PARTE UM
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- Giovana Franca Soares
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1 CU R SO D E L A B IA TA S D O M U N D O O R Q U ID Ó F IL O TE M A V A R IE D A D E S CR O M Á TICA S PARTE UM Variedades cromáticas são todos os tipos de combinações de cores que todo o conjunto floral pode apresentar. Aqui consideramos o conjunto mesmo, pois se leva em conta a relação entre as cores do labelo, das pétalas e sépalas. Existe praticamente uma infinidade de variações que mais confundem que ajudam. Minha opinião é que comecemos com as variações mais comumentemente encontras, deixando para depois aquelas que irão causar tremores certamente acima de 7 graus na escala Richiter. Dividiremos em duas partes devido ao grande número de informações.
2 I. Tipo - a flor tipo, em todas as suas nuances tais como a albo-oculata, atropurpúreo, atropurpúreo marginado e a multiforme apresentam-se como a primeira da lista das variedades. II. Rosada - Diferente da classificação tipo, onde as flores são quase todas uma variação do lilás, as rosadas são flores que apresentam um matiz róseo mais ou menos intenso. Seu labelo tem mancha arredondada, ou um conjunto de estrias muito unidas no disco frontal, penetrando pela garganta. A fauce pode ter cores mais escuras. Do interior da garganta podem sair veias douradas que passeiam por cima da fauce.
3 III. Alba Para todo e qualquer efeito, todos os segmentos florais devem ser rigorosamente brancos, independente se a garganta (fauce) apresenta veia citrina ou áurea. È discutível a ocorrência da alba-plena, onde até a garganta não teria as veias, chamada erroneamente de Mandaiana. IV. Amesiana flores quase brancas, marcadas por um leve sopro róseo. Às vezes tão imperceptível que não se mostra em foto. O labelo tem uma mancha muito tênue, de um róseo pálido, às vezes um sopro cárneo. A fauce pode ter veias citrinas ou áureas Ariel Molinari
4 V. Amena seria uma semi-alba, não fosse o labelo ter um róseo muito claro. As pétalas e sépalas são brancas. Alguns colecionadores também a chamam de suave e outros de Fowleyana. Aqui há uma grande confusão nessa história. Para Lou Menezes amoena é uma flor com pétalas e sépalas brancas com labelo cárneo, já para João Paulo Fontes, toda planta com pétalas e sépalas brancas com labelo colorido de qualquer cor, leva o nome de semi-alba. Particularmente concordo com João Paulo Fontes, pois a frase é clara : semi Alba, aquela que é quase Alba, só não o é por que tem uma cor a mais. VI. Ametistina as pétalas e sépalas são brancas ou podem apresentar um sopro extremamente tênue de rosa pálido. Marcante é a mancha longitudinal no labelo. Essa mancha tem uma característica em particular, a de apresentar dois veios purpúreos que sobem e adentram a fauce. Essa mancha tem colorido ametista.
5 VII. Rubra nesta variedade o labelo é totalmente preenchido de um purpúreo muito escuro, por isso denominado de rubro. Duas características marcantes neste caso, uma é que todo o labelo é rubro, inclusive a fauce e os lobos laterais. A segunda característica é que, e o demais segmento floral mantém uma tonalidade rubra, um pouco mais claro que o labelo, mas muito mais escuro que qualquer tipo, inclusive, em algumas rubras apresentam sopros de um púrpuro mais escuro nas bordas das pétalas. VIII. Cerúlea as pétalas e sépalas são geralmente brancas ou com leve matiz róseo. O labelo apresenta uma pintura roxa violeta, violeta, ardósia ou da cor da ametista.
6 IX. Cerulensce - o termo segundo o dicionário Aurélio, é uma inflexão do adjetivo em ento, quer dizer uma tonalidade mais fraca, ou que não atinge a tonalidade total da cor. Se descrevêssemos na língua portuguesa teríamos uma terminação de azul e outra de azulado. Por isso suas pétalas e sépalas se mantêm como na cerúlea, mas o labelo tem uma tonalidade mais lilás-azulada, muito discreta. No exemplo abaixo, trata-se da famosa cerúlea do Arniel, mas este ano floriu com o labelo tão discreto que serviu como um exemplo (não muito fidedigno ) de uma cerulense.
7 DESCRIÇÕES PLANTA: Cattleya labiata rubra orlada Kátia". CULTIVO: ANGELO LO RÉ FORMA : A forma é magnífica é praticamente perfeita. Sua sépala dorsal absoluta, a passagem da luz. mantém-se especialmente ereta, muito larga sem nenhuma inflexão. Tão larga que do seu terço superior para baixo, transpassa em muito as costas das pétalas, destarte ocluindo Suas sépalas inferiores contam uma angulação perfeita, exatos 120º! Cada uma tem a forma desejada, sendo ereta, plana, sem inflexões e delicadamente acanoada. Fazem moldura para o labelo, abraçando-o e colocando-o em situação de destaque dentro da flor. Suas pétalas são grandes, planas, alargadas, apresentando magnífico vinco (nervura central) que sobem em "v" e no final ficam nivelados. As extremidades são arredondadas ma sem exageros. Suas bordas traduzem o balançar do vento, através das ondulações presentes e muitas bem distribuídas. As bordas dos quadrantes internos de ambas as pétalas quase se tocam, faltando apenas milímetros.
