, o envolvimento de funções corticais e sub-corticais, comportamentos e sistema nervoso autônomo. Ele atua não só nos comportamentos necessários à sobrevivência, mas abrange funções afetivas e de cuidado. E o cérebro superior, o cérebro racional. O neo-córtex que é a camada mais externa, responsável pela racionalidade, linguagem, conceituação, etc. A importância desses três cérebros é que em muitas vezes o indivíduo se comporta de forma impulsiva, imediatista como se o que lhe guiasse fosse o cérebro primitivo. Nesse momento deve entrar em ação o sistema límbico e o neo-córtex para regular o comportamento inadequado, porém, não se deve descartá-lo uma vez que é responsável pelas necessidades básicas do deste indivíduo.

14 14 Desse, outro cientista que trouxe valiosas contribuições para a compreensão da emoção foi Le Doux considerando as emoções como funções biológicas do sistema. Segundo ele, a amígdala é responsável direta pelas emoções e o sistema límbico pela aprendizagem e memória. Seus estudos apontaram a importância e o peso das emoções no desenvolvimento cognitivo. Le Doux desenvolveu os conceitos de cérebro racional e cérebro emocional e trouxe muitas contribuições para o processo de aprendizado. Os pesquisadores Daniel Chabot e Michel Chabot expressam bem essa idéia quando afirmam que é preciso sentir para aprender. Damásio, estudioso das emoções, diz que as emoções ajudam o indivíduo a pensar, ampliando a ideia de que pensa-se com o corpo, pois as emoções são corporalizadas. Observa-se que a emoção (reação química) tem origem no cérebro e ele tem a capacidade produzir e sentir a reação química, de reagir aos estímulos da mesma e de percebê-la cognitivamente. As respostas corporais constituem parte integrante no processo global das emoções. Elas resultam das interpretações cognitivas das situações e a atividade fisiológica pode representar, cognitivamente, uma experiência emocional. Assim sendo, existe uma relação entre educação emocional é cognitiva. A emoção é a ponte entre a percepção de estímulos externos e internos e a facilitadora dos processos cognitivos. Verifica-se que a inteligência cognitiva é a capacidade de resolver problemas e de facilitar a interface do cérebro com a emoção, beneficiando o indivíduo em sua experiência cotidiana, ou seja, ela é mais uma ferramenta, no entanto, não é a mais importante. O que dará o tom à inteligência cognitiva é a inteligência emocional. Atualmente, pensa-se em inteligência não como uma maior ou menor capacidade de assimilar conhecimentos, mas como utilizar esses

15 15 conhecimentos em favor do próprio indivíduo. Assim, inteligência tem a ver com escolhas e tomada de decisões corretas ou adequadas. Dentro do cérebro, há também um conjunto de estruturas que formam o sistema límbico, sendo as duas mais importantes a amígdala e o hipocampo. É chamado também de cérebro emocional tendo conexões com o córtex frontal. Quando diz-se de sistema emocional ou cérebro emocional, está se falando de emoções como sendo reações químicas e afetos, e sentimentos como estados decorrentes das emoções. Por outro ângulo, através da educação emocional, o indivíduo tem a capacidade em regular suas respostas emocionais em função de uma apropriação a um contexto da experiência de vida dele. Pois, o cérebro é a sede da razão e da emoção e esta é processada no sistema límbico em parceria com o córtex pré-frontal. Biologicamente, há uma maturação emocional, entretanto, a educação emocional permite ao indivíduo a regulação apropriada de suas respostas emocionais. A sede das emoções é o sistema límbico e o sistema cortical (córtex) é a capacidade de discernimento do cérebro. Compreende-se que o cérebro é a sede da razão e da emoção; sistema límbico em parceria com córtex pré-frontal. O sistema límbico é responsável pelo que ocorre no meio interno; ele constrói as relações existentes entre o corpo e o meio e também influencia o sistema autônomo e endócrino, mundo interno e todas as funções de autopreservação da espécie. É também responsável pelo comportamento motivacional. De igual modo, o sistema límbico é responsável pelo equilíbrio e desequilíbrio emocional do ser humano e pela produção de sensações ligadas

