CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E GEOQUÍMICA DAS ROCHAS VULCÂNICAS DAS SERRAS DO TABACO E TARAME, NE DE RORAIMA, DOMÍNIO SURUMU, CRÁTON AMAZÔNICO.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E GEOQUÍMICA DAS ROCHAS VULCÂNICAS DAS SERRAS DO TABACO E TARAME, NE DE RORAIMA, DOMÍNIO SURUMU, CRÁTON AMAZÔNICO."

Transcrição

1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E GEOQUÍMICA DAS ROCHAS VULCÂNICAS DAS SERRAS DO TABACO E TARAME, NE DE RORAIMA, DOMÍNIO SURUMU, CRÁTON AMAZÔNICO. Mestranda: Kássia Regina Franco Bezerra. MANAUS - AM 2010

2

3 Ficha Catalográfica (Catalogação realizada pela Biblioteca Central da UFAM) Bezerra, Kássia Regina Franco B574c Caracterização geológica e geoquímica das rochas vulcânicas das serras do Tabaco e Tarame, NE de Roraima, domínio Surumu, cráton amazônico / Kássia Regina Franco Bezerra. - Manaus: UFAM, f. : il. color.; 30 cm Dissertação (Mestrado em Geociências) Universidade Federal do Amazonas, 2010 Orientadora: Profª. Drª. Rielva Solimairy C. do Nascimento 1. Rochas ígneas - Roraima 2. Mapeamento geológico Roraima 3. Geoquímica Roraima 4. Magmatismo Roraima I. Nascimento, Rielva Solimairy C. do (Orient.) II.Universidade Federal do Amazonas III. Título CDU(1997): (811.4)(043.3)

4 Não há santo como é o Senhor; porque não há outro fora de ti: e rocha nenhuma há como o nosso Deus. Levanta o pobre, do pó, e desde o esterco exalta o necessitado, para o fazer assentar entre os príncipes, para o fazer herdar o trono de glória: porque o Senhor são os alicerces da terra, e assentou-se sobre eles o mundo. I Samuel 2,2;8. iv

5 Aos meus pais (Alírio e Sônia) e irmãos (Filipe, Gisele e Elisama) Ao meu amor (Maxwel) v

6 AGRADECIMENTOS A Deus, a minha família pelo apoio contínuo e incondicional e, em especial minhas amigas Thennylle Navarro e Suelen Marques pelo apoio e contribuição nos momentos difíceis. A professora Dr.ª Rielva Nascimento, minha orientadora, por toda contribuição e orientação a mim aferida e principalmente por sempre me por no eixo acadêmico. Ao professor Drº Ivaldo Trindade, pela co-orientação na hora do cafezinho e por sua amizade. A secretaria do PPGGEO, Lênir, por sua aplicação e dedicação em assistir os mestrandos e a Marcos pela confecção de lâminas maravilhosas. Ao MCT-CNPq, pelo auxilio financeiro durante os trabalhos de campo (Projeto Nº /2006-8), a CAPES pela concessão de bolsa de mestrado. Ao Serviço Geológico do Brasil (CPRM-Manaus), pelo apoio de seu pessoal técnico, em especial ao Sr. Luís (CPRM - Boa Vista) pela inestimável colaboração durante a etapa de campo. vi

7 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS E TABELAS ix RESUMO xi CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO, OBJETIVOS, JUSTIFICATIVA, MATERIAIS E MÉTODOS. 1. INTRODUÇÃO Apresentação e Objetivos Métodos utilizados 2 CAPÍTULO II - SÍNTESE DO CONHECIMENTO GEOLOGICO Contexto Geotectônico Geologia do Domínio Surumu Grupo Cauarane: Suíte Intrusiva Pedra Pintada Grupo Surumu Suíte Intrusiva Saracura Formação Cachoeira da Ilha 11 CAPÍTULO III - CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA DAS SERRAS DO TABACO E TARAME. 3. GEOLOGICA DAS SERRAS DO TABACO E TARAME Introdução Aspectos Petrográficos da Serra do Tabaco: Artigo aceito para publicação no livro Contribuições à Geologia da Amazônia vol. 6.: Inferência do Comportamento do Fluxo Magmático Com Base Na Análise De Estruturas/Texturas: O Exemplo da Serra do Tabaco (Rr) 3.3 Aspectos Petrográficos Da Serra Do Tarame Aspectos Petrográficos Enclaves Máficos Discussões e Conclusões 40 CAPÍTULO IV - LITOGEOQUÍMICAS DAS ROCHAS VULCÂNICAS DAS SERRAS DO TABACO E TARME LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS VULCÂNICAS DAS SERRAS DO TABACO E TARAME 42 vii

8 4.1 Artigo a ser submetido à Revista Brasileira de Geologia: Geoquímica das rochas vulcânicas das serras do tabaco e tarame: grupo surumu ou formação cachoeira da ilha? 42 CAPÍTULO V - CONSIDERAÇÕES FINAIS 63 CAPÍTULO VI - REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 65 viii

9 LISTA DE FIGURAS E TABELAS CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO, OBJETIVOS, JUSTIFICATIVA, MATERIAIS E MÉTODOS. Figura 1.1: Localização geológica e geográfica da área de estudo 2 CAPÍTULO II - SÍNTESE DO CONHECIMENTO GEOLOGICO 6 Figura 2.1: Mapa dos Blocos Estruturais. 5 Figura 2.2 Compartimentação geocronológica do Cráton Amazônico. 6 1 Figura 2.3: Mapa dos Domínios litoestruturais do estado de Roraima. 8 CAPÍTULO III - CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA DAS SERRAS DO TABACO E TARAME Introdução 14 Figura 3.1: Aspectos de campo: Panorâmica da Serra do Tabaco, em destaque onde foram confeccionados os perfis P1, P2, P3 e P Aspectos Petrográficos da Serra do Tarame. Figura 1: Compartimentação geocronológica do Cráton Amazônico. 16 Figura 2: A) Mapa dos Domínios litoestruturais do Estado de Roraima. 17 Figura 3: Aspectos de campo. 19 Figura 4 A) Carta imagem da Serra do Tabaco. 20 Tabela 1 - Amostras ST-02 a ST-09 são referentes ao perfil 1 (P1) coletadas sucessivamente da base para o topo da Serra do Tabaco (P1). A amostra ST-10 localiza-se na base da serra a 22 esquerda do Perfil 1 (P1). A amostra ST-14 é extraída do segundo nível de disjunção colunar do perfil 2 (P2). As amostras estruturalmente são representativas de: (1) Dacito/ riodacito com estruturação caótica; (2) Dacito do bandamento dacito/riodacitos; (3) Riodacitos maciços. Figura 5: Aspectos descritivos das rochas vulcânicas aflorantes na Serra do Tabaco. 23 Figura 6: Aspectos petrográficos Riodacitos. 25 Figura 7: Aspectos petrográficos - Dacitos. 26 Figura 8: Modelo ideal de resfriamento por condução, compatível com as disjunções colunares.grossenbacher & McDuffie (1995). 3.3 Aspectos Petrográficos da Serra do Tarame. 33 Figura 3.2: Apspectos de campo serra do Tarame. 32 Figura 3.3: Aspectos petrográficos Riodacitos. 34 Figura 3.4: Fotomicrografia Riodacito. 35 Figura 3.5: Fotomicrografia Riodacito. 36 Figura 3.6: Aspectos petrográficos - Dacitos. 37 Figura 3.7: Fotomicrografia Dacito. 38 Figura 3.8: Aspectos petrográficos - Dacitos. 38 Figura 3.9: Aspectos petrográficos Riodacitos e Dacitos A, B e C) Inclusões máficas, constituída por palgioclásio (Plg), anfibolio (Anf), biotita (Bta) e opacos ix

10 CAPÍTULO IV -LITOGEOQUÍMICAS DAS ROCHAS VULCÂNICAS DAS SERRAS DO TABACO E TARME. 42 Figura 1: A) Mapa dos Domínios litoestruturais do Estado de Roraima. 44 Figura 2: Aspectos descritivos das rochas vulcânicas aflorantes nas Serras do Tabaco e Tarame; 45 Figura 3: Aspectos petrográficos Riodacitos. 47 Figura 4: Aspectos petrográficos Dacitos. 48 Figura 5: Diagrama de classificação das rochas vulcânicas. 50 Tabela 1: Análise dos elementos maiores, traços e Terras Raras para amostras de traquidacitos e riolitos das Serras do Tabaco. Tabela 2: Análise dos elementos maiores, traços e Terras Raras para amostras de traquidacitos e riolitos das Serras dotarame 52 Figura 6: Diagrama de classificação de séries magmáticas das rochas vulcânicas. 54 Figura 7: Diagrama de variação tipo Haker para elementos maiores e traços. 55 Figura 8: Diagrama de distribuição multielementar Thompson (1982). 56 Figura 9: Diagrama de distribuição dos ETR Boyton (1984). 56 Figura 10: Diagrama de discriminação de ambientes tectônicos. 57 Figura 11: Diagrama de discriminação. 58 Figura12- Diagrama bivariante Rb vs Ba, x

11 RESUMO A área em estudo situa-se na porção norte do Escudo das Guianas, envolve rochas vulcânicas aflorantes nas serras do Tabaco e Tarame pertencentes ao Grupo Surumu, segundo dados geocronológico obtidos por Schobbenhaus et al. (1994) que forneceram idade de 1966 ± 9 Ma para dacitos da Serra do Tabaco. A partir do Programa Geologia do Brasil (PGB/CPRM), o mapeamento geológico realizado na Folha Vila Tepequém - Projeto Amajari (no prelo), permitiu a caracterização de uma nova unidade vulcânica, inserida Domínio Surumu, denominada informalmente de Formação Cachoeira da Ilha, englobando ignimbritos riolíticos e rochas efusivas ácidas com afinidade alcalina. Esta tese compreende os resultados obtidos em rochas vulcânicas aflorantes nas serras do Tabaco e Tarame, no intuito de caracterizar as relações geológicas, geoquímicas e petrogenéticas dessas rochas, verificando assim a unidade real a que estas rochas pertencem (Grupo Surumu ou Formação Cachoeira da Ilha) e contribuir para o conhecimento da evolução magmática e geotectônica do Domínio Surumu. As rochas vulcânicas que ocorrem nas serras do Tabaco e Tarame são representadas predominantemente por rochas riolíticas e subordinadamente por traquidacitos porfiríticos contendo fenocristais de quartzo, feldspato alcalino, plagioclásio, que se encontram imersos numa matriz fina. A matriz apresenta diferentes graus de devitrificação, sendo constituída essencialmente por quartzo e, subordinadamente, feldspatos, biotita e hornblenda, que se encontram alinhados definindo uma fina e penetrativa foliação. As rochas mostram valores de SiO 2 variando entre 67,87 a 78,41%, com razão K 2 O/Na 2 O = 0,49 a 1,46, apresentam quimismo dominantemente alcalino e cálcio-alcalino subordinado, com caráter essencialmente metaluminosa e subordinadamente peraluminosa, nas amostras mais evoluídas, e nos diagramas de harker mostram um comportamento compatível para o TiO 2, Al 2 O 3, MgO, CaO, Fe 2 O 3 e P 2 O 5, Ba e Sr com a sílica, incompatível para K 2 O, Rb, Ce, Y, Ta, Zr e Nb. Em diagrama multielementar notam-se discretas anomalias negativas de Ba, Nb, Ta e expressiva anomalia negativa de Sr, P e Ti. O padrão de distribuição dos ETR s mostra um enriquecimento em ETR leves em relação aos pesados e pronunciada anomalia negativa de Eu. As razões La n /Yb n variam de 2,06 a 11,09 e Gd n /Yb n = 0,06 a 1,36 indicam um leve fracionamento. Correlacionando as rochas das serras do Tabaco e Tarame, com as da Formação Cachoeira da Ilha e do Grupo Surumu, nos diagramas de Whalen et al (1987) e Dall Algnol & Oliveira (2007) e associado ao conteúdo de SiO 2, álcalis e ETR leves, foi possível determinar para essas rochas uma xi

12 assinatura magmática do tipo A, sugerindo que as rochas aflorantes nas serras do Tabaco e Tarame são pertencentes à Formação Cachoeira da Ilha e, subordinadamente ocorrem rochas do tipo cálcio-alcalino, associado ao Grupo Surumu. xii

13 CAPÍTULO I INTRODUÇÃO, OBJETIVOS, JUSTIFICATIVA, MATERIAIS E MÉTODOS.

14 1 - INTRODUÇÃO Apresentação e Objetivos O mapeamento geológico sistemático no estado de Roraima iniciou-se com a atuação do projeto RADAMBRASIL na década de setenta e, posteriormente, com convênios entre o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais Serviço Geologico do Brasil (CPRM), vários trabalhos geológicos, em escala regional, foram realizados devendo-se ao pioneirismo de autores como Ramgrab & Damião (1970), Bonfim et al. (1974), Montalvão et al. (1975), Melo et al. (1978), Veiga Jr. et al. (1979), dentre outros. Um avanço significativo foi alcançado, a partir da década de noventa, com a reinterpretação das principais unidades geológicas do estado, em função dos novos mapeamentos realizados. O arcabouço geológico do estado de Roraima está compartimentado em terrenos granitogreenstone, cinturões de rochas de alto grau metamórfico, granitóides e cobertura sedimentar intracratônica relacionados ao Paleoproterozóico. Distribuem-se também corpos de granitóides, rochas básicas e ultrabásicas e anortositos de idade mesoproterozóico. No Mesozóico, a reativação do Cinturão Guiana Central, durante a abertura do oceano Atlântico, originou o hemigraben do Tacutu e, posteriormente, a intrusão de corpos alcalinos e enxames de diques em toda a região. O Grupo Surumu corresponde às rochas vulcânicas ácidas a intermediárias, dacitos, traquidacitos, riolitos e andesitos, localizadas na porção norte e nordeste de Roraima. Segundo Reis & Fraga (1996, 1998), o vulcanismo Surumu tem sido correlacionado com as rochas calcialcalinas da Suíte lntrusiva Pedra Pintada e podem ser entendidas como representantes de um magmatismo extrusivo vinculado aos estágios finais do Ciclo Transamazônico. A partir do Programa Geologia do Brasil (PGB/CPRM), o mapeamento geológico realizado na Folha Vila Tepequém - Projeto Amajari (no prelo), permitiu a caracterização de uma nova unidade vulcânica, denominada informalmente de Formação Cachoeira da Ilha, englobando ignibritos riolíticos e rochas vulcânicas ácidas com afinidade alcalina. As rochas aflorantes nas serras do Tabaco e Tarame, área foco deste estudo, foram mapeadas por CPRM (1999) como pertecentes ao Grupo Surumu (Figura 1), baseado em dados Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 1

15 geocronológico (SCHOBBENHAUS et al. 1994) que forneceram idade de 1966 ± 9 Ma para dacitos da Serra de Tabaco, apesar de nenhum estudo petrográfico e geoquímicos ter sido realizado nas referidas Serras. Diante deste fato, este trabalho se propõe a caracterização petrográfica e geoquímica da Serra do Tabaco e Tarame no intuito de verificar a unidade real a que estas rochas pertentecem (Grupo Surumu ou Formação Cachoeira da Ilha) e contribuir para o conhecimento da evolução magmática e geotectônica do Domínio Surumu. Figura 1.1: Localização geológica e geográfica da área de estudo A) Localização geográfica das Serras do Tabaco e Tarame, as margens da BR-174 distando 200 km da Cidade de Boa Vista; B) Mapa Geológico modificado de CPRM ( 1999) mostrando a ocorrência do Grupo Surumu na porção Norte do Estado de Roraima, com destaques para a Serra do Tabaco e Tarame, estudadas neste trabalho. 1.2 Métodos utilizados A presente pesquisa foi realizada de forma sistemática, com base em três etapas básicas: pré-campo, campo e laboratotial. Pré-campo: constou do levantamento do conhecimento atual sobre a geologia do Escudo das Guianas, estudos geoquímicos, isotópicos e petrográficos das rochas vulcânicas. Interpretação de produtos de sensores remotos, imagens de Satélite e Radar, tipo LANDSAT e Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 2

16 RADARSAT (imagens Landsat 5/TM (órbita/ponto 232/57, bandas 3, 4 e 5, adquiridas em 11/03/2004) e no mosaico SAR (Radarsat-1, banda C, nos modo S3 e S5, adquirida em 01/10/2001), obtidas junto ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE). Campo. Reconhecimento das rochas aflorantes ao longo da área de estudo com auxílio de bases geológicas, imagens de Satélite e Radar, tipo LANDSAT e RADARSAT, além da coleta sistemática de amostras, e descrição das principais estruturas e texturas macroscópica. A primeira etapa de campo foi realizada no período de 05 a 10 de agosto de 2007 durante a confecção da monografia intitulada Caracterização petrográfica das rochas vulcânicas do Grupo Surumu, aflorantes na Serra do Tabaco, nordeste do Estado de Roraima. A segunda ocorreu no período de 10 a 15 de abril de Laboratorial. Esta fase envolve diversas sub-etapas: a) corte das amostras para confecção de seções delgadas, britagem e pulverização, cujo trabalho foi desenvolvido no laboratório de laminação do Departamento de Geociências da UFAM; b) análise petrográfica por meio de microscópio petrográfico desenvolvido no Laboratório de Microscopia do Departamento de Geociências da UFAM; c) Os estudos geoquímicos foram realizados com base em 27 amostras, coletadas em três perfis verticais na serra do Tabaco e um na serra do Tarame, tendo como base o estudo petrográfico das amostras. As análises química de elementos maiores, menores e traços foram realizadas no laboratório ACME (Canadá), com os elementos maiores e menores determinados por ICP-AES (Inductively Coupled Plasma Atomic Emission Spectrometry) e os elementos traços por ICP-AMS (Inductively Coupled Plasma Atomic Mass Spectrometry). Os critérios para seleção foram à ausência de efeitos intempéricos, homogeneidade textural, ausência de veios e de fraturas preenchidas por minerais secundários e representatividade geológica da amostra; d) Definição de um modelo petrogenético a partir dos dados obtidos nas sub-etapas anteriores. Esta dissertação é constituída por um artigo submetido e aceito ao livro: Contribuições a Geologia da Amazônia, 6ª Edição (em via de publicação), intitulado: Inferência do comportamento do fluxo magmático com base na análise de estruturas/texturas: O exemplo da Serra do Tabaco (RR), e pelo artigo em via de submissão à Revista Brasileira de Geociências, intitulado: Geoquímica das rochas vulcânicas das serras do Tabaco e Tarame: Grupo Surumu ou Formação Cachoeira da Ilha?, além desta parte introdutória, e dos capítulos referentes à metodologia utilizada, síntese do conhecimento geológico e de considerações finais, bem como de referências bibliográficas utilizadas em todo o corpo contextual. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 3

17 CAPÍTULO II SÍNTESE DO CONHECIMENTO GEOLOGICO Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 4

18 2. SINTESE DO CONHECIMENTO GEOLÓGICO 2.1 Contexto Geotectônico A evolução do Cráton Amazonas é apontada por diversas propostas de compartimentações tectônicas, fundamentados em estudos geológicos, estruturais, geofísicos e geocronológicos. A primeira foi apresentada por Almeida et al. (1977) com base na litologia e geologia estrutural, a qual afirma que a Plataforma Amazônica é dividida em províncias e subprovíncias estruturais: ao norte o Escudo das Guianas (subprovíncias Amapá, Roraima e Rio Negro), e ao sul, parte do Escudo Brasileiro é denominado de Província Estrutural Tapajós (subprovíncias Carajás, Xingu e Madeira). Com base no contexto geotectônico, a área em estudo, está inserida no Cráton Amazônico, fazendo parte do Escudo das Guianas. Hasui et al. (1984) baseados em informações geofísicas e estruturais, compartimentaram o Cratón Amazônico em 19 faixas colisionais ou de cisalhamento. O Domínio Surumu é compartimentado pelos cinturões Parima com direção NW-SE e Guiana Central (NE-SW) (Figura 2.1). Figura 2.1 Mapa dos Blocos Estruturais (Hasui et al. 1984), com destaque para os cinturões Parima e Guiana Central, que compõe o arcabouço geotectônico do Estado de Roraima. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 5

