Relatório da Plenária Ampliada do Fonasef

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1 Relatório da Plenária Ampliada do Fonasef Brasília, 26 e 27/02/2016 Convocados pelo Fonasef (Fórum Nacional de Servidores Públicos Federais), pelo menos 157 representantes de entidades (ANEXOS) de servidores púbicos federais se reuniram no último final de semana, 26 e 27/02, em Brasília, na Plenária Ampliada do setor. O tema - Campanha Unificada dos SPF 2016: Defesa dos serviços públicos de qualidade para a população e dos direitos dos servidores orientou a condução do evento que contou com duas palestras, sendo a primeira proferida pela professora Sara Granemann, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que tratou sobre reformas previdenciárias e a conjuntura atual. Alguns trechos da fala da professora Sara: O discurso do governo sobre a previdência social é falso. Previdência rural. Os trabalhadores sofrerão um ataque brutal em seus direitos. Os direitos das mulheres também serão fortemente atacados com a proposta de tempo igual de contribuição entre homens e mulheres. A proposta de reformar novamente a previdência tem o objetivo de favorecer a previdência privada. O que a Funpresp está fazendo é um verdadeiro assédio, a partir da emenda que torna automática a adesão dos servidores públicos federais. O dinheiro que a Funpresp coloca no fundo, dinheiro público, vem do que seria investido nas universidades, na saúde. Ou seja, contribuímos com o nosso salário e permitimos que o estado tire dinheiro da educação e da saúde para este fim. O fracasso da Funpresp é uma grande vitória da luta dos SPFs. Derrotar a Funpresp é condição para voltarmos a sonhar com aposentadoria integral.

2 A analista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ana Magni, fez a segunda palestra do evento e abordou a Precarização dos Serviços Públicos. Alguns trechos da fala da analista Ana Magni: De 2003 para cá aumentou o número de servidores, mas isso não atende as reais necessidades da sociedade. É aumento quando consideramos os anos 90, em que nada foi feito. Não houve concursos. Nada. A reforma do estado, no que se refere ao serviço público, tem o mesmo caráter desde os anos 90. É um processo ininterrupto. O que vemos claramente é um desmonte da Constituição, desde sua promulgação até os dias de hoje, inserindo a lógica privada no setor público e comprometendo a capacidade do de Estado oferecer políticas públicas As mesas de negociação, são um avanço precário desses últimos anos, mas não atendem aos reais interesses dos servidores. Temos que organizar a resistência à perda de direitos. Temos que ir às ruas. Juntos. Após as duas palestras, que aconteceram na manhã do dia 26, a plenária foi dividida em três grupos para discutir encaminhamentos e ações dos SPFs para Essa atividade durou toda a tarde do sábado e culminou com a apresentação do relatório (em anexo) síntese na manhã do dia 27 domingo. Análise política do evento A constatação que ficou mais evidente é que o objetivo de entidades como ANDES e CSP-Conlutas, que praticamente dão a linha política do fórum, embora as decisões sejam construídas por consenso, é se fazerem notar pelo governo como sujeitos que protagonizam a organização dos SPFs. A ausência da CUT, da CTB e de lideranças cutistas da Fasubra na Plenária pode ser reveladora da falta de importância que elas conferem ao Fórum. Entidades como CNTSS e Condsef embora

3 estivessem presentes não se fizeram representar pelos seus quadros mais destacados nacionalmente. Anexos Relação de entidades presentes: PROIFES SINAIT SINDFIESCO CNTSS SINAL ASFOC-SN SINASEFE FASUBRA ANDES CSP-CONLUTAS FENAJUF ASSIBGE-SN CONDSEF FENASPS Relatório produzido pelo Fonasef NEGOCIAÇÃO E POLÍTICA SALARIAL 1. Política salarial permanente com correção das distorções e reposição das perdas inflacionárias; 2. Data-base em primeiro maio; 3. Direito irrestrito de greve e negociação coletiva no serviço público, com base na convenção 151 OIT; 4. Paridade salarial entre ativos e aposentados; 5. Isonomia de todos os benefícios entre os poderes; 6. Isonomia salarial entre os poderes;