16 16 aos processos emotivos. É a peça chave que direciona e motiva o ser humano. Nas diferentes partes do encéfalo, os mecanismos controlam os níveis de atividade nas diferentes partes e nas bases dos impulsos da motivação, esta que é importante para o processo ensino-aprendizagem, bem como atuam nas sensações de prazer ou punição, se realizam na maior parte pelas regiões basais do cérebro, as quais se derivam do sistema límbico. A motivação está envolvida com a fixação na memória. A fixação na memória é muito mais rápida e mais fácil quando há motivação. Esta fixação sofre influência do sistema límbico que detecta sempre a importância de cada momento, colocando-se como drive na memória, fixando de imediato. O sistema atual de educação praticado foca muito o cognitivo e desconsidera boa parte do emocional. Dessa forma, como facilitar a cooperação entre o sistema límbico emocional e o córtex cerebral cognitivo em função do desafio da aprendizagem? O emocional pode influenciar positivamente ou negativamente o cognitivo. Por exemplo, quando o indivíduo irá realizar uma prova, mesmo tendo toda capacidade e possibilidade cognitiva, se o emocional atuar negativamente, liberando neurotransmissores em excesso como o cortisol e a adrenalina, possivelmente ele não renderá de acordo com seu potencial. A emoção influencia a atenção e a atenção regula a aprendizagem. Desta forma é reproduzida: a amígdala determina se um estímulo recebido é importante ou não e é papel do córtex processar racionalmente o estímulo recebido, lhe dando sentido e depois seguindo para a ação. Desta feita, a via tálamo para a amígdala é mais curta, explicando a impulsividade da ação e a via do tálamo para o córtex é mais lenta, sendo o tempo essencial para uma resposta mais racional. O hipocampo e o córtex pré-frontal são as estruturas envolvidas no aprendizado cognitivo e a memória é função essencial para que a aprendizagem ocorra.

17 17 Segundo Damásio, os circuitos cerebrais da emoção, além do sistema límbico, se estendem ao córtex pré-frontal e dessa forma emoção e motivação influenciam a habilidade de processar a informação. Sem memória não há aprendizagem. A memória é a condição fundamental para que qualquer indivíduo possa aprender, ela é a base de todo saber, sem ela sempre seria necessário recomeçar novas aprendizagens, pois as antigas não se consolidariam, sendo assim, ela precisa ser muito bem estimulada. O processo de captação de uma informação é feita pelos neurônios (células nervosas) que se conectam entre si para que a informação seja armazenada. O cérebro funciona em módulos que ajudam na hora de recuperar informações e quanto mais caminhos levarem a elas, mais fácil será o resgate, daí a importância de se oferecer informações de diferentes naturezas sobre um mesmo assunto. A memória envolve um complexo mecanismo que permite integrar, reter e recuperar informações, portanto, está intimamente associada à aprendizagem, que é a habilidade que permite ao indivíduo modificar seu comportamento através das experiências que foram armazenadas na memória; em outras palavras, a aprendizagem é a aquisição de novos conhecimentos e a memória é a retenção daqueles conhecimentos aprendidos. Aprender implica a passagem de memórias de curto-prazo para longo-prazo, isto porque as memórias são instáveis. Quando se recorda algo, o cérebro divide a memória, atualiza-a, traz a memória à consciência e depois sintetiza novas proteínas para uma nova estrutura da memória à medida que esta regressa para longo-prazo, mais consolidada. Assim, a repetição ajuda a aprender. É possível compreender que o entusiasmo ajuda a aprender, pois o sujeito tem tendência a recordar mais facilmente eventos que suscitam uma

18 18 resposta emocional. O cérebro aumenta o número de ligações ON de neurônios. Seguindo a mesma linha de raciocínio, os neurotransmissores têm importante papel durante o processo de ensino-aprendizagem e nas funções cognitivas e emocionais do cérebro. A presença adequada dos principais neurotransmissores envolvidos nos processos de memória e aprendizado, como a Acetilcolina, a Noradrenalina e o Glutamato é fundamental para que o processo de ensinar e aprender sejam o mais eficiente possível. A carência ou excesso desses neurotransmissores pode dificultar e até inibir a aprendizagem. Esses e vários outros neurotransmissores estão envolvidos na formação de sinapses neurais, as quais permitem ao cérebro a aquisição de conhecimentos e formação de memórias. Percebe-se que a aprendizagem se dá pelo crescimento de novas sinapses, seja pelo fortalecimento e/ou enfraquecimento das sinapses existentes. 1.2 A Estrutura Emocional Cabe perguntar: o que seria da emoção se ela não provocasse um batimento acelerado do coração, uma pele ruborizada, uma dor de cabeça, uma respiração ofegante, um nó na garganta, uma agitação das mãos, uma paralisia das pernas? Desde o nascimento nutre-se tanto de emoções como de leite. Não é exagero dizer que falta de um ou de outro desses elementos pode conduzir o recém-nascido à morte. Não se vive sem afeto. Freud e depois os psicanalistas demonstraram como as primeiras emoções estruturam a personalidade. Na vida adulta há evolução, apesar de emoções vividas na fase de crescimento. Uma das principais vantagens da maturidade e da experiência é saber identificar as emoções e, em alguns casos, até domesticá-las progressivamente. Pois, embora componente da psique, que identifica e

