Adriana Vidal de Oliveira

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1 Adriana Vidal de Oliveira A Constituição da Mulher Brasileira Uma análise dos estereótipos de gênero na Assembleia Constituinte de e suas consequências no texto constitucional Tese de Doutorado Tese apresentada ao Programa de Pósgraduação em Direito da PUC-Rio como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Direito. Orientador: Prof. Adriano Pilatti Volume I Rio de Janeiro Abril de 2012

2 Adriana Vidal de Oliveira A Constituição da Mulher Brasileira Uma análise dos estereótipos de gênero na Assembleia Constituinte de e suas consequências no texto constitucional Tese apresentada como requisito parcial para obtenção de grau de doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada. Prof. Fábio Carvalho Leite Departamento de Direito PUC-Rio Prof. Danilo Marcondes de Souza Filho Departamento de Filosofia PUC-Rio Profª. Ela Wiecko Volkmer de Castilho UnB Prof. Gustavo Sampaio Telles Ferreira UFF Profª. Márcia Nina Bernardes Departamento de Direito PUC-Rio Profª. Mônica Herz Vice-Decana de Pós-Graduação do Centro de Ciências Sociais da PUC-Rio Rio de Janeiro, 11 de abril de 2012

3 Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, do autor e do orientador. Adriana Vidal de Oliveira Graduou-se em Direito na PUC-Rio (2003). Obteve o título de Mestre em Teoria do Estado e Direito Constitucional pela PUC- Rio (2007). É professora universitária na PUC-Rio e atualmente leciona Direito Comparado na graduação. Recebeu a Bolsa Nota Dez da FAPERJ ao longo do Doutorado. Oliveira, Adriana Vidal de Ficha Catalográfica A Constituição da Mulher Brasileira: uma análise dos estereótipos de gênero na Assembleia Constituinte de e suas consequências no texto constitucional / Adriana Vidal de Oliveira; orientador: Adriano Pilatti f. ; 30 cm Tese (doutorado) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Direito, Inclui bibliografia 1. Direito Teses. 2. Atos performativos. 3. Gênero. 4. Feminismo. 5. Direitos das Mulheres. 6. Constituição. Regulação. I. Pilatti, Adriano. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Direito. III. Título. CDD: 340

4 Para Rodrigo, com todo o meu amor.

5 Agradecimentos Esse é um momento de muita alegria em diferentes sentidos. O mais simplório diz respeito a ser a última etapa enfrentada para se dar início à vida acadêmica de forma plena, mas é a partir deste que coloco os demais. Esse ritual permite realizar um sonho que começou há alguns anos, precisamente em 2000, e está profundamente ligado à minha experiência na PUC-Rio. Seria impossível iniciar os agradecimentos de outra forma, uma vez que as portas para a academia foram abertas enquanto eu ainda cursava o terceiro período da graduação, quando fui aprovada na seleção do PET-JUR. Foi nesse grupo de pesquisa que descobri um caminho diferente daqueles que são procurados por estudantes de Direito. A professora Gisele Cittadino, na época tutora do grupo, foi uma das grandes responsáveis pela minha escolha. Por isso, aqui fica registrado o primeiro agradecimento, pois sem ela e sem a participação no grupo, creio que tudo seria muito diferente. Outro encontro fundamental e muito feliz em minha trajetória na PUC-Rio foi com Adriano Pilatti, meu orientador desde a monografia. Há pouco tempo me dei conta de que eu nunca havia conversado com ele sobre os motivos pelos quais eu fui procurá-lo para orientação no último ano de graduação. Também nunca havia falado sobre o que me fez pedir para continuar o trabalho com ele no decorrer do Mestrado e do Doutorado. É o momento, portanto, de deixar registrada a profunda admiração que tenho por ele desde que fui sua aluna na graduação. Adriano Pilatti é um professor que conjuga características que empolgam qualquer aluno: é apaixonado pelo que faz e muito inteligente. No decorrer do Doutorado ainda tive três grandes surpresas nessa Instituição, todas elas muito doces e fundamentais não somente para a elaboração desse trabalho, como também para o meu crescimento pessoal. Todas as três também muito generosas. A primeira foi a professora Márcia Nina Bernardes, que após o meu primeiro semestre como doutoranda, me procurou com o objetivo de fundar um grupo de estudos sobre feminismo. Nesse grupo tive o prazer de me aprofundar no estudo das teorias feministas e de acompanhar o surgimento e