19 Fundamentados em informações geocronológicas Rb-Sr, U-Pb, K-Ar, Pb-Pb e Sm-Nd, Cordani et al. (1979), Teixeira et al. (1989), Tassinari (1996), Sato & Tassinari (1997), Tassinari & Macambira (1999), Cordani & Sato (1999) e Santos et al. (2006) propuseram que a evolução geotectônica da cratonização da região Amazônica resultou de um processo de acreção crustal a partir de um núcleo mais antigo, provavelmente no fim do arqueano, envolvido por faixas móveis. Segundo essa concepção, as serras do Tabaco e Tarame estão inseridas nas províncias geocronológicas Ventuari Tapajós (1.95Ga -1.80Ga) proposta por Tassinari & Macambira (1999, 2000 e 2004) e na província Tapajós Parima ( Ga) segundo Santos et al. (2006) (Figura 2.2). Figura 2.2 Compartimentação geocronológica do Cráton Amazônico: A) Segundo Tassinari et al. (2000) 1- Amazônia Central (>2,3 Ga), 2 Maroni-Itacaiúnas (2,2-1,95 Ga), 3 Ventuari-Tapajós (1,95-1,8 Ga), 4 Rio Negro-Juruena (1,8-1,55 Ga), 5 Rondoniano-San Ignácio (1,55-1,3 Ga), 6 Sunsás (1,25-1,0 Ga), 7 Cinturão Neoproterozóico, 8 Cobertura Fanerozóica ; B) Santos et al. (2000) 1- Carajás-Imataca (3,10-2,53 Ga), 2 Amazônia Central (1,88-1,70 Ga), 3 - Transamazônica (2,25-2,0 Ga), 4 Tapajós-Parima (2,03-1,88 Ga), 5 Rio Negro (1,86-1,52 Ga), 6 Rondônia-Juruena (1,80-1,50 Ga), 7 Sunsas (1.33 Ga Ga) e 8 -K Mudku (1,33-0,99 Ga), 9 Cinturão Neoproterozóico, 10 Cobertura Fanerozóica. Em ambos destaque a área que abrange o Estado de Roraima. Com base em informações litológicas, estruturais e geofísicas, Reis & Fraga (1998) e Reis et al. (2003) individualizaram a geologia de Roraima em quatro domínios litoestruturais: Parima, Guiana Central, Anauá - Jatapú e Surumu (Figura 2.3). Localizado na porção noroeste do estado, o Domínio Parima apresenta forte estruturação NW-SE, e abrange ortognaisses da Suíte Metamórfica Uraricoera e rochas metavulcanossedimentares da Suíte Metamórfica Parima, de idade paleoproterozóica. Ocorrem rochas graníticas pertencentes às Suítes Saracura (1.890 Ma a Ma, método Pb-Pb, COSTA Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 6

20 1999) e Surucucus (1.551 ± 5 Ma, método U-Pb SHRIMP, SANTOS et al. 1999) e vulcânicas, relacionadas ao Grupo Surumu (1.984 ± 9 Ma, SANTOS et al. 2003a). O Domínio Guiana Central situa-se na porção central do Estado, compreende o Cinturão Guiana Central com direção NE-SW, constituído por rochas paleoproterozóicas do Grupo Cauarane e ortognaisses da Suíte Metamórfica Rio Urubu (1.932 ± 10 Ma, U-Pb, SHRIMP, SANTOS et al. 2003b). Ocorre, ainda, granitóides das Suítes Serra da Prata (1.934 ±. 3 Ma a ± 5 Ma, método Pb-Pb, FRAGA 2002) e Mucajaí (1.544 ± 42 Ma, U-Pb, GAUDETTE et al e ± 5 Ma, Pb-Pb, FRAGA 2002). Na porção sudeste do Estado, no Domínio Anauá-Jatapu, são encontrados metagranitos, tonalitos e metadioritos compreendidos no Complexo Metamórfico Anauá de idade ± 9 Ma (U-Pb FARIA et al. 2002). Este complexo é sobreposto pelo Grupo Cauarane e intrudido por granitóides das suítes Água Branca (1.910 ± 47 Ma, Rb-Sr, JORGE JOÃO et al. 1985), lgarapé Azul (1.938 ± 37 Ma, método Pb-Pb, ALMEIDA et al. 1997) e Mapuera (1.814 ± 27 Ma, método Pb-Pb, SANTOS et al. 1997). A estruturação deste domínio se dá segundo a direção NW-SE e NE-SW (Figura 2.3). A área em estudo esta inserida no Domínio Surumu, situado na porção nordeste do Estado de Roraima. Esse domínio exibe estruturação preferencialmente E-W e subordinadamente NW- SE a WNW-ESE, compreendendo: (a) rochas sedimentares pertencentes ao Supergrupo Roraima; (b) sills de diabásio da unidade Diabásio Avanavero, datadas pelo método U-Pb SHRIMP em badeleíta e zircão, com idades em torno de 1,78 Ga (NORCROSS et al e Santos et al. 2003); (c) rochas vulcânicas do Grupo Surumu, datado por Schobbenhaus et al. (1994) em 1966 ± 9 Ma pelo método U-Pb ID TIMS (amostras de dacitos da Serra de Tabaco) e por Santos et. al. (2003a) pelo método U-Pb SHRIMP, em 1977 ± 8 Ma; (d) granitóides da suíte Intrusiva Saracura datados por Costa (1999) e Santos et. al (2003a) pelo método Pb-Pb e U-Pb SHRIMP em zircão, respetivamente, onde foram obtidades idades que variam de 2,16 a 1,33 Ga, deixando dúvidas com relação a idade deste magmatismo; (e) granitóides da suíte Intrusiva Pedra Pintada com idade de 1,96 Ga (zircão SHRIMP) obtida por Santos et al. (2003b); (f) rochas supracrustais do Grupo Cauarane datadas em 1969 ± 4 Ma (zircões de bolsões graníticos anatéticos) pelo método U-Pb SHRIMP, e zircões detríticos com idades entre 2038 Ma e 2093 Ma. Tendo em vista, a extensa diversidade das unidades aflorantes no Estado de Roraima, serão descritas a seguir apenas as representativa do Domínio Surumu, onde esta localizada a área em estudo. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 7

21 Domínio Surumu N Domínio Guiana Central Figura 2.3: Mapa dos Domínios litoestruturais do estado de Roraima, em destaque as serras do Tabaco e Tarame, mapa modificado de Reis & Fraga (1998). 2.2 Geologia do Domínio Surumu Grupo Cauarane (Pc): Montalvão & Pithan (1974) definiram originalmente o Grupo Cauarane como uma seqüência de rochas constituída por micaxistos, quartzitos, anfibolitos e itabiritos aflorantes na Serra homônima, situada na porção central do Domínio Surumu. Distribui-se tanto no Domínio Surumu quanto no Domínio Guiana central, sendo sua continuidade interropida pelo hemigraben Tacutu. Nos mapeamentos realizados pela CPRM (1999), novas áreas foram associadas ao Grupo Cauarane, possibilitando a discriminação do Grupo em três conjuntos de rochas: (i) intercalações de talco-clorita-tremolita xistos, clorita-tremolita xistos, clorita-actinolita xistos, Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 8

22 anfibolitos, metacherts ferríferos, gonditos e rochas calcissilicáticas, com subordinados paragnaisses; (ii) paragnaisses com subordinadas intercalações de rochas calcissilicáticas, xistos e anfibolitos e (iii) gnaisses kinzigíticos. Gaudette et al. (1996), pelo método U-Pb em zircão, datou um paragnaisse rico em granada e obteve a idade de ± 19 Ma permitindo dessa forma, estabelecer uma idade máxima de deposição do Grupo Cauarane. Santos et al. (2003b) obteve a idade de 1.97 Ga, U-Pb (Sensitive High Resolution Ion Microprobe-SHRIMP) para um granito com cordierita, segundo Reis et al (2003) este valor provavelmente indicaria o metamorfismo superimposto às rochas metassedimentares Suíte Intrusiva Pedra Pintada (Ppp): Inicialmente definida por Fraga et al. (1996), a suite intrusiva Pedra Pintada localiza-se na porção central e leste do Domínio Surumu. Compreende biotita granodioritos a monzogranitos e, subordinados, tonalitos, quartzo monzonitos, monzodioritos com caráter calcialcalino, metaluminoso a fracamente peraluminoso (REIS et al. 2003). O comportamento geoquímico dessa unidade é correlacionável aos granitos tipo I, gerado por processos de fusão parcial de um manto e/ou contribuição de fontes crustais, com assinatura de subducção. Essa unidade tem similaridade petroquímica com a Suíte Intrusiva Água Branca localizada na porção sul do Escudo das Guianas. Almeida et al. (1997) obtiveram uma idade de ± 45 Ma para a Suíte Intrusiva Pedra Pintada a partir do método Pb-Pb em zircão por evaporação e, Santos et al. (2003b) obtiveram pelo método U-Pb (SHRIMP) a idade de ± 11 Ma. A idade obtida por Almeida et al. (1997) sugere correlação temporal com a Suíte Metamórfica Rio Urubu Grupo Surumu (Psu): O Grupo Surumu definido por Barbosa & Andrade Ramos (1959) é constituído por rochas efusivas e piroclásticas aflorantes em uma faixa com direção preferencial E-W e a WNW-ESE, e sob a forma de pequenos corpos isolados (Figura 1.1), justapostos através de contatos tectônicos, marcado pela presença de rochas protomiloníticas e ultramiloníticas, com as rochas da Suíte Saracura e Pedra Pintada (CPRM 1999). Composicionalmente as rochas variam de andesitos, dacitos e riolitos sendo os termos piroclásticos representados por tufos cineríticos, lapili tufos, bombas tufos e ocorrências locais de brechas autoclásticas e aglomerados vulcânicos (CARVALHO & MILLIOTTI, 2005). Segundo Dreher et al. (2005) o vulcanismo Surumu apresenta caráter dominantemente subaéreo, relacionado à caldeiras, em função de extensos depósitos de fluxos piroclásticos como ignimbritos. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 9

23 Geoquimicamente, as rochas efusivas do Grupo Surumu, mostram caráter fracamente peraluminoso e afinidade cálcio-alcalina, apresentando nos diagramas normalizados ao condrito um padrão de distribuição que indica o fracionamento nos elementos terras raras leves, anomalia negativa de Eu e padrão horizontalizado dos elementos terras raras pesados. No diagrama multielementar normalizado, as amostras do Grupo Surumu apresentam anomalia negativa de Nb, Sr e Ti e positiva para Y (CPRM 1999). O magmatismo Surumu foi datado por Schobbenhaus et al. (1994), pelo método U-Pb ID- TIMS, em 1966 ± 9 Ma em amostras de dacitos da Serra do Tabaco. Costa et al. (2001) obtveram a idade de 2006 ± 4 Ma (Pb-Pb em zircão) para rochas vulcânicas do Grupo Surumu na região da Serra do Cavalo. Posteriormente, Santos et al. (2003a) utilizando o método U-Pb SHRIMP em zircão, determinaram a idade de 1984 ± 7 Ma, para rochas vulcânicas aflorantes na região do rio Uraricaá, correlacionadas ao Grupo Surumu. Neste mesmo trabalho, os autores relatam a presença de zircões herdados com idade de 2027 ± 32 Ma e 2163 ± 10 Ma, bem como o recálculo da idade obtida por Schobbenhaus et al. (1994), encontrando o valor de 1977 ± 8 Ma. As características geoquímicas e geocronológicas exibidas pelas rochas vulcânicas do Grupo Surumu são compatíveis com as apresentadas pela Suíte Intrusiva Pedra Pintada, o que sugere uma relação de cogeneticidade e contemporaneidade entre estas rochas (FRAGA et al. 1997, REIS et al. 2000). Sua afinidade geoquímica, incluindo o comportamento dos elementos traços, sugere um ambiente de arco magmático para a geração deste magmatismo, enquanto sua idade aponta para um evento magmático extensivo ao final do Ciclo Transamazônico (REIS & FRAGA 1996, 1998; CPRM 1999) Suíte Intrusiva Saracura (Psa): A Suíte Intrusiva Saracura foi inicialmente definida por Ramgrab et al. (1971), para designar um stock granítico no extremo norte do Domínio Surumu e posteriormente estudado por Melo et al. (1978), foi posicionado juntamente com as rochas vulcânicas do Grupo Surumu no Supergrupo Uatumã, em correspondência a rochas similares reunidas por Santos et al. (1974) na porção sudeste da Região Amazônica. No entanto sengundo Dall Agnol et al. 1987,1994 e 1999; Costi et al 2000; Santos et al 2000; Reis et al 1999 e 2000; Lamarão et al 2002, há a necessidade da revisão dessa correspondência, já que dados geoquímicos apontam incompatibilidade dessas unidades com os granitóides anorogênicos (Mapuera) na porção sul do Escudo das Guianas. Os granitóides Saracura constituem corpos alongados, geralmente na direção E-W a WNW-ESE, inclui granitos leucocráticos róseos, médios a grossos, eqüigranulares a ineqüigranulares, além de biotita sienogranitos, feldspato alcalino granitos de granulação média grossa, com variações Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 10

24 texturais para granitos granofíricos de granulação fina. Estudos isotópicos Rb-Sr indicam idade de Ma, para cristalização destas rochas com razão inicial 87 Sr/ 86 Sr de 0,705 por Basei & Teixeira (1975 In: Projeto RADAMBRASIL Folha SC.21 Juruena, DNPM, 1980) e Costa et al (1999) obtiveram pelo método Pb-Pb através de evaporação em monocristais de zircão a idade de Ma, a qual por apresentar o menor desvio em relação as outras ocorrências datadas da Suíte Intrusiva Saracura, foi considerada como a idade mais representativa e até então a de maior valor para a cristalização dos granitóides pertencentes a Suíte Intrusiva Saracura. A partir disso, os mesmos autores demonstram que ocorreu um importante período de fragmentação de blocos crustais com magmatismo associado, com idade mínima de Ma na Plataforma Amazônica Formação Cachoeira da Ilha: A Formação Cachoeira da Ilha foi caracterizada a partir do mapeamento geológico da Folha Vila Tepequém, extremo norte de Roraima, realizado pela CPRM 1999 através do Programa Geologia do Brasil- PGB. Engloba ignimbritos riolíticos e rochas efusivas ácidas com afinidade geoquímica tipo A que afloram em meio à área de exposição dos vulcanitos Surumu e da suíte intrusiva Pedra Pintada (FRAGA et al., 2007). Os ignimbritos são em geral cinza escuros ou pretos, com variedades de cor carmim, cinza claro e cinza rosado. As rochas subvulcânicas são hololeucocráticas, em geral porfiríticas, com coloração avermelhada ou rósea, até acinzentada, correspondendo a álcali-feldspatomicrogranitos, riolitos e micro-quartzo-sienitos. Composicionalmente as rochas correspondem a riolitos, subalcalinos, trasicionais entre metaluminoso e peralcalino (A/CNK molar entre 0,97 e 1,21) com altos conteúdos de SiO 2 (69,06 76,75%) e álcalis (7,75-9,51%) e razão K 2 O/Na 2 O entre 0,73 e 0,97. Quanto à distribuição de ETR, observa-se enriquecimento das ETR leves em relação aos pesados (La/YbN entre 3,1 e 9,68) e anomalias negativas de Eu variando de moderadas a bastante acentuada. As características geoquímicas observadas, como os altos conteúdos em SiO 2, álcalis e elementos HFS e ETR, além de altos valores para as razões FeO*/FeO*+MgO e Ga/Al, indicam uma afinidade química tipo-a. Os vulcanitos da Formação Cachoeira da Ilha ainda não foram datados, no entanto, o fato de ocorrerem intercalados com o Grupo Surumu, permite sugerir para o vulcanismo tipo-a uma unidade no intervalo de 1,96-1,98Ga. Cabe mencionar que os granitos Aricamã tipo-a que ocorrem na porção central da Folha Vila Tepequém, com idade de 1,98Ga reforçam a possibilidade de contemporaneidade entre os episódios vulcânicos cálcio-alcalino de alto-k e do tipo-a. Este quadro é sugestivo de um ambiente pós-colisional (FRAGA et al, 2007). Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 11

25 CAPÍTULO III CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA DAS SERRAS DO TABACO E TARAME. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 12

26 3 GEOLOGICA DAS SERRAS DO TABACO E TARAME. 3.1 Introdução Neste capítulo são apresentadas as descrições estruturais/texturais, petrográficas das rochas vulcânicas das serras do Tabaco e Tarame, investigadas em quatro perfis transversais denominados de P1 (ST-01 a ST-10), P2 (ST-11 a ST-15), P3 (ST2) e P4 (ST3) para a serra do Tabaco e um perfil denominado de TM1 para a serra do Tarame (Figura 3.1). A partir dos perfis estudados foi possível identificar que as serras do Tabaco e Tarame são constituídas por riolitos e subordinadamente por traquidacitos com textura porfirítica, contendo fenocristais de quartzo, feldspato alcalino, plagioclásio, que se encontram imersos numa matriz fina. A matriz apresenta diferentes graus de devitrificação, sendo constituída essencialmente por quartzo e, subordinadamente, feldspatos, biotita e hornblenda, que se encontram alinhados definindo uma fina e penetrativa foliação. Próximo às extremidades dos fenocristais, a matriz exibe um maior grau de recristalização definindo uma textura de sombra de pressão assimétrica. Os dados disponiveis na literatura juntamente com os resultados obtidos a partir das análises estrural/textural das rochas estudadas, constitui um artigo submetido, em março de 2008, ao livro: Contribuições a Geologia da Amazônia, 6ª Edição (em via de publicação), apresentado a seguir. w Serra do Tabaco Serra do Tarame E P1 P2 P4 P3 TM1 Figura 3.1: Aspectos de campo: Panorâmica da Serra do Tabaco, em destaque onde foram confeccionados os perfis P1, P2, P3 e P4 respectivamente nos flancos oeste, central e este da Serra e o perfil TM1 na porção este da Serra do Tarame e os flancos bem definidos (linhas tracejadas) tanto da Serra do Tabaco mergulhando para SW e NE, quanto da Serra do Tarame para SW. Os perfis destacados em vermelhos foram confeccionados na porção detrás das Serras. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 13

27 3.2 Aspectos petrográficos da serra do tabaco: ARTIGO ACEITO PARA PUBLICAÇÃO NO LIVRO CONTRIBUIÇÕES À GEOLOGIA DA AMAZÔNIA VOL. 6. INFERÊNCIA DO COMPORTAMENTO DO FLUXO MAGMÁTICO COM BASE NA ANÁLISE DE ESTRUTURAS/TEXTURAS: O EXEMPLO DA SERRA DO TABACO (RR) Kássia Regina Franco Bezerra 1, Rielva Solimairy Campelo do Nascimento 1,2,Valmir da Silva Souza 1,2, Stélio Soares Tavares Júnior 3 1 Programa de Pós-Graduação em Geociências, Universidade Federal do Amazonas, Manaus Av. Gen. Rodrigo O. J. Ramos, Coroado, CEP: Manaus (AM). kassiterita@gmail.com 2- Departamento de Geociências, Universidade Federal do Amazonas, rielva@ufam.edu.br e valmirsouza@ufam.edu.br 3 Instituto de Geociências, Universidade Federal de Roraima, Campus do Paricarana, Boa Vista (RR). stelio@dgl.ufrr.br RESUMO: As rochas do Grupo Surumu são representantes do magmatismo paleoproterozóico que atingiu o norte do Escudo das Guianas, cujos registros estão bem preservados no norte do Estado de Roraima, distribuídos em uma faixa com direção E-W a WNW-ESE e sob a forma de corpos isolados formando as serras Tabaco e Tarame. Neste trabalho são apresentadas descrições estruturais/texturais, petrográficas das rochas vulcânicas do Grupo Surumu, investigadas em dois perfis transversais na Serra do Tabaco, como apoio na discussão sobre o regime de fluxo magmático. A Serra do Tabaco é constituída por derrames intercalados de dacitos e riodacitos porfiríticos, apresentando em sua matriz afanítica microcristalina diferentes graus de recristalização. Estruturas identificadas ao longo da Serra do Tabaco indicam um comportamento variado para o fluxo magmático que oscila entre essencialmente laminar, caracterizado por intercalações de dacitos e riodacitos definindo um bandamento composicional e por sets de disjunções colunares, e um fluxo turbilhonar registrado pelo arranjo caótico entre dacitos e riodacitos, gerando dobras irregulares e descontínuas. A atuação de esforços tectônicos posteriores à cristalização das rochas é identificada através do desenvolvimento de zonas de cisalhamento (sinistrais e destrais) e recristalização da matriz desenvolvendo micro-foliação. O evento magmático da Serra do Tabaco foi essencialmente efusivo ao contrário das demais exposições do Grupo Surumu, onde predominam termos piroclásticos. Palavras-chaves: Grupo Surumu, Serra do Tabaco, fluxo magmático, processo de devitrificação Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 14