19 19 singulariza os seres humanos, a emoção parece ter certa independência em relação à própria pessoa. Um indivíduo gostaria, por exemplo, de não corar quando fosse provocado ou constrangido, mas a emoção aflora sem que possa controlá-la. É nisso que ela parece irracional. Por isso é comum dizer que o coração tem razões que a própria razão desconhece. Para muitos, o mundo perfeito não teria emoções, tudo seria racional, refletido, calculado. Mas que sentido teria a existência? O ser humano sem emoção seria como uma máquina. As emoções são tão inerentes ao ser, que segundo alguns estudiosos, estão inscritas no patrimônio genético. Segundo Darwin, existiriam seis emoções que são comuns a toda humanidade, independentemente da cultura: alegria, tristeza, surpresa, medo, desgosto e raiva. Há quem associe essa visão das emoções e das cores. A variedade de matizes que é possível enxergar seria uma mistura entre as cores de base. No caso das emoções, as tonalidades são infinitas. As emoções regulam a percepção do meio e as relações com as pessoas. Em decorrência das emoções, os indivíduos se aproximam ou se afastam, às vezes pelas mesmas razões, mas administrando as emoções diferentemente. Os estados emocionais, a experiência da emoção, são uma história que o encéfalo constrói para explicar as reações corporais, não sendo uniformes e estereotipados, mas acompanhados por diferentes padrões de respostas autonômicas Neuroanatomia da Emoção António Damásio (1994) O homem prestou especial atenção através dos tempos aos processos de neurofisiológicos e psicológicos que dão origem ao funcionamento cerebral, bem como a sua estrutura e capacidades reconhecido hoje por seus três principais componentes: o cérebro (composto de dois hemisférios), o cerebelo (envolvido na coordenação e manutenção do

20 20 equilíbrio) e o cérebro emocional ou sistema límbico (onde se originam as emoções). O cérebro é dividido em dois hemisférios, com funções específicas especializadas. Foram gastos milhares de milhões de anos entre o processo evolutivo do cérebro em animais para chegar ao cérebro humano. A evolução das espécies desenvolveu cada vez mais estruturas complexas para processar a informação. Com o aparecimento de certas plantas e com o aumento dos animais na natureza desenvolveu-se os primeiros sistemas nervosos para passar pouco a pouco a criar os primeiros cérebros de peixes, anfíbios e répteis. Este cérebro primitivo dominou o mundo por milhões de anos. Segundo pesquisadores, ele foi apenas um sistema espacial do cérebro que regia a movimentos de aproximação, partida, defesa e ataque. Em seguida, a grande expansão dos mamíferos gera uma grande mudança no desenvolvimento do cérebro das espécies. Com o aparecimento do cérebro límbico, um círculo quase completo de tecido que envolve o sistema reptiliano. É neste sistema é onde geram as intensas emoções e as memórias de longo prazo. Ele inclui o hipocampo, a amígdala e outras estruturas. Cerca de 40 milhões de anos atrás, surgiu uma nova estrutura do cérebro chamado neocórtex, característico dos mamíferos euterianos (seus embriões permanecem no útero da mãe e são alimentados através de uma placenta), mais evoluída e em grande parte diurna. É o sistema que tem vindo a ser, entre outras, a da espécie humana, formada por um tecido nervoso de superfície rugosa e cheia de dobras. Este córtex é dividido em dois hemisférios que se comunicam através de fibras denominadas comissuras. Em um princípio funcionalmente simétrico e que com o surgimento dos gorilas e orangotangos começa uma assimetria ou lateralização do hemisférios com características diferentes uns dos outros.

21 21 Paul McLean descreve o cérebro humano como uma complexa interação dos três sistemas (réptil - mamífero - humano). Cada um destes três sistemas cerebrais têm inteligência especial, subjetividade, sentido de tempo e espaço, memória e função motora que operam de forma independente. Precisamente esta interação entre os três cérebros é o que contribui aos diferentes estados de consciência. Os avançados estudos neurofisiológicos realizados por Dr R. Sperry sobre a divisão do cérebro, serviu de base para a compreensão sobre a especialização hemisférica. Estes estudos permitiram localizar os recursos das capacidades de falar, ler, escrever e raciocinar com números como uma responsabilidade do hemisfério esquerdo, enquanto a habilidade de perceber e orientar-se no espaço, tarefas geométricas, elaborar mapas conceituais e mentais, criar mentalmente formas ou figuras, são ações executadas pelo hemisfério direito. Com esta pesquisa, Sperry consegue demonstrar cientificamente que os seres humanos têm dois cérebros, duas mentes e duas expressões mentais interligadas entre si. O hemisfério esquerdo prioriza o pensamento lógico, matemático, racional, cálculo analítico e leitura. Já o hemisfério direito tem como relevância, o pensamento espontâneo, sintético e intuitivo, predominando o subjetivo, o mundo interior. Ambos os cérebros estão interligados pelo corpo caloso. Hoje é reconhecido que os movimentos de controle do corpo e as sensações são igualmente divididos entre os dois hemisférios, isto ocorre de forma cruzada, o hemisfério esquerdo controla o lado direito do corpo e o hemisfério direito, o lado esquerdo do corpo. Quem liga as funções e transfere informações de um hemisfério para o outro, é o corpus caloso, formado por comissuras cerebrais que integram cerca de 300 milhões de fibras pelos quais os e hemisférios troquem

