MUNICÍPIO DE LAGOA (Algarve) ATIVIDADES DE ANIMAÇÃO E DE APOIO À FAMÍLIA NA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR NORMAS DE FUNCIONAMENTO
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- Thomaz Marreiro Flores
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1 (Algarve) ATIVIDADES DE ANIMAÇÃO E DE APOIO À FAMÍLIA NA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR NORMAS DE FUNCIONAMENTO
2 (Algarve) Preâmbulo A lei-quadro da educação pré-escolar (lei n.º5/97, de 10 de fevereiro), no seu ponto 1 do artigo 12º prevê que o Jardim de Infância deve proporcionar para além das atividades pedagógicas, atividades socioeducativas de apoio à família, assegurando um horário flexível compatível com as necessidades dos pais e encarregados de educação, pelo que o Município de Lagoa em colaboração com os respetivos parceiros da comunidade e numa estreita articulação com os Agrupamentos de Escolas do concelho, pretende promover a igualdade de oportunidades no período pré-escolar no que diz respeito à plena inclusão da criança na vida em sociedade. Como primeira etapa da educação básica, a educação pré-escolar é essencial para a criação de bases sólidas que constituirão a progressiva autonomia das crianças, pelo que deverá resultar numa escolaridade bem-sucedida, concorrendo por um lado como fator de promoção do desenvolvimento pessoal, social e cognitivo das crianças que beneficiam das atividades e, por outro, como um forte apoio e suporte às famílias no sentido de garantir a conciliação da vida pessoal, familiar e profissional, como pressuposto de uma cidadania ativa. Artigo 1.º Objetivo O Programa de Desenvolvimento e Expansão da Educação Pré-Escolar procura apoiar as famílias na árdua tarefa de educar os seus filhos, de acordo com as suas necessidades educativas, proporcionando-lhes atividades diversificadas que estimulem a sua criatividade e a sua capacidade sócio-afectiva, em prol de um futuro pleno de sucesso.
3 (Algarve) Artigo 2.º Definição 1. Estas normas regulam as condições relativas à oferta das atividades de animação e apoio à família na educação pré-escolar, adiante designadas por AAAF, de acordo com as suas necessidades. 2. As presentes normas são aplicáveis aos beneficiários e beneficiárias da educação préescolar do concelho de Lagoa na rede pública, nos termos a definir pela cooperação a protocolar entre o Município e os agentes educativos da comunidade, que as operacionalizam e supervisionam. 3. As AAAF consagram duas vertentes: as refeições escolares durante o tempo letivo e a componente socioeducativa desenvolvida no prolongamento de horário após a atividade letiva diária e nas interrupções letivas. 4. As AAAF serão organizadas de acordo com o projeto educativo de cada Agrupamento e em articulação entre este e a Instituição promotora das mesmas, de acordo com a planificação a acordar entre as partes e assegurando a supervisão pedagógica e o acompanhamento por parte do Agrupamento, tendo em vista garantir a qualidade das atividades e adequá-las às necessidades das famílias. 5. Nos termos da cooperação a definir anualmente para a operacionalização das AAAF, devem as Instituições em estreita articulação com os Agrupamentos de escolas, apresentar um projeto de intervenção socioeducativa que garanta a qualidade do serviço prestado às famílias. Artigo 3.º Localização 1. As refeições escolares das crianças que frequentam os estabelecimentos de educação pré-escolar do concelho de Lagoa são servidas nos refeitórios escolares ou salas de refeição.
4 2. As AAAF realizam-se nas instalações dos próprios Jardins de Infância ou nas instalações das Instituições vocacionadas para o efeito, com as quais o Município e os Agrupamentos celebrem protocolo de colaboração. Artigo 4.º Duração das Atividades de Animação e de Apoio à Família 1. As refeições das crianças que frequentam os Jardins de Infância da rede pública do concelho de Lagoa são servidas durante o período correspondente ao calendário das atividades educativas da educação pré- escolar. 2. Nos períodos de interrupção letiva, definidos no Projecto Curricular do Agrupamento, as crianças podem a pedido das famílias e refletido no Acordo a celebrar com a Instituição, tomar as refeições nos refeitórios das mesmas, mediante o pagamento integral do custo da refeição estipulado pela respetiva instituição, nos termos a acordar com o Município de Lagoa em Protocolo de Cooperação a celebrar anualmente. 3. As AAAF realizam-se diariamente, de setembro a julho, inclusive, após a componente letiva e até às horas, nos termos do calendário escolar definido anualmente pelo Ministério da Educação e Ciência. 4. As AAAF destinam-se preferencialmente às famílias cujos progenitores e/ou encarregados de educação comprovadamente delas necessitam, cujo horário poderá ser prolongado até às 19h00 ou até às 19h30, tendo em conta o serviço disponibilizado pela Instituição, mediante a apresentação de declaração justificativa de horário por parte da entidade patronal, ou declaração de entidade credenciada para o efeito, que comprovadamente refira a importância da permanência da criança para além das 17h30 nas AAAF. ~ 4 ~