28 ABSTRACT: The Surumu Group is one of the representatives of the paleoproterozoic magmatism in the north of the Guyana Shield. Occurs as a continuous band with E-W trend and as isolated bodies forming the mountains of the Tabaco and Tarame. This work details the structures and textures in the Serra do Tabaco, aiming to infer the behavior of magmatic flow. The Serra do Tabaco is formed by the dacites and porfirtic riodacites with different relationships suggested varying behavior of magmatic flow. Composional banding (thin parallel layers of dacite and rhyodacite composition) and set of the columnar joint indicate a magmatic laminar flow, while chaotic arrangement between rhyodacite and dacite, discontinuous and diffuse as folds indicated a turbulent magmatic flow. The role of the tectonic stress after the crystallization is identified through the development of shear zones and by the recrystallization of the matrix with the development of micro-foliation. The magmatic event of the Serra do Tabaco was essentially effusive unlike the other magmatisms of the Surumu Group that predominate pyroclastic rocks. Key-words: Surumu Group, Tabaco ridge, magmatic flow, devitrification process 1 - Introdução Estudos geoquímicos, isotópicos e petrogenéticos detalhados, têm como base uma minuciosa descrição estrutural e petrográfica. No caso das rochas efusivas a análise de estruturas relacionadas ao fluxo magmático pode fornecer indicações dos mecanismos de alojamento e taxas de resfriamento (GROSSENBACHER et al. 1995, GOTO & McPHIE 1998, SMITH 2002, PASSEY & BELL 2007, entre outros). Entender as relações entre os minerais, seus contatos e intercrescimentos é importante para a identificação dos processos envolvidos nas gêneses das rochas ígneas. A análise de fenocristais, com enfoque em aspectos como morfologia, composição, abundância e orientações tem sido utilizada para inferir informações do comportamento do fluxo magmático (Newtoniano VS Bingham - p.ex. Smith 1997), bem como dos processos responsáveis pela evolução das rochas (NAKADA et al. 1994, ALLEN & McPHIE 2003, COLE et al. 2000, HARFORD & SPARKS 2001, BROWNE et al. 2006, entre outros). Outro aspecto que merece igual atenção diz respeito às modificações que podem ocorrer na matriz. Algumas rochas vulcânicas possuem uma matriz devitrificada, que pode ter origem primária (CAS et al. 1987, FISCHER et al. 1984, McARTHUR et al. 1998, EICHELBERGER et al. 1988, SWANSON et al. 1989), ou alternativamente, origem por processos posteriores envolvendo aquecimento e recristalização (LOFGREN 1971, GIMENO 2003). O conjunto de Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 15

29 todas estas informações permite reconstruir a dinâmica de estruturação de derrames ou domos e caracterizar os processos envolvidos em sua petrogênese. Este trabalho aborda os aspectos estruturais de campo e estudos petrográficos, auxiliados por técnicas de sensoriamento remoto, no intuito de caracterizar os diferentes litotipos que afloram na Serra do Tabaco e entender o(s) regime(s) de fluxo atuante, bem como, seus fatores determinantes. 2 - Contexto geotectônico O Cráton Amazônico foi compartimentado em Províncias Geocronológicas com base em estudos Rb-Sr, U-Pb, K-Ar, Pb-Pb e Sm-Nd. Sua evolução geotectônica envolve a aglutinação de sucessivos arcos magmáticos proterozóicos, marcados por importantes episódios de acresção crustal, em torno de um núcleo mais antigo de idade arqueana (CORDANI et al. 1979, TEIXEIRA et al. 1989, SATO & TASSINARI 1997, TASSINARI & MACAMBIRA 1999, CORDANI & SATO 1999 E SANTOS et al. 2003). Nesse contexto, a área em estudo está inserida na Província Ventuari - Tapajós ( Ga) segundo Tassinari & Macambira (1999, 2004) e Tassinari et al. (2000, Figura 1A), ou Tapajós Parima ( Ga) conforme a proposta de Santos et al. (2000, 2003, Figura 1B). Figura 1: Compartimentação geocronológica do Cráton Amazônico: A) Segundo Tassinari et al. (2000) 1- Amazônia Central (>2,3 Ga), 2 Maroni-Itacaiúnas (2,2-1,95 Ga), 3 Ventuari-Tapajós (1,95-1,8 Ga), 4 Rio Negro-Juruena (1,8-1,55 Ga), 5 Rondoniano-San Ignácio (1,55-1,3 Ga), 6 Sunsás (1,25-1,0 Ga), 7 Cinturão Neoproterozóico, 8 Cobertura Fanerozóica ; B) Santos et al. (2000) 1- Carajás-Imataca (3,10-2,53 Ga), 2 Amazônia Central (1,88-1,70 Ga), 3 - Transamazônica (2,25-2,0 Ga), 4 Tapajós-Parima (2,03-1,88 Ga), 5 Rio Negro (1,86-1,52 Ga), 6 Rondônia-Juruena (1,80-1,50 Ga), 7 Sunsas (1.33 Ga Ga) e 8 -K Mudku (1,33-0,99 Ga), 9 Cinturão Neoproterozóico, 10 Cobertura Fanerozóica. Em ambos, destaque para área que abrange o Estado de Roraima. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 16

30 Com base em informações litológicas, estruturais e geofísicas, Reis & Fraga (1998) e Reis et al. (2003) individualizaram a geologia de Roraima em quatro domínios litoestruturais: Parima, Surumu, Guiana Central e Anauá-Jatapú (Figura 2A). Entretanto, a CPRM (2006) e Almeida (2006) remomearam o domínio Anauá-Jatapú de Uatumã-Anauá por apresentar características geológicas similares às do NE do Amazonas. Figura 2: A) Mapa dos Domínios litoestruturais do Estado de Roraima, em destaque a área de estudo que compreende o Domínio Surumu (Reis & Fraga, 1998); B) Mapa geológico simplificado da área, com ênfase para a Serra do Tabaco (CPRM, A área em estudo esta inserida no Domínio Surumu, situado na porção nordeste do Estado de Roraima. Esse domínio exibe estruturação preferencialmente E-W e subordinadamente NW- SE a WNW-ESE, compreendendo (Figura 2B): (a) rochas sedimentares pertencentes ao Supergrupo Roraima; (b) sills de diabásio da unidade Diabásio Avanavero, datadas pelo método U-Pb SHRIMP em badeleíta e zircão, com idades em torno de 1,78 Ga (NORCROSS et al e SANTOS et al. 2003); (c) rochas vulcânicas do Grupo Surumu, datado por Schobbenhaus et al. (1994) em 1966 ± 9 Ma pelo método U-Pb ID TIMS (amostras de zircão em dacitos da Serra de Tabaco) e por Santos et. al. (2003) pelo método U-Pb SHRIMP, em 1977 ± 8 Ma; (d) granitóides da Suíte Intrusiva Saracura datados por Costa (1999) e Santos et. al (2003) pelo método Pb-Pb e Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 17

31 U-Pb SHRIMP em zircão, respetivamente, onde foram obtidades idades que variam de 2,16 a 1,33 Ga, deixando dúvidas com relação a idade deste magmatismo; (e) granitóides da suíte Intrusiva Pedra Pintada com idade de 1,96 Ga (zircão SHRIMP) obtida por Santos et. al. (2003) e (REIS et. al. 2003); (f) rochas supracrustais do Grupo Cauarane datadas em 1969 ± 4 Ma (zircões de bolsões graníticos anatéticos) pelo método U-Pb SHRIMP, e zircões detríticos com idades entre 2038 Ma e 2093 Ma. 3 - O vulcanismo surumu: O Grupo Surumu definido por Barbosa & Andrade Ramos (1959) é constituído por rochas efusivas e piroclásticas aflorantes em uma faixa com direção preferencial E-W e a WNW-ESE, e sob a forma de pequenos corpos isolados (Figura 2B), justapostos através de contatos tectônicos, marcado pela presença de rochas protomiloníticas e ultramiloníticas, com as rochas da Suíte Saracura e Pedra Pintada (CPRM 1999). Composicionalmente as rochas variam de andesitos, dacitos e riolitos sendo os termos piroclásticos representados por tufos cineríticos, lapili tufos, bombas tufos e ocorrências locais de brechas autoclásticas e aglomerados vulcânicos (CARVALHO & MILLIOTTI, 2005). Segundo Dreher et al. (2005) o vulcanismo Surumu apresenta caráter dominantemente subaéreo, relacionado à caldeiras, em função de extensos depósitos de fluxos piroclásticos como ignimbritos. Geoquimicamente, as rochas efusivas do Grupo Surumu, mostram caráter fracamente peraluminoso e afinidade cálcio-alcalina, apresentando nos diagramas normalizados pelo condrito com um padrão de distribuição que indica fracionamento nos elementos terras raras leves, anomalia negativa de Eu e padrão horizontalizado dos elementos terras raras pesados. No diagrama multielementar normalizado, as amostras do Grupo Surumu apresentam anomalia negativa de Nb, Sr e Ti e positiva para Y (CPRM 1999). O magmatismo Surumu foi datado por Schobbenhaus et al. (1994), pelo método U-Pb ID- TIMS, em 1966 ± 9 Ma em amostras de dacitos da Serra do Tabaco. Costa et al. (2001) obtiveram a idade de 2006 ± 4 Ma (Pb-Pb em zircão) para rochas vulcânicas do Grupo Surumu na região da Serra do Cavalo. Posteriormente, Santos et al. (2003) utilizando o método U-Pb SHRIMP em zircão, determinaram a idade de 1984 ± 7 Ma, para rochas vulcânicas aflorantes na região do rio Uraricaá, correlacionadas ao Grupo Surumu. Neste mesmo trabalho, os autores relatam a presença de zircões herdados com idade de 2027 ± 32 Ma e 2163 ± 10 Ma, bem como o recálculo da idade obtida por Schobbenhaus et al. (1994), encontrando o valor de 1977 ± 8 Ma. As características geoquímicas e geocronológicas exibidas pelas rochas vulcânicas do Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 18

32 Grupo Surumu são compatíveis com as apresentadas pela Suíte Intrusiva Pedra Pintada, o que sugere uma relação de cogeneticidade e contemporaneidade entre estas rochas (FRAGA et al. 1997, REIS et al. 2000). Sua afinidade geoquímica, incluindo o comportamento dos elementos traços, sugere um ambiente de arco magmático para a geração deste magmatismo, enquanto sua idade aponta para um evento magmático extensivo ao final do Ciclo Transamazônico (REIS & FRAGA 1996, 1998; CPRM 1999). 4 - Análise de sensores remotos na região da serra do tabaco A Serra do Tabaco constitui uma área de fácil acesso, localizada na margem direita da BR-174, cerca de 200 km à norte da capital Boa Vista. Apresenta uma forma elipsoidal, com o eixo maior na direção E-W, e variações topográficas de 100 a 425 m (Figura 3). A serra é parcialmente recoberta por vegetação do tipo savana além de típicos arbustos de Curatella Americana, popularmente denominada de Caimbé. Figura 3: Aspectos de campo: Panorâmica da Serra do Tabaco, em destaque onde foram confeccionados os perfis P1 e P2, respectivamente nos flancos oeste e este da Serra e os flancos bem definidos tanto da Serra do Tabaco mergulhando para NE, quanto da Serra do Tarame para SW. Em análises fotointerpretativas por estereoscopia observou-se que os limites da Serra do Tabaco são representados por quebras negativas, resultando em vales encaixados escarpados com declividades variando de 30º a 52º, o que sugere uma delimitação por falhas. As cristas que compõem a Serra do Tabaco mostram direção preferencial NE-SW e NNE-SSW, em um comportamento discordante da orientação geral do Domínio Surumu, sugerindo que esta estruturação foi desenvolvida posteriormente e seria produto da atuação de falhas e juntas em um regime rúptil. A análise da distribuição espacial dos alvos geológicos foi realizada nas imagens Landsat 5/TM (órbita/ponto 232/57, bandas 3, 4 e 5, adquiridas em 11/03/2004) e no mosaico SAR (Radarsat-1, banda C, nos modo S3 e S5, adquirida em 01/10/2001), obtidas junto ao Instituto Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 19

33 Nacional de Pesquisas Espaciais INPE (Figura 4A), resultando na segmentação da Serra do Tabaco em três porções com respostas espectrais distintas. Os três segmentos analisados mostram, em geral, uma elevada correlação entre as bandas TM5 e TM3 levando-se em conta o espalhamento dos valores de níveis de cinza (NC), com destaque para as porções 1 e 2. A porção 3 mostra, no entanto, maior disparidade definida pelo intervalo espectral e padrão de espalhamento dos NC conforme a Figura 4B. A resposta espectral, na imagem da Figura 4B é praticamente equivalente quando comparadas as porções 1 e 2, sugerindo substratos de composições similares para estes setores. Figura 4 A) Carta imagem da Serra do Tabaco, em composição colorida 5R4G3B do sensor TM do satélite Landsat 5/TM, com destaque para três porções usadas na análise espectral; B)Padrão de espalhamento de NC da Serra do Tabaco, para as três porções investigadas. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 20

34 Neste trabalho foi investigada apenas a porção 2 da Serra do Tabaco, onde foram identificadas rochas vulcânicas de composições dacitíticas e riodacíticas, o que nos permite inferir, com base na resposta espectral, que estas rochas também dominam na porção 1 da Serra do Tabaco. As diferenças espectrais da porção 3 ainda necessitam de uma investigação de campo, porém é provável que as mesmas estejam relacionadas a sutis diferenças composicionais das rochas. 5 - As rochas vulcânicas do Grupo Surumu na Serra do Tabaco As descrições apresentadas neste trabalho mostram as características das rochas observadas no extremo oeste e centro-oeste da porção 2 da Serra do Tabaco (Figura 4), obtidas em dois perfis transversais denominados de P1 e P2 (Figura 3). A Serra do Tabaco é constituída por riodacitos e, em menor proporção, dacitos que exibem diferentes relações texturais e volumétricas. Na base do perfil 1 (P1), em afloramento na forma de lajedo, dacitos e riodacitos apresentam as seguintes relações estruturais: (a) Intercalações de lentes centimétricas de dacitos e riodacitos, variando de 1 a 2,5 cm, definindo um bandamento segundo 350 /45 NE (Figura 5A); (b) Bandas dacíticas descontínuas gerando estruturas do tipo boudins, segundo 256º Az, imersas em uma massa riodacítica (Figura 5B); e (c) Arranjos caóticos entre dacitos e riodacitos, formando por vezes dobras (Figura 5C). Ao longo de toda a serra foram observadas amígdalas preenchidas por minerais máficos (Figura D), com tamanhos variando de centimétrico a decimétrico, sendo observado um aumento progressivo, nas dimensões das amígdalas em direção ao topo, devido à coalescência das bolhas de gases (Figura 5E). Diferente da porção oeste da Serra do Tabaco (P1), a porção central (P2) é estruturada por vários sets de disjunções colunares com geometria hexagonal, espessura entre 0,6 m a 0,8 m e altura entre 6 a 8 m (Figura 5F). Estruturas posteriores, relacionadas à eventos tectônicos podem ser vistas através de sistemas de cisalhamentos destrais (Figura 5G e H), com orientação média de 05ºAz e 64º NW, e sinistrais segundo 345ºAz/sub-vertical. Ocorrem fraturas tardias, segundo 70º e 347ºAz que ocasionalmente encontram-se preenchidas por quartzo. 5.1 Aspectos petrográficos Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 21

35 Macroscopicamente os dacitos possuem coloração cinza-escura a esverdeada, enquanto os riodacitos cinza clara. Ambos apresentam textura porfirítica ressaltada por fenocristais de quartzo, feldspato alcalino, plagioclásio e minerais máficos, que se encontram imersos numa matriz fina (Tabela 1). A matriz apresenta diferentes graus de devitrificação, sendo constituída essencialmente por quartzo e, subordinadamente, feldspatos, biotita e hornblenda, alinhados definindo uma fina, e penetrativa, foliação. Próximo às extremidades dos fenocristais, a matriz exibe um maior grau de recristalização definindo uma textura de sombra de pressão assimétrica. Tabela 1 - Amostras ST-02 a ST-09 são referentes ao perfil 1 (P1) coletadas sucessivamente da base para o topo da Serra do Tabaco (P1). A amostra ST-10 localiza-se na base da serra a esquerda do Perfil 1 (P1). A amostra ST-14 foi extraída do segundo nível de disjunção colunar do perfil 2 (P2). Dacito Riodacitos ST-02 (1) ST-2A (1) ST-03 (2) ST-05 (3) ST-7 (3) ST-09 (3) ST-14 (3) ST-10 (1) Quartzo 2,9 0,2 8,9 9,6 3,2 9,2 6,4 4,3 K-fesdspato 2,1 0,8 6,4 8,2 1,1 9,3 11,2 3,7 Plagioclásio 5,7 8,9 4,9 3,9 9,6 4,2 7,0 7,4 Total/Pórfiros 10,7 9,7 20,2 23,8 13,9 20,6 24,6 15,4 Acessórios 0,3 0,3 0, 5 0,5 0,6 0,3 0,8 0,2 Máficos 15,9 16,0 14,1 2,3 0,3 0,7 2,8 7,3 Matriz 73,1 73,8 65,2 73,4 85,2 78,4 71,7 80,7 Total (%) As amostras estruturalmente são representativas de: (1) Dacito/ riodacito com estruturação caótica; (2) Dacito do bandamento dacito/riodacitos; (3) Riodacitos maciços. RIODACITOS: Mineralogicamente a rocha é constituída por quartzo, feldspato alcalino e plagioclásio como minerais essenciais (Tabela 1), sendo hornblenda e, subordinadamente, biotita as fases máficas (Tabela 1). Os minerais acessórios são zircão, apatita, titanita e opacos, além de calcita, epidoto e mica branca como minerais secundários. A matriz é microcristalina, constituída por quartzo, feldspatos e biotita Os fenocristais de feldspato alcalino são subédricos a anédricos e podem apresentar textura pertítica com diferentes graus de alteração. Geralmente estão associados aos fenocristais de quartzo em contato suturado (Figura 6A e B) e subordinadamento poligonais. É comum apresentar as bordas corroídas, provavelmente resultado de reações com os fluidos magmáticos (Figura 6C). Texturas resultantes de microtensões são observadas por microfalhas e fraturas, indicando deformação no estado sólido. Dentre os minerais félsicos o plagioclásio é o mineral menos abundante, ocorrendo como fenocristais alterados, ou não, para epidoto, micas branca e carbonato (Figura 6D), alguns dos quais mostram indícios de microclinização. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 22

36 Figura 5: Aspectos descritivos das rochas vulcânicas aflorantes na Serra do Tabaco; A)Bandamento formado pela intercalação de riodacitos e dacitos; B) Estruturas do tipo boudins, formado pela intercalação de dacito e riodacito segundo 250ºAz; C) Estruturação caótica na base da serra, caracterizando a atuação de um Fluxo turbilhonar (aleatório), formando dobras individuais; D) amígdalas milimétricas preenchidas por agregados de minerais máficos (base da serra); E) amígdalas centimétricas preenchidas por agregado de minerais máficos (topo da serra); F) Região centro-oeste (P2) da Serra do Tabaco, estruturado por Sets de disjunções colunares, caracterizando no mínimo cinco pulsos magmáticos; G) e H) Sistema de cisalhamentos (dextrais) relacionadas à eventos tectônicos tardios. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 23

37 Os máficos ocorrem como agregados em porções restritas da rocha formados, predominantemente por grãos de hornblenda, titanita, biotita e opacos (Figura 6E). O anfibólio é o máfico dominante e ocorre como prismas anédricos e subédricos, cujas propriedades ópticas são compatíveis com a hornblenda. A biotita ocorre como palhetas subédricas associadas, em geral, ao anfibólio, além de pequenas palhetas dispersas na rocha, muitas vezes compondo a matriz. A titanita anédrica a subédrica ocorre em geral associada a minerais opacos (Figura 6F), formando bordas de reação, sugerindo uma composição rica em titânio para o opaco (ilmenita e/ou titanomagnetita?). DACITOS: A mineralogia dos dacitos é a mesma dos riodacitos, porém com menor proporção de fenocristais de k-feldspato e quartzo e maior percentagem de minerais máficos (anfibólio e biotita). O feldspato alcalino (FK) ocorre como fenocristais subédrico, em geral com textura pertítica definida pela presença de lamelas de exsolução (Figura 7A). Alteram-se predominantemente para mica branca e mostram bordas corroídas, por vezes com exsolução de quartzo. O plagioclásio ocorre predominantemente como fenocristais ou como pequenos cristais na matriz microcristalina. Os fenocristais têm hábitos prismáticos subédricos a euédricos, com diferentes graus de alteração, por vezes ocorrem alinhados marcando a direção do fluxo magmático. Observa-se inclusões de zircão e apatita (Figura 7B), alguns cristais apresentam evidências de deformação, marcada pela cominuição dos cristais. Os cristais da matriz são euédricos e foram identificados devido a sua geminação simples. O quartzo ocorre como fenocristais e como pequenos cristais orientados constituindo a matriz. Os fenocristais são subédricos, com extinção ondulante e, em alguns casos, com bordas corroídas, sugerindo uma reação com a matriz. Observa-se também um contato do tipo suturado com outros cristais de quartzo provavelmente gerado pela deformação no estado sólido. A biotita ocorre como lamelas isoladas na rocha ou associada ao anfibólio, definindo concentrados máficos, em porções restritas da lâmina. O anfibólio mostra-se em formas ou tonalidades distintas, indicando mais de uma geração, a primeira apresenta-se acastanhada e a segunda com tons verdes escuro, destaca-se por constituírem agregados (textura glomeroporfirítica), associados aos minerais opacos (Figura 7C). Geralmente marcam o bandamento composicional, formado pela alternância de material félsico e félsico + máfico (Figura 7D), que por vezes contornam os fenocristais constituintes da rocha. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 24