6 elaboração de outros trabalhos sobre temas de gênero, tanto na pós-graduação, com Marina Lacerda e Joanna Noronha, quanto na graduação, com Maria Negreiros. Também fico muito feliz de ver o crescimento do grupo, com alunas como Maria Fernanda e Carolina Pires, da graduação e uma nova geração na pósgraduação, Ana Carolina. À Maria Negreiros devo um agradecimento especial pelo trabalho fundamental no auxílio da separação do material usado na presente tese. Sem sua ajuda não eu não teria conseguido. Márcia, por sua vez, merece meu carinho, respeito, amizade e admiração por sua generosidade e companheirismo. A parceria foi fundamental para a produção dessa tese. A segunda grande surpresa trazida pelo Doutorado foi o professor Danilo Marcondes. Confesso que me inscrevi em sua disciplina sobre Filosofia da Linguagem sem dimensão do quão importante ela seria para o meu trabalho, mas no primeiro encontro eu percebi que deveria aproveitar ao máximo a sorte de estar ali, pois era exatamente o que eu precisava para ingressar nos debates entre as feministas que mais me despertavam interesse. Além disso, poder contar com a generosidade e disponibilidade de uma das pessoas mais doces e inteligentes que já conheci é um privilégio. Outra grande surpresa que passou pela minha experiência no Doutorado foi a professora Ana Lúcia de Lyra Tavares, que me abriu as portas para o Direito Comparado, e também de forma generosa, me permitiu ter a honra de compartilhar a disciplina com ela. Gostaria também de agradecer especialmente às professoras e ao professor que foram convidados a integrar a banca pela disponibilidade e generosidade em aceitar contribuir para o desenvolvimento desse trabalho: Ela Wiecko Volkmer de Castilho, Ana Paula de Barcellos e Fábio Leite. Também gostaria de deixar registrado o agradecimento à FAPERJ, que permitiu a dedicação ao presente trabalho. Essa trajetória também foi marcada por grandes amizades. Sou imensamente grata aos meus amigos da graduação, Tatiana Figueiredo e Marcelo Valença, que acompanharam de perto todos os meus passos nesse caminho da vida acadêmica. Além disso, sou grata também às amizades realizadas no decorrer da pósgraduação. Daniel Brantes, Gustavo Proença, Karen Simões, Lívia França e Samantha Ribeiro são pessoas especiais e que, tenho certeza, ficarão na minha vida para sempre. Há pouco tempo também ingressou na minha vida outra pessoa

7 muito especial, Cris Del Corsso. Também professora, Cris acompanhou pacientemente a fase final do trabalho, sendo companhia muito bem humorada e fundamental para essa etapa complicada. Além dos agradecimentos realizados para todos que foram fundamentais na minha formação profissional, contei ao longo de todo esse tempo com uma estrutura familiar essencial. Meus pais, Anaton e Lusimar, sempre estiveram dispostos a me amparar em todos os sentidos, mesmo não entendendo muito bem os motivos pelos quais eu preferi não fazer um concurso para a Magistratura, Ministério Público, entre outros, para ser professora. Acima de qualquer coisa, eles optaram por respeitar essa escolha. Meu irmão, André Vidal, também foi muito importante nessa trajetória. As conversas com um irmão mais novo me fizeram perceber como é sério o impacto de um professor na vida de alguém, me ajudando a ter dimensão do caminho que escolhi. Devo agradecer também aos meus avós, grandes exemplos para mim e para meu trabalho. José Dominguez Vidal, meu avô materno, foi pai solteiro de uma menina em 1950 e Nilce Albernaz de Oliveira, minha avó paterna, se desquitou em 1956, criando, sozinha, seis filhos. Ambos romperam com as performances de gênero de sua época, ambos fizeram o inesperado, foram corajosos e incompreendidos. Se na infância eu achava minha família diferente das demais, hoje digo que ambos me encheram de orgulho. Por fim, realizo o agradecimento mais fácil e, ao mesmo tempo, mais difícil. Rodrigo foi a grande surpresa que apareceu na minha vida, pois se eu tinha uma certeza era a de que eu nunca me casaria. Hoje, simplesmente não imagino minha vida sem sua presença, pois ela não faria sentido. Nunca pensei que pudesse ser tão feliz ao lado de alguém como sou ao seu lado, nem que seria possível encontrar um companheiro como ele. Por todos esses motivos, é muito fácil agradecê-lo. Por outro lado, Rodrigo, saiba que o que quer que eu escreva aqui estará muito longe de fazer justiça ao tamanho do amor que sinto por você. Muito obrigada por estar ao meu lado.

8 Resumo Oliveira, Adriana Vidal de; Pilatti, Adriano. A Constituição da Mulher Brasileira: uma análise dos estereótipos de gênero na Assembleia Constituinte de e suas consequências no texto constitucional. Rio de Janeiro, 2012, 465p. Tese de Doutorado. Departamento de Direito, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Os estereótipos de gênero permeiam a vida social sendo, muitas vezes, de difícil percepção, tamanha a naturalização que estes conseguem atingir. Este processo de naturalização ocorre por meio do entendimento de que os atos de fala são meramente descritivos, quando, na verdade, estes são a forma por meio da qual a linguagem constitui a realidade, o que é chamado de ato performativo. Assim, torna-se fundamental o recurso à teoria de Austin, para que, por meio desta, se possa compreender o alcance desses atos de fala. Esses atos performativos foram incorporados pela teoria feminista para desmitificar as identidades de gênero, muitas vezes afirmadas ou com base em uma suposta essência, masculina ou feminina, ou por meio de uma biologização dessas noções. Isto permite entender como a linguagem é constitutiva dos corpos, e também do gênero, ponto fundamental para analisar-se o processo de construção do ideário de mulher e do movimento feminista no Brasil ao longo dos dois últimos séculos. Tendo como marco a Constituição Federal, pilar maior no processo de conquista de direitos na história recente do país, tomam-se por base as discussões travadas ao longo da Assembleia Nacional Constituinte, de , para, novamente recorrendo ao arsenal teórico aqui mencionado, explicitarem-se as ideias em torno das noções de gênero que se fizeram presentes naquele debate e as consequências que estas tiveram na luta e constituição de direitos das mulheres. Palavras-chave Atos Performativos; Gênero; Feminismo; Direitos das Mulheres; Constituição