22 22 informações e atuem como uma unidade funcional. Assim, nos dois hemisférios Desenvolvem-se pensamentos, a captura e reprodução de ideias O Sistema Límbico ou Cérebro Emocional O sistema límbico, também chamado de mesencéfalo, está localizado imediatamente abaixo do córtex cerebral, incluindo grandes centros como o tálamo, hipocampo, hipotálamo, amígdala cerebral. Nos seres humanos estes são os centros de emoções, isto é, onde se processam diferentes emoções que o homem experimenta, como tristezas, ansiedades intensas alegrias. O sistema límbico está em constante interação com o córtex cerebral. A transmissão de sinais de alta velocidade permite que o sistema límbico e o neocórtex trabalhem em conjunto, e é assim que é explicado o controle que se tem sobre as emoções. Por cerca de cem milhões de anos surgiram os primeiros mamíferos superiores. A evolução do cérebro deu um salto quântico. Acima do bulbo raquidiano e do sistema límbico a natureza colocou o neocórtex, o cérebro racional. Nos instintos, impulsos e emoções foram adicionados maior capacidade de pensar abstratamente e, além do imediatismo do momento presente, de compreender as relações globais existentes, desenvolver auto consciencia e uma complexa vida emocional. A maior parte do pensamento ou planejamento, a linguagem, a imaginação, a criatividade e a capacidade de abstração, vem desta região do cérebro. "Os estados emocionais, a experiência da emoção, são uma história que o encéfalo constrói para explicar as reações corporais, não sendo uniformes e estereotipados, mas acompanhados por diferentes padrões de respostas autonômicas." Antonio Damásio ("O Erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano", 1994)

23 23 Os lobos pré-frontais e frontais desempenham um papel especial na assimilação neocortical das emoções: Primeiro, moderar as reações emocionais, diminuindo os sinais do cérebro límbico. Segundo, desenvolver planos de ações específicas para situações emocionais. Enquanto a amígdala, no sistema límbico, fornece os primeiros socorros em situações emocionais extremas, o lobo pré-frontal lida com a coordenação delicada das emoções Áreas Encefálicas relacionadas com as Emoções Tronco Encefálico No tronco encefálico estão localizados vários núcleos de nervos cranianos, viscerais ou somáticos, além de centros viscerais como o centro respiratório e o vasomotor. A ativação destas estruturas por impulsos nervosos de origem telencefálica ou diencefálica ocorre nos estados emocionais, resultando nas diversas manifestações que acompanham a emoção, tais como o choro, as alterações fisionômicas, a sudorese, a salivação, o aumento do ritmo cardíaco, etc. Além disto, as diversas vias descendentes que atravessam ou se originam no tronco encefálico vão ativar os neurônios medulares, permitindo aquelas manifestações periféricas dos fenômenos emocionais que se fazem por nervos espinhais ou pelos sistemas simpático e parassimpático sacral. Deste modo, o papel do tronco encefálico é principalmente efetuador, agindo basicamente na expressão das emoções. Contudo, existem dados que sugerem que a substância cinzenta central do mesencéfalo e a formação reticular podem ter, também, um papel regulador de certas formas de comportamento agressivo. No tronco encefálico origina-se a maioria das fibras nervosas monoaminérgicas do sistema nervoso central, destacando-se aquelas que