5 5. As AAAF nos períodos de interrupção letiva (férias e outras situações imprevistas) realizam-se a tempo inteiro, sendo o horário acordado com as famílias em função das necessidades destas e em colaboração com as Assistentes Operacionais dos respetivos Jardins de Infância, quando a componente se realiza nas próprias instalações. Artigo 5.º Comparticipação familiar 1. A comparticipação familiar aplicada às refeições escolares é a correspondente ao valor diário por refeição, nos termos da legislação em vigor aplicável ao ensino básico e de acordo com os escalões de capitação, conforme as regras de ação social escolar. 2. A determinação da comparticipação familiar mensal para as AAAF na componente socioeducativa tem por base os seguintes escalões de rendimento per capita indexados aos Apoios Socais (valor do IAS): 1º 2º 3º 4º 5º 6º Rendimento Per Capita Até 30% do IAS; De 31 a 50% do IAS De 51 a 70% do IAS De 71 a 100% do IAS De 101 a 150% do IAS Superior a150% do IAS 3. Para determinar a comparticipação familiar na componente socioeducativa das AAAF é aplicada uma percentagem sobre o rendimento per capita, conforme o quadro seguinte: Prolongamento 1º 2º 3º 4º 5º 6º ~ 5 ~
6 de 5 % 10% 12,5% 15% 15% 17,5% Horário 4. A comparticipação familiar mensal máxima da componente socioeducativa das AAAF não pode exceder o custo real dos serviços prestados pelo estabelecimento de educação pré-escolar e/ou Instituição vocacionada para a dinamização de actividades socioeducativas, sendo este valor determinado anualmente, em articulação com as Instituições e em função do horário pretendido pelas famílias. 5. O valor da comparticipação das famílias é definido por tempo de permanência diária na Instituição, fixado em função do disposto nos números 3 e 4 do artigo 4º, permitindo a utilização do serviço até às 19:00 ou 19h30 horas, nos termos do Acordo de Prestação de Serviços a celebrar com a Instituição. 6. Tendo em conta a possibilidade de prolongamento da componente socioeducativa das AAAF até às 19h30, consoante a Instituição que presta o serviço, o valor da comparticipação das famílias terá uma redução de 5% por cada meia hora que as crianças não usufruam a partir das 17h30 e até às 19h00, período obrigatório do serviço, nomeadamente: a. Redução de 15% à mensalidade, caso frequentem as AAAF apenas até às 17h30; b. Redução de 10% da mensalidade, caso frequentem as AAAF apenas até às 18h00; c. Redução de 5% da mensalidade, caso frequentem as AAAF apenas até às 18h Em situação de não cumprimento reiterado dos horários convencionados, por parte das famílias, cabe à Instituição promotora da componente socioeducativa das AAAF aplicar uma sanção pecuniária até 50% sobre o valor da comparticipação mensal. ~ 6 ~
7 8. A comparticipação familiar mínima para as atividades socioeducativas AAAF é fixada em 10% do valor da comparticipação máxima mensal fixada anualmente pela Instituição. 9. A comparticipação familiar máxima mensal para as AAAF fixada anualmente pela Instituição, correspondente ao valor real do serviço prestado, poderá ser atualizada anualmente em função do valor homólogo da inflação. 10. Sempre que o processo se encontre incompleto por falta de documentos, impossibilitando o cálculo da capitação do agregado familiar, será atribuído o valor máximo fixado pela respetiva Instituição, após a notificação nos termos do Código do Procedimento Administrativo. 11. As Instituições deverão remeter mensalmente à autarquia e até ao dia 5 de cada mês, a relação nominativa da frequência das crianças nas AAAF. 12. As Instituições que pretendam desenvolver AAAF deverão apresentar à autarquia até ao final do mês de junho, antecedente ao ano letivo seguinte, a sua pretensão em iniciar ou dar continuidade à prestação do serviço e respetivos termos e pressupostos, nomeadamente perfil dos recursos humanos a afetar e o custo real do serviço, bem como os estabelecimentos de ensino na sua área de influência, bem ainda os serviços adicionais que pretendam prestar às famílias e respetivos custos associados. Artigo 6.º Definição de Agregado Familiar Entende-se por agregado familiar o conjunto de pessoas ligadas entre si pelo vínculo de parentesco, casamento ou outras situações de relacionamento, desde que vivam em comunhão de mesa e habitação, não se incluindo para este efeito os cônjuges divorciados ou separados, de direito ou de facto e hóspedes. ~ 7 ~