38 Figura 6: Aspectos petrográficos - Riodacitos: A) fenocristal de quartzo com bordas corroídas, imersos em uma matriz devitrificada; B) Agregado de quartzo associado à fenocristais de feldspato alcalino (FK); C) Fenocristais de feldspato alcalino anedral, com bordas corroídas, aparentemente digeridas por líquidos magmáticos. D) Fenocristal de plagioclásio (geminação simples) nota-se agregado opacos e sericita; E) Agregado de minerais máficos, associado aos minerais opacos; F) Cristais anedrais de minerais opacos apresentando bordas de reação com precipitação de titanita. Os minerais opacos ocorrem como grãos isolados e/ou associados aos minerais máficos. Em geral encontram-se envolvidos por titanita, sugerindo tratar-se da ilmenita ou tinatomagnetita. O epidoto ocorre como agregados ou cristais isolados e resultam da alteração do plagioclásio. A titanita ocorre como cristais dispersos na rocha que são anédricos a subédricos (até 0,3 mm) em geral associados a minerais máficos e opacos. A apatita e o zircão ocorrem como inclusões, tanto nos minerais félsicos como nos máficos. Carbonatos ocorrem como produto de alteração dos plagioclásios e preenchendo fraturas na rocha (Figura 7E). A presença de carbonatos preenchendo fraturas sugere a atuação de fluídos Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 25

39 hidrotermais tardi-magmáticos. Figura 7: Aspectos petrográficos Dacitos: A) fenocristal de feldspato alcalino (FK) com lamelas de exsolução de albita (Alb); B) Fenocristais de plagioclásio (Plg) alinhados definindo um fluxo magmático e com inclusões de epidoto( epd); C) Anfibólio (Anf) associado a minerais opacos (opc); D) Bandamento formado pela alternânica de minerais máficos (Maf) e félsicos (Fel); E) Carbonatso(Carb) bem desenvolvidos preenchendo fraturas em cristais de feldspato alcalino (FK). 6 - Discussões As estruturas identificadas na Serra do Tabaco apontam variações no comportamento do fluxo magmático. O bandamento marcado pela intercalação de dacitos e riodacitos define domínios texturais planares, gerados pela diferença na composição das bandas e abundância de fenocristais (Tabela 1). O aumento na concentração de cristais tende a aumentar a viscosidade, devido à presença dos cristais e a mudanças na composição do líquido residual que se torna mais silicoso (SMITH, 1997). Nos locais em que estas rochas ocorrem associadas, definindo um bandamento composicional, os riodacitos apresentam uma maior abundância de fenocristais comparado aos dacitos (Tabela 1), em resposta ao deslocamento de fluxo paralelos entre si, típicos de sistema silicosos onde o número de Reynolds é bastante inferior a 1 (McPHIE et al. 1993, GOTO & MCPHIE 1998, SMITH 1998). A boudinagem de lentes de dacitos também é resultado da atuação de um cisalhamento laminar, entretanto agora num regime dúctil-rúptil. O fluxo de composição dacítica por apresentar uma menor viscosidade e, conseqüentemente, maior velocidade de escoamento, está sujeito a uma taxa maior de estiramento, o que resulta na boudinagem de suas lentes. Quando Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 26

40 isso ocorre, na Serra do Tabaco, há um aumento significativo na abundância dos fenocristais, indicando um estágio mais avançado de cristalização. Segundo Smith (2002), na ausência de bandas de fluxos laminares ocorreria à atuação de um regime de domínios planares deformados, podendo gerar dobras, sem identificar claramente os seus domínios, o que pode resultar em um modelo de alinhamento turbilhonar. Na Serra do Tabaco é observada uma estruturação caótica entre dacitos e riodacitos, isso ocorre quando há uma menor abundância de fenocristais no riodacito, o que implica num menor contraste nas velocidades de escoamento, e na atuação de domínios planares deformados devido a atuação de um fluxo turbilhonar (Tabela 1). Vários níveis de disjunções colunares são identificados na Serra do Tabaco, resultantes da contração da rocha durante o seu resfriamento. Modelos de resfriamento de rochas vulcânicas têm sido inferidos com base na geometria e diâmetro das disjunções, associado à largura das estrias (SPRY 1962, GROSSENBACHER & MCDUFFIE 1995, GOTO & MCPHIE 1998, GOEHRING 2008). Em linhas gerais o diâmetro da coluna é reflexo da taxa de resfriamento, colunas largas implicam em taxa de resfriamento lento e colunas estreitas resfriamento rápido (SPRY 1962). Em um modelo ideal de resfriamento por condução, a estruturação das disjunções colunares ocorre em dois níveis (Figura 8), superior e inferior, com o nível superior apresentando disjunções com diâmetros menores que o nível inferior (GROSSENBACHER & McDUFFIE 1995). A Serra do Tabaco apresenta sets de disjunções colunares compatível com o modelo de resfriamento por condução (Figura 8), a uma taxa de resfriamento lenta, dada à espessura das colunas. Este modelo é penetrativo em toda a porção oeste da Serra, demonstrando a sua estruturação por meio de vários pulsos vulcânicos. Figura 8: Modelo ideal de resfriamento por condução, compatível com as disjunções colunares observadas na Serra do Tabaco, segundo Grossenbacher & McDuffie (1995). Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 27

41 A atuação de esforços tectônicos posteriores a cristalização das rochas dacíticas e riodacíticas é observada através de zonas de cisalhamento (sinistrais e destrais) e fraturas tardias que ocasionalmente encontram-se preenchidas por quartzo. Ao microscópio, essas deformações são marcadas pela extinção ondulante de grãos de quartzo, cominuição de fenocristais de feldspatos e quartzo, fraturamento dos fenocristais e devitrificação da matriz. A matriz foliada demonstra que a recristalização ocorreu em presença de esforço tectônico cisalhante, indicado pelo maior grau de recristalização assimétrica da matriz junto às extremidades dos fenocristais numa textura de sombra de pressão. 7 - Considerações Finais A Serra do Tabaco foi estruturada por múltiplos derrames, ressaltados pela presença de vários níveis de disjunções colunares. O bandamento definido pela intercalação de dacitos e riodacitos ocorre em resposta às diferenças nas velocidades de escoamento, resultado direto do contraste de viscosidade e o grau de resfriamento (função da abundância dos fenocristais). Num regime dúctil-rúptil, a diferença na velocidade de fluxo é mais acentuada resultando na boudinagem das camadas de dacitos. Variações no padrão laminar são observadas quando os contrastes de viscosidades são menores (menor grau de resfriamento) e, conseqüentemente, maiores velocidades de escoamento, resultando na atuação de um fluxo turbilhonar, que gerou dobras nos dacitos e/ou arranjo caótico entre dacito/riodacito. O padrão de disjunção colunar e suas dimensões são compatíveis com um resfriamento lento por condução, e os múltiplos sets de disjunções colunares indicam a atuação de repetidos pulsos magmáticos na estruturação da porção centro-leste da Serra do Tabaco. Esforços tectônicos posteriores foram responsáveis pela geração de zonas de cisalhamento destrais num regime dúctil o qual induziu a recristalização orientada da matriz definindo uma micro-foliação e a deformação dos fenocristais pré-existentes. Estima-se que esta deformação esteja relacionada à atuação do Evento K Mudku entretanto são necessários estudos Ar-Ar nas biotitas e anfibólios para confirmar está hipótese. Nos perfis estudados não foram identificadas rochas piroclásticas, demonstrando que o evento magmático foi essencialmente efusivo ao contrário do observado nas exposições do Grupo Surumu, a norte da Serra do Tabaco, onde predomina termos piroclásticos. 8. Referências Bibliográficas ALLEN S.R., MCPHIE J. Phenocryst fragments in rhyolitic lavas and lava domes. Journal of Volcanology and Geothermal Research, 126: ALMEIDA M. E. Evolução geológica da porção centro-sul do Escudo das Guianas com base no estudo Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 28

42 geoquímico, geocronológico e isotópico dos granitóides Paleoproterozóicos do Sudeste de Roraima. Tese de Doutorado, Centro de Geociências, Universidade Federal do Pará, 227p BARBOSA O.; ANDRADE RAMOS, J. R. de. Território do Rio Branco: aspectos principais da geomorfologia, da geologia e das possibilidades minerais de sua zona setentrional. Rio de Janeiro. DNPM/DGM. 49 p BROWNE L. B., EICHELBERGER J. C., PATINO L. C., VOGEL T. A. UTO K. HOSSHIZUMI H. Magma mingling as indcated by texture and Sr/Ba ratios of plagioclase phenocrysts fron Unzenvolcano, SW Japan. Journal of Volcanology and Geothermal Research, 154: CARVALHO A. S., MILLIOTTI C. A.. Descrição Mesoscópica e caracterização petrográfica das rochas vulcânicas do Grupo Surumu aflorantes no norte-nordeste do Estado de Roraima, BrasiL. In: Horbe A. M. C. & Souza V. da S (eds.) Contribuições à Geologia da Amazônia v. 4. SBG-Núcleo Norte, pp CAS R. A. F., Wright J. V. Volcanic Sucession, Modern and ancient, Allen and Unwin, London, COLE J. W.; THORDARSON T. B., BURT R. M. Magma origin and evolution of White Island (Whakarri) volcano. Bay of Plenty, New Zealand. Journal of Petrology, 41: CORDANI U.G.; SATO K.. Crustal evolution of the South American Platform, based on Nd isotopic systematics on granitoid rocks. Episodes, v. 22, nº 3, p CORDANI U.G., TASSINARI C. G. C., TEIXEIRA W., BASEI M. A. S., KAWASHITa K. Evolução tectônica da Amazônia com base nos dados geocronológicos. In: Congresso Geológico Chileno, 2., 1979, Arica. Anais [s.n.] COSTA J. A. V., COSTA J. B. S., MACAMBIRA M. J. B. Grupo Surumu e Suíte Intrusiva Saracura, RR Novas idades Pb-Pb em zircão e interpretação tectônica. In: Klein E.L., Vasquez M.L., Rosa-Costa L.T. (eds.) Contribuições à Geologia da Amazônia v. 7. SBG-Núcleo Norte, pp COSTA, J. A.V., COSTA, J. B. S., MACAMBIRA, M. J. B. Grupo Surumu e Suíte Intrusiva Saracura, RR - Novas Idades Pb-Pb em Zircão e Interpretação Tectônica. In: SBG, Simpósio de Geologia da Amazônia, vol. 7, Belém, Pará, Resumos Expandidos, CD-ROM, pp CPRM. Programa Integração, Atualização e Difusão de Dados da Geologia do Brasil: Subprograma Mapas Geológicos Estaduais. Geologia e Recursos Minerais do Estado do Amazonas. Manaus, CPRM/CIAMA-AM, Escala 1: Texto explicativo, p. 148 [CD-ROM] CPRM. - Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. Roraima Central, Folhas NA.20-X-B e NA.20-X-D (inteiras), NA.20-X-A, NA.20-X-C, NA.21-V-A e NA.21-V-C (parciais). Escala 1: Estado do Amazonas. - Brasília: CPRM DREHER A. M., L. M. FRAGA, M. S. G. DE FARIAS, H. GRAZZIOTIN. O Vulcanismo Surumu na Folha Vila de Tepequém, Roraima, Escudo das Guianas. In: III Simpósio de Vulcanismo e Ambientes Associados. Cabo Frio - RJ EICHELBERGER J.C., VOGEL T.A. YOUNKER L.W., MILLER C.D., HEIKEN G.H., WOHLETZ K.H. Structure and stratigraphy beneath a young phreatic vent: South Inyo Crater, Long Valley Caldera, California, J. Geophys. Res., 93: FISHER R.V., Submarine volcaniclastic rocks, in Marginal Basin Geology: Volcanic and Associated Sedimentary and Tectonic Processes in modern and Ancient Marginal Basins, edited by B.P. Kokelaar, and M.F. Howells, Geological Society of London Special Publication, 16, FRAGA L. M. B., HADDAD R. C., REIS N. J. Aspectos Geoquímicos das Rochas Granitóides da Suíte Intrusiva Pedra Pintada, Norte do Estado de Roraima. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, v. 27, nº 1, p. 3-12, GIMENO D. Devitrification of natural rhyolitic obsidian glasses: petrographic and microstructural study (SEM+EDS) of recent (Lipari Island) and anciente (Sarrabus, SE Sardinia) samples. Journal of Non-Crystalline solids, 323: Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 29

43 GOEHRING L. On the scaling and ordering of columnar joints. Tese de Doutorado, Universidade de Toronto. 172p GOTO Y., McPHIE J. Endogenous growth of a Miocene submarine dacite cryptodome, Rebun Islanda, Hokkaido, Japan. Journal of Volcanology and Geothermal Research, 84: GROSSENBACHER K. A. McDUFFIE S. M. Conductive cooling of lava : columnar joint diameter and stria width as functions of cooling rate and thermal gradient. Journal of Volcanology and Geothermal Research, 69: HARFORD C. L. SPARKS R. S.J. Recent remobilization of shallow-level intrusions on Montserrat revealed by hydrogen isotope composition of amphiboles. Earth and Planetary Science Letters, 185: LOFGREN G. E. Experimentally produced devitrification textures in natural rhyolite glass. Geology Society America Bulletin, 81: McARTHUR A. N., CAS R. A. F., Orton G. J. Distribution and significance of crystallllline, perlitic and vesicular textures in the Ordovician Garth Tuff (Wales). Bulletin of Volcanology, 60: McPHIE J., DOYLE M. ALLEN R. Volcanic textures: a guide to interpretation of textures in volcanic rocks. CODES Key Centre, Hobart, Australia NAKADA S., BACON C. R., GARTNER A. E. Origin of phenocrysts and compositional diversity in premazama rhyodacite lavas, Crater Lake, Oregon. Journal of Petrology, 35: NORCROSS C. E., DAVIS, D. W., SPOONER, E. T. C., RUST, A. U-Pb and Pb-Pb age constraints on Paleoproterozoic magmatism, deformation and gold mineralization in the Omai area, Guyana Shield. Precambrian Research, 102: PASSEY S. R., BELL B. R. Morphologies and emplacement mechanisms of the lava flows of the Faroe Island Basalt Group, Faroe Islands, NE Atlantc Ocean. Bulletin of Volcanology, 70: REIS N.J. E FRAGA L.M.B. Vulcanismo Surumu Estado de Roraima: Caracterização de seu comportamento químico à luz de novos dados. In: SBG, Anais do 39º Congresso Brasileiro de Geociências, Salvador, 2: 88-91p REIS N.J., E FRAGA, L.M.B. Geologia do Estado de Roraima. CPRM. Manaus, 24 p REIS N.J., FRAGA L.M., Faria M.S.G De, ALMEIDA M.E. Geologia do Estado de Roraima, Brasil. In: Geology of France and Surrounding Areas Special Guiana Shield, Nº 2-3- e 4, BRGM p REIS, N. J., FARIA, M. S. G. DE, FRAGA, L. M. B., HADDAD, R. C., Orosirian calc-alkaline volcanism and the Orocaima event in the Northern Amazonian Cráton, Eastern Roraima State. Brazil. Rev. Bras. Geoc. 30 (3), SANTOS J. O. S., HARTMANN, L. A., GAUDETTE H. E. A New Understanding of the Provinces of the Amazon Craton Based on Integration of Field Mapping and U-Pb and Sm-Nd Geochronology. Gondwana Research, v. 3, n. 4, p , SANTOS J.O.S. POTTER P.E. REIS. N.J. HARTMANN L.A. FLETCHER I.R. MCNAUGHTON N.J. Age, source and Regional Stratigraphy of the Roraima Supergroup and Roraima-like Sequences in Northern South America, based on U-Pb geochronology. In: Geol. Soc. Amer. Bulletin, 115(3) p SATO K., TASSINARI C. C. G. Principais eventos de acresção continental no Cráton Amazônico baseado em idades modelo Sm-Nd, calculada em evoluções de estágio duplo. In: Costa M. L., Angélica R. S. (Eds.) Contribuições à Geologia da Amazônia. Belém: SBG-Núcleo Norte, pp SCHOBBENHAUS C. HOPPE A. LORK, A. BAUMANN, A. Idade U-Pb do magmatismo uatumã no Norte do Craton Amazônico, Escudo das Guianas (Brasil). In: SBG, 38º Congresso Brasileiro de Geociências, Camboriú. Anais 2, p SMITH J. V. Structural analysis of flow-related textures in lavas. Earth-Science Reviews, 57: Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 30

44 2002. SMITH J. V. Sher Thickening Dilatancy in Cristal-rich Flows. Journal of Volcanology and Geothermal Research, 79: SMITH J.V., Interpretation of domainal textures in basalt lavas, Lamington Volcanics, eastern Australia. J. Geophys. Res. 103, SPRY A. The origin of columnar jointing, particularly in basalt flows: Journal of the Australian Geological Society, 8: SWANSON S. E., NANEY M. T., WESTRICH H. R., EICHELBERGER J. C. Crystallisation history of Obsidian Dome, Ynyo Domes, California. Bulletin Volcano, 51: TASSINARI C. C. G. ; BETTENCOURT, J. S. ; GERALDES, M. C. ; MACAMBIRA, M. ; LAFON, J. M. The Amazonian Craton. In: U.G. Cordani; A. Thomaz filho; J. Milani. (Org.). Tectonic Evolution of South America. Rio de Janeiro: CPRM,, v., p TASSINARI C. C. G. MACAMBIRA M. J. B. Geochronological Provinces of the Amazonian Cráton. Episodes, 22 (3): p TASSINARI C. C. G. MACAMBIRA M. J. B. A Evolução Tectônica do Cráton Amazônico. In: Mantesso-Neto V., Bartoreli A., Carneir C. D. R., Brito-Neves B. B. de (eds.) Geologia do Continente Sul-Americano Evolução da Obra de Fernando Flávio Marques de Almeida. São Paulo, Ed. Beca, p TEIXEIRA W., TASSINARI C.C.G., CORDANI U.G., KAWASHITA K. A Review of The geochronology of the Amazonian Craton: tectonic implications. Precambrian Research, 42: p Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 31

45 3.3 Aspectos petrográficos da Serra do Tarame. As características das rochas observadas foram obtidas em um perfil transversal denominado TM1 constituída predominantemente por riolitos e subordinadamente por traquidacitos. A base do perfil TM1 é marcado por limites de disjunções denominado de articulações carapaça de tartaruga (McPHIE et al. (1993), Figura 3.2A e B), caracterizado por disjunções poligonais. Ao longo do perfil os sets tornam-se mais definidos estruturando a Serra, na base com 0,3 m (Figura 3.2C) de altura e no topo do perfil apresenta disjunções colunares bem definidas com cerca de 3.4 m e espessura de aproximadamente 0,65 a 0,9 m (Figura 3.2D). Amígdalas preenchidas por minerais maficos (Figura 3.2E) são constantes ao longo da Serra, com variações em suas dimensões (Figura 3.2F), na base da serra apresenta entre 0,01 m a 0,03 m e no topo entre 0,06 m a 0,11 m, resultantes da coalescência de escape de gases do magma em direção ao topo da Serra. Figura 3.2: A) Esboço das articulações tipo carapaça de tartaruga, segundo Macphie et a.l (1993); B) vista em planta das articulações tipo carapaça de tartaruga na base do perfil TM: C) Base da Serra com disjunções medindo aproximadamente 0,3 m; D) Disjunções colunares no topo da Serra com aproximadamente 3 m; E) amígdalas milimétricas preenchidas por agregados de minerais máficos (base da serra); F) amígdalas centimétricas preenchidas por agregado de minerais máficos (topo da serra). Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 32

46 3.3.1 Aspectos petrográficos A Serra do tarame é constituída predominantemente por riodacitos e subordinadamente por dacitos. Macroscopicamente os dacitos possuem coloração cinza-escura a esverdeada, enquanto os riodacitos cinza clara. Ambos apresentam textura porfirítica ressaltada por fenocristais de quartzo, feldspato alcalino, plagioclásio e minerais máficos, que se encontram imersos numa matriz fina. A matriz apresenta diferentes graus de devitrificação, sendo constituída essencialmente por quartzo e, subordinadamente, feldspatos, biotita e hornblenda. Próximo às extremidades dos fenocristais, a matriz exibe um maior grau de recristalização definindo uma textura de sombra de pressão assimétrica. RIODACITOS: Mineralogicamente a rocha é constituída por quartzo, feldspato alcalino e plagioclásio, como minerais essenciais e como fases máficas ocorre hornblenda e subordinadamente biotita. Os minerais acessórios são zircão, apatita e opacos, bem como carbonatos e epidoto como minerais secundários. A matriz é microcristalina, constituída por quartzo, feldspatos e biotita O quartzo é um dos principais constituintes da matriz, ocorre também na forma de fenocritais anedrais a subedrais. Os fenocristais apresentam forte extinção ondulante e geralmente encontram-se fraturados, caracterizando a textura jigsaw ou quebra cabeça (Figura 3.3A) sendo possível observar o fenocristal original, além de textura de embainhamento indicando reação com os fluídos magmáticos (Figura 3.3B). A partir da análise das características texturais foi possível induvidualizar três gerações de quartzo: i) representada pelos fenocristais dispersos na matriz (Figura 3.3A e B); ii) cristais com tamanhos intermediários entre os fenocristais e os cristais da matriz, que ocorrem como agregados com extinção ondulante, preenchendo fraturas (Figura 3.3F) e; iii) microlitos constituindo a matriz. Os fenocristais de feldspato alcalino são subédricos a anédricos, apresentam diferentes graus de alteração (Figura 3.3C e H), via de regra ocorre textura pertítica e subordinadamente a textura granofiríca (Figura 3.3D). Geralmente apresentam processo de reabasorção, caracterizado pela textura embainhamento dos cristais (Figura 3.3C e E). Texturas resultantes de micro-tensões no estado líquido são observadas pela cominuição dos cristais, ressaltado pela textura do tipo jigsaw ou quebra cabeça (Figura 3.3F e G). Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 33