9 Abstract Oliveira, Adriana Vidal de; Pilatti, Adriano (Advisor). The Constitution of Brazilian Woman: an analysis of gender stereotypes in the Constituent Assembly of and its consequences in the constitutional text. Rio de Janeiro, 2012, 465p. Doctoral Thesis. Departamento de Direito, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Gender stereotypes that permeate social life are often difficult to detect, because of the process of naturalization that they can achieve. This naturalization process occurs through the understanding of speech acts that are merely descriptive, when, in fact, they are the means by which language constitutes reality, what is called a performative. Thus, it becomes essential to use Austin s theory, through this, one can understand the scope of these speech acts. These performative acts were merged by feminist theory to demystify gender identities often asserted or based on a supposed essence, male or female, or through a biologization of these notions. This allows us to understand how language is constitutive of bodies, and also the gender, essential to analyse the process of construction of the notion of women and the feminist movement in Brazil over the past two centuries. Starting from the Federal Constitution, bigger pillar in the process of conquering rights in recent history of the country, discussions during the National Constituent Assembly of are taken for, resorting to the theoretical arsenal herein, emphasize the ideas around the notions of gender that were present at the debate and the consequences they had on the struggle and establishment of women s rights. Keywords Performative Acts; Gender; Feminism; Women s Rights; Constitution

10 Sumário Introdução 12 Parte I 1 Atos de fala como atos performativos: a força das palavras Atos de fala em J. H. Austin: fazendo coisas com palavras, ou a linguagem como performance Os atos performativos construindo corpos: impactos da virada linguística na teoria feminista proposta por Judith Butler A leitura de Butler sobre Austin na análise dos impactos das ofensas sobre as minorias A construção do imaginário sobre a mulher brasileira e o feminismo no Brasil O surgimento da mulher moderna no Brasil, suas ambiguidades e relações com as feministas A saída para o mundo público: influência estrangeira, experiência das mobilizações pelo voto e a conquista dos direitos políticos no Brasil Dos direitos políticos à retomada do feminismo no Brasil Parte II 3 As mulheres Constituintes: a pluralidade na composição da chamada Bancada Feminina Objetivos do capítulo e breve esclarecimento sobre a estrutura da análise das atas das Subcomissões da Assembleia Constituinte As mulheres na Constituinte de : a acidental constituição de uma Bancada Feminina A Subcomissão dos Direitos e Garantias Individuais: os problemas do nome e do corpo, as aberrações homossexuais e os reflexos na Comissão da Soberania e dos Direitos e Garantias do Homem e da Mulher A Subcomissão de Direitos e Garantias Individuais: as discussões sobre o nome atribuído à Comissão, sobre o corpo e as aberrações homossexuais A Comissão da Soberania e dos Direitos e Garantias do Homem e da Mulher

11 5 Subcomissão dos Direitos dos Trabalhadores e Servidores Públicos, Subcomissão de Saúde, Seguridade e do Meio Ambiente e Subcomissão dos Negros, Populações Indígenas, Pessoas Deficientes e Minorias: o trabalho da mulher e a condição da mulher negra, o papel social da mulher brasileira e a reivindicação minoritária pela não discriminação. Os reflexos desses debates na Comissão da Ordem Social A Subcomissão dos Direitos dos Trabalhadores e Servidores Públicos: considerações sobre trabalho rural, urbano e doméstico, medidas protetivas e licença gestante A Subcomissão de Saúde, Seguridade e do Meio Ambiente e o problema do corpo A Subcomissão dos Negros, Populações Indígenas Pessoas Deficientes e Minorias: interseccionalidades, ou a condição da mulher negra e da orientação sexual A Comissão da Ordem Social Subcomissão da Família, do Menor e do Idoso: os usos do corpo, a biologia e o destino da mulher. A Comissão da Família, da Educação, Cultura e Esportes, da Ciência e Tecnologia e da Comunicação e a não aprovação do anteprojeto Subcomissão da Família, do Menor e do Idoso: os usos do corpo, a biologia e o destino da mulher A Comissão da Família, da Educação, Cultura e Esportes, da Ciência e Tecnologia e da Comunicação e a não aprovação do anteprojeto Os reflexos dos debates analisados na Constituição de 1988 e as legislações e projetos de leis posteriores que retomaram os temas Conclusão Referências Bibliográficas 459

