RESOLUÇÃO N ( ) PETIÇÃO N CLASSE 18ª - DISTRITO FEDERAL (Brasília).

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1 RESOLUÇÃO N ( ) PETIÇÃO N CLASSE 18ª - DISTRITO FEDERAL (Brasília). Relator: Ministro Fernando Neves. Requerente: Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores - PT. Advogado: Dr. Márcio Luiz Silva e outros. Eleições Requerimento. Testes dos programas dos sistemas eletrônicos de votação e totalização dos resultados. Providências. Sugestão. Desnecessidade. Ampliação de auditoria das urnas eletrônicas mediante votação paralela. Impossibilidade. Medida diversa. Adoção. Pedido acolhido em parte. Vistos, etc., Resolvem os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, acolher em parte o pedido, nos termos do voto do relator, que fica fazendo parte integrante desta decisão. Sala de Sessões do Tribunal Superior Eleitoral. Brasília, 10 de setembro de Ministro NELSON JOBIM, presidente Ministro FERNANDO NEVES, relator

2 2 RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO FERNANDO NEVES: Sr. Presidente, o Partido dos Trabalhadores - PT requer, em síntese, a adoção de providências para otimizar os testes a que estão sendo submetidos os programas dos sistemas eletrônicos de votação e totalização dos resultados a serem utilizados nas eleições deste ano. Requer, também, a ampliação da auditoria de verificação do funcionamento das urnas eletrônicas, mediante votação paralela, a ser realizada com 349 urnas eletrônicas, em invés de duas por estado. Leio as razões que amparam tais pedidos (fls. 2-7). seguintes termos (fls ): Solicitei a manifestação da Secretaria de Informática - SI, que veio nos Trata-se da Petição nº 1191/Classe 18 do Partido dos Trabalhadores (PT) pelo qual o Diretório Nacional do PT apresenta questões relacionadas à ampliação da auditoria de que trata a Res. nº , a ser realizada no dia da eleição, por meio da votação paralela, e sugestões a serem aplicadas na fase final do desenvolvimento dos sistemas de votação, apuração e totalização das eleições, elaboradas com base no resultado da análise dos programas, realizada no período de 5 a 9 de agosto deste ano, pelos partidos políticos, neste Tribunal Superior Eleitoral. Diante das questões suscitadas pelo PT na Petição supracitada, apresento a Vossa Senhoria as considerações abaixo, visando posterior análise também por parte do Ministro Fernando Neves, Relator das Instruções para as Eleições Gerais de Ampliação da Votação Paralela Tecnicamente não existe restrição quanto ao aumento da quantidade de urnas eletrônicas a serem utilizadas na votação paralela, conforme solicitado pelo Partido dos Trabalhadores. Entretanto, cabe considerar a extrema dificuldade operacional para implementação dos procedimentos da votação paralela, razão pela qual a Resolução nº , art. 1º, 1º, estabelece o sorteio de duas urnas para o evento de auditoria. A dificuldade está associada ao envolvimento de grande aparato logístico (espaço físico, equipamentos, urnas, filmadoras, recursos humanos, dentre outros), pois aumentando a quantidade de urnas, há que se considerar a necessidade de aumentar a quantidade de servidores envolvidos, o que ultrapassa a capacidade das equipes dos tribunais regionais, além de aumentar a margem de erro em procedimentos que exigem grande atenção, acuidade e precisão, motivo pelo qual a equipe técnica da SI/TSE manifesta-se por manter os mesmos quantitativos já definidos pela Resolução pertinente. 2. Análise dos sistemas Buscando atender ao requerido, no que diz respeito aos procedimentos que envolvem o desenvolvimento dos sistemas com vistas a sua análise, esta Secretaria adotou algumas providências que, com o apoio do Exmo. Sr. Ministro Nelson Jobim, Presidente do TSE, e do Ilmo. Sr. Miguel Fonseca, Diretor-Geral do TSE, contou com a colaboração do Dr. Guilherme Horta Travasso, Professor Adjunto da COPPE UFRJ, para o aprimoramento dos procedimentos de testes, para comprovar o perfeito funcionamento dos sistemas eleitorais. Para tanto, foram levados à prática os seguintes métodos:

