Qualificação dos Profissionais da Administração Pública Local MÓDULO 7 A G E N T E S Q U Í M I C O S. Formadora - Magda Sousa

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1 Qualificação dos Profissionais da Administração Pública Local MÓDULO 7 A G E N T E S Q U Í M I C O S Formadora - Magda Sousa

2 OBJECTIVOS Identificar os principais perigos químicos num posto de trabalho; Classificar os agentes químicos quanto à sua perigosidade; Reconhecer as principais medidas de prevenção contra o risco com agentes químicos.

3 Definições e Conceitos AGENTE QUÍMICO Qualquer elemento ou composto químico, isolado ou em mistura, que seja produzido, utilizado ou libertado em consequência de uma actividade laboral, inclusivamente sob a forma de resíduos, seja ou não intencionalmente produzido ou comercializado.

4 Definições e Conceitos A utilização dos agentes químicos numa empresa, obriga ao conhecimento dos riscos por parte do : - empregador; - técnico e/ou técnico superior de segurança; - médico do trabalho; - trabalhadores. A prevenção dos riscos da exposição aos agentes químicos perigosos, deve, assim, constituir um objecto de TODOS numa empresa.

5 Composição da Atmosfera A composição volumétrica do ar puro é a seguinte: azoto (78%), oxigénio (21%), árgon (0,93%), dióxido de carbono (0,03%), hidrogénio (0,00005%) e gases raros (excepto o árgon).

6 Composição da Atmosfera 21% 1% 1% 78% Azoto Oxigénio Árgon / Dióxido de Carbono e Outros

7 Composição da Atmosfera O vapor de água é também um constituinte do ar, sendo variável a sua proporção. A atmosfera dos aglomerados urbanos contém outras substâncias susceptíveis de modificar, mais ou menos profundamente, as suas propriedades. A poluição pode, igualmente, resultar de uma alteração quantitativa na composição do ar. Diz-se, portanto, que o ar está poluído ou contaminado quando contém substâncias estranhas à sua composição normal, ou mesmo quando normal no aspecto qualitativo mas possuindo alterações quantitativas, pela presença de uma ou várias substâncias componentes em concentrações superiores às normais.

8 Classificação dos Agentes Químicos Os Agentes Químicos podem existir em suspensão na atmosfera no: Estado LíquidoL Estado Sólido Aerossóis Neblinas Poeiras Fibras Fumos Estado Gasoso Gases Vapores

9 Classificação dos Agentes Químicos Estado Sólido - POEIRAS - São partículas de forma irregular; - De substâncias cristalinas ou não; - Resultam do manuseamento de materiais sólidos ou de processos mecânicos de desintegração; - Podem ser constituídos por aglomerados de várias partículas; - Regra geral, o seu diâmetro projectado varia entre 1 µm e 25 µm.

10 Classificação dos Agentes Químicos Estado Sólido - FIBRAS - Partículas aciculares de natureza mineral ou química provenientes de desagregação mecânica e cuja relação comprimento / largura é superior a 5:1. - FUMOS -Mistura de partículas de pequena dimensão procedentes de uma combustão incompleta (smoke) ou resultante da sublimação de vapores metais fundidos (fume).

11 Classificação dos Agentes Químicos Estado Líquido - AEROSSÓIS (MIST) - Partículas esféricas líquidas, cuja dimensão não é visível, provenientes da dispersão mecânica de líquidos. - NEVOEIROS OU NEBLINAS (FOG) - Suspensão no ar de gotículas líquidas visíveis, provenientes da condensação de vapor.

12 Classificação dos Agentes Químicos Estado Gasoso - GASES / VAPORES - Estado físico normal de certas substâncias a 25º C e 760 mm Hg de pressão.

13 Agentes Químicos e respectiva Acção Fisiológica POEIRAS As poeiras quanto ao tipo de lesão que ocasionam, podem distinguir-se em: a) Poeiras inertes Não produzem alterações fisiológicas significativas, embora possam ficar retidas nos pulmões. Somente apresentam problemas em concentrações muito elevadas. Exemplos: alguns carbonatos, celulose, caulino.

14 Agentes Químicos e respectiva Acção Fisiológica b) Poeiras fibrogénicas ou pneumoconióticas São poeiras susceptíveis de provocar reações químicas ao nível dos alvéolos pulmonares, dando origem a doenças graves (pneumoconioses). Exemplos: sílica livre, cristalina (silicose), amianto (asbestose).