24 24 constituem as vias serotoninérgicas, noradrenérgicas e dopaminérgicas. Estas vias projetam-se para o diencéfalo e telencéfalo e, deste modo, exercem ação moduladora sobre os neurônios e circuitos nervosos existentes nas principais áreas encefálicas relacionadas com o comportamento emocional. É especialmente importante a via dopaminérgica mesolímbica, que se projeta especificamente para áreas altamente relevantes à regulação dos fenômenos emocionais, como o sistema límbico e a área pré-frontal. Embora os centros encefálicos mais importantes para a regulação das emoções não estejam no tronco encefálico, estes centros sofrem influência de neurônios nele localizados, através das vias monoaminérgicas que aí se originam. Hipotálamo O hipotálamo é uma parte essencial do sistema nervoso autônomo e, juntamente com a glândula pituitária, controla as funções necessárias para a homeostasia, mantendo o estado normal do corpo. Por exemplo, quando o corpo fica muito quente, o hipotálamo aumenta a taxa de transpiração. Quando a temperatura do corpo desce abaixo do normal, a taxa de perda de calor é reduzida pela contração dos vasos capilares e pelos tremores resultantes, o que produz um certo grau de calor. O hipotálamo também é o centro de controle para os estímulos que induzem a fome e a sede, além da função reguladora do impulso sexual, do sono, do comportamento agressivo e do prazer (Binney & Janson, 1990). O hipotálamo tem uma função adicional que é essencial para a sobrevivência. É este órgão que controla a resposta de lutar ou fugir. Tálamo O tálamo é uma estrutura fisicamente parecida com uma ameixa pequena, que se localiza no centro do cérebro. Com origem na palavra grega para câmara ou quarto interior, esta estrutura do cérebro está numa posição estratégica para agir como uma estação de abastecimento programada para dirigir o fluxo de informações entre os órgãos dos sentidos e o córtex. O tálamo

25 25 foi chamado portal do Cortez, dado que quase toda a contribuição dos órgãos sensoriais viaja primeiro para os corpos celulares nervosos no tálamo, onde os sinais são organizados e enviados para as áreas receptoras no córtex. A única exceção é o sistema olfativo, que envia os seus estímulos diretamente para o córtex. Área Pré-Frontal Corresponde à parte não motora do lobo frontal, caracterizando-se como córtex de associação supramodal e possui evidências de sua participação no controle do comportamento emocional Componentes do Sistema Límbico Componentes Corticais giro do cíngulo: Contorna o corpo caloso ligando-se ao giro para-hipocampal pelo istmo do giro do cíngulo, é percorrido por um feixe de fibras, o fascículo do cíngulo. Giro para-hipocampal: Situa-se sobre a superfície medial do lobo temporal paralelamente à formação hipocâmpica e em grande parte, é constituído de um córtex muito antigo, paleocórtex, que do ponto de vista citoarquitetural se classifica como alocórtex. Sua parte mais anterior dobra-se sobre si mesma, formando um gancho ou área de córtex. hipocampo: Eminência alongada e curva que no homem situa-se no assoalho do corpo inferior dos ventrículos laterais, acima do giro para-hipocampal; Também uma tira de arquicórtex de três camadas(do tipo alocórtex) é paralelo ao giro denteado em localização e desenvolvimento.suas conexões são: área septal e corpo mamilar através do fórnix. Componentes Subcorticais corpo amigdalóide: Situa-se no lobo temporal, próximo ao úncus e em relação com a cauda do núcleo caudado, constituído de numerosos subnúcleos. A

26 26 maioria de suas fibras eferentes agrupa-se em um feixe compacto. Possui conexões com o hipotálamo através da estria terminal e com o tálamo através da via amigdalófuga ventral. área septal: Compreende grupos de neurônios de disposição subcortical conhecidos como núcleos septais.tem conexões extremamente amplas e complexas, destacando-se suas projeções para o hipotálamo e para a formação reticular, através do feixe prosencéfalo medial. núcleos mamilares: Pertencem ao hipotálamo e situam-se nos corpos mamilares. Recebe fibras do hipocampo através do fórnix e envia fibras para os núcleos anteriores do tálamo e formação reticular. núcleos anteriores do tálamo: Recebem fibras dos núcleos mamilares e envia fibras para o giro do cíngulo. núcleos habenulares: Localiza-se na região do trígono das habênulas no epitálamo.recebem fibras aferentes pela estria medular e projetam-se para o núcleo interpeduncular do mesencéfalo Conexões do Sistema Límbico Conexões Intrísecas (Circuito de Papez) O Circuito de Papez, descrito em 1937, é uma região do cérebro que, acredita-se, está relacionada à emoção e à memória recente, já que sua lesão tem relação com amnésia anterógrada. Esse é um circuito hipocampotálamo-cingulado-hipocampal, que envolve um feixe de substância branca sob o giro do cíngulo. Segundo Papez, mensagens sensoriais com conteúdo emocional que chegavam ao tálamo seriam direcionadas ao córtex (ramo "racional") e ao hipotálamo (ramo "emotivo"). Para tanto, propôs uma série de conexões do hipotálamo ao tálamo anterior, e deste, ao córtex cingulado. As experiências emocionais, portanto, ocorreriam quando o córtex cingulado integrasse as