3 Elaborou-se um roteiro para organização dos trabalhos, bem como para definição da cobertura dos testes examinando as diversas características de ambiente operacional e regionais; 2.2. Para sua execução, foram criados cenários de teste, conforme requerido, onde são indicadas diversas situações, contemplando condições de normalidade e de excepcionalidade, bem assim o resultado esperado para cada uma das condições, que formam os casos de teste; 2.3. Esses testes são realizados pelo TSE em laboratório e pelos tribunais regionais eleitorais em ambiente real; 2.4. Os procedimentos estabelecidos consistem de testes funcionais, onde todos os componentes dos sistemas serão aferidos; 2.5. A massa de dados utilizada contempla dados reais, quando possível, volumes reais (caso dos candidatos, coligações, partidos, eleitorado etc) e dados hipotéticos (para os casos excepcionais e para a votação); 2.6. A agenda de atividades e o roteiro de teste é adequado pelos tribunais regionais, considerando os compromissos no intervalo de dias estabelecido, assim como a abrangência e disponibilidade do corpo técnico, devido às diversas atividades deste período; 2.7. Também, são abordados nesses testes situações de stress, de forma a estimar o comportamento do sistema em carga máxima; 2.8. Os casos de teste executados estão sendo compilados e documentados com o propósito de serem apresentados aos partidos políticos, indicando o resultado obtido, bem assim as providências adotadas; 2.9. Igualmente, são realizados (ou foram) testes ad hoc, cujos resultados são reportados ao TSE por meio de lista de discussão. Como pode ser verificado, foram envidados todos os esforços no sentido de prover os partidos políticos de documentos que comprovem os testes realizados, bem assim sobre o comportamento dos sistemas, atendendo ao requerido. Contudo, vale ressaltar que a aplicação da nova sistemática de testes exigiu uma mudança na execução das atividades de preparação e execução dos testes, o que, nesse período de grande demanda de trabalho, afetou o cronograma operacional. Os casos de testes foram postos em prática somente nesta semana (26 a 31 de agosto) e, à medida em que surgem dificuldades ou pontos de ajustes, os sistemas são alterados para prever a situação. Após os ajustes deve ser realizado novo teste completo, a fim de aferir se as alterações efetuadas lograram êxito e não implicaram o funcionamento de outra parte do sistema (efeito colateral), cuja comprovação deverá ser apresentada aos partidos políticos, o que exige, pelo menos, mais uma semana para que a equipe técnica e os tribunais regionais eleitorais possam refazer os testes. Outrossim, deve-se considerar que os aplicativos de urna sofreram grandes alterações em decorrência dos resultados dos testes realizados desde a última apresentação até o presente e das mudanças legais (resolução sobre a suspensão do voto e votação eletrônica no exterior), apresentando uma margem de erro que demonstra a necessidade de maior tempo para ajustes pela empresa contratada e repetição dos testes para comprovação do seu correto funcionamento, já que são muitas as possibilidades (urnas com porte diferente, sistema operacional diferente, diferenciação da suspensão do voto com e sem MIE, conferência do espelho do voto, votação do exterior, dentre outras).

4 4 Faz-se necessário, ainda, diligenciar para que se realize os testes do sistema completo, pelo TSE e na presença dos representantes dos partidos políticos e preparação do ambiente para realização de novos casos de testes, solicitados pelo Partido. Desta forma, entende a equipe técnica da SI/TSE que é necessário transferir a apresentação aos partidos políticos, agendada para iniciar-se em 4 de setembro, sugerindo como nova data de início o dia 9 de setembro, de forma a ser possível atender ao requerido. Acrescento que o ilustre Presidente deste Tribunal já autorizou a transferência do período de apresentação dos sistemas aos partidos, que deverá se iniciar em 9 de setembro próximo. É o relatório.

5 5 VOTO O SENHOR MINISTRO FERNANDO NEVES (relator): Sr. Presidente, como se vê da manifestação do Sr. Secretário de Informática, foram adotados procedimentos que atenderão ao requerido pelo Partido dos Trabalhadores no tocante aos testes dos sistemas, assegurando-se total transparência. Aliás, justamente em razão desses cuidados, optou-se pela transferência do novo período de análise dos sistemas. Penso, portanto, que está assegurada a transparência necessária. Em relação à segunda pretensão aumento do número das urnas que serão submetidas à auditoria pelo sistema de votação simulada, titulada pela Lei nº de paralela concordo com o entendimento de que neste momento não há condições operacionais para modificar o que estabelecido na Resolução nº , de É inequívoco que a simulação de votação exige grande aparato logístico e mão-de-obra qualificada, sob pena de comprometer a segurança desse procedimento e a confiança no sistema em geral. Assim, impossível atender o pedido como formulado. Creio, porém, que podemos adotar uma outra medida. Na véspera do dia da eleição, no mesmo momento em que sorteadas as duas urnas eletrônicas que deverão seguir o procedimento estabelecido na mencionada Resolução nº , serão também sorteadas outras urnas, até atingir o número indicado no Anexo, distribuídas em todo o Estado. Essas urnas não teriam o mesmo tratamento das duas primeiras, ou seja, auditoria por votação simulada no dia da eleição. Elas seriam separadas e guardadas pelo Tribunal Regional para conferência em momento posterior, na forma que for disciplinada pelo Tribunal Superior Eleitoral. acima indicado. Desse modo, meu voto é que se acolha o pedido em parte, para o fim EXTRATO DA ATA Pet nº DF. Relator: Ministro Fernando Neves. Requerente: Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores - PT (Adv.: Dr. Márcio Luiz Silva e outros). Decisão: O Tribunal, por unanimidade, deferiu parcialmente o pedido, nos termos do voto do relator.

6 6 Presidência do Exmo. Sr. Ministro Nelson Jobim. Presentes os Srs. Ministros Sepúlveda Pertence, Ellen Gracie, Sálvio de Figueiredo, Barros Monteiro, Fernando Neves, Luiz Carlos Madeira e o Dr. Paulo da Rocha Campos, vice-procuradorgeral eleitoral. SESSÃO DE ANEXO Votação paralela Amostra Nacional com alfa=3% AC 3 PB 8 AL 6 PE 16 AM 6 PI 7 AP 3 PR 19 BA 24 RJ 29 CE 14 RN 7 DF 5 RO 4 ES 7 RR 2 GO 10 RS 21 MA 11 SC 12 MG 35 SE 5 MS 6 SP 68 MT 6 TO 4 PA 11 Total 349