12 Introdução O presente trabalho é fruto de pesquisas na área de direito e gênero, especificamente no processo de conquistas de direitos das mulheres, atrelado ao desenvolvimento de diferentes teorias sobre o gênero, que permitiram a expansão dos debates nas teorias feministas, observando as várias vertentes do feminismo. O interesse e o estudo do desenvolvimento dos movimentos feministas, bem como suas formas de atuação, tiveram início de forma sistemática ao longo da realização do mestrado, a partir do encontro entre dois autores, que não tratavam do mesmo tema: Antônio Negri e Judith Butler. A dedicação ao primeiro autor ocorreu a partir da obra Poder Constituinte: ensaio sobre as alternativas da modernidade, cujo objetivo era entender a forma em que os processos revolucionários, a partir do início da Modernidade, se iniciavam e eram interrompidos pelo chamado poder constituído, ou seja, aqueles poderes que refreavam as lutas por liberação e por expansão de direitos. Naquela época, percebeu-se a possibilidade de se conjugar os interesses entre esse autor e os movimentos feministas. Ao examinar os mecanismos pelos quais o poder constituinte avançava e o poder constituído impedia seus avanços, Antonio Negri percorria as revoluções ocorridas ao longo da Modernidade. Porém, esse autor não dedicou nenhum momento à análise de qualquer movimento feminista, apesar de algumas mulheres feministas terem participado tanto dos processos revolucionários nos Estados Unidos quanto na França, sendo essas duas revoluções marcos também para o início das lutas feministas. Por esse motivo, a dissertação de mestrado foi dedicada à investigação desses mesmos processos revolucionários em relação aos direitos das mulheres e a constituição dos movimentos feministas, na medida em que essas mulheres percebiam que as suas demandas por igualdade de direitos entre os sexos não conseguiam espaço. Nesses termos, utilizou-se a metodologia desenvolvida por Negri para observar a constituição do movimento feminista. A teoria de Butler sobre atos performativos foi utilizada como uma perspectiva de processo de retomada de conquistas de direitos a partir da perspectiva de gênero. Butler apresentava uma proposta diferente, pensando o gênero como algo construído a partir dos chamados atos performativos, ao mesmo tempo que fazia críticas à afirmação da identidade. Para essa autora, tal afirmação, como categoria

13 13 para se conquistar direitos, implicava na repetição do mesmo processo de exclusão enfrentado pelas minorias. Nesses termos, a autora ressaltava a necessidade de se pensar essas lutas minoritárias a partir, minimamente, de um uso estratégico da identidade, considerando que esta sempre poderia ser revista de acordo com as necessidades dos movimentos minoritários, especialmente do movimento feminista. A pretensão no doutorado foi, no primeiro momento, aprofundar o entendimento sobre esses atos performativos, resgatando a origem desse conceito na filosofia da linguagem. Ao entender a proposta a partir da obra de J. L. Austin, o teórico essencial na compreensão desse conceito, foi possível apreender também o uso que Judith Butler fazia dos atos performativos na constituição e na perpetuação dos gêneros, assim como foi viável, inclusive, realizar algumas críticas às conclusões da autora. Além disso, pretendeu-se utilizar os atos performativos para compreender como a figura da mulher brasileira foi forjada com recursos da linguagem, e, da mesma forma, como o feminismo se apropriou dessa figura para subvertê-la e para lutar por direitos. Nesse sentido, foi necessário passar pelo momento em que a identidade da mulher brasileira moderna começou a ser construída, pois foi a partir desse momento que as feministas também começaram a surgir no Brasil, salvo exemplos pontuais. O presente trabalho está estruturado em duas partes. A primeira parte é composta pelo primeiro e pelo segundo capítulos e é dedicada aos pressupostos teóricos necessários para se ingressar nos temas tratados em algumas das Subcomissões da Assembleia Constituinte. O primeiro capítulo é voltado para o exame dos atos performativos e o segundo capítulo é dedicado à análise da constituição das performances de gênero no país, bem como à apropriação dessas performances por parte das feministas, chegando até o momento em que o feminismo estava consolidado como um dos principais movimentos minoritários que se manifestaram na Assembleia Constituinte. A segunda parte da tese é dedicada à Constituinte e é composta pelos capítulos três, quatro, cinco, seis e sete. O terceiro voltado para a explicação dos critérios para a escolha das Subcomissões que foram analisadas e o quarto capítulo voltado para um breve exame das Constituintes que compuseram a Bancada Feminina. O quarto, o quinto e o sexto foram dedicados aos debates nas Subcomissões dos Direitos e Garantias Individuais e Comissão da Soberania e dos Direitos e Garantias do

14 14 Homem e da Mulher, as três Subcomissões que compuseram a Comissão da Ordem Social e a Subcomissão da Família, do Menor e do Idoso, com breve comentário sobre a Comissão da Família, da Educação, Cultura e Esportes, da Ciência e Tecnologia e da Comunicação. O sétimo capítulo aponta algumas retomadas recentes de temas que foram debatidos na Constituinte. O primeiro capítulo, portanto, ocupa-se da análise da teoria de Austin sobre a noção de atos performativos. A escolha desse autor é fundada não só na sua importância para a filosofia da linguagem, especialmente no que diz respeito ao conceito de atos performativos, mas também no fato de que é na sua obra que Judith Butler vai buscar os fundamentos para criticar a noção de identidade. Se a teoria de Austin é responsável pela ruptura das barreiras entre linguagem e filosofia, tal ruptura pode ser promovida também nas barreiras entre o direito e as disputas políticas, especialmente quando se observa a elaboração das normas em geral, uma vez que caberá aos que trabalham com o Direito a função de lidar com essas normas originadas por disputas. Essa ruptura tem como objetivo deixar claro que as normas produzidas estão longe de serem desprovidas de qualquer valor. Não há neutralidade em uma norma, menos ainda no processo de sua elaboração. Deve-se reconhecer, na verdade, os interesses em disputa. Esse tipo de entendimento é fundamental para se compreender o processo de elaboração da Constituição de 1988, e o que estava em jogo na Assembleia Constituinte, especialmente no que se refere aos direitos das mulheres. Porém, é preciso ainda ressaltar que esse processo de disputa de valores e de conceitos não se encerrou com a Constituinte. Os conflitos continuam instaurados em relação a esses direitos. E tal fato não pode ser considerado ruim, ao contrário, é justamente a possibilidade de assumir a dimensão conflitiva que permite a expansão da democracia e dos direitos estabelecidos na Constituição de Ingressar no tema dos atos performativos possibilitou o entendimento sobre como as performances são responsáveis pela consagração das estruturas de gênero e como elas se perpetuam através de ritos e práticas sociais. O objetivo do segundo capítulo é examinar a forma pela qual esses processos instituíram os paradigmas de gênero no Brasil, especialmente como surgiu o ideal de mulher brasileira, o momento em que ela foi forjada, seus papeis instaurados e sua atuação limitada por contornos que se perpetuam até os dias atuais.