4 7. Incorporação de todas as gratificações produtivistas; PREVIDÊNCIA 1. Anulação da reforma da previdência de 2003; 2. Barrar a anunciada contrarreforma da previdência; 3. Revogação do FUNPRESP e garantia de aposentadoria integral; 4. Fim da adesão automática ao FUNPRESP; 5. Aprovação da PEC 555/06, que extingue a cobrança previdenciária dos aposentados; 6. Aprovação da PEC 56/2014, que trata da aposentadoria por invalidez; 7. Extinção do fator previdenciário e da fórmula 90\100; 8. Contar para redução de tempo de serviço, para efeito de aposentadoria, a exposição à radioatividade, periculosidade e insalubridade, sem necessidade de perícia técnica individual. CONDIÇÕES DE TRABALHO E FINANCIAMENTO 1. Liberação de dirigentes sindicais com ônus para o estado, sem prejuízo das promoções e progressões na carreira e demais direitos trabalhistas; 2. Retirada dos projetos do congresso nacional que atacam os direitos dos SPF e aprovação imediata dos projetos de interesse dos SPF; 3. Fim da terceirização e toda forma de privatização e de precarização; 4. Criação de novas vagas para concurso público pelo RJU e reposição imediata de cargos vagos por exoneração, falecimento ou aposentadoria; 5. Revogação da lei de criação de Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público e Organizações Sociais (OS s); 6. Fim dos cortes no orçamento federal e ampliação do financiamento público para qualificação dos serviços e servidores públicos; 7. Regulamentação da jornada de trabalho no serviço público, para o máximo de 30 horas semanais, sem redução de salário; 8. Garantir acessibilidade aos locais de trabalho no serviço público; 9. Contra a exigência de controle de ponto por via eletrônica no serviço público.

5 MOBILIZAÇÕES OU CAMPANHAS: 1. Pelo cumprimento dos acordos assinados; 2. Que o Fórum incorpore a luta contra o fim do abono permanência, PEC 139/2015; 3. Lutar pelo fim do assédio moral e desenvolver uma política efetiva de combate dentro do serviço público; 4. Pelos direitos dos servidores, demonstrando a importância dos serviços públicos para a sociedade. Pela defesa e valorização do serviço público de qualidade. Contra o sucateamento, terceirização e privatização; 5. Pela Auditoria da Dívida Pública, denunciando o veto presidencial; Lutar pela derrubada do Veto; 6. Denúncia da criminalização das lutas e da lei antiterrorismo; 7. Pela regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal, que trata da regulação do sistema financeiro nacional; 8. Fortalecimento\rearticulação dos fóruns nos estados. Organizar reuniões ampliadas, seminários com definição de datas; 9. Garantia de tratamento isonômico aos trabalhadores terceirizados em relação aos contratados e efetivos, tanto no que se refere a direitos, condições de trabalho e salário, quanto a título de benefícios, enquanto houver essa forma de contrato; 10. Desenvolver campanha contra a adesão automática ao FUNPRESP e ações políticas e jurídicas conjuntas contra a obrigatoriedade de adesão automática ao FUNPRESP; 11. Contra a alteração da lei que define o regime de partilha da exploração do Pré-Sal, aprovado pelo Senado, que retirou a obrigatoriedade de participação da Petrobrás na exploração. 12. Defender a isonomia salarial dos servidores anistiados do governo Collor com os demais servidores (projeto de lei que tramita no congresso pelo enquadramento no RJU). NOVAS PROPOSTAS: 1. Que o Fórum dos SPFs incorpore a Campanha contra as mudanças nas leis ambientais no que se refere à flexibilização das legislações;