15 Agentes Químicos e respectiva Acção Fisiológica c) Poeiras sensibilizantes Podem actuar sobre a pele ( sensibilizantes por penetração cutânea) ou sobre o aparelho respiratório (sensibilizantes por inalação) Exemplos: Madeiras tropicais, cromatos, resinas.

16 Agentes Químicos e respectiva Acção Fisiológica d) Poeiras tóxicas t (sistémicas) Podem causar lesões em um ou mais órgãos viscerais, de uma forma rápida e em concentrações relativamente baixas (intoxicações crónicas). As maiorias das poeiras metálicas são tóxicas. Destacam-se entre outras as de chumbo, cádmio, manganês, berílio, crómio, etc. Podem ainda originar cancro e alterações no sistema nervoso central.

17 Agentes Químicos e respectiva Acção Fisiológica GASES / VAPORES a) Irritantes Têm uma acção química ou corrosiva, produzindo inflamação dos tecidos com os quais entram em contacto. Actuam principalmente sobre os tecidos de revestimento e epiteliais como a pele, mucosas das vias respiratórias, conjuntiva ocular, etc. Os irritantes muito solúveis são absorvidos pelos primeiros tecidos epiteliais que encontram, ou seja, quando penetram pela via respiratória, são essencialmente absorvidos ao nível do nariz e da garganta (Exemplo: amoníaco). Os irritantes de solubilidade moderada actuam em todas as partes do sistema respiratório (Exemplo: cloro e ozono).

18 Agentes Químicos e respectiva Acção Fisiológica a) Irritantes (cont cont.) Há todavia um grupo de irritantes orgânicos que não segue esta regra de solubilidade, isto é ainda que pouco solúveis, exercem uma acção irritante sobre as vias respiratórias superiores. É o caso da acroleína, que se encontra nos gases de escape dos motores diesel. Existe ainda um grupo de irritantes designados por secundários que além da acção inflamatória, actuam sobre todo o organismo. É o caso do ácido sulfúrico que, a concentrações elevadas, afecta as terminações nervosas olfactivas.

19 Agentes Químicos e respectiva Acção Fisiológica b) Asfixiantes Podem ser classificados em simples e químicos. Os simples são os que, sem interferir nas funções do organismo, podem provocar asfixia por reduzirem a concentração de oxigénio no ar. Exemplos: azoto, hidrogénio, acetileno. Os de actuação química interferem no processo de absorção de oxigénio no sangue ou nos tecidos. Exemplos: monóxido de carbono, cianetos.

20 Agentes Químicos e respectiva Acção Fisiológica c) Narcóticos ou Neurotóxicos Apresentam uma acção depressiva sobre o sistema nervoso central, produzindo efeito anestésico, após terem sido absorvidos pelo sangue. Exemplos: éter etílico, acetona.

21 Agentes Químicos e respectiva Acção Fisiológica d) Tóxicos T (sistémicos) Os vapores orgânicos são produtos tóxicos sistémicos e tal como as poeiras anteriormente referidas podem causar lesões em vários órgãos, tais como o fígado e os rins. É o caso dos hidrocarbonetos halogenados (tetracloreto de carbono, tricloroetileno, clorofórmico). Os hidrocarbonetos aromáticos, por exemplo são particularmente lesivos, podendo acumular-se nos tecidos gordos, na medula óssea e no sistema nervoso. De entre os aromáticos deve destacar-se o benzeno que surge frequentemente como impureza de solventes para pintura e de combustíveis e pode provocar leucemia.