47 Figura 3.3: Aspectos petrográficos - Riodacitos: A) Fenocristal de quartzo (Qtz) com textura jigsaw; B) Fenocristal de quartzo (Qtz) com textura de reabsoção, embainhamento dos cristas; C) Fenocristais de feldspato alcalinos (Fk) pouco alterado com a borda corroída; D)Textura granofirica associada aos feldspatos alcalinos; E)Fenocristal de feldspato alcalino (Fk) parcialmente reabsorvido por fluidos magmáticos, caracterizando a textura de embainhamento; F e G) Fenocristal de feldspato alcalino com textura do tipo jigsaw e: H) Fenocristal de feldspato alcalino (Fk) fraturado, preenchido por carbonatos (Carb) e quartzo (Qtz). O plagioclásio ocorre como fenocristais, com diferentes graus de alteração ou como pequenos grãos constituindo a matriz microcristalina, representa a fase félsica menos abundante. Suas formas variam de anedrais a subedrais com geminação simples, e apresentam inclusões de zircão e apatita (Figura 3.4A, C e D). Evidencias de deformação é ressaltada pela extição ondulante (Figura 3.4 B e C) dos fenocristais. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 34

48 Figura 3.4: Fotomicrografia Riodacitos A e B) Fenocristais anedral de plagioclásio (Plg) pouco alterado; C) Fenocristal de plagioclásio com extinção ondulante e; D) Fenocristal de plagioclásio (Plg) alterado. Os máficos ocorrem como agregados em porções restritas da rocha, constituídos por anfibolio, biotita e opacos (Figura 3.5A, B e C). O anfibólio é anedrico e ocorre como agregados ou dispersos na lâmina, geralmente associada à biotita e opacos. A biotita ocorre normalmente como aciculas dispersas na rocha, associadas ao anfibólio (Figura 3.5A, B, C e F). Os opacos são subedrais a anedrais encontram-se dispersos na rocha e por vezes associado à biotita e ao anfibólio (Figura 3.5A, B e C). O carbonato ocorre disperso na rocha como produto de alteração de cristais de plagioclásio e associados aos feldspatos alcalinos e quartzo, preenchendo fraturas (Figura 3.5 D), provavelmente resultante da atuação de fluidos hidrotermais tardi-magmáticos. DACITOS: Em seção delgada a rocha apresenta fenocristais de quartzo, feldspato alcalino e plagioclásio como fases essenciais e subordinadamente ocorrem anfibólios e biotita como fase máfica, imersos na matriz microcristalina de mesma composição (Figura 3.6A). Os minerais acessórios são representados por zircão, apatita, epidoto e opacos, carbonatos e micas brancas ocorrem como minerais de alteração. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 35

49 Figura 3.5: Fotomicrografia Riodacitos A, B e C) Agregado de minerais máficos, constituído por Anfibolio (Anf), Biotita (Bta) e opacos (Opc); D) Carbonato associados à fenocristal defeldspatos. O quartzo é um dos principais constituintes da matriz, ocorre também na forma de fenocritais anedrais a subedrais. Os fenocristais destacam-se pela forte extinção ondulante e geralmente encontra-se com textura de embainhamento indicando reação com o fluido magmático (Figura 3.6B e C). O plagioclásio ocorre como fenocristais eudrais a subedrais e representam um dos principais constituintes da matriz (Figura 3.6A). Apresentam geminação lei da albita (Figura 3.6E), normalmente encontra-se pouco alterados a moderadamente alterado para sericita e epidoto e com fraturas, preenchidas por carbonatos e quartzo policristalino. Feldspatos Alcalinos ocorrem como fenocristais anedrais a subedrais e como constituinte da matriz. Os fenocristais apresentam geminação periclina pouco alterados (Figura 3.6D e 3.7A), por vezes encontra-se com textura de embanhiamento indicando reação com o fluido magmático (Figura 3.7B e C). Nota-se também cominuição dos fenocristais, apontando a atuação de esforços tectônicos (Figura 3.7A). Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 36

50 Figura 3.6: Aspectos petrográficos - dacitos: A) Fotomicrografia geral da lâmina, nota-se os fenocritais ressaltados na matris microcristalina; B) Fenocristais de quartzo (Qtz) com textura de embainhamento; C) Cristais de quartzo (Qtz); D) Agregado de quartzo policristalino; E) Fenocrital de plagioclásio (Plg) euhedral com geminação lei da albita e; F) Cristais de plagioclásio (Plg) fraturado, preenchido por carbonatos. A fase máfica é representada por anfibólio, biotita e clorita segundária (Figura 3.8A, B e C). O anfibólio ocorre como grãos i solados ou associados à biotita e clorita (Figura 3.8B). Geralmente apresenta processo de substituição para clorita (cloritização) (Figura 3.8A). A biotita ocorre dispersa na lâmina na forma de acículas (Figura 3.8B e D), bem como associada ao anfibólio e a clorita. A clorita também ocorre preenchendo fraturas (Figura 3.8D). Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 37

51 Figura 3.7: Fotomicrografia dacitos A) Fenocristais de feldspato alcalinos (Fk) pouco alteado e fortemente fraturado; B e C) Fenocristal de feldspato alcalino com textura de embanhiamento. Os opacos são euedrais e ocorrem dispersos na lâmina (Figura 3.8C), geralmente encontrase associado a fase máfica da rocha. O carbonato ocorre preenchendo fraturas (Figura 3.8E), provavelmente resultante da atuação de fluidos hidrotermais tardi-magmaticos. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 38

52 3.2.2 Enclaves Máficos Enclaves máficos são observados tanto nas rochas riolíticas como dacíticas. São contituídos dominantemente por anfibólio, biotita, epidoto e opacos e subordinadamente por plagioclásio (Figura 3.9). Os contatos com as rochas encaixantes são irregulares, sugerindo certa contemporaneidade entre estes magmas (Figura 3.9A). Nas rochas riolíticas, por vezes observase uma incorporação dos minerais máficos pelo magma ácido, caracterizando uma mistura mecânica entre estes magmas (Figura 3.9B). Os mecanismos propostos para a formação de inclusões básicas são: a) Flotação de magma básico vesicular em magma ácido (EICHELBERGER, 1980); b) Injerção forçada de um magma básico na câmera magmática ácida (CAMPBELL & TUNER, 1989). O Eichelberger (1980) considera que no caso de magma básico, injetado em uma camara magmática constituída por um magma ácido de menor temperatura, após a intrusão forma-se uma capa altamente vesiculada na interface entre os dois magmas, por efeito da cristalização do magma básico. Como conseqüência, a densidade diminui até igualar a densidade dos magmas residentes na câmera. Neste estado, a capa se torna instavel e pequenos fragmentos do magma vesiculado se separam e introduzem no magma residente, dando lugar à formação de inclusões Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 39

53 máficas. Campbell & Turner (1989) demostram através de estudos experimentais e teóricos que se a velocidade de ascenção e injeção do magma básico, de baixa viscosidade, é suficiente alta, este penetra de forma parcial em um magma andesitico mais viscoso. À medida que o magma básico ascende, sua densidade diminue devido à vesiculação causada por cristalização e descompressão. O magma injetado se desintegra em pequenos fragmentos e forma as inclusões. Apesar dos mecanismos explicarem a formação de inclusões máficas, apenas os dados texturais nos permite inferir qual é o mecanismo atuante. Segundo Clyne (1999) a presença de borda crenulada nas inclusões sugere a hipótese formulada por Campbell & Turner (1989). 3.3 Discussões e conclusões Segundo McPhie (1993) o desenvolvimento de texturas em depósitos vulcânicos podem ser considerada em termos de três fases principais: 1) criação de texturas originais por erupção e processos de alojamento; 2) modificação de texturas originais por processos sin-vulcânicos (desgaseificação, hidradração, devitrificação de alta temperatura, alteração hidrotermais) e; 3) modificação de processos pós-vulcânicos (hidratação, desvitrificação, alteração hidrotermal, diagênese, metamorfismo, deformação, intemperismo). Na Serra do Tarame as texturas identificadas apontam a fase 3, caracterizada pela forte desvitrificação da matriz, formação de sombras de pressão e pela atuação de fluídos hidrotermais marcada pela presenção de carbonatos nas rochas estudadas. A fragmentação dos fenocristais pode ocorrer mesmo em lavas e intrusões não deformadas. A textura do jigsaw observada na Serra do Tarame é caracteristica de fragmentação in situ, resultante do cisalhamento durante o fluxo, vesiculação e o rapido arrefecimento do magma, ou durante a liberação de pressão ocorrida na ascenção do magma, bem como pela temperatura e hidratação da lava durante os processos sin-vulcânicos (McPHIE, 1993). Assim como a Serra do Tabaco, a Serra do Tarame foi estruturada por múltiplos derrames, ressaltada pela presença de vários níveis (entre 7 ou 9 níveis) de disjunções colunares. O padrão de disjunção colunar e suas dimensões são compatíveis com um resfriamento lento por condução, e os múltiplos sets de disjunções colunares indicam a atuação de repetidos pulsos magmáticos na estruturação de toda a serra. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 40

54 CAPÍTULO IV LITOGEOQUÍMICAS DAS ROCHAS VULCÂNICAS DAS SERRAS DO TABACO E TARAME. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 41

55 4. LITOGEOQUÍMICA DAS ROCHAS VULCÂNICAS DAS SERRAS DO TABACO E TARAME Este capítulo apresenta as analises geoquímicas com intuito de fornecer informações que auxiliem no entendimento dos processos evolutivos e/ou fontes envolvidas, bem como sugerir um possível ambiente tectônico. Para tal, foram realizado análise de elementos maiores, traços e elementos terras raras (ETR s) para dacito/riolitos e traquidacitos. 4.1 ARTIGO A SER SUBMETIDO À REVISTA BRASILEIRA DE GEOLOGIA GEOQUÍMICA DAS ROCHAS VULCÂNICAS DAS SERRAS DO TABACO E TARAME: GRUPO SURUMU OU FORMAÇÃO CACHOEIRA DA ILHA? Kássia Regina Franco Bezerra 1, Rielva Solimairy Campelo do Nascimento 1,2 1 PPGGEO, UFAM. Av. Gen. Rodrigo O. J. Ramos, Coroado, Manaus (AM). kassiterita@gmail.com; 2 Departamento de Geociências, UFAM, rielva@ufam.edu.br. RESUMO: As rochas vulcânicas que afloram nas serras do Tabaco e Tarame, área foco desse estudo está inserida no Domínio Surumu, caracterizado predominantemente pela presença de rochas vulcânicas do Grupo Surumu, homônima ao domínio. A Serra do Tabaco e Tarame são constituídas por riolitos e subordinadamente por traquidacitos com textura porfirítica com fenocristais de quartzo, feldspato alcalino, plagioclásio, que se encontram imersos numa matriz fina. As rochas mostram valores de SiO 2 variando entre 67,87 a 78,41%, com razão K 2 O/Na 2 O = 0,49 a 1,46, apresentam quimismo dominantemente alcalino e cálcio-alcalino subordinado, com caráter essencialmente metaluminoso e subordinadamente peraluminoso, nas amostras mais evoluídas, e nos diagramas de harker mostram um comportamento compatível para o TiO 2, Al 2 O 3, MgO, CaO, Fe 2 O 3 e P 2 O 5, Ba e Sr com a sílica, incompatível para K 2 O, Rb, Ce, Y, Ta, Zr e Nb. Em diagrama multielementar notam-se discretas anomalias negativas de Ba, Nb, Ta e expressiva anomalia negativa de Sr, P e Ti. O padrão de distribuição dos ETR s mostra um enriquecimento em ETR s leves em relação aos pesados e pronunciada anomalia negativa de Eu. As razões La n /Yb n variam de 2,06 a 11,09 e Gd n /Yb n = 0,06 a 1,36 indicam um leve fracionamento. O principal processo atuante na geração destas rochas foi à cristalização fracionada. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 42

56 1- Introdução O mapeamento geológico sistemático no estado de Roraima iniciou-se com a atuação do projeto RADAMBRASIL na década de setenta e, posteriormente, com convênios entre o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais Serviço Geologico do Brasil (CPRM), vários trabalhos geológicos, em escala regional, foram realizados devendo-se ao pioneirismo de autores como Ramgrab & Damião (1970), Bonfim et al. (1974), Montalvão et al. (1975), Melo et al. (1978), Veiga Jr. et al. (1979), dentre outros. Um avanço significativo foi alcançado, a partir da década de noventa, com a reinterpretação das principais unidades geológicas do estado, em função dos novos mapeamentos realizados. O arcabouço geológico do estado de Roraima está compartimentado em terrenos granitogreenstone, cinturões de rochas de alto grau metamórfico, granitóides e cobertura sedimentar intracratônica relacionados ao paleoproterozóico. Distribuem-se também corpos de granitóides, rochas básicas e ultrabásicas e anortositos de idade mesoproterozáica. No Mesozóico, a reativação do Cinturão Guiana Central, durante a abertura do oceano Atlântico, originou o hemigraben do Tacutu e, posteriormente, a intrusão de corpos alcalinos e enxames de diques em toda a região. A partir do Programa Geologia do Brasil (PGB/CPRM), o mapeamento geológico realizado na Folha Vila Tepequém - Projeto Amajari (no prelo), permitiu a caracterização de uma nova unidade vulcânica, denominada informalmente de Formação Cachoeira da Ilha, englobando ignimbritos riolíticos e rochas efusivas ácidas com afinidade alcalina. As rochas aflorantes nas serras do Tabaco e Tarame, área foco deste estudo, foram mapeadas por CPRM (1999) como pertecentes ao Grupo Surumu (Figura 1), baseado em dados geocronológico (SCHOBBENHAUS et al. 1994) que forneceram idade de 1966 ± 9 Ma para dacitos da Serra do Tabaco, apesar de nenhum estudo petrográfico e geoquímicos ter sido realizado nas referidas Serras. Diante deste fato, este trabalho se propõe a caracterização petrográfica e geoquímica da Serra do Tabaco e Tarame no intuito de verificar a unidade real a que estas rochas pertencem (Grupo Surumu ou Formação Cachoeira da Ilha) e contribuir para o conhecimento da evolução magmática e geotectônica do Domínio Surumu. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 43

57 Figura 1: A) Mapa dos Domínios litoestruturais do Estado de Roraima, em destaque a área de estudo que compreende o Domínio Surumu (Reis & Fraga, 1998); B) Mapa geológico simplificado da área, com ênfase para a Serra do Tabaco e Tarame (CPRM, 1999). 2 - As rochas vulcânicas das serras do Tabaco e Tarame: As descrições apresentadas neste trabalho mostram as principais carcteristicas petrográficas das rochas vulcânicas das serras do Tabaco e Tarame, investigadas em quatro perfis transversais denominados de P1 (ST-01 a ST-10), P2 (ST-11 a ST-15), P3 (ST2) e P4 (ST3) para a serra do Tabaco e um perfil denominado de TM1 para a serra do Tarame. Estruturas identificadas ao longo da Serra do Tabaco indicam um comportamento variado para o fluxo magmático que oscila entre essencialmente laminar, observado por intercalações de riolitos e traquidacitos (Figura 2A), definindo um bandamento composicional, e por sets de disjunções colunares, e um fluxo turbilhonar registrado pelo arranjo caótico entre riolitos e traquidacitos, gerando dobras irregulares e descontínuas (Figura 2B). A atuação de esforços tectônicos posteriores à cristalização das rochas é vista através de zonas de cisalhamento (sinistrais e destrais, Figura 2C). A Serra do Tarame é marcada por disjunções colunares do tipo articulações carapaça de tartaruga (Figura 2D) (McPHIE et al., 1993), estruturada Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 44

58 predominantemente por sets de disjunções, caracterizando um fluxo essencialmente laminar. O evento magmático identificado em ambas as serras é essencialmente efusivo (BEZERRA et al., 2007, 2009). Figura 2: Aspectos descritivos das rochas vulcânicas aflorantes nas Serras do Tabaco e Tarame; A)Bandamento formado pela intercalação de riolitos e traquidacitos; B) Estruturação caótica na base da serra, caracterizandoa atuação de um Fluxo turbilhonar (aleatório), formando dobras individuais; C) Sistema de cisalhamentos (dextrais) relacionadas à eventos tectônicos tardio.; D) Limites de disjunções colunares na base da Serra do tarame do tipo carapaça de tarataruga; E) Panoramica da Serra do Tarame, estrutura em sets de disjunções colunares. 3 Petrografia Petrograficamente as Serras do Tabaco e Tarame são constituídas por riodacitos e subordinadamente por dacitos com textura porfirítica, contendo fenocristais de quartzo, feldspato Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 45

59 alcalino, plagioclásio, que se encontram imersos numa matriz fina. No geral, os fenocristais apresentam cominuição, extinção ondulantes e fortemente fraturados, por vezes com textura do tipo jigsaw, e normalmente os feldspatos apresentam diferentes graus de alteração. A matriz apresenta diferentes graus de devitrificação, sendo constituída essencialmente por quartzo e, subordinadamente, feldspatos, biotita e hornblenda, que se encontram alinhados definindo uma fina e penetrativa foliação. Próximo às extremidades dos fenocristais, a matriz exibe um maior grau de recristalização definindo uma textura de sombra de pressão assimétrica. Os minerais máficos geralmente ocorrem como agregados dispersos na rocha, constituído por anfibólio, biotita e opacos. Carbonatos ocorrem como produto de alteração, provavelmente resultante da atuação de fluído tardi a pós-magmáticos. RIODACITOS: Mineralogicamente a rocha é constituída por quartzo, feldspato alcalino e plagioclásio como minerais essenciais, sendo hornblenda e, subordinadamente, biotita as fases máficas. Os minerais acessórios são zircão, apatita, titanita e opacos, além de calcita, epidoto e mica branca como minerais secundários. A matriz é microcristalina, constituída por quartzo, feldspatos e biotita Os fenocristais de feldspato alcalino são subédricos a anédricos com diferentes graus de alteração. Geralmente estão associados aos fenocristais de quartzo em contato suturado (Figura 3A e B) e por vezes poligonais. É comum apresentar as bordas corroídas, provavelmente resultado de reações com os fluidos magmáticos. Dentre os minerais félsicos o plagioclásio é o mineral menos abundante, ocorrendo como fenocristais alterados, ou não, para epidoto, micas branca e carbonato, alguns dos quais mostram indícios de microclinização (Figura 3C e D). Os máficos ocorrem como agregados em porções restritas da rocha formados, predominantemente por cristais de hornblenda, titanita, biotita e opacos (Figura 3E e F). O anfibólio é o máfico dominante e ocorre como prismas anédricos e subédricos, cujas propriedades ópticas são compatíveis com a hornblenda. A biotita ocorre como palhetas subédricas associadas, em geral, ao anfibólio, além de pequenas palhetas dispersas na rocha, muitas vezes compondo a matriz. A titanita anédrica a subédrica ocorre em geral associada a minerais opacos, formando bordas de reação, sugerindo uma composição rica em titânio para o opaco (ilmenita e/ou titanomagnetita). Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 46

60 Figura 3: Aspectos petrográficos - Riodacitos: A) Fenocristal de feldspato alcalinos (Fk) pouco alterado com a borda corroída; B) feldspato alcalinos (Fk) alterado com a borda corroída; C) Fenocristais de plagioclásio (Plg) com lamenlas de exolução de albita; D) Fenocristais de plagioclásio (Plg) com extinção ondulante e bordas corroídas; E e F)Agregado de minerais máficos: biotita (Bta), opacos (Opc) e anfibolios (Anf). DACITOS: A mineralogia dos dacitos é a mesma dos riodacitos, porém com menor proporção de fenocristais de quartzo e k-feldspato e maior percentagem de minerais máficos (anfibólio e biotita). O feldspato alcalino (FK) ocorre como fenocristais subédrico, em geral apresentam textura pertítica definida pela presença de lamelas de exsolução (Figura 4A) encontram-se fortemente fraturados (Figura 4B). Alteram-se predominantemente para mica branca e mostram bordas corroídas, por vezes com exsolução de quartzo. O plagioclásio ocorre predominantemente como fenocristais ou como pequenos cristais na matriz microcristalina. Os fenocristais têm hábitos prismáticos subédricos a euédricos, com diferentes graus de alteração (Figura 4C), por vezes ocorrem alinhadas marcando a direção do Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 47