27 27 informações provenientes do hipotálamo com as informações provindas do córtex sensitivo. Uma via eferente do giro do cíngulo ao hipocampo e ao hipotálamo permitiria o controle central ("top-down") das respostas emocionais. Conexões Extrínsecas As estruturas do sistema límbico têm amplas conexões com setores muito diversos do SNC. Essas estruturas são: 1. Conexões Aferentes Recordações de fatos que emocionam, são frequentemente desencadeados pela entrada no SNC de determinadas informações sensoriais. Assim, por exemplo, o medo pode ser despertado por informações auditivas, visuais, olfatórias, somestésicas que sinalizem perigo. Informações relacionadas com a sensibilidade visceral tem acesso ao sistema límbico, através das conexões do núcleo do trato solitário com o corpo amigdalóide ou diretamente via hipotálamo. Numerosas projeções serotoninérgicas e dopaminérgicas que ele recebe, exercem ação moduladora sobre a atividade de seus neurônios. 2. Conexões Eferentes Participa dos mecanismos efetuadores que desencadeiam o componente periférico e expressivo dos processos emocionais, controlando as atividas do SNA. As conexões com a formação reticular se fazem basicamente através de três sistemas de fibras: 2.1. Do Sistema Límbico com o Hipotálamo Hipocampo: Liga-se aos corpos mamilares (hipotálamo) através do fórnix. Corpo Amigdalóide: Através da estria terminal comunica-se com o hipotálamo.

28 28 Área Septal: Através do feixe prosencefálico medial, liga-se ao hipotálamo Do Sistema Límbico à Formação Reticular Feixe Prosencefálico medial: Contém fibras que percorrem nos dois sentidos o hipotálamo lateral, onde muitas terminam. Principal conexão com a formação reticular está situada entra a área septal e o tegmento do mesencéfalo. Fascículo mamilo-tegmentar: Feixe de fibras que dos núcleos mamilares se projetam para a formação reticular do mesencéfalo. Estria medular: Feixe de fibras que se originam na área septal e que terminam nos núcleos habenulares. Como o hipotálamo e a formação reticular têm conexões direta com os neurônios pré-ganglionares do SNA, as vias acima descritas permitem ao Sistema Límbico participar do controle do SNA, o que é essencialmente importante na expressão de emoção Funções do Sistema Límbico Como já foi assinalada, a função mais conhecida do sistema límbico, e que deu origem ao próprio conceito deste sistema, é de regular os processos emocionais. Intimamente relacionadas com esta função, estão as de regular o sistema nervoso autônomo e os processos motivacionais essenciais à sobrevivência da espécie e do indivíduo, como fome, sede e sexo. Sabe-se também que alguns componentes do sistema límbico estão ligados diretamente ao mecanismo da memória e aprendizagem e participam da regulação do sistema endócrino. No mesmo ano em que Papez publicou seu famoso trabalho relacionando as estruturas límbicas com as emoções, dois cientistas, H. Klüver e P. Bucy publicaram um trabalho experimental que veio confirmar as ideias de

29 29 Papez. Estes autores fizeram uma ablação bilateral da parte anterior dos lobos temporais em macacos Rhesus, lesando algumas estruturas importantes do sistema límbico, como o hipocampo, o giro para-hipocampal e o corpo amigdalóide. Esta cirurgia resultou na maior modificação do comportamento de um animal até hoje obtida após um procedimento experimental. Estas alterações de comportamento são conhecidas como síndrome de Klüver e Bucy e consistem no seguinte: a) domesticação completa dos animais que usualmente são selvagens e agressivos; b) perversão do apetite, em virtude da qual os animais passam a alimentar-se de coisas que antes não comiam; c) agnosia visual manifestada pela incapacidade de reconhecer objetos ou mesmo animais que antes causavam medo, tais como cobras e escorpiões; d) tendência oral manifestada pelo ato de levar à boca todos os objetos que encontra (inclusive os escorpiões); e) tendência hipersexual, que leva os animais a tentarem continuamente o ato sexual (mesmo com indivíduos do próprio sexo ou de outra espécie) ou a se masturbarem continuamente. Convém assinalar que quadros semelhantes a este já foram observados no homem, em consequência da ablação bilateral do lobo temporal para tratamento de formas agressivas de epilepsia. Admite-se que a agnosia visual que ocorre na síndrome de Klüver e Bucy resulta de lesão das áreas visuais de associação localizadas no córtex do lobo temporal. Todos os demais sintomas que ocorrem nessa síndrome são consequência de lesões de estruturas do sistema límbico, em especial do corpo amigdalóide.