22 Agente Químico Perigoso AGENTE QUÍMICO PERIGOSO Qualquer elemento ou composto químico, isolado ou em mistura, que se apresente no estado natural ou seja produzido, utilizado ou libertado em consequência de uma actividade laboral, e possa ser considerado como substância ou preparação explosiva, comburente extremamente inflamável, facilmente inflamável

23 Símbolo Significado Descrição dos Riscos Exemplos de Produtos Medidas Preventivas TÓXICO (T) MUITO TÓXICO (T+) -Substâncias e preparações tóxicas e nocivas que apresentam, mesmo em pequenas quantidades, um perigo para a saúde. - Se a grávida de do efeito sobre a saúde se manifestar com quantidades muito pequenas, o produto é assinalado pelo símbolo tóxico. Metanol, álcool desnaturado, tira-nódoas, sprays impermeabilizantes, Desinfectantes (creolina), Sprays para pintura de automóveis. Para evitar todo e qualquer contacto com a pele, utilizar meios de protecção: luvas, viseiras, fato-macaco, etc. Trabalhar de preferência no exterior ou num local, bem arejado. Boa Higiene: lavar as mãos e nunca comer nem fumar durante a utilização. NOCIVO (Xn) - Estes produtos penetram no organismo por inalação, por ingestão, ou através da pele. Tira-nódoas, tricloroetileno; Solventes de tintas; Produtos de limpeza; Produtos para a protecção e tratamento da madeira; Os produtos sobre a forma de aerossol são mais perigosos (inalação). Guardar fora do alcance das crianças! Decapantes de tintas

24 Símbolo Significado Descrição dos Riscos Exemplos de Produtos Medidas Preventivas FACILMENTE INFLAMÁVEL (F) EXTREMAMENTE INFLAMÁVEL (F+) (F) Os produtos facilmente inflamáveis incendeiam-se em presença de uma chama, de uma fonte de calor (superfície quente) ou de uma faúlha. (F+) Os produtos extremamente inflamáveis incendeiam-se sob a acção de uma fonte de energia (chama, faúlha, etc.), mesmo abaixo de 0 ºC. Petróleo, gasolina Álcool desnaturado ou metanol, Essência de terebentina, white sprit, Acetona, produtos de limpeza para escovas, solventes para tintas, Tintas em aerossol, tintas metálicas, Descongelantes para vidros, Armazenar os produtos num local bem arejado. Nunca utilizar junto de uma fonte de calor, de uma superfície quente ou na proximidade de faúlhas ou de uma chama nua. Proibição de fumar! Não utilizar vestuário em nylon e manter sempre um extintor ao alcance da mão durante a utilização de produtos inflamáveis. COMBURENTE (O) - A combustão tem necessidade de uma substância combustível, de oxigénio e de uma fonte de inflamação; é consideravelmente acelerada em presença de um produto comburente (substância rica em oxigénio). Colas de contacto, colas (neopreno), Purificadores de ar. Guardar os produtos inflamáveis (símbolo F) e extremamente inflamáveis (símbolo F+) bem afastados dos produtos comburentes (símbolo O).

25 Símbolo Significado Descrição dos Riscos Exemplos de Produtos Medidas Preventivas CORROSIVO (C) - As substâncias corrosivas danificam gravemente os tecidos vivos e atacam igualmente outras matérias. A reacção pode ser devido à presença de água ou de humidade. Desentupidores canalizações, desincrustadores, Soda cáustica, decapantes, Lixívia de Ácidos, ácido sulfúrico (baterias), Produtos de limpeza para fornos e sanitários, Produtos para a lavagem da louça (em fase húmida) Conservar os produtos na embalagem de origem (recipientes bem fechados dispositivos de segurança). Manter os produtos fora do alcance das crianças! Tomar precauções aquando da arrumação. Nunca colocar os produtos nos peitoris das janelas, etc. (risco de queda). Proteger os olhos, a pele contra os salpicos. Ser muito prudente aquando do transvasamento do produto ou ao polvilhá-lo. IRRITANTE (Xi) - O contacto repetido com produtos irritantes provoca reacções inflamatórias da pele e das mucosas. Essência de terebentina, Amoníaco, Mástiques, Poliéster. Utilizar sempre luvas e óculos de protecção. A higiene e fundamental: depois da utilização, lavar bem a cara e as mãos. Os produtos corrosivos sob a forma de aerossol são perigosos.

26 Símbolo Significado Descrição dos Riscos Exemplos de Produtos Medidas Preventivas EXPLOSIVO (E) - A explosão é uma combustão extremamente rápida; depende das características do produto, da temperatura (fonte de calor), do contacto com outros produtos (reacções, dos choques, das fricções, etc.) Os recipientes de aerossóis de todos os géneros (mesmo vazios) são bombas em potência, com temperaturas acima dos 50º C: purificadores do ar, lacas para o cabelo, vernizes, tintas, descongelantes para párabrisas, etc. Evitar o sobreaquecimento e os choques, proteger contra as radiações solares. Nunca colocar na proximidade de fontes de calor, de lâmpadas, de radiadores, etc. Proibição de fumar!