15 15 É de se observar que, nesse momento, realizou-se uma clara opção metodológica. Se a tese versa sobre a análise do feminismo, sem deixar de lado a sua consideração como movimento minoritário revolucionário, entendeu-se como lógico dar voz a quem participou dessa luta, mas teve seu espaço cerceado na história. Por isso, preferiu-se utilizar bibliografia específica sobre a história das mulheres no Brasil, especialmente aquela produzida por mulheres feministas. Tal opção é justificável na medida em que elas possuem produção específica no tema de interesse da tese. Gênero é o tema central, e isso não implica em ignorar a importância de outras perspectivas, só implica em assumir que no presente trabalho a perspectiva é a de gênero. Ressalte-se, então, que o segundo capítulo versa sobre uma, ainda que breve, historiografia do feminismo do Brasil, mais precisamente, sobre a formação do imaginário existente em torno da noção de mulher no Brasil e como esse imaginário chegou até a Assembleia Constituinte de É interessante perceber como questões ainda tratadas como da ordem da natureza ingressaram nos discursos proferidos pela imprensa cujo público alvo era a nova mulher, com a valorização de suas funções típicas ou naturais. Dessa forma, será possível sair do plano teórico, tratado ao longo do primeiro capítulo, para a observância dessas práticas sociais específicas. Entendendo-se como os atos performativos colaboraram para a construção de um ideário de Mulher, e como esse ideário chegou à Assembleia Constituinte de , chega a hora de, a partir do terceiro capítulo, realizar a análise dos debates ocorridos nas subcomissões e comissões temáticas que versaram sobre a questão de gênero. A escolha pelas Comissões e Subcomissões se deu porque foi ali que a sociedade civil teve a oportunidade de se manifestar, possibilitando que se confrontassem as suas demandas com a resposta dos Constituintes, ainda que o resultado desse embate não tenha necessariamente se verificado no texto constitucional. Nesses termos, foram selecionadas as Subcomissão dos Direitos e Garantias Individuais, com a respectiva Comissão da Soberania e dos Direitos e Garantias do Homem e da Mulher, a Subcomissão dos Direitos dos Trabalhadores e Servidores Públicos, a Subcomissão de Saúde, Seguridade e do Meio Ambiente e a Subcomissão dos Negros, Populações Indígenas, Pessoas Deficientes e Minorias, que compuseram a Comissão da Ordem Social e, por fim, a Subcomissão da Família, do Menor e do Idoso, pertencente à Comissão da

16 16 Família, da Educação, Cultura e Esportes, da Ciência e Tecnologia e da Comunicação. Essas Subcomissões foram selecionadas seguindo os dispositivos da Constituição de 1988 que trazem direitos das mulheres, ou envolvem questões de gênero. Nesse terreno foi possível, mais do que seria na análise da comissão de sistematização e das plenárias, propositalmente deixadas de lado, perceber as disputas em torno dos direitos da mulher e a influência dos atos performativos e do imaginário existente na definição desses enfrentamentos. Por fim, analisa-se o resultado dos debates no corpo do texto constitucional, sendo importante observar que nem todos os temas, mesmo os exaustivamente discutidos, fizeram parte da redação final. Apesar disso, não se afirma que a luta em torno deles ali se encerrou. Como tentativa de demonstrar isso, elegeram-se alguns projetos de lei atualmente em tramitação no Congresso Nacional que, não só retomam esses temas interrompidos, mas também, permitem a análise da permanência ou não dos estereótipos de gênero outrora afirmados.