6 2. Contra a PEC 395, que institui a cobrança de mensalidade de cursos de extensão e pós-graduação nas universidades públicas. SEMINÁRIOS: (FONASEF avaliará a possibilidade de realização em combinação com as entidades) a) Formas de precarização do trabalho; b) b) Natureza do Estado e Serviços Públicos envolvendo União, estados e municípios; c) Plano de saúde complementar dos SPF; d) Funpresp; e) A crise ambiental e os ataques ao licenciamento; f) acessibilidade no serviço público e na sociedade; g) seminário sobre LRF ( Lei de Responsabilidade Fiscal). TEMAS PARA DISCUSSÃO E APROFUNDAMENTO. 1. Teletrabalho, home office e outras modalidades de trabalho remoto; 2. Reforma política; 3. Reforma psiquiátrica; 4. Direitos dos povos indígenas e quilombolas 5. Contra a LRF (lei de responsabilidade fiscal); 6. Pelo fim do superávit primário; 7. Correção da tabela do imposto de renda; 8. Reajuste de diárias e de indenização de transporte. 9. Desenvolver pelo menos uma atividade mensal do FONASEF 10. Reuniões quinzenais do FONASEF CALENDÁRIO: 1. Que a data de 08 de março seja o marco para a denúncia junto aos trabalhadores e trabalhadoras dos ataques do governo, principalmente às mulheres no que se refere à contrarreforma da Previdência social; de março ato de lançamento da campanha unificada dos servidores públicos federais de 2016.

7 3. 14 de abril ato nacional em Brasília. 4. Ato em 1º maio integrado com outras categorias e movimentos. MOÇÕES Moção de Repúdio ao Reitor da UNIRIO Nós do Fórum dos Servidores públicos Federais, reunidos em reunião ampliada, nos dias 27 e 28 de fevereiro em Brasília, vimos manifestar nossa indignação e repúdio aos ataques à democracia e à perseguição política às lideranças estudantis e sindicais proferidos pelo reitor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), professor Luiz Pedro San Gil Jutuca. Condenamos os últimos atos do reitor, que passam desde a tentativa de produzir sozinho as regras de eleições em que concorre; passando pela cassação de palavra dos conselheiros em sessão do CONSUNI; dando continuidade, conduziu a eleição para os Conselhos Superiores sem homologar as regras em nenhuma instância democrática da universidade; e em dezembro de 2015, resolveu ceder o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG) com todo seu patrimônio físico e humano (servidores) à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), decisão essa tomada em caráter unilateral, através de decisão ad referendum, ignorando os princípios democráticos que devem nortear uma instituição que se pretende servir à ciência e ao conhecimento. Além disso, passou por cima de decisão anterior dos Conselhos Universitários, que deliberou que a EBSERH não entraria mais em pauta e, ainda, contradizendo sua proposta de reeleição para reitor, onde prometeu à comunidade universitária que havia colocado "uma pá de cal no assunto da EBSERH dentro da UNIRIO". Ademais, manifestamos nossa indignação à perseguição política ás lideranças do Diretório Central dos Estudantes (DCE-UNIRIO) e aos coordenadores da Associação dos Trabalhadores em Educação da UNIRIO (ASUNIRIO), com utilização de subterfúgios burocráticos de ameaça com expulsão das lideranças estudantis e demissão das lideranças sindicais. Assim, defendemos que a democracia seja restaurada na UNIRIO, e que cessem às perseguições e quaisquer processos contra os líderes estudantis e sindicais. Este fórum entende que divergências políticas de como se gerir uma instituição são naturais da democracia, contudo perseguições políticas causam instabilidade à liberdade do pensamento, de expressão e de livre organização política, garantidos pela Constituição Federal. As práticas atuais do reitor lembram os tempos sombrios da ditadura, e nós servidores públicos federais, não aceitamos que esses tempos voltem. Todo apoio à democracia na UNIRIO e fim de todas as perseguições políticas!

8 Moção de solidariedade aos servidores da Argentina; (será repassada posteriormente