61 fluxo magmático (Figura 4D) com inclusões de zircão e apatita. Alguns cristais apresentam evidências de deformação, marcada pela cominuição dos cristais. Os cristais da matriz são euédricos e foram identificados devido a sua geminação simples. Figura 4: Aspectos petrográficos - Dacitos: A) Fenocristal de feldspato alcalinos (Fk) pouco alterado com a borda corroída; B) feldspato alcalinos (Fk) fortemente fraturado; C) Fenocristais de plagioclásio (Plg) sem alteração; D) Fenocristais de plagioclásio (Plg) alinhados marcando a direção do fluxo magmático; E) Fenocristais de quartzo(qtz) corroído e com extinção ondulante; F)Agregado de minerais máficos: biotita (Bta), opacos (Opc) e anfibolios (Anf); G) Bandamento marcado pela intercalação de minerais máficos (maf) e félsicos (Fel); e H) Cristais de Carbonatos preenchendo fraturas na rocha. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 48

62 O quartzo ocorre como fenocristais e como pequenos cristais orientados constituindo a matriz. Os fenocristais são subédricos, com extinção ondulante e, em alguns casos, com bordas corroídas, sugerindo uma reação com a matriz (Figura 4E). Observa-se também um contato do tipo suturado com outros cristais de quartzo provavelmente gerado pela deformação no estado sólido. A biotita ocorre como lamelas isoladas na rocha ou associada ao anfibólio, definindo concentrados máficos, em porções restritas da lâmina. O anfibólio mostra-se em formas ou tonalidades distintas, indicando mais de uma geração, a primeira apresenta-se acastanhada e a segunda com tons verdes escuro, destaca-se por constituírem agregados (textura glomeroporfirítica), associados aos minerais opacos (Figura 4F). Geralmente marcam o bandamento composicional, formado pela alternância de material félsico e félsico + máfico (Figura 4G), que por vezes contornam os fenocristais constituintes da rocha. Os minerais opacos ocorrem como grãos isolados e/ou associados aos minerais máficos. Em geral encontram-se envolvidos por titanita, sugerindo tratar-se da ilmenita ou tinatomagnetita. O epidoto ocorre como agregados ou grãos isolados e resultam da alteração do plagioclásio. A titanita ocorre como grãos dispersos na rocha que são anédricos a subédricos (até 0,3mm) em geral associados a minerais máficos e opacos. A apatita e o zircão ocorrem como inclusões, tanto nos minerais félsicos como nos máficos. Carbonatos ocorrem como produto de alteração dos plagioclásios e preenchendo fraturas na rocha (Figura 4H). A presença de carbonatos preenchendo fraturas sugere a atuação de fluídos hidrotermais tardi-magmáticos ou posteriores. 4 - Geoquímica das unidades litológicas Após coleta sistemática realizada em quatro perfis verticais na serra do Tabaco e um na serra do Tarame, foram selecionadas 27 amostras para análises química de elementos maiores, menores e traços foram realizadas no laboratório ACME (Canadá), com os elementos maiores e menores determinados por ICP-AES (Inductively Coupled Plasma Atomic Emission Spectrometry) e os elementos traços por ICP-AMS (Inductively Coupled Plasma Atomic Mass Spectrometry). Os critérios para seleção das amostras foi à ausência de efeitos intempéricos, homogeneidade textural, ausência de veios e de fraturas preenchidas por minerais secundários e representatividade das unidades geológicas. As rochas que constituem a serra do Tabaco são relativamente menos enriquecidas em sílica que as rochas da Serra do Tarame, na primeira os teores de SiO 2 variam de 67,87 a 76,13% Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 49

63 (com ausência de amostras no intervalo de 70,87 a 74,58%), e na segunda os teores de SiO 2 encontram-se no intervalo de 69,19 a 78,41% (sem amostras no intervalo 71,74 a 75% de SiO 2 ) (Tabela 1 e 2). As amostras mais evoluídas de Serra do Tabaco e Tarame (SiO 2 > 71,74%) mostram composição química bastante similar (Tabela 1 e 2). Entretanto, quando as rochas menos evoluídas da Serra do Tabaco (SiO 2 < 70,67) são comparadas com as rochas da Serra do Tarame (SiO 2 < 69,49) é observado teores mais elavados de Fe 2 O 3 (t) (entre 4,81 a 6,32% e 2,50 a 2,90%, respectivamente) e menores valores de CaO (1,21 a 1,83% vs 2,14 a 2,37%) (Tabela 1 e 2). Composicionalmente as rochas estudadas são dominantemente riolitos com riodacitos subordinados (Figura 5A, B e C), com caráter essencialmente metaluminoso e subordinadamente peraluminoso, nas amostras mais evoluídas (Figura 5D). Figura 5: Diagrama de classificação das rochas vulcânicas: A) Diagrama TAS de Le Bas et al (1986), mostrando a composição predominantemente riolítica e subordinadamente traquidacitica das rochas estudadas. B) Indíce de saturação em Alumina, proposto por Shand (1943). Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 50

64 Tabela 1: Análise dos elementos maiores, traços e Terras Raras para amostras de traquidacitos e riolitos das Serras do Tabaco. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 51

65 Tabela 2: Análise dos elementos maiores, traços e Terras Raras para amostras de traquidacitos e riolitos das Serras dotarame. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 52

66 No contexto das séries magmáticas considerando os parâmetros estabelecidos por Wright (1969) as rochas estudadas mostram afinidade dominatemente alcalina com as amostras menos evoluídas da Serran do Tabaco mostrando afinidade peralcalina (Figura 6A). Tal afinidade é dada pelos elevados teores de Al 2 O 3 das amostras (ver tabela 1). No diagrama de Frost et al. (2001), onde o Al 2 O 3 não é utilizado como parâmetro as rochas estudadas mostram afinidade dominantemente álcali-cálcica, transicional entre alcalina e cálcio-alcalina (Figura 6B). Afinidade transicional também é vista no diagrama R1-R2 segundo os trends proposto por La Roche et al. (1980) (Figura 6C), porém as amostras menos evoluídas (traquidacitos) da Serra do Tarame caem segundo o trend das rochas cálcio-alcalina.. Dall Agnol e Oliveira (2007) propõem diagramas para separar granitóides tipo A de granitóides cálcio-alcalino, bem como diferenciar granitóides tipo A reduzido de tipo A oxidado. Apesar das rochas estudadas não se tratarem de granitos, ocorrem numa região com granitóides alcalinos contemporâneos (granitos Aricamã) com idade de 1,98Ga, sugerindo tratar-se de uma associação vulcano plutônica. Como as rochas estudadas são extremamente evoluídas, tais diagramas foram utilizados para classificá-las com relação ao seu quimismo. Considerando as parâmetros propostos por Dall Agnol & Oliveira (2007), as rochas estudadas plotan no campo dos granitos tipo A (Figura 6D) e tipo A reduzido (Figura 6E), com os traquidacitos da Serra do Tarame plotando no campo dos granitos cálcio-alcalino, como visto no diagrama R1-R2. Segundo a proposta de Whalen et al. (1987) para discriminação de granitos, as rochas estudas apresentam um trend principal indicando quimismo tipo A (Figura 6F), nota-se um gap composicional entre as amostras do trend principal para duas amostras da serra do Tabaco (ST- 12 e ST2-7) e uma da serra do Tarame (STM-2), com teores de SiO 2 maior que 76%. As amostras menos evoluídas da serra do Tarame (STM-3A e STM-7) plotam no campo dos granitos não fracionados (OGT). Tanto na serra do Tabaco quanto na do Tarame são observadas rochas de composição traquidacítica e riolíticas, com um gap composional de SiO 2 (aproximadamente 4% de SiO 2 ). Para investigar se os riolitos poderiam ter evoluído a partir do traquidacitos diagramas de Harker foram construídos. Nas rochas da Serra do Tabaco, quando considerado apenas os elementos maiores, observar-se um alinhamento único para os traquidacitos e riolitos, com exceção do Na 2 O onde há uma dispersão das rochas menos evoluídas e agrupamento das amostras mais evoluídas, este último sem definir trend. Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 53

67 Figura 6: Diagrama de classificação das rochas vulcânicas: A) Diagram de alcalinidade (Wrigh, 1969); B) Diagrama de MALI Ìndice de modificado de àlcali-c slcico (Frost et al., 2001); C)Digrama R1-R2 segundo De La Roche et al (1980;); D) e E) Diagrama discriminantes para granitos tipo A (Dall Agnol e Oliveira, 2007) F) Diagrama de Whalen et al. (1987), com a composição média dos granitos tipo A (A) e campos para granitos tipo M, I e S fracionados (FG) e não fracionados (OGT). Quando considerado os elementos traços o Zr deixa claro a existência de dois trends distintos. Por analogia, nas rochas da Serra do Tarame, observa-se que os traquidacitos mostram um comportamento bem distinto dos riolitos, principalmente quando considerados elementos como CaO, MgO, Na 2 O e FeO (Figura 7). Quando comparada o comportamento entre as rochas das duas serras, observa-se que as rochas mais evoluídas das serras tendem a se agrupar definindo um trend único (Figura 7). Tal comportamento sugere que estas rochas podem ter derivado de uma fonte comum e/ou evoluído por processos similares. Para as rochas menos Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 54

68 evoluídas de cada serra o comportamento dos óxidos de TiO 2, Al 2 O 3, MgO, CaO, Na 2 O, K 2 O, FeO, Rb e Sr não são condizentes com uma fonte e/ou processos evolutivos similares para estas rochas (Figura 7). Figura 7: Diagrama de variação tipo Haker para elementos maiores e traços. Em diagrama multi-elementar, utilizando como normalizador o condrito de Thompson (1982), as rochas estudadas apresentam um enriquecimento geral em relação ao condrito com um padrão de distribuição marcado por discretas anomalias negativas de Ba, Nb, Ta, expressiva anomalia negativa de Sr, P e Ti e suaves anomalias positivas de Rb, Th, La, Ce e Nd (Figura 8). Para a serra do Tabaco nota-se que a amostra mais evoluída apresenta anomalia negativa para La e Ce, enquanto as rochas menos evoluídas da serra do Tarame (STM-3A e STM-7) apresenta padrão geral menos enriquecido em relação as demais rochas estudadas e suave anomalia Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 55

69 negativa em Sr. Figura 8: Diagrama de distribuição multielementar, valores normalizados segundo os padrões de contritos de Thompson (1982). O padrão de distribuição dos elementos terras raras (ETR), normalizados em relação ao condrito segundo Boynton (1984), mostra um enriquecimento de ETR s leves em relação aos pesados, este com padrão horizontalizado (Figura 9). As rochas menos evoluídas da Serra do Tarame (STM-3A e STM-7), igualmente mostram um padrão horizontalizado dos ETR pesados, contudo, há um empobrecimento destes em relação às demais amostras estudadas. Pronunciada anomalia negativa de Eu, sugere que o plagioclásio foi fracionado durante a evolução magmática. As razões La n /Yb n variam de 2,06 a 11,09 e Gd n /Yb n = 0,06 a 1,36 indicando um leve fracionamento. Para a serra do Tabaco a amostra mais evoluída apresenta um comportamento distinto das demais, nota-se um empobrecimento dos ETR s leves em relção as rochas estudadas e pronuciada anomalia negativa de Eu, com um padrão horizontalizado dos ETR s pesados, sugerindo um padrão do tipo gaivota. Figura 9: Diagrama de distribuição dos ETR s, valores normalizados segundo os valores do contritos de As rochas plotadas em diagrama discriminante de ambientes tectônicos que correlaciona Ta + Yb vs Rb segundo Pearce et al. (1984) e Pearce et al. (1996) apontam ambientes predominantemente intraplaca (WPG) e subordinadamente arco-vulcânico (VAG) para duas amostras de traquidacitos da serra do Tarame (Figura 10). Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 56

70 Figura 10: Diagrama de discriminação de ambientes tectônicos segundo Pearce (1996), com campos dos granitos sincolisionais (syn-colg), de arco vulcânico (VAG), de cordilheiras oceânicas (ORG), intra-placas (WPG) e pós-colisionais (post- COLG). 6- Discussões e Considerações Finais As rochas que consituem as Serras do Tabaco e Tarame apresentam afinidades dominatemente alcalinas, a exceção de duas amostras de traquidacitos da Serra do Tarame que apresentam afinidade com as rochas cálcio-alcalina. Comparando-se a geoquímica das rochas estudadas com a geoquímica das rochas alcalinas da Formação Cachoeira da Ilha observa-se que ambas são caractericzadas por alto conteúdo de SiO 2, serra do Tabaco e Tarame com 67,87 a 78,41% e Formação Cachoeira da Ilha com 69, %. São metaluminosa a levemente peraluminosa, possuem teores elevados de álcalis respectivamente de 08,35% - 08,99% e 7,75-9,51%. Mostram valores mais elevados para FeOt/FeOt+MgO, sendo de 0,81 a 0,96 para Cachoeira da ilha e de 0,74 a 1 para as rochas das serra do Tabaco e Tarame e ambas apresentam de forma pronuciada anomalia negativa de Eu. Por outro lado quando se compara as características dos traquidacitos da serra do Tarame com rochas do Grupo Surumu ambos apresentam baixo teor de SiO 2, sendo para o Grupo Surumu de 63, % e os traquidacitos com 69,19% - 69,49%. São metaluminosa a peraluminosa, possuem baixo teor de álcalis 6,97-10,05% para o Grupo Surumu e de 8,17-8,83% para os traquidacitos e a anomalia negativa do Eu ocorre de forma discreta. Correlacionando as rochas das serras do Tabaco e Tarame, com as da Formação Cachoeira da Ilha e do Grupo Surumu, nos diagramas de Whalen et al (1987) (Figura 10C) e Dall Algnol & Oliveira (2007) (Figura 11A e B) e associado ao conteúdo de SiO 2, álcalis e ETR leves, é possivel determinar para as rochas estudadas uma assinatura magmática predominantemente do tipo alcalino e subordinadamente do tipo cálcio-alcalino, e nos diagramas de Pearce (1996) plotam no campo intraplaca (WPG) e subordinadamente arco-vulcânico (VAG), para os Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 57

71 tarquidacitos da serra do Tarame (Figura 11D). Figura 11: Diagrama de discriminação A e B) Dall Algnol e Oliveira (2007); C) Whalen et al ( 1987) e D) Pearce (1996) 7. Algumas considerações petrogenéticas para as rochas da Serra do Tabaco e Tarame: A partir dos diagramas analisados foi possivel identificar para as rochas estudadas três tipos de magmas, em relação aos elementos maiores e traços: i) rochas mais evoluídas mostram um trend definido, com SiO 2 variando entre 74% a 78%; ii) rochas menos evoluídas da serra do Tarame com SiO 2 variando 69,19% a 71,74% e: iii) rochas menos evoluídas da serra do Tabaco, com SiO 2 entre 68,68% a 70,87%. Vale ressaltar que a amostra mais evoluída da serra do Tarame apresenta um comportamento diferenciado das demais rochas estudadas, apresentando valores elevados de SiO 2 e Na 2 O e baixo teor nos demais elementos. Em relação aos diagramas de Harker o decréscimo do CaO e anomalia negativa de Eu sugerem, a princípio, o fracionamento de plagioclásio, todavia o Na 2 O exibe comportamento compatível para as rochas da Serra do Tabaco, em contrapartida, para as rochas da Serra do Kássia R. F. Bezerra Dissertação junto ao PPGEO UFAM 58

ROCHAS ÍGNEAS ENG1202-LABORATÓRIO DE GEOLOGIA. Prof. Patrício Pires 20/03/2012

ROCHAS ÍGNEAS ENG1202-LABORATÓRIO DE GEOLOGIA. Prof. Patrício Pires 20/03/2012 ROCHAS ÍGNEAS ENG1202-LABORATÓRIO DE GEOLOGIA 20/03/2012 Prof. Patrício Pires patricio.pires@gmail.com Rochas Magmáticas O que é uma Rocha Magmática? O que acontece durante o arrefecimento e cristalização

Leia mais

Fernando Fernandes da Silva Davis Carvalho de Oliveira Paul Y.J Antonio Manoel S. D'Agrella Filho

Fernando Fernandes da Silva Davis Carvalho de Oliveira Paul Y.J Antonio Manoel S. D'Agrella Filho UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA E GEOQUÍMICA GRUPO DE PESQUISA PETROLOGIA DE GRANITÓIDES MAGMATISMO BIMODAL DA ÁREA DE TUCUMÃ (PA) - PROVÍNCIA

Leia mais

GEOLOGIA E PETROLOGIA DAS INTRUSÕES BÁSICAS ASSOCIADAS À PROVÍNCIA MAGMÁTICA DO PARANÁ NO CENTRO-LESTE DO RS

GEOLOGIA E PETROLOGIA DAS INTRUSÕES BÁSICAS ASSOCIADAS À PROVÍNCIA MAGMÁTICA DO PARANÁ NO CENTRO-LESTE DO RS GEOLOGIA E PETROLOGIA DAS INTRUSÕES BÁSICAS ASSOCIADAS À PROVÍNCIA MAGMÁTICA DO PARANÁ NO CENTRO-LESTE DO RS Carla C. Treib Sarmento; Carlos Augusto Sommer; Evandro Fernandes de Lima Programa de Pós-graduação

Leia mais

8.1. Rochas Vulcânicas e Vulcanoclásticas do Grupo Rio Doce

8.1. Rochas Vulcânicas e Vulcanoclásticas do Grupo Rio Doce CAPÍTULO 8. LITOQUÍMICA Este capítulo apresenta os estudos litoquímicos que foram realizados sobre amostras do metatufo da Formação Palmital do Sul, de rochas vulcanoclásticas da Formação Tumiritinga e

Leia mais

Capítulo 6 CONCLUSÕES

Capítulo 6 CONCLUSÕES Capítulo 6 CONCLUSÕES O Orógeno Araçuaí Congo Ocidental caracteriza-se como uma região orogênica confinada à reentrância limitada pelos crátons do São Francisco e Congo (e.g. Pedrosa-Soares et al. 2007).

Leia mais

GEOLOGIA DAS ROCHAS GRANÍTICAS E METASSEDIMENTARES

GEOLOGIA DAS ROCHAS GRANÍTICAS E METASSEDIMENTARES Capítulo III GEOLOGIA DAS ROCHAS GRANÍTICAS E METASSEDIMENTARES 1 - INTRODUÇÃO: Este capítulo tem por objetivo investigar a natureza e interrelações entre as rochas graníticas e metassedimentares que ocorrem

Leia mais

CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E MINERALÓGICA DOS GRANULITOS DA ÁREA DE CRUZEIRO DO SUL, DOMÍNIO BACAJÁ, PROVÍNCIA TRANSAMAZONAS

CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E MINERALÓGICA DOS GRANULITOS DA ÁREA DE CRUZEIRO DO SUL, DOMÍNIO BACAJÁ, PROVÍNCIA TRANSAMAZONAS CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E MINERALÓGICA DOS GRANULITOS DA ÁREA DE CRUZEIRO DO SUL, DOMÍNIO BACAJÁ, PROVÍNCIA TRANSAMAZONAS Mariane de Jesus Pereira da Silva 1 Gilmara Regina Lima Feio 2 1. INTRODUÇÃO

Leia mais

INTRODUÇÃO À GEOTECNIA (TEC00249)

INTRODUÇÃO À GEOTECNIA (TEC00249) INTRODUÇÃO À GEOTECNIA (TEC00249) Ciclo das Rochas e Tipos de Rochas Prof. Manoel Isidro de Miranda Neto Eng. Civil, DSc Estrutura da terra: a crosta e as rochas Ciclo das Rochas: Subducção de crosta oceânica

Leia mais

Figura 1 Mapa de localização do Depósito Pilar (fonte: arquivos MSOL/2006)

Figura 1 Mapa de localização do Depósito Pilar (fonte: arquivos MSOL/2006) LISTA DAS FIGURAS Figura 1 Mapa de localização do Depósito Pilar (fonte: arquivos MSOL/2006) Figura 2 - Mapa geológico simplificado do Cráton do São Franciso (segundo Schobbenhaus e Bellizzia, 2000); Limites

Leia mais

3. ARCABOUÇO TECTÔNICO

3. ARCABOUÇO TECTÔNICO 3. ARCABOUÇO TECTÔNICO 3.1 Localização e Embasamento Tectônico A região auscultada pela linha L3 compreende o Triângulo Mineiro e a porção central do Estado de Minas Gerais. Essa linha possui direção aproximada

Leia mais

2 Área de Estudo Meio Físico Localização e características gerais

2 Área de Estudo Meio Físico Localização e características gerais 2 Área de Estudo 2.1. Meio Físico 2.1.1. Localização e características gerais O local de estudo desta dissertação está situado no município de Nova Friburgo, sendo os locais escolhidos para a retirada

Leia mais

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3 MATERIAIS E MÉTODOS 28 2 OBJETIVOS 2.1 GERAL Efetuar o levantamento dos recursos minerais de importância econômica, inclusive os que estão em fase de exploração no município de Caracaraí - RR, utilizando como meios auxiliares

Leia mais

contendo sulfetos, óxidos e gases Constituíntes do MAGMA O TiO 2 O 3 O Na 2 SiO 2 Al 2 FeO MgO CaO K 2 HCl HF N 2 O CO 2 CO SO 2 SO 3 S 2 H 2

contendo sulfetos, óxidos e gases Constituíntes do MAGMA O TiO 2 O 3 O Na 2 SiO 2 Al 2 FeO MgO CaO K 2 HCl HF N 2 O CO 2 CO SO 2 SO 3 S 2 H 2 ROCHAS ÍGNEAS Aula de hoje: Conceito, gênese, ocorrências, propriedades macroscópicas e identificação das Rochas Ígneas de interesse no estudo de solos MAGMA material em estado de fusão, viscoso, pastoso,

Leia mais

SUELE O ATA DE SOUZA MARQUES

SUELE O ATA DE SOUZA MARQUES UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS GEOLOGIA, GEOQUÍMICA E GEOCRO OLOGIA Sm- d DE ROCHAS VULCÂ ICAS DO GRUPO

Leia mais

GEOQUÍMICA. Capítulo V

GEOQUÍMICA. Capítulo V Capítulo V GEOQUÍMICA 1 - INTRODUÇÃO: Neste capítulo são investigadas as características geoquímicas dos principais grupos de rochas que ocorrem na faixa oeste da Seqüência vulcanossedimentar de Mara Rosa.