8 Artigo 7.º Determinação da comparticipação familiar 1. A comparticipação familiar é determinada de acordo com os documentos apresentados pelo agregado familiar, tais como: a. Documentos de identificação de todos os elementos que constituem o agregado familiar; b. Modelo de Declaração de IRS/IRC do ano anterior ou documento comprovativo do não preenchimento do mesmo; c. Recibos de vencimento atuais de todos elementos do agregado familiar com actividade profissional e/ou declaração válida com o valor de outros rendimentos provenientes de pensões e/ou subsídios; d. Comprovativo de inscrição no IEFP e declaração da Segurança Social com o valor do subsídio atribuído, em caso não exercício de actividade profissional; e. Comprovativo do Valor do Rendimento Social de Inserção; f. Documento do Tribunal de Família e Menores/Registo Civil a regular o poder paternal e valor da pensão de alimentos, ou em sua substituição declaração sob compromisso de honra com o respectivo valor da pensão de alimentos ou da sua inexistência, por parte do encarregado de educação; g. Recibo da Renda da casa ou comprovativo da entidade bancária com o valor da prestação relativa à habitação própria permanente que constitui a morada de família; h. Comprovativo dos encargos médios mensais com transportes públicos; i. Despesas com a aquisição de medicamentos de uso continuado, em caso de doença crónica. 2. A documentação necessária para o cálculo da comparticipação familiar deve ser entregue nos respetivos Agrupamentos de Escolas. Durante a apreciação do pedido, poderá o Município contactar os Agrupamentos e/ou os Encarregados de Educação solicitando documentos adicionais relevantes para a análise e processamento do pedido. ~ 8 ~
9 3. O cálculo do valor da comparticipação familiar é efetuado pelo Município de Lagoa, que prestará a devida informação aos Agrupamentos de Escolas e Instituições respetivas. Cabe aos Agrupamentos e às Instituições informar do valor da comparticipação familiar e alterar os termos do respetivo Acordo de Prestação de Serviços a celebrar anualmente com as famílias, nos termos definidos nestas normas. 4. Sempre que surjam dúvidas acerca da situação socioeconómica do agregado familiar, cabe ao Município proceder às devidas diligências a fim de averiguar a veracidade da mesma. Artigo 8.º Cálculo do Rendimento Familiar per capita O cálculo do rendimento per capita do agregado familiar será determinado consoante a aplicação da seguinte fórmula: sendo que: R= Rendimento per capita; R = RF - D 12N RF= Rendimento anual ilíquido do agregado familiar; D= Despesas fixas anuais; N= Número de elementos do agregado familiar. Artigo 9.º Despesas fixas anuais 1. Consideram-se despesas fixas anuais do agregado familiar: a. O valor das taxas e impostos necessários à formação do rendimento líquido, designadamente do imposto sobre o rendimento e da Taxa Social Única; b. O valor da renda de casa ou de prestação devida pela aquisição de habitação própria; ~ 9 ~
10 c. Os encargos mensais médios com os transportes públicos; d. As despesas de saúde e com a aquisição de medicamentos. 2. As despesas fixas referidas nas alíneas b) e d) do número anterior são deduzidas até ao limite correspondente ao montante de doze (12) vezes o IAS (indexante de apoios sociais). Artigo 10.º Situações Especiais Sempre que, através de uma cuidada análise socioeconómica do agregado familiar, se conclua que o encargo com a comparticipação familiar é de especial onerosidade, designadamente no caso de famílias abrangidas pelo regime de Rendimento Social de Inserção ou por alterações significativas nos rendimentos do agregado familiar, o seu valor será reduzido para o mínimo estipulado. Artigo 11.º Regras de pagamento 1. As comparticipações familiares das AAAF que decorrem nas Instituições serão pagas na secretaria das mesmas, até ao dia 8 do mês correspondente. 2. O não cumprimento do disposto no número anterior, determina o cancelamento da frequência das AAAF a partir do mês seguinte. 6. As famílias poderão voltar a beneficiar das AAAF, depois de regularizada a situação. 7. De forma a clarificar a prestação do serviço junto das famílias, a Instituição deverá garantir a celebração de um Acordo de Prestação de Serviços das Atividades de Animação e Apoio à Família, onde reflita o objeto, a duração e horários da prestação de serviço, a forma de pagamento da comparticipação familiar e respetivo valor, vigência do contrato, cessação da prestação de serviços e entrada em vigor, devendo remeter para as presentes normas, a entregar às famílias no ato de assinatura. A ~ 10 ~
11 minuta do respetivo Acordo deverá constar como anexo ao protocolo anual a celebrar com a autarquia e o agrupamento de escolas no âmbito das AAAF. Artigo 12.º Desistência 1. Os pais ou os encarregados de educação devem participar a desistência do serviço, por escrito, à Instituição onde beneficia das AAAF e junto do responsável pelo estabelecimento de educação pré-escolar frequentado pela criança. 2. O responsável pelo estabelecimento de educação pré-escolar comunicará o facto ao órgão de gestão do agrupamento a que pertence, e à Instituição com quem se encontra protocolada as AAAF. 3. A Instituição e o Agrupamento de Escolas, com os quais se encontra protocolado o serviço, deverão informar a autarquia, nos dez dias úteis subsequentes à desistência e cessação do serviço prestado à família no âmbito das AAAF. Notas Finais 1. As omissões e dúvidas que surjam na interpretação destas normas serão resolvidas pelas entidades parceiras envolvidas no processo. 2. Estas normas entram em vigor após a sua aprovação pela Câmara Municipal de Lagoa, após parecer do Conselho Municipal de Educação. Observações: 1. Parecer positivo do Conselho Municipal de Educação em 28 de julho de Aprovado em reunião da Câmara Municipal de 09 de setembro de ~ 11 ~
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