17 1 Atos de fala como atos performativos: a força das palavras A noção dos atos de fala como atos performativos surge com J. L. Austin, responsável por sua introdução no campo da filosofia da linguagem. De forma geral, o ato de fala, ou o próprio uso da linguagem, a partir de Austin, passa a ser caracterizado como ato performativo, na medida em que a linguagem é compreendida como ação. Desta forma, é constituído o caráter performativo da linguagem. A discussão sobre performatividade abre a possibilidade de diferentes interpretações e é, por esse motivo, o espaço de conflitos quando são elaboradas as análises sobre a linguagem comum 1. Essa perspectiva da linguagem produzida por Austin origina uma concepção muito além da formalista sobre o tema, que implica na tradicional separação entre sujeito e objeto. Os conceitos não são neutros ou meramente descritivos, ao contrário, são impregnados de valores e há conflitos e disputas em torno de seus significados. Essa dimensão conflitiva pode ser a chave para a apropriação das discussões sobre produção de direitos por parte daqueles que são afetados pelas normas jurídicas, pois eles podem reivindicar participação nesse momento. Aqueles que fazem parte diretamente dessas disputas, obviamente estão sempre atentos a elas, sabem dessa dimensão performativa e a utilizam em prol de seus interesses. Portanto, é fundamental assumir isso para que a possibilidade de intervenção nesses processos de elaboração de normas seja cada vez mais democrática e, especialmente aqueles afetados possam contribuir para a construção de conceitos e sentidos que irão nortear as suas vidas. Isso é algo bastante relevante para todos os que militam em causas minoritárias, como é o caso da luta pela expansão e concretização de direitos das mulheres. Por que retornar à concepção de atos de fala de Austin? Esse retorno é necessário por Austin ter sido o primeiro a tratar a linguagem como ação, ou a apresentar a dimensão performativa da linguagem, conforme já mencionado. Foi ele quem vislumbrou essa potência criadora da linguagem, que constitui até mesmo corpos, e é por esse motivo que sua teoria foi incorporada também por algumas autoras feministas, como Judith Butler. E para compreender como são 1 Essa observação sobre a perspectiva conflitiva se encontra na introdução de OTTONI, Paulo. Visão Performativa da linguagem. P. 11.

18 18 possíveis processos de liberação a partir dos atos performativos, que são repetidos cotidianamente, sem que haja uma necessária consciência sobre eles, é preciso, em primeiro lugar, compreender o que são os atos performativos. O capítulo é iniciado com o mapeamento da teoria de Austin sobre atos de fala e como o autor conseguiu romper com um binômio fundamental na filosofia da linguagem, a divisão instituída entre performativos e constativos, considerando que, até então, se entendia que o uso primordial da linguagem era descritivo. Austin enxergou o grande equívoco dessa concepção, apresentando, inclusive o conceito de falácia descritiva que fundamentava esse binômio. Sem dúvida, a defesa de que a linguagem era primordialmente descritiva implicava em assegurar um grande poder, na medida em que determinados posicionamentos eram entendidos como verdadeiros e objetivos, descolados daquele que realizou o ato de fala. Austin demonstrou que a linguagem é primordialmente performativa, o que implica em assumir que o ato de fala constitui a realidade. O segundo momento do capítulo se destina a trazer a discussão sobre atos performativos para o campo da teoria feminista. Nesse sentido, o propósito é demonstrar que temas tão importantes para essa teoria são permeados pelos problemas colocados na filosofia da linguagem e que o fato de Austin já ter destruído a pretensão descritiva da maior parte dos atos de fala auxilia a compreender que a própria concepção de sexo como algo que retrata a natureza, ou seja, como uma descrição pode ser também posta em xeque. Além disso, temse o objetivo de demonstrar como os atos performativos são fundamentais para instituir os modelos de gênero e como eles podem também contribuir para a ruptura desses modelos, ressaltando que eles podem ter um viés criativo. Por fim, o capítulo irá tratar de uma segunda interpretação de Butler sobre a teoria de Austin, para elaborar as suas observações sobre as ofensas, com especial interesse no que a autora compreendeu ser a ofensa, como ela é constituída e como molda as minorias, compondo seus corpos e garantindo que elas não se desloquem dos lugares atribuídos socialmente a elas, e assumidos como necessários a partir, justamente, de uma pretensão descritiva da linguagem em relação à realidade. Deve-se esclarecer que ao elaborar sua teoria sobre ofensas, Judith Butler não utilizou os problemas de gênero para ilustrar como esse procedimento ocorria. Sua preocupação estava voltada para os problemas do racismo nos Estados Unidos. Porém, isso não impossibilita o uso de sua teoria

19 19 para analisar a constituição de mulheres e minorias relacionadas à orientação sexual. Na verdade, esse uso é viabilizado pelo seu desenvolvimento anterior sobre a teoria dos atos performativos, perpetuando performances de gênero. Nesses jogos de constituição de homens e mulheres, são criadas assimetrias de gênero e a ofensa é um instrumento pelo qual se lembra às minorias, no caso, às mulheres ou às minorias em relação à orientação sexual, quais são seus verdadeiros papeis sociais. 1.1 Atos de fala em J. L. Austin: fazendo coisas com palavras, ou a linguagem como performance A teoria dos atos de fala cunhada por Austin está inserida no que se entende por virada lingüística 2. Essa construção teórica de Austin surge como parte da filosofia analítica britânica, sendo uma forma de reagir tanto ao chamado idealismo absoluto quanto ao empirismo, correntes que tinham larga influência na Inglaterra do século XIX. Os autores que faziam parte do idealismo absoluto sustentavam não só a identificação da realidade com a totalidade, mas também a necessidade de a consciência reconhecer-se como parte do Absoluto. Já o empirismo psicologista e subjetivista reduzia a realidade à experiência psicológica do sujeito 3. Não cabem aqui maiores considerações sobre as duas correntes, somente sendo necessário indicar o surgimento da filosofia analítica como uma forma de se fazer oposição a esses dois extremos. Em seu início a filosofia analítica tem como pressuposto a concepção realista e sustenta que a função primordial da filosofia é clarificar os elementos centrais da experiência humana, com a realização de análises das sentenças nas quais os nossos conhecimentos, as crenças e opiniões sobre o real são expressos e articulados. A partir dessa nova abordagem da filosofia analítica, o centro da investigação filosófica passou a ser a forma pela qual uma sentença possui um significado. Danilo Marcondes, ao longo da apresentação da tradução do texto How to do things with words, de J. L. Austin, chama atenção para o fato de a tarefa filosófica se desdobrar basicamente em duas 2 FILHO, Danilo Marcondes de Souza. A filosofia da linguagem de J. L. Austin. In AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer: palavras e ação. P FILHO, Danilo Marcondes de Souza. A filosofia da linguagem de J. L. Austin. In AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer: palavras e ação. P. 7.