Leia mais

ANÁLISE DE PROVENIÊNCIA DOS SEDIMENTOS DE FUNDO DO RIO ARAGUARI-AP COM BASE NAS ASSEMBLÉIAS MINERALÓGICAS

ANÁLISE DE PROVENIÊNCIA DOS SEDIMENTOS DE FUNDO DO RIO ARAGUARI-AP COM BASE NAS ASSEMBLÉIAS MINERALÓGICAS ANÁLISE DE PROVENIÊNCIA DOS SEDIMENTOS DE FUNDO DO RIO ARAGUARI-AP COM BASE NAS ASSEMBLÉIAS MINERALÓGICAS THIAGO PEREIRA DE SOUZA (UFPA) PATRÍCIA SILVA RODRIGUES (UFPA) JOSÉ FRANCISCO BERREDO REIS DA SILVA

Leia mais

1. Localização 2. Formação Morro Vermelho 3. Seção colunar da formação 4. Aspectos petrográficos 5. Modelo evolutivo 6. Conclusões 7.

1. Localização 2. Formação Morro Vermelho 3. Seção colunar da formação 4. Aspectos petrográficos 5. Modelo evolutivo 6. Conclusões 7. 1. Localização 2. Formação Morro Vermelho 3. Seção colunar da formação 4. Aspectos petrográficos 5. Modelo evolutivo 6. Conclusões 7. Agradecimentos 8. Bibliografia Cadeia Vitória Trindade Alinhamento

Leia mais

Magmatismo Carbónico nos terrenos de Alto-grau Metamórfico de Évora: exemplo do maciço dos Hospitais

Magmatismo Carbónico nos terrenos de Alto-grau Metamórfico de Évora: exemplo do maciço dos Hospitais Magmatismo Carbónico nos terrenos de Alto-grau Metamórfico de Évora: exemplo do maciço dos Hospitais Moita P. (1), Pereira, F (1) e Santos J. (2) 1 Centro de Geofísica de Évora, Depto Geociências, Universidade

Leia mais

Caracterização Litofaciológica do Vulcanismo da Formação Bomba, Espinhaço Setentrional, Estado da Bahia

Caracterização Litofaciológica do Vulcanismo da Formação Bomba, Espinhaço Setentrional, Estado da Bahia Caracterização Litofaciológica do Vulcanismo da Formação Bomba, Espinhaço Setentrional, Estado da Bahia Autores: Cláudia dos Santos André Danderfer Filho Localização Contexto Geológico ZTMA Legenda Corredor

Leia mais

GEOLOGIA GERAL GEOGRAFIA

GEOLOGIA GERAL GEOGRAFIA GEOLOGIA GERAL GEOGRAFIA Segunda 18 às 20h Quarta 20 às 22h museu IC II Aula 5 Rochas Ígneas Turma: 2016/01 Profª. Larissa Bertoldi larabertoldi@gmail.com Minerais Rochas Rochas são agregados naturais

Leia mais

Exemplos de relevo no Brasil Corcovado (RJ) Pico do Jaraguá (SP) Serra da Canastra (MG) Serra do Espinhaço (MG) Serra do Caraça (MG)

Exemplos de relevo no Brasil Corcovado (RJ) Pico do Jaraguá (SP) Serra da Canastra (MG) Serra do Espinhaço (MG) Serra do Caraça (MG) MÓDULO 3: LITOLOGIA E RELEVO Relevo Associado à Rocha Magmática (Aula 7) Relevo Associado à Rocha Metamórfica (Aula 8) Relevo Associado à Rocha Sedimentar (Aula 9) GÊNESE FATORES CONDICIONANTES TIPOS DE

Leia mais

CAPÍTULO 5. GRANITOGÊNESE NA REGIÃO DO GRUPO RIO DOCE

CAPÍTULO 5. GRANITOGÊNESE NA REGIÃO DO GRUPO RIO DOCE CAPÍTULO 5. GRANITOGÊNESE NA REGIÃO DO GRUPO RIO DOCE Este capítulo apresenta uma revisão do conhecimento sobre o magmatismo granítico na região de ocorrência do Grupo Rio Doce, incluindo trabalhos do

Leia mais

1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS

1. INTRODUÇÃO 2. MÉTODOS 1 ESCUDO SUL-RIO-GRANDENSE, O REGISTRO DE COLISÃO ENTRE O CRÁTON RIO DE LA PLATA E O CRÁTON KALAHARY DURANTE O NEOPROTEROZÓICO: UMA DISCUSSÃO SOBRE O POSICIONAMENTO ESTRATIGRÁFICO E PETROLOGIA DO MAGMATISMO

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DE GEOCIÊNCIAS UFAM

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DE GEOCIÊNCIAS UFAM UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DE GEOCIÊNCIAS UFAM GEOLOGIA E LITOGEOQUÍMICA DAS INTRUSÕES MÁFICAS-ULTRAMÁFICAS DA REGIÃO DE AMAJARI, RORAIMA: IMPLICAÇÕES

Leia mais

ASPECTOS GEOLÓGICO-GEOMORFOLÓGICOS DO SUL DA ILHA DE SANTA CATARINA

ASPECTOS GEOLÓGICO-GEOMORFOLÓGICOS DO SUL DA ILHA DE SANTA CATARINA ASPECTOS GEOLÓGICO-GEOMORFOLÓGICOS DO SUL DA ILHA DE SANTA CATARINA INTRODUÇÃO Prof. Edison Ramos Tomazzoli (*) Prof. Joël R. G. M. Pellerin (*) A Ilha de Santa Catarina, localizada entre os paralelos

Leia mais

4 Área de Estudo e Amostragem

4 Área de Estudo e Amostragem 4 Área de Estudo e Amostragem 4.1. Área de Estudo Escolheu-se dos tipos de solo para o desenvolvimento desta pesquisa. O primeiro consiste em um solo residual Jovem, enquanto que o segundo é um solo Colúvionar.

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS MAGMATISMO PALEOPROTEROZÓICO DO EXTREMO SUL DO ESCUDO DAS GÜIANAS, MUNICÍPIO

Leia mais

PROSPECÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA REGIÃO SUDOESTE DO ESTADO DO PARÁ COM MÉTODO GEOFÍSICO ELETRORESISTIVIDADE

PROSPECÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA REGIÃO SUDOESTE DO ESTADO DO PARÁ COM MÉTODO GEOFÍSICO ELETRORESISTIVIDADE PROSPECÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA REGIÃO SUDOESTE DO ESTADO DO PARÁ COM MÉTODO GEOFÍSICO ELETRORESISTIVIDADE Josafá Ribeiro de Oliveira 1, Michael Gustav Drews 1 e José Waterloo Lopes Leal 1 INTRODUÇÃO

Leia mais

MORFOLOGIA E ESTRUTURAS DOS DERRAMES DA FORMAÇÃO ARAPEY

MORFOLOGIA E ESTRUTURAS DOS DERRAMES DA FORMAÇÃO ARAPEY MORFOLOGIA E ESTRUTURAS DOS DERRAMES DA FORMAÇÃO ARAPEY Waichel B. L. 1 ; Lima E. F. de 2, Muzio R. 3 ; Dutra G. 2 1 Universidade Estadual do Oeste do Paraná, 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul,

Leia mais

15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental IMAGEAMENTO ELÉTRICO 2D APLICADO A PROJETOS DE TÚNEIS E BARRAGENS: ESTUDOS DE CASOS EM ÁREAS DE OCORRÊNCIA DE ROCHAS BASÁLTICAS E GRANÍTICAS

Leia mais

APRESENTAÇÃO E OBJETIVOS

APRESENTAÇÃO E OBJETIVOS 1. Introdução 1.1. Apresentação e objetivos O principal objetivo deste trabalho, a utilização de ferramentas usuais de técnicas de processamento, e interpretação e integração de dados aeromagnéticos e

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA INTEGRAÇÃO DE IMAGENS LANDSAT-7/ETM+ E DADOS AEROGEOFÍSICOS COMO AUXILIAR

Leia mais

Aula 3 - Petrologia das rochas ígneas ou magmáticas

Aula 3 - Petrologia das rochas ígneas ou magmáticas Aula 3 - Petrologia das rochas ígneas ou magmáticas Tipos de Magmas Tipos de Magmas Tipo de Magma Viscosidade Teor de Sílica Ocorrência Basáltico Baixa (muito fluido) 50% 80% Andesítico Média 60% 10% Riolítico

Leia mais

ROCHAS ALCALINAS DE JAGUAQUARA: UM AMBIENTE TIPO IOCG?

ROCHAS ALCALINAS DE JAGUAQUARA: UM AMBIENTE TIPO IOCG? ROCHAS ALCALINAS DE JAGUAQUARA: UM AMBIENTE TIPO IOCG? Antônio Marcos Vitória de Moraes Ernesto F. Alves da Silva Ives Antônio de Almeida Garrido Michele Cássia Pinto Santos 47 CONGRESSO BRASILEIRO DE

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA SEDIMENTAR E AMBIENTAL GEOMORFOLOGIA E FOTOGEOLOGIA FORMAS DE RELEVO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA SEDIMENTAR E AMBIENTAL GEOMORFOLOGIA E FOTOGEOLOGIA FORMAS DE RELEVO UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA SEDIMENTAR E AMBIENTAL GEOMORFOLOGIA E FOTOGEOLOGIA FORMAS DE RELEVO morfoestruturas Prof.: André Negrão Classificação das formas

Leia mais

CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL XVSGCO- 208 Evolução Geológica da Porção Oriental da Província Rondônia-Juruena Gilmar José Rizzotto, Cléber Ladeira Alves, Francisco Sene Rios, Gabriel de Freitas Gonçalves, Leonardo Leão Lopes Serviço

Leia mais

1 ROCHAS Assembléia de minerais Rocha = mineral essencial (principal) + minerais assessórios

1 ROCHAS Assembléia de minerais Rocha = mineral essencial (principal) + minerais assessórios ROCHAS 1 ROCHAS Assembléia de minerais Rocha = mineral essencial (principal) + minerais assessórios Mineral essencial: sempre aparecem na rocha Minerais acessórios: aparecem ou não na rocha 2 CLASSIFICAÇÃO

Leia mais

Metamorfismo. Pressão e temperatura. Rocha original (protólito)

Metamorfismo. Pressão e temperatura. Rocha original (protólito) Rochas metamórficas Conteúdo Metamorfismo Fatores de influência Tipos de metamorfismo Características das rochas metamórficas Principais rochas Zonas de metamorfismo no planeta Metamorfismo Pressão e temperatura

Leia mais

Investimentos minerais. Minas Gerais Bahia Tocantins

Investimentos minerais. Minas Gerais Bahia Tocantins Investimentos minerais Minas Gerais Bahia Tocantins Localização dos alvos BX: Bauxita Mn: Manganês Au: Ouro Ti: Titânio Ni: Níquel Cr: Cromo Fe: Ferro Bauxita O Estado de Minas Gerais é o segundo maior

Leia mais

Universidade Federal do Paraná Departamento de Construção Civil. Universidade Federal do Paraná Departamento de Construção Civil

Universidade Federal do Paraná Departamento de Construção Civil. Universidade Federal do Paraná Departamento de Construção Civil Rochas Magmáticas 1 Rochas É um agregado natural de um ou mais minerais, ou vidro vulcânico, ou ainda matéria orgânica, e que faz parte importante da crosta sólida da Terra 2 1 Classificação das rochas

Leia mais

Caracterização geológica da Região do Rio Mucajaí (Folha NA.20-X-C) por meio de processamento digitais de imagens de sensoriamento remoto

Caracterização geológica da Região do Rio Mucajaí (Folha NA.20-X-C) por meio de processamento digitais de imagens de sensoriamento remoto Caracterização geológica da Região do Rio Mucajaí (Folha NA.20-X-C) por meio de processamento digitais de imagens de sensoriamento remoto Lorena Malta Feitoza 1, Solange dos Santos Costa 1,2, Eliud de

Leia mais

O ENXAME DE DIQUES FLORIANÓPOLIS NA PRAIA DA PINHEIRA, PALHOÇA (SC)

O ENXAME DE DIQUES FLORIANÓPOLIS NA PRAIA DA PINHEIRA, PALHOÇA (SC) O ENXAME DE DIQUES FLORIANÓPOLIS NA PRAIA DA PINHEIRA, PALHOÇA (SC) Edison Ramos Tomazzoli 1, Joel Marcel Pellerin 1 (in memoriam), Carolina Martins 2, Emmanuelle Rodrigues de Nazareth 2, Kleber Isaac

Leia mais

2. LOCALIZAÇÃO, FISIOGRAFIA E GEOLOGIA

2. LOCALIZAÇÃO, FISIOGRAFIA E GEOLOGIA 25 2. LOCALIZAÇÃO, FISIOGRAFIA E GEOLOGIA 2.1. Localização O depósito mineral Animas encontra-se na província de Cailloma, no estado de Arequipa, ao sul do Peru. A área está definida pelas longitudes oeste

Leia mais

DEFORMAÇÃO NEOTECTÔNICA DOS TABULEIROS COSTEIROS DA FORMAÇÃO BARREIRAS ENTRE OS RIOS PARAÍBA DO SUL (RJ) E DOCE (ES), NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL

DEFORMAÇÃO NEOTECTÔNICA DOS TABULEIROS COSTEIROS DA FORMAÇÃO BARREIRAS ENTRE OS RIOS PARAÍBA DO SUL (RJ) E DOCE (ES), NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL DEFORMAÇÃO NEOTECTÔNICA DOS TABULEIROS COSTEIROS DA FORMAÇÃO BARREIRAS ENTRE OS RIOS PARAÍBA DO SUL (RJ) E DOCE (ES), NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL Carolina da Silva Ribeiro 1 & Claudio Limeira Mello 2 carolina_geol@yahoo.com.br

Leia mais

Ficha Catalográfica. CDU 551(811) É permitida a reprodução desta publicação, desde que mencionada a fonte.

Ficha Catalográfica. CDU 551(811) É permitida a reprodução desta publicação, desde que mencionada a fonte. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS JÚLIO CÉSAR LOMBELLOO Dissertação apresentada junto ao Programa de Pós-Graduação

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO VEGETAL. DPV 053 Geologia e Pedologia

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO VEGETAL. DPV 053 Geologia e Pedologia UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO VEGETAL DPV 053 Geologia e Pedologia Rochas Ígneas Alegre - ES 2017 ROCHAS ÍGNEAS Etnologia termo

Leia mais

"Cartografia geológica da envolvente" Quinta Campos de Lima

Cartografia geológica da envolvente Quinta Campos de Lima "Cartografia geológica da envolvente" Quinta Campos de Lima 1 ÍNDICE 1 - ENVOLVENTE GEOLÓGICA DA QUINTA CAMPOS LIMA PONTE DA BARCA - PORTUGAL... 2 1.1 - Envolvente Geológica Regional... 2 1.2 - Geologia

Leia mais

Geologia, problemas e materiais do quotidiano

Geologia, problemas e materiais do quotidiano Biologia e Geologia 11º ano Tema 4 Geologia, problemas e materiais do quotidiano 4.2. Processos e materiais importantes em ambientes terrestres 2016 Magmatismo - Rochas Magmáticas Magmatismo - Rochas Magmáticas

Leia mais

GEOLOGIA E GEOQUÍMICA DAS SEQUÊNCIAS VULCÂNICAS PALEOPROTEROZÓICAS DO GRUPO UATUMÃ NA REGIÃO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PA), CRÁTON AMAZÔNICO

GEOLOGIA E GEOQUÍMICA DAS SEQUÊNCIAS VULCÂNICAS PALEOPROTEROZÓICAS DO GRUPO UATUMÃ NA REGIÃO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PA), CRÁTON AMAZÔNICO UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS GEOLOGIA E GEOQUÍMICA DAS SEQUÊNCIAS VULCÂNICAS PALEOPROTEROZÓICAS DO GRUPO UATUMÃ NA REGIÃO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PA), CRÁTON AMAZÔNICO Bruno Lagler

Leia mais

ELEMENTOS DA GEOLOGIA (II)

ELEMENTOS DA GEOLOGIA (II) ELEMENTOS DA GEOLOGIA (II) AS ROCHAS São agregados minerais ou de um mineral apenas, formados naturalmente na crosta terrestre. As rochas podem ser classificadas em ígneas, sedimentares e metamórficas.

Leia mais

Geologia, petrografia e geoquímica das rochas vulcânicas Uatumã na área sul de São Félix do Xingu (PA), Província Carajás

Geologia, petrografia e geoquímica das rochas vulcânicas Uatumã na área sul de São Félix do Xingu (PA), Província Carajás DOI: xxxxxxxxxxxxxx Geologia, petrografia e geoquímica das rochas vulcânicas Uatumã na área sul de São Félix do Xingu (PA), Província Carajás Geology, petrographic and geochemical Uatumã volcanic area

Leia mais

MAPEAMENTO DAS UNIDADES DE RELEVO NO GRÁBEN DO TACUTU-RR

MAPEAMENTO DAS UNIDADES DE RELEVO NO GRÁBEN DO TACUTU-RR MAPEAMENTO DAS UNIDADES DE RELEVO NO GRÁBEN DO TACUTU-RR ROSILENE NOGUEIRA DE ARAÚJO Bolsista PIBIC/CNPq - UFRR JOSÉ AUGUSTO VIEIRA COSTA Prof Dr. IGEeo/UFRR INTRODUÇÃO A área de estudo localiza-se no

Leia mais

Livros Grátis. Milhares de livros grátis para download.

