Helena Patena Mendonça Vieira 1 Marcelo Wermelinger Lemes 2 Hugo Machado Rodrigues 3 Reiner Olíbano Rosas 4 Ana Valéria Freire Allemão Bertolino 5
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1 Helena Patena Mendonça Vieira 1 Marcelo Wermelinger Lemes 2 Hugo Machado Rodrigues 3 Reiner Olíbano Rosas 4 Ana Valéria Freire Allemão Bertolino 5 Análise dos índices pluviométricos como subsídio a gestão dos processos de degradação ambiental: Caso da sub-bacia Santo Antônio do Maratuã Silva Jardim/ RJ 1 Graduanda em Geografia, UFF (lenapatena@gmail.com); 2 Mestrando em Geografia, UFF; 3 Graduando em Geografia, UFF, Bolsista FAPERJ; 4 Diretor do Instituto de Geociências, UFF e 5 Professor adjunto, UERJ/FFP. 1 INTRODUÇÃO Os processos erosivos relacionados às águas pluviais atingem várias partes do globo, principalmente as regiões tropicais úmidas, onde os índices pluviométricos são elevados e muitas vezes concentrados em determinadas épocas do ano (períodos úmidos). A erosão do solo gera grandes prejuízos para o meio ambiente e para a sociedade, devido à perda de áreas agricultáveis e à consequente degradação dos recursos hídricos (RIBEIRO, 2007). As gotas da chuva em contato com o solo promovem a compactação da superfície diminuindo a capacidade de infiltração e destacam e transportam os materiais finos que, pela sua sedimentação posterior, tenderão a diminuir a porosidade da superfície. Além disso, umedecem a superfície do solo, saturando as camadas próximas, aumentando a resistência à penetração da água, e atuam sobre as partículas de substâncias coloidais que, ao intumescerem, reduzem a dimensão dos espaços intergranulares (Martins, 1976). Para Guerra (2001), a adoção de medidas efetivas de controle preventivo e corretivo da erosão depende do entendimento correto dos processos relacionados com a dinâmica de funcionamento hidrológico sobre o terreno. O fenômeno de precipitação é
2 o elemento alimentador da fase terrestre do ciclo hidrológico e, constitui um fator importante nos processos de escoamento superficial direto, infiltração, evaporação, transpiração, recarga e vazão básica dos rios. 2 OBJETIVO O presente trabalho objetivou determinar e discretizar o ano hidrológico da Sub- Bacia Santo Antônio do Maratuã Silva Jardim/RJ; a diferenciação dos períodos úmidos e secos, bem como o volume da precipitação distribuída ao longo dos meses do ano. Para isso, foi utilizada uma série mensal de dados pluviométricos referentes ao período de janeiro de 2012 a dezembro do mesmo ano. Os dados de precipitação foram obtidos através de dois pluviômetros simples instalados em localidades distintas dentro da sub-bacia A partir dos dados pluviométricos foram realizadas analises diárias de classificação segundo os parâmetros da Fundação GeoRio. 3 MATERIAIS E MÉTODOS O estudo restringiu-se às morfologias de colinas e morros rebaixados, com vertentes convexas e topos arredondados que salpicam a planície aluvial do rio São João, para realizar uma caracterização bem definida, optou-se por um trabalho em escala local, adotando a Sub-Bacia Santo Antônio do Maratuã como área delimitada para o estudo.
3 Figura 1: Mapa de localização onde podem ser observadas as vias de acesso, a hidrografia e a delimitação da Sub-bacia Santo Antônio do Maratuã. A Sub-bacia Santo Antônio do Maratuã, com uma área total de ha, está inserida nos limites do municipio de Silva Jardim, tendo acesso pela BR 101 (km 224 norte). O acesso se da pela Fazenda Vale do Cedro onde são desenvolvidas atividades agropecurárias, genética de gado leiteiro e pesquisas sobre erosão (Figura 1). Esta sub-bacia está inserida dentro dos limites do município de Silva Jardim que conta com uma população de habitantes (IBGE, 2011), faz divisa com os municípios de Casimiro de Abreu, Nova Friburgo, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu e Araruama. Ocupa uma área total de 938,336 km². Dentre as localidades mais importantes inscritas no território municipal (todas próximas a Serra do Mar), estão Quartéis ou Aldeia Velha, Bananeiras e Gaviões. A quantidade de chuva é medida em termos de volume de água precipitada por unidade de área e a intensidade de chuva em termos de volume de água precipitada por unidade de área e de tempo (REICHARDT, 1990). A análise da quantidade e