20 20 atividades a partir da filosofia analítica. A primeira seria a análise da sentença com o objetivo de estabelecer sua forma lógica e os elementos que a constituem e a segunda seria investigar novamente os problemas filosóficos tradicionais em teoria do conhecimento e ética, por exemplo, pela análise lingüística dos conceitos que são fundamentais dessas áreas e também dos usos desses conceitos na linguagem ordinária 4. A primeira atividade descrita originou a filosofia da linguagem, como uma teoria sobre a estrutura da linguagem, que se dedicou a examinar termo e proposição, sentido e referência, nomes próprios e predicativos. A segunda atividade deu origem à Escola de Oxford, da qual Austin foi um dos principais representantes, e que também ficou conhecida como filosofia da linguagem ordinária. Austin entendia que a análise filosófica da linguagem ordinária poderia desmistificar e trazer clareza a problemas fundamentais da filosofia, tais como responsabilidade e ação, igualmente fundamentais para o Direito, porém sem necessidade de recorrer a um plano mais abstrato, viabilizando a compreensão desses problemas sem partir de pressupostos metafísicos, que sempre geraram problemas e novas discussões. Nesse sentido, Danilo Marcondes faz referência ao tratamento dado por Austin à questão da responsabilidade decorrente de uma ação. Austin não desenvolveu sua análise a partir de uma teoria abstrata da Ética. O ponto inicial de Austin são advérbios utilizados nessas ocasiões, tais como acidentalmente, deliberadamente e voluntariamente, pois são termos que qualificam a ação. As condições de emprego desses termos revelam determinadas circunstâncias que possibilitam ao falante utilizá-los para se justificar, se desculpar ou se eximir da responsabilidade de seu ato 5. A estratégia de Austin foi retirar exemplos não somente do uso lingüístico cotidiano, mas também de processos criminais, em que sempre há discussão acerca da responsabilização ou não de alguém por um ato. O objetivo final de Austin não era meramente empírico; esses exemplos extraídos da realidade ou até mesmo imaginários tinham a função de auxiliar a discussão a ganhar tons mais concretos, aproximando-a da experiência vivida pelos falantes. A ênfase no aspecto intersubjetivo da linguagem dada por Austin fez com que as suas 4 FILHO, Danilo Marcondes de Souza. A filosofia da linguagem de J. L. Austin. In AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer: palavras e ação. P FILHO, Danilo Marcondes de Souza. A filosofia da linguagem de J. L. Austin. In AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer: palavras e ação. P. 9.

21 21 conclusões fossem próximas do uso cotidiano da linguagem. Era fundamental para o autor que o exame das expressões fosse feito considerando quando, como, o por que de seus usos, bem como o motivo pelo qual algumas expressões podiam ser usadas e outras não e por quem elas poderiam ser usadas. Tudo isso indica a passagem para uma forma diferente de investigação da linguagem, da teoria do significado para a teoria da ação, da linguagem em seu uso. Esse mecanismo de análise foi essencial para Austin fazer aproximações e distinções entre os termos e identificar as possibilidades de seus usos, responsáveis pelo fornecimento dos elementos que determinam os significados e, como conseqüência decorrente, pelo esclarecimento dos termos. Dessa forma, pode-se concluir que para Austin a linguagem não pode ser considerada em si mesma, de forma abstrata e autônoma. É fundamental que ela seja considerada a partir de uma situação determinada em que algumas expressões podem ser utilizadas. Nesse sentido, as fronteiras entre a linguagem e o mundo são desfeitas, conforme ressalta Danilo Marcondes. Podemos afirmar, então, que quando analisamos a linguagem nossa finalidade não é apenas analisar a linguagem enquanto tal, mas investigar o contexto social e cultural no qual é usada, as práticas sociais, os paradigmas e valores, a racionalidade, enfim, desta comunidade, elementos estes dos quais a linguagem é indissociável. A linguagem é uma prática social concreta e como tal deve ser analisada. Não há mais uma separação radical entre linguagem e mundo, porque o que consideramos a realidade é constituído exatamente pela linguagem que adquirimos e empregamos 6. Por esse motivo, Austin criou um novo modelo teórico que passou a tratar a linguagem como forma de ação, ou seja, como um mecanismo de interferir no real e de produzi-lo, ultrapassando a concepção anterior de que a linguagem seria meramente uma descrição da realidade. Tal fato gera também outra conseqüência: o conceito de verdade é substituído pelo conceito de eficácia do ato de fala, ou como ressalta Austin em diversos momentos de sua obra, para a concepção de felicidade do ato de fala, passando a depender do exame de suas condições de sucesso na interação comunicativa. 6 FILHO, Danilo Marcondes de Souza. A filosofia da linguagem de J. L. Austin. In AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer: palavras e ação. P. 10.