Livros Grátis.  Milhares de livros grátis para download. ii Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO Paulo Speller Reitor Elias Alves de Andrade Vice-Reitor Marinêz Isaac

Leia mais

Tabela AI.1. Descrição de campo aos pontos de amostragem do Complexo Vulcânico Yate e rochas do embasamento. Vulcão ou centro emissor

Tabela AI.1. Descrição de campo aos pontos de amostragem do Complexo Vulcânico Yate e rochas do embasamento. Vulcão ou centro emissor Tabela AI.. Descrição de campo aos pontos de amostragem do Complexo Vulcânico Yate e rochas do embasamento. X Y Yate Yate I HLC5 7287 5364456 Derrame riolítico associado brechas de bloques e cinza (block

Leia mais

GEOLÓGICO E HISTÓRIA DEFORMACIONAL DO GRANITO INDIAVAÍ - SW DO CRATON AMAZÔNICO

GEOLÓGICO E HISTÓRIA DEFORMACIONAL DO GRANITO INDIAVAÍ - SW DO CRATON AMAZÔNICO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS Danielle Cristine da Silva

Leia mais

U-Pb geochronology and Lu-Hf isotopic analysis by LA-ICP-MS of rocks from Serra da Providência Suit Rondonia Tin Province

U-Pb geochronology and Lu-Hf isotopic analysis by LA-ICP-MS of rocks from Serra da Providência Suit Rondonia Tin Province GEOCRONOLOGIA U-PB E GEOQUÍMICA ISOTÓPICA LU-HF POR LA- ICP-MS DE ROCHAS DA SUITE SERRA DA PROVIDÊNCIA - PROVINCIA ESTANÍFERA DE RONDÔNIA Beatriz P. Debowski¹ (D) e Mauro C. Geraldes¹ 1 - Universidade

Leia mais

Sm 62 > Nd 60 + Q

Sm 62 > Nd 60 + Q Método Sm-Nd Sistemática Sm-Nd Deve-se tomar os mesmos cuidados mencionados para a construção dos diagramas isocrônicos Rb-Sr; As amostras devem ser homogêneas e representativas da unidade a ser datada;

Leia mais

Capítulo 2 Contexto Geológico. Contexto Geológico. 2.1 Características gerais da Bacia do Paraná

Capítulo 2 Contexto Geológico. Contexto Geológico. 2.1 Características gerais da Bacia do Paraná 21 apítulo 2 Contexto Geológico 2.1 Características gerais da Bacia do Paraná A Bacia do Paraná está localizada no centro-leste da América do Sul (Figura 2.1) e cobre uma área de 1.600.000 km 2 (Brasil

Leia mais

9 Integração dos Produtos de Interpretação Geofísica Aérea e Terrestre: Regiões de Crixás, Guarinos e Pilar de Goiás

9 Integração dos Produtos de Interpretação Geofísica Aérea e Terrestre: Regiões de Crixás, Guarinos e Pilar de Goiás 9 Integração dos Produtos de Interpretação Geofísica Aérea e Terrestre: Regiões de Crixás, Guarinos e Pilar de Goiás 9.1 APRESENTAÇÃO (...) difícil e fácil complementam um ao outro (...) LAO TSE Neste

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS LITOGEOQUÍMICA E QUÍMICA MINERAL DAS ROCHAS FÉLSICAS E MÁFICAS AFLORANTES

Leia mais

Agregados de minerais

Agregados de minerais Mineral Substância natural, formada em contextos geológicos (ou biológicos), sólida, com estrutura cristalina, composição química definida e propriedades físicas específicas Definição 1 Hematite (Fe2O3)

Leia mais

Obsidiana ROCHAS ÍGNEAS. Jhon Wesley S. Gomes Igor Honorato Dutra

Obsidiana ROCHAS ÍGNEAS. Jhon Wesley S. Gomes Igor Honorato Dutra Obsidiana ROCHAS ÍGNEAS Jhon Wesley S. Gomes Igor Honorato Dutra ROCHAS ÍGNEAS - DEFINIÇÃO A palavra ígnea vem do latim ignis que significa fogo. Podem ser chamadas de rochas magmáticas ou rochas eruptivas

Leia mais

Aula 5. Lembrete de regras de distribuição de Goldschmidt. Coeficiente de Partição/Distribuição. Aula de solução de exercicios visando a prova 1

Aula 5. Lembrete de regras de distribuição de Goldschmidt. Coeficiente de Partição/Distribuição. Aula de solução de exercicios visando a prova 1 Aula 5 Lembrete de regras de distribuição de Goldschmidt Coeficiente de Partição/Distribuição Aula de solução de exercicios visando a prova 1 18/04/2017 1 Pot. iôn < 2 LFSE, LILE Pot. iôn > 2 Dois íons

Leia mais

Geologia do Brasil. Página 1 com Prof. Giba

Geologia do Brasil. Página 1 com Prof. Giba Geologia do Brasil O território brasileiro é formado, basicamente, por dois tipos de estrutura geológica: os escudos cristalinos (blocos cratônicos) e as bacias sedimentares. As formações serranas originaram-se

Leia mais

5 Materiais estudados

5 Materiais estudados 5 Materiais estudados Para atender os objetivos desta tese, foram selecionados solos com características distintas (granulometria, mineralogia, grau de alteração e origem) provenientes de dois perfis de

Leia mais

MAGMATISMO DA SERRA DA ALEGRIA, GRUPO AMONGUIJÁ, MACIÇO RIO APA SUDOESTE DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL.

MAGMATISMO DA SERRA DA ALEGRIA, GRUPO AMONGUIJÁ, MACIÇO RIO APA SUDOESTE DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL. MAGMATISMO DA SERRA DA ALEGRIA, GRUPO AMONGUIJÁ, MACIÇO RIO SUDOESTE DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL. Antonio Misson GODOY 1, Jefferson Cassu MANZANO 2, Larissa Marques Barbosa de ARAÚJO 3, Laís Paciência

Leia mais

Carlos Eugênio da Silveira Arraes 1 Carlos Alberto dos Santos 1 Roberto Gusmão de Oliveira 1 Ana Cláudia de Aguiar Accioly 1

Carlos Eugênio da Silveira Arraes 1 Carlos Alberto dos Santos 1 Roberto Gusmão de Oliveira 1 Ana Cláudia de Aguiar Accioly 1 Integração de Dados Aerogeofísicos Gamaespectométricos e Altimétricos do SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) a imagens do Sensor LANDSAT7 ETM+ utilizando-se a adição de bandas em RGB em área da Folha

Leia mais

EXCURSÃO DE CAMPO: REFERÊNCIAS GEOLÓGICAS. Ilhéus, Bahia 30 Abril 1º Maio Brasil, 2018

EXCURSÃO DE CAMPO: REFERÊNCIAS GEOLÓGICAS. Ilhéus, Bahia 30 Abril 1º Maio Brasil, 2018 EXCURSÃO DE CAMPO: REFERÊNCIAS GEOLÓGICAS Ilhéus, Bahia 30 Abril 1º Maio Brasil, 2018 1 APRESENTAÇÃO Durante a excursão de campo, integrada ao GSC 2018, deverão ser visitadas quatro pedreiras de rochas

Leia mais

Palavras-chave: SAR/SIPAM, digital processing of images, airphoto-interpretation geological, Presidente Figueiredo.

Palavras-chave: SAR/SIPAM, digital processing of images, airphoto-interpretation geological, Presidente Figueiredo. Radargeologia da área de influência do ramal da Micad, em Presidente Figueiredo, Amazonas Andrew Jackson Müller 1 Marcelo Batista Motta 1 Albertino de Souza Carvalho 2 Valmir da Silva Souza 2 1 Programa

Leia mais

Teste de avaliação Teste de avaliação Teste de avaliação Teste de avaliação Teste de avaliação Teste de avaliação 6 50

Teste de avaliação Teste de avaliação Teste de avaliação Teste de avaliação Teste de avaliação Teste de avaliação 6 50 Índice Ficha 1 Paisagens geológicas: paisagens magmáticas 4 Ficha 2 Paisagens geológicas: paisagens metamórficas e paisagens sedimentares 6 Ficha 3 Minerais: as unidades básicas das rochas 8 Teste de avaliação

Leia mais

15/10/2012. Assinatura Geoquímica de Ambientes Geotectônicos. 1- Comparação com ambientes recentes. Geoquímica de Rochas

15/10/2012. Assinatura Geoquímica de Ambientes Geotectônicos. 1- Comparação com ambientes recentes. Geoquímica de Rochas Assinatura Geoquímica de Ambientes Geotectônicos 1- Comparação com ambientes recentes Obtenção das composições químicas de elementos maiores, menores e principalmente traços de rochas de ambientes geotectônicos

Leia mais

Schlumberger Serviços de Petróleo, Rio de Janeiro, RJ, Brasil 3

Schlumberger Serviços de Petróleo, Rio de Janeiro, RJ, Brasil 3 1919 DOI: 10.11606/issn.2316-9095.v16i3p19-38 Revista do Instituto de Geociências - USP Novos dados geológicos e isotópicos para o Domínio Iriri-Xingu, Província Amazônia Central: implicações para a idade

Leia mais

quartzo ( 25%), biotita ( 18%), cordierita (18 %), K-feldspato ( 10%), granada (7 %), plagioclásio ( 3%) Minerais Acessórios: zircão, apatita, opacos

quartzo ( 25%), biotita ( 18%), cordierita (18 %), K-feldspato ( 10%), granada (7 %), plagioclásio ( 3%) Minerais Acessórios: zircão, apatita, opacos Número da Lâmina: MP 29 Ponto: MP 29 Unidade Estratigráfica: Complexo Nova Venécia Cerca de 15% de minerais máficos, apresenta estrutura bandada e foliada. Minerais Essenciais: quartzo ( 25%), biotita

Leia mais

Brena Verginassi do Nascimento

Brena Verginassi do Nascimento MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS Brena Verginassi do Nascimento

Leia mais

EVOLUÇÃO PETROLÓGICA E ESTRUTURAL DAS ROCHAS GRANITÓIDES E METABÁSICAS DA SERRA LESTE, PROVÍNCIA MINERAL DE CARAJÁS

EVOLUÇÃO PETROLÓGICA E ESTRUTURAL DAS ROCHAS GRANITÓIDES E METABÁSICAS DA SERRA LESTE, PROVÍNCIA MINERAL DE CARAJÁS UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA E GEOQUÍMICA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EVOLUÇÃO PETROLÓGICA E ESTRUTURAL DAS ROCHAS GRANITÓIDES E METABÁSICAS DA

Leia mais

GRANITO TAQUARAL: EVIDÊNCIAS DE UM ARCO MAGMÁTICO OROSIRIANO NO SUL DO CRÁTON AMAZÔNICO NA REGIÃO DE CORUMBÁ MS

GRANITO TAQUARAL: EVIDÊNCIAS DE UM ARCO MAGMÁTICO OROSIRIANO NO SUL DO CRÁTON AMAZÔNICO NA REGIÃO DE CORUMBÁ MS MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS Letícia Alexandre Redes GRANITO

Leia mais

VULCANITOS ÁCIDOS DA PROVÍNCIA ÍGNEA TELES PIRES SW DO CRÁTON AMAZÔNICO NA REGIÃO MÉDIO NOROESTE DE MATO GROSSO ESTUDO PETROLÓGICO

VULCANITOS ÁCIDOS DA PROVÍNCIA ÍGNEA TELES PIRES SW DO CRÁTON AMAZÔNICO NA REGIÃO MÉDIO NOROESTE DE MATO GROSSO ESTUDO PETROLÓGICO VULCANITOS ÁCIDOS DA PROVÍNCIA ÍGNEA TELES PIRES SW DO CRÁTON AMAZÔNICO NA REGIÃO MÉDIO NOROESTE DE MATO GROSSO ESTUDO PETROLÓGICO ii UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO Reitor Paulo Speller Vice-Reitor

Leia mais

UNIDADES DE RELEVO DA BACIA DO RIO PEQUENO, ANTONINA/PR: MAPEAMENTO PRELIMINAR

UNIDADES DE RELEVO DA BACIA DO RIO PEQUENO, ANTONINA/PR: MAPEAMENTO PRELIMINAR UNIDADES DE RELEVO DA BACIA DO RIO PEQUENO, ANTONINA/PR: MAPEAMENTO PRELIMINAR Julio Manoel França da Silva, Mestrando em Geografia, Universidade Federal do Paraná. Email: juliogeog@yahoo.com.br; Leonardo

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO UNIVASF CAMPUS SERRA DA CAPIVARA COLEGIADO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA CCINAT.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO UNIVASF CAMPUS SERRA DA CAPIVARA COLEGIADO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA CCINAT. UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO UNIVASF CAMPUS SERRA DA CAPIVARA COLEGIADO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA CCINAT Rochas Ígneas Referências Cap. 16 - Decifrando a Terra Cap. 4 Para entender a Terra

Leia mais

Aplicação de técnicas de processamento digital de imagens na investigação do vulcanismo ácido do Cerro Chato, SE do Escudo Sul-Rio-Grandense.

Aplicação de técnicas de processamento digital de imagens na investigação do vulcanismo ácido do Cerro Chato, SE do Escudo Sul-Rio-Grandense. Aplicação de técnicas de processamento digital de imagens na investigação do vulcanismo ácido do Cerro Chato, SE do Escudo Sul-Rio-Grandense. Paloma Gabriela Rocha 1 Evandro Fernandes de Lima 1 Carlos

Leia mais

As rochas plutónicas rochas ígneas rochas magmáticas solidificação do magma extrusivas e as intrusivas rochas intrusivas plutônicas fareníticas

As rochas plutónicas rochas ígneas rochas magmáticas solidificação do magma extrusivas e as intrusivas rochas intrusivas plutônicas fareníticas As rochas ígneas também chamadas de rochas magmáticas são aquelas originadas em altas temperaturas a partir da solidificação do magma. Elas constituem formações geológicas altamente resistentes e com elevado

Leia mais

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA POR SATÉLITES AVALIAÇÃO DETER JUNHO DE 2009 INPE COORDENAÇÃO GERAL DE OBSERVAÇÃO DA TERRA

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA POR SATÉLITES AVALIAÇÃO DETER JUNHO DE 2009 INPE COORDENAÇÃO GERAL DE OBSERVAÇÃO DA TERRA MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA POR SATÉLITES AVALIAÇÃO DETER JUNHO DE 2009 INPE COORDENAÇÃO GERAL DE OBSERVAÇÃO DA TERRA SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, 03 DE AGOSTO DE 2009 1. INTRODUÇÃO O DETER

Leia mais

Capítulo 4 Resultados e Discussão. Resultados e Discussão. Este capítulo apresenta os resultados geoquímicos, incluindo elementos

Capítulo 4 Resultados e Discussão. Resultados e Discussão. Este capítulo apresenta os resultados geoquímicos, incluindo elementos 56 Capítulo 4 Resultados e Discussão Este capítulo apresenta os resultados geoquímicos, incluindo elementos maiores, menores e traços, de 51 amostras selecionadas, incluindo derrames e soleiras, além de

Leia mais

INTEGRAÇÃO GEOLÓGICO-GEOFÍSICA PARA CARACTERIZAÇÃO DE PLÚTONS GRANÍTICOS NO DOMÍNIO EREPECURU- TROMBETAS, PROVÍNCIA AMAZÔNIA CENTRAL, NOROESTE DO PARÁ

INTEGRAÇÃO GEOLÓGICO-GEOFÍSICA PARA CARACTERIZAÇÃO DE PLÚTONS GRANÍTICOS NO DOMÍNIO EREPECURU- TROMBETAS, PROVÍNCIA AMAZÔNIA CENTRAL, NOROESTE DO PARÁ Universidade Federal do Pará Instituto de Geociências Faculdade de Geologia TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO RAFAEL ESTUMANO LEAL INTEGRAÇÃO GEOLÓGICO-GEOFÍSICA PARA CARACTERIZAÇÃO DE PLÚTONS GRANÍTICOS

Leia mais

CAPÍTULO VIII- CONCLUSÕES

CAPÍTULO VIII- CONCLUSÕES CAPÍTULO VIII- CONCLUSÕES Com base nos dados e resultados obtidos no presente trabalho, as seguintes conclusões podem ser enumeradas: 1) A seção sedimentar do ofiolito de Ribeirão da Folha é composta,

Leia mais

3 Descrição da Área de Estudo e Amostragem

3 Descrição da Área de Estudo e Amostragem 3 Descrição da Área de Estudo e Amostragem 3.1. Meio físico 3.1.1. Localização A área de estudo está localizada no município de Tanguá, no leste do estado do Rio de Janeiro, distando cerca de 60 km da

Leia mais

Shayenne Fontes Nogueira

Shayenne Fontes Nogueira MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS Shayenne Fontes Nogueira PETROLOGIA,

Leia mais

IDENTIFICAÇÃO SUMÁRIO INTRODUÇÃO

IDENTIFICAÇÃO SUMÁRIO INTRODUÇÃO IDENTIFICAÇÃO Nome do Orientador: Ignez de Pinho Guimarães Nome do Aluno: Vinicius Vieira dos Santos Título do Projeto: Geoquímica do Magmatismo granítico leucocratico associado a Zona de cisalhamento

Leia mais

PALEOAMBIENTE DEPOSICIONAL DA FORMAÇÃO BARREIRAS NA PORÇÃO CENTRO-SUL DA ÁREA EMERSA DA BACIA DE CAMPOS (RIO DE JANEIRO)

PALEOAMBIENTE DEPOSICIONAL DA FORMAÇÃO BARREIRAS NA PORÇÃO CENTRO-SUL DA ÁREA EMERSA DA BACIA DE CAMPOS (RIO DE JANEIRO) PALEOAMBIENTE DEPOSICIONAL DA FORMAÇÃO BARREIRAS NA PORÇÃO CENTRO-SUL DA ÁREA EMERSA DA BACIA DE CAMPOS (RIO DE JANEIRO) Thaís Coelho BRÊDA 1 ; Claudio Limeira MELLO 1 ; Bruno Lopes GOMES 1 thaisbreda@geologia.ufrj.br

Leia mais

Introdução. Figura 1: Mapa de localização da área de estudo.

Introdução. Figura 1: Mapa de localização da área de estudo. Integração e análise de dados aerogamaespectrométricos, aeromagnetométricos e SRTM como ferramenta de suporte no mapeamento geológico em área do Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria, região de Xinguara,

Leia mais

Geoquímica de Gnaisses do Arco Magmático de Goiás na Região Sul do Estado de Goiás

Geoquímica de Gnaisses do Arco Magmático de Goiás na Região Sul do Estado de Goiás Geologia Série Científica USP Revista do Instituto de Geociências - USP Geol. USP Sér. Cient., São Paulo, v. 7, n. 1, p. 19-28, abril 2007 Geoquímica de Gnaisses do Arco Magmático de Goiás na Região Sul

Leia mais

Composição química: 74,2% de SiO 2 (rocha ácida) e mais de de Al 2 O 3, K 2 O e Na 2 O.

Composição química: 74,2% de SiO 2 (rocha ácida) e mais de de Al 2 O 3, K 2 O e Na 2 O. 1. Identificação da Equipa Escola: Equipa: Localização [Vila/cidade/distrito e país] Escola Secundária de Maximinos Gregorianos (alunos do 11º 2 e prof. Adelaide Sousa) Braga/ Braga/ Portugal 2. Caracterização

Leia mais

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS Samantha Evelyn Max Dezula GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DO GRANITO ARAGÃO PROVÍNCIA

Leia mais

EXTRAÇÃO DE LINEAMENTOS VISANDO A PROSPECÇÃO DE AQUIFEROS FRATURADOS NA FORMAÇÃO SERRA GERAL

EXTRAÇÃO DE LINEAMENTOS VISANDO A PROSPECÇÃO DE AQUIFEROS FRATURADOS NA FORMAÇÃO SERRA GERAL EXTRAÇÃO DE LINEAMENTOS VISANDO A PROSPECÇÃO DE AQUIFEROS FRATURADOS NA FORMAÇÃO SERRA GERAL Pedro Antônio Roehe Reginato 1 & Adelir J. Strieder 2 RESUMO - Neste trabalho é realizada uma comparação entre

Leia mais

AVALIAÇÕES QUÍMICA, MINERALÓGICA E FÍSICA DE UM TIPO DE ROCHA DA EMPRESA SULCAMAR

AVALIAÇÕES QUÍMICA, MINERALÓGICA E FÍSICA DE UM TIPO DE ROCHA DA EMPRESA SULCAMAR Centro de Tecnologia Mineral Ministério da Ciência e Tecnologia Coordenação do Campus Avançado de Cachoeiro de Itapemirim CETEM/ ES AÇÃO Nº 07/0318 AVALIAÇÕES QUÍMICA, MINERALÓGICA E FÍSICA DE UM TIPO

Leia mais

U3 PROCESSOS E MATERIAIS GEOLÓGICOS IMPORTANTES EM AMBIENTES TERRESTRES II MINERALOGIA E TEXTURAS DAS R. METAMÓRFICAS

U3 PROCESSOS E MATERIAIS GEOLÓGICOS IMPORTANTES EM AMBIENTES TERRESTRES II MINERALOGIA E TEXTURAS DAS R. METAMÓRFICAS U3 PROCESSOS E MATERIAIS GEOLÓGICOS IMPORTANTES EM AMBIENTES TERRESTRES II MINERALOGIA E TEXTURAS DAS R. METAMÓRFICAS Metamorfismo 2 Durante o processo de metamorfismo ocorrem processos de recristalização

Leia mais

Associações graníticas do oeste do estado de Roraima, Domínio Parima, Escudo das Guianas, Brasil

Associações graníticas do oeste do estado de Roraima, Domínio Parima, Escudo das Guianas, Brasil Associações graníticas do oeste do estado de Roraima, Domínio Parima, Escudo das Guianas, Brasil Marcelo Esteves ALMEIDA (1,2) Amaro Luiz FERREIRA (1) Sandoval da Silva PINHEIRO (1) Granitic association

Leia mais

I T A C 0 L 0 M I T 0 E M SÃO PA U L O

I T A C 0 L 0 M I T 0 E M SÃO PA U L O I T A C 0 L 0 M I T 0 E M SÃO PA U L O Luciano Jaeques de Moraes Estudando as jazidas de quartziío trabalhadas para a extração deste material destinado às indústrias de refratários e de louca da cidade

Leia mais

CONTEXTO GEOLÓGICO E ESTRUTURAL DA FORMAÇÃO SERIDÓ, NAS PEDREIRAS DO PRETO MATRIZ, MUNICÍPIO DE CURRAIS NOVOS/RN PROVÍNCIA BORBOREMA

CONTEXTO GEOLÓGICO E ESTRUTURAL DA FORMAÇÃO SERIDÓ, NAS PEDREIRAS DO PRETO MATRIZ, MUNICÍPIO DE CURRAIS NOVOS/RN PROVÍNCIA BORBOREMA CONTEXTO GEOLÓGICO E ESTRUTURAL DA FORMAÇÃO SERIDÓ, NAS PEDREIRAS DO PRETO MATRIZ, MUNICÍPIO DE CURRAIS NOVOS/RN PROVÍNCIA BORBOREMA S.F. Oliveira 1, A.L.C. Cunha 1, V.A. Mendes 1 RESUMO - A área de estudo

Leia mais

Rochas. Geologia Geral - Rochas - Alexandre P. Silva -

Rochas. Geologia Geral - Rochas - Alexandre P. Silva - Rochas Natureza das Rochas Formação da Terra: seqüência de eventos Poeira cósmica mantinha correntes de convecção no interior; 3.000 o C liquefação; O Fe formou o núcleo e Si e óxidos metálicos formaram

Leia mais