27 Símbolo Significado Descrição dos Riscos Exemplos de Produtos Medidas Preventivas PERIGOSO PARA O AMBIENTE ( << N ) Substâncias: - muito tóxicas para os organismos aquáticos; - tóxicas para a fauna; - perigosas para a camada de ozono. Matérias activas dos pesticidas Clorofluorcarbonetos (CFC) Eliminar o produto ou os seus restos como se de um resíduo perigoso se tratasse. Armazenar adequadamente este tipo de produtos para evitar a contaminação do meio ambiente.

28 Rotulagem de Recipientes Portaria n.º 1151/97, de 12/Novembro Regulamento para a classificação, embalagem e rotulagem das preparações perigosas. Sinalização: - Rótulo com um pictograma sobre um fundo colorido (laranja) - Placas com o sinal adequado e informação complementar (fórmula química, pormenores sobre o risco, regras segurança,...)

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30 Armazenagem de Produtos Químicos Estar devidamente identificados e em condições de segurança; Só terem acesso pessoas devidamente autorizadas; Ter pelo menos duas saídas; Estar devidamente iluminados e ventilados; Serem providos de sistema de arrefecimento de ar; Não permitir fumar nem fazer lume; Não ser permitido usar aquecimentos; Não ser permitido misturar ou transferir químicos; As vias de evacuação estarem desimpedidas.

31 Fichas de Dados de Segurança Itens que devem constar no documento: 1. IDENTIFICAÇÃO DA SUBSTÂNCIA / PREPARAÇÃO E DA SOCIEDADE / EMPRESA 2. COMPOSIÇÃO/INFORMAÇÃO SOBRE OS COMPONENTES 3. IDENTIFICAÇÃO DOS PERIGOS 4. PROCEDIMENTOS PARA PRIMEIROS SOCORROS 5. MEDIDAS DE COMBATE A INCÊNDIOS 6. MEDIDAS A TOMAR EM CASO DE FUGAS ACIDENTAIS 7. MANUSEAMENTO E ARMAZENAGEM 8. CONTROLO DE EXPOSIÇÃO / PROTECÇÃO INDIVIDUAL

32 Fichas de Dados de Segurança Itens que devem constar no documento: 9. PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS 10. ESTABILIDADE E REACTIVIDADE 11. INFORMAÇÃO TOXICOLÓGICA 12. INFORMAÇÃO ECOLÓGICA 13. QUESTÕES RELATIVAS À ELIMINAÇÃO DO PRODUTO 14. INFORMAÇÕES RELATIVAS AO TRANSPORTE 15. INFORMAÇÃO SOBRE REGULAMENTAÇÃO 16. OUTRAS INFORMAÇÕES É muito importante que todos as pessoas nas áreas de trabalho saibam onde podem encontrar a Lista de Químicos da Área e que a lista esteja actualizada.

33 Legislação - O Decreto-Lei n.º 301/2000, de 18 de Novembro, que transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 90/394/CEE, do Conselho, de 28 de Junho, alterada pelas Directivas n.º 97/42/CE, do Conselho de 27 de Junho e n.º 99/38/CE, do Conselho, de 29 de Abril, relativa à protecção de trabalhadores contra os riscos ligados à cancerígenos ou mutagénicos durante o trabalho. exposição a agentes

34 Legislação - O Decreto-Lei n.º 290/2001, de 16 de Novembro, que transpõe para o ordenamento jurídico interno a Directiva n.º 98/24/CE, do Conselho, de 7 de Abril relativa à protecção de segurança e saúde dos trabalhadores contra os riscos ligados à exposição a agentes químicos no trabalho, bem como as Directivas n.º 91/322/CEE, da Comissão, de 29 de Maio, e n.º 2000/39/CE, da Comissão, de 08 de Junho, sobre valores limite de exposição profissional a agentes químicos.

35 Legislação - Portaria n.º 732-A/96, de 11 de Dezembro Regulamento para a notificação de substâncias químicas e para a classificação, embalagem e rotulagem de substâncias perigosas.

36 OBRIGADA PELA VOSSA ATENÇÃO!