4 distribuição da precipitação sobre uma dada área é feita fundamentalmente por um aparelho denominado pluviômetro (Figura 2). Os pluviômetros são os instrumentos mais comuns, utilizados para registros pluviométricos. Eles são recipientes cilíndricos circulares, abertos para a atmosfera e fechado na base, com a finalidade de armazenar o total de água precipitada. Estes instrumentos podem ser fabricados por empresas de instrumentação meteorológica, que geralmente, fazem aparelhos mais elaborados de metal, ou podem ser construídos artesanalmente com tubos de PVC e até mesmo garrafas plásticas de refrigerante. A observação dos pluviômetros é feita normalmente uma vez por dia, todos os dias, as 17:00. A medida do pluviômetro não indica a intensidade das chuvas ocorridas, mas tão somente a altura pluviométrica diária. Figura 2: (A) Pluviômetro utilizado para aferição dos índices pluviométricos. (B) Proveta milimetrada utilizada. 4 RESULTADOS O clima da região é tropical. A distribuição das chuvas na área exibe uma forte variação espacial e temporal. Isto ocorre devido à ação combinada das mudanças das massas de ar que atuam sobre a região ao longo do ano, com as diversificadas características ambientais das bacias. Durante o verão predomina a massa de ar Continental Equatorial, enquanto no resto do ano prevalece a massa de ar Tropical Atlântica. Frentes frias (Frentes Polares Atlânticas) frequentemente passam pela região, em especial durante a primavera. A quantidade de chuva cresce de sudeste para noroeste, variando de menos de 1.000mm/ano até pouco menos de 2.500mm/ano. Ela é maior nas partes superiores da
5 cadeia de montanhas da Serra do Mar e um pouco menor na meia-encosta e no sopé das montanhas (Consórcio Intermunicipal Lagos São João, 2007). O comportamento pluviométrico do período seco é de declínio da altura de chuva. No entanto, no período úmido ocorre um aumento gradativo dos acumulados de precipitação, excetuando-se o mês de fevereiro que apresenta uma leve queda nos índices de chuva (Figura 4). Os meses mais secos são de junho, julho e agosto, com valores médios mensais inferiores a 100 mm. Entretanto, os meses mais chuvosos são os de dezembro e janeiro, com alturas superiores a 300 mm. Durante o período estudado, as alturas de chuva são, de uma forma geral, inferiores a 300 mm, exceto no mês de janeiro, cuja altura foi de 481,41mm. Os totais registrados no período úmido foram de 1356,64 mm e no período seco de 160,56 mm, ou seja, 85 % do total pluviométrico anual concentrou-se de outubro a março. Dentre o período estudado, os picos de pluviosidade foram obtidos nos meses de janeiro e novembro de 2012, com valores de respectivamente 481,41 mm e de 261,78 mm. Os maiores períodos de estiagem foram nos meses de fevereiro e agosto, com alturas de 39,60 mm no primeiro mês e 15,66 mm no segundo. O período chuvoso concentrou cerca de 66% dos dias com chuvas do ano, ou seja mais da metade das precipitações ocorreram entre os meses de outubro e março. Os meses de dezembro e novembro alcançaram a maior quantidade de dias com chuva, com a quantidade máxima de 12 dias, ou seja, em mais da metade dos dias de cada mês não ocorre precipitação. De uma forma geral, podemos concluir que na região ocorre uma grande concentração sazonal da precipitação, com a maior parte do ano em um regime de seca.
6 Figura 3: Distribuição dos índices pluviométricos na Sub-bacia Santo Antônio do Maratuã ( X de dois pluviômetros). A ocupação antrópica sem planejamento na Sub-bacia Santo Antônio do Maratuã resultou na modificação da paisagem, em especial na bacia hidrográfica, que foi uma das unidades ambientais mais atingidas. O desmatamento, a descaracterização dos canais fluviais, o assoreamento e o aumento de ocorrências de enchentes são reflexos da ação do homem no meio físico observadas em Lemes et al (2013) e as taxas pluviométricas auxiliam na recuperação dessas áreas degradadas.
7 4 BIBLIOGRAFIA ANDRADE Ailton ; SOUZ, S.; DIOGO J. M. da S. Atributos físicos do solo em diferentes sistemas de manejo. In.: IX Simpósio Nacional Cerrado. Desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade, agronegócio e recursos naturais. Brasília, DF, GUERRA A. J. T. Experimentos e monitoramentos em erosão dos solos. Revista do Departamento de Geografia; n 16; ano 2005; p LEMES, M. W., VIEIRA, H. P. M., RODRIGOS, H. M., COSTA, F. H. L., ROSAS, R. O., BERTOLINO, A. V. F. A. Análise dos processos erosivos em colinas dissecadas no alto curso da Bacia do Rio São João, Silva Jardim RJ. In: XXXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 2013, Florianópolis. Ciencia do Solo para que e para quem? Rio de Janeiro: CBCS, v. 01. p MARTINS S. G.; SILVA M. L. N.; CURI N.; FERREIRA M. M.; FONSECA S; MARQUES J. J. G. S. M. Perdas de Solo e Água por Erosão Hídrica em Sistemas Florestais na Região de Aracruz; (ES). R. Bras. Ci. Solo, p. 27: , MESQUITA, M. da G. B. de F.; MORAES, S. O. A Dependência entre a Condutividade Hidráulica Saturada e Atributos Físicos do Solo. Ciência rural, maio-junho, ano/vol. 34, n 003. Universidade Federal de Santa Maria, Brasil PEREIRA F. A. de C.; FONSECA A. A. O.; ALMEIDA E. C. de; Célio Santos Moreira; Dionísio J. B. Macedo; Jucelho Dantas da Cruz. Comparação entre condutividade hidráulica saturada determinada em campo e laboratório. Magistra, Cruz das Almas-Ba, V. 13, n 1; jan./jun.; ano REICHARDT, K. A água em Sistemas Agrícolas. São Paulo: Manole, cap.4, p
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