30 30 Estes resultados despertaram grande interesse e levaram muitos cientistas a pesquisar a participação dos componentes do sistema límbico nos fenômenos emocionais. Participação dos componentes do sistema límbico nos fenômenos emocionais: Corpo amigdalóide: Também chamado núcleo amigdalóide, é um dos núcleos da base. Situa-se no lobo temporal, próximo ao úncus e em relação com a cauda do núcleo caudado. É constituído de numerosos subnúcleos e suas conexões são extremamente amplas e complexas. A maioria de suas fibras eferentes agrupase em um feixe compacto, a estria terminal (uma parte das fibras eferentes do corpo amigdalóide constitui a via amigdalófuga ventral, que termina no núcleo dosomedial do tálamo e no hipotálamo), que acompanha a curvatura do núcleo caudado e termina principalmente no hipotálamo. Área septal: Lesões bilaterais da área septal em animais causam a raiva septal caracterizada por hiperatividade emocional, ferocidade e raiva diante de condições normais.há também aumento de sede.a área septal também tem papel na regulação de atividades viscerais e também é um dos centros do prazer no cérebro. Giro do Cíngulo: Ablação em animais selvagens, domestica completamente o animal. No homem, a cingulectomia já foi empregada no tratamento de psicóticos agressivos. A simples secção do fascículo do cíngulo, interrompendo o circuito de Papez, pode melhorar consideravelmente quadros graves de ansiedade e de depressão.

31 31 Hipocampo: Papel na regulação do comportamento emocional. Aumento da reatividade emocional causada por lesões do hipocampo pelo vírus da raiva, outra função importante é a participação no fenômeno da memória. O Sistema Límbico tem uma participação muito importante nos fenômenos emocionais. As áreas encefálicas relacionadas regulam as atividades viscerais através do SNA. Verificou-se que estimulações elétricas em várias áreas do hipotálamo, da área pré-frontal ou do Sistema Límbico determinam manifestações viscerais diversas, tais como salivação, dilatação pupilar, modificações do ritmo cardíaco ou respiratório, sudorese. Muitos distúrbios emocionais resultam em afecções viscerais, por exemplo, as úlceras gástricas e duodenais, podendo serem provocadas por estimulações crônicas do hipotálamo. O problema das localizações funcionais no hipotálamo, sistema límbico e na área pré-frontal, essas localizações, são pouco precisas no que se refere às manifestações viscerais, são muito menos precisas do que as existentes em áreas relacionadas com a regulação de funções somáticas. Lesões ou estimulações de uma mesma área podem resultar em fenômenos muito diferentes, como aumento da atividade sexual ou aumento da agressividade. A regulação de muitos tipos de comportamento e atividades viscerais depende não de áreas isoladas e estanques, mas de circuitos que podem envolver áreas muito distantes. Sobre as localizações funcionais no hipotálamo e no sistema límbico, cabe a referência às experiências de autoestimulação que permitiram a localização de áreas de prazer no cérebro. Experiências realizadas em ratos, nos quais foram implantados cronicamente eletrodos em várias partes do cérebro, havendo dispositivo capaz de registrar o número de estimulações por minuto. Verificou-se então, que os animais evitam estimular determinadas áreas do cérebro (áreas de punição), mas estimulam com uma frequência muito alta um grande número de áreas (áreas de recompensa), onde a

32 32 estimulação resulta em prazer para o animal. As áreas de recompensa são muito mais do que as de punição, localizadas no Sistema Límbico e no hipotálamo. As áreas de recompensa de cérebro correspondem às áreas relacionadas com os processos motivacionais primários, muitos neurônios do hipotálamo e do sistema límbico possuem receptores para hormônios circulantes, que são capazes de modular a atividade desses neurônios e influenciar os processos emocionais que eles regulam.