8 Nos quadrantes inferiores as pétalas descem até encobrir as sépalas e dar sustento artístico ao labelo. O tubo do labelo é grosso, bem curto e arqueado. Encobre perfeitamente a coluna, não deixando ver nenhum segmento se quer. O conjunto de todos os lobos faz um belo círculo, que particularmente eu tenho como sendo o desejável. A orla do labelo é ricamente enfeitada com uma generosa franja. Nota-se delicado transpasse na comissura do lobo inferior. COR: Flor de lindo matiz lilás-médio tendendo ao rubro claro. sua coloração é muito bem uniforme, distribuída com a mesma proporcionalidade em todos os seus segmentos. O disco frontal é tingido por um púrpuro atro, denso e uniforme, que com firmeza sobe aos lobos laterais, tingindo-os quase por completo. Na fauce tornando-se cada vez mais atro, ate perder-se em somente duas muito bem marcadas veias rubras, as quais sem vacilar, sobem pela garganta. Da porção mais cranial da coluna projetam sobre o tubo fileiras de estrias rubra intercaladas por veias áureas que descem até o sopé dos lobos laterais. Agora o grande diferencial desse labelo: Notem que o matiz rubro que vem do disco frontal sobe pelos lobos laterais e sem trégua vão formando um anel até se encontrarem no lobo superior. A isso se denomina orla", ou como queira Cogniax, albo-oculata". Por fim nota-se a fina e delicada franja mais clara que ornamenta o disco frontal.
9 CONCLUSÃO: Cattleya labiata rubra, (orlado, marginado) "Kátia". DESMONTANDO: Rubra: a cor lilás forte da flor associado ao rubro do disco mais o rubro do lobo lateral. (orlato): entre parêntesis e em maiúsculo, pois faz parte da configuração do labelo: Segundo Lou Menezes: tipo orlata - todo o labelo é preenchido de púrpura intenso. Quando esse púrpuro sobe pelos lobos laterais, somente circundando-os, torna essa característica em orlata.porém, devemos dar as honras a cogniax, que primeiro descreveu e a denominou de albo-oculata. (marginado): entre parênteses e masculino, pois se trata de configuração do labelo. É a franja mais clara que ornamenta o labelo.
10 PLANTA: Cattleya labiata amena CULTIVO: EDSON LINHARES FORMA: Planta de forma mediana que mesmo não apresentando predicados extras, possui uma cor maravilhosa. Sépala dorsal retilínea fina, plana e sem inflexões. Em toda sua extensão mantém distância das pétalas permitindo a passagem de luz. Sépalas inferiores com angulação bem acima dos 120º exigidos, com tendência a acanoar-se e inflexão posterior. Pétalas largas, médias plana bem armadas e com poucas ondulações. O vinco é discretamente evidente. As bordas, além de serem muito boas, ficam bem niveladas ao longo de uma linha que passa de uma extremidade á outra. O tubo do labelo é curto, grosso e arqueado. Encobre parcialmente a coluna, mas isso não é um defeito, mas somente uma atitude tomada pelo tubo. O conjunto dos lobos forma um majestoso círculo, muito bem feito por sinal. É ornamentado por uma bela franja. A comissura do lobo inferior é inflexionada para trás.
11 COR: Pétalas e sépalas puramente brancas. A parte anterior do tubo do labelo também se mantém branco, somente colorido inferiormente devido ao matiz áureo e róseo que pinta o disco frontal e tubo interno. O lobo inferior é matizado por um róseo muito discreto que sobe lateralmente pelas bordas do labelo. Ao centro torna-se mais evidente, subindo em linha reta para atingir a fauce. Desde a junção da coluna com o labelo, desce uma mácula amarelo canário com discretíssimas veias áureas, em direção á fauce e ao sopé de ambos os lobos laterais. CONCLUSÃO: Cattleya labiata amena DISCUSSÃO SOBRE AS AMENAS: Para o autor João Paulo fonte, toda planta que possua sépalas e pétalas brancas com labelo de qualquer colorido, será sempre uma semi -Alba. Na concepção da palavra, semi alba é toda flor metade branca. E a outra metade? De qualquer outra cor. Para Lou Menezes ha diferença entre uma flor com sépalas e pétalas brancas com labelo róseo pálido e uma outra flor com sépalas e pétalas brancas, mas com labelo de tons purpúreos ou solferino. Para autora, no primeiro caso trata-se de amena e no segundo caso de semi Alba. Portanto, para Lou Menezes amena é uma flor de sépalas e pétalas brancas com labelo róseo claro. Bibliografia: Rapozo,Pe. José Gonzáles C.M.F. - A etimologia á serviço dos orquidófilos Rapozo Pe. José Gonzáles, C.M.F - Dicionário etimológico das orquídeas do Brasil Rapozo, Pe. José Gonzáles C.M.F - Questões práticas de nomenclatura de Orquidáceas Menezes, Lou C.- Cattleya Labiata Autumnalis, edi Fontes, João Pulo de Sousa, A Rainha do Nordeste Brasileiro, ed. 1989
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