33 33 CAPÍTULO II MEMÓRIA, EMOÇÕES E APRENDIZAGEM 2.1 Aprendizagem Emocional Normalmente, o lado cognitivo da aprendizagem chama mais atenção, mas outra forte subcorrente continua a persistir. É o domínio das emoções, o tão falado aspecto afetivo da aprendizagem. Todos sabem que ele está lá, mas é encarado muitas vezes como uma omissão para a aprendizagem. Biologicamente, as emoções não são apenas uma área de estudos muito atual, mas também uma área de estudos muito importante. Os neurocientistas têm explorado novos caminhos para localizar este importante componente da aprendizagem. A característica afetiva da aprendizagem é a interação vital entre a forma como as pessoas sentem e a forma como agem e pensam. Não existe nenhuma separação entre a mente e as emoções; as emoções, o pensamento e a aprendizagem estão todos ligados. 2.2 Emoções e Sentimentos Esse é inseparável e fundamental para a realização e a manutenção de nossas vidas. São sistemas naturais que organizam as emoções positivas ou negativas. São várias regiões interconectadas (sistema límbico/hipotálamo). Existe a integração de áreas distintas da região cerebral, tais como: o córtex frontal orbital, o córtex cingulado anterior e as amígdalas cerebrais. O córtex frontal tem um papel crucial no refreamento da explosão impulsiva, enquanto o córtex cingulado anterior ativa outras regiões para responder ao conflito. As amígdalas cerebrais são pequenas, porém são importantes porção do cérebro, pois estão envolvidas na produção de uma resposta ao medo e a outras emoções negativas. (RELVAS, M., 2009 p.44) A cultura ocidental tem tido uma atitude peculiar em relação às emoções humanas. Apesar de ser reconhecida sua existência, sempre foram

34 34 subestimadas. A literatura retratou o mundo das emoções como excêntrico, irrefletido, incontrolável, caprichoso e até mesmo como sinistro. O percurso científico estável e de confiança tem sido o da razão e da lógica. Em meados dos anos 80, cinco respeitados neurocientistas Joseph LeDoux, Candece Pert, Jerome Kagan, António Damásio e Hanna Damásio surgiram com investigações importantes. Cada um fez contribuições significativas que ajudaram a modificar o modo como às emoções são pensadas. As emoções conduzem a atenção, criam significados e tem os seus próprios percursos de memória (LeDoux, 1994). Nada pode estar mais associado à aprendizagem. Kagan afirma: Os racionalistas que estão convencidos de que os sentimentos interferem com as escolhas mais adaptáveis entenderam tudo ao contrário. A confiança apenas na lógica, sem a capacidade de sentir... levaria a maioria das pessoas a fazerem muitos mais disparates (1994, p.39). O antigo modo de pensar sobre o cérebro constava da separação de mente, corpo e emoções. António Damásio lembra: O corpo... pode constituir a moldura indispensável de referência para... a mente (1994: p. xvi); e, de fato,... a redução das emoções pode constituir uma fonte igualmente importante de comportamento irracional (p. 53). A emoção ajuda a razão a concentrar a mente e a estabelecer prioridades. Muitos pesquisadores acreditam, agora, que a emoção e a razão não são opostas; por exemplo, o raciocínio lógico diz determina um objetivo, mas apenas as emoções tornam-se suficientemente apaixonados para agir na execução desse objetivo. A popularidade do best-seller Inteligência Emocional (Goleman, 1995) elevou as emoções a um patamar aceitável, se não mesmo respeitável. Os neurocientistas geralmente separam as emoções dos sentimentos. As emoções são geradas por percursos biologicamente

35 35 automatizados. Elas são a alegria (prazer), o medo, a surpresa, o repúdio, a raiva e a tristeza. Estudos cruzados de diferentes culturas indicam que estas seis expressões são universais. As únicas emoções para as quais os pesquisadores encontraram um local específico no cérebro foram o medo e o prazer. Essa é a razão pela qual os anteriores modelos de aprendizagem ligados à biologia eram dominados por estudos sobre as ameaças e as recompensas. Os sentimentos são diferentes; são as únicas respostas às circunstâncias, desenvolvidas ambiental e culturalmente. Incluem-se exemplos como: preocupação, antecipação, frustração, cinismo e otimismo. As emoções são muito reais. Quando é dito que estão envolvidas emoções, há uma vasta lista de modos específicos e científicos para medir o que está passando-se exatamente, incluindo respostas da pele, batimentos cardíacos, pressão arterial e atividade num eletroencefalograma. Facilmente se obtém leituras na resposta de um aluno ao medo, mas, por exemplo, ainda não existem meios para medir sentimentos de compaixão. Os estados sentimentais gerais e as emoções intensas de medo e prazer tomam no cérebro vias biológicas separadas (LeDoux, 1996). (A figura 2.1 resume as áreas cerebrais envolvidas nas emoções). Figura 2.1 Áreas do cérebro fortemente ativadas pelas emoções Nota: Também são ativadas outras áreas do corpo. Imagem extraída do livro: Compreender o funcionamento do cérebro, de Patrícia Wolfe Enquanto os sentimentos viajam num circuito, uma estrada mais lenta que atravessa o corpo, as emoções apanham sempre as super-autoestradas do cérebro. LeDoux (1992) encontrou, na área central do cérebro, um feixe de neurônios que conduz diretamente do tálamo à amígdala. Alguma informação terá prioridade emocional, antes de se conseguir medir o

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