22 22 Sem dúvida, esse é um motivo bastante forte para que a proposta teórica do autor seja transportada para o exame dos discursos, ou formas de uso da linguagem, na Assembléia Constituinte de 1988 referentes aos direitos das mulheres, especialmente a partir da leitura de Judith Butler sobre atos performativos e gênero. Se as condições de usos das sentenças definem os seus significados, examinar os debates em torno dos referidos direitos é fundamental para compreender a dinâmica das relações de gênero, os motivos pelos quais alguns direitos foram recepcionados e outros foram excluídos do debate ou sequer foram percebidos como relevantes para que a igualdade de gênero pudesse ser alcançada no país. Nesse novo mecanismo de se pensar a linguagem instituído por Austin, a análise da sentença, ou melhor, da estrutura da sentença e dos elementos que a constituem, cedeu espaço para a análise do ato de fala, da forma como a linguagem é usada e do seu contexto, sua finalidade e das normas e convenções que estão em jogo, ou seja, as circunstâncias nas quais algumas expressões produzem seus efeitos em uma situação determinada. O autor formulou uma teoria da linguagem como um mecanismo de realização de um ato, no caso, do ato de fala, que começou a ser desenvolvida na década de 1940 e que, na década seguinte, passou a ser apresentada de forma mais sistematizada, sendo especialmente importante para a presente tese o texto Performativo-Constativo, de 1958 e Quando dizer é fazer: palavras e ação, de J. L. Austin cria a idéia de enunciado performativo para conseguir contrastá-lo com o chamado enunciado declarativo, ou constativo, divisão consagrada sobre o tema dos atos de fala 8. Tradicionalmente, a principal característica do enunciado constativo é poder ser considerado verdadeiro ou falso pelos filósofos. Isso porque para os filósofos os enunciados declarativos ou as declarações tinham como papel descrever um estado de coisas ou declarar um fato 9. Havia um pressuposto filosófico de que dizer algo era necessariamente declarar algo 10. Apesar disso, os gramáticos observaram com certa facilidade que 7 Tradução realizada por Danilo Marcondes Filho de AUSTIN, J.L. How to do things with words O autor prefere o termo constativo em vez de declarativo uma vez que nem todas as declarações, sujeitas ao julgamento verdadeiro ou falso, são descrições. AUSTN. J. L. Quando dizer é fazer: palavras e ação. P AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer: palavras e ação. P AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer: palavras e ação. P. 29.

23 23 as sentenças podiam ser usadas para coisas além da declaração, da simples descrição de fatos, como por exemplo, para realizar perguntas, exclamações, dar ordens, fazer concessões e expressar desejos. Filósofos e gramáticos sabiam que não era tarefa simples diferenciar uma declaração de uma ordem, por exemplo, especialmente se atrelados somente aos critérios estabelecidos pela gramática. Porém, o fato é que Austin percebe que sentenças anteriormente aceitas como meras declarações por ambos os grupos poderiam ser examinadas com outro rigor. A pergunta que passou a permear o tema era se as declarações seriam realmente declarações 11, pois muitas vezes frases proferidas que aparentemente tinham o objetivo de transmitir informação direta sobre um fato, na verdade, não possuíam esse fim. Quando alguma palavra de perplexidade é inserida em uma declaração, por exemplo, ela não tem a finalidade de indicar um aspecto adicional da realidade narrada, ela é usada para indicar as circunstâncias em que a declaração foi proferida, as restrições que a sujeitam, ou a forma como deve ser recepcionada. Austin chama de falácia descritiva o fato de se desconsiderar essas circunstâncias 12. Já o enunciado performativo teria o objetivo de realizar uma ação, não podendo ser considerado como verdadeiro ou falso. A própria formulação de tal enunciado já é a realização de uma ação 13, que muitas vezes não teria como ser realizada com precisão de qualquer modo diferente do da declaração. Porém, o enunciado performativo pode ser alvo de críticas, ainda que não possa ser avaliado como verdadeiro ou falso. O uso inadequado dele pode gerar até algumas formas de falta de sentido, mas o que interessa ao autor são expressões que se disfarçam ao se tornarem mais explícitas. Os exemplos dados por Austin são os que, a princípio, só se adequariam à categoria de declaração. Eles estão na primeira pessoa do singular do presente do indicativo da voz ativa, mas não relatam, não descrevem ou constatam, nem são verdadeiros ou falsos. Além disso, as sentenças proferidas já são a realização de uma ação, ainda que parcialmente, que não costuma ser descrita como consistindo meramente em dizer alguma coisa. 11 Discussão interessante que foi levada por Butler para a teoria feminista, na medida em que a autora percebe a estratégia de se tratar o sexo como algo meramente descritivo e não como algo construído. BUTLER, Judith. Gender trouble: feminism and the subversion of identity. New York, London: Routledge, AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer: palavras e ação. P AUSTIN, J. L. Performativo-Constativo, In OTTONI, Paulo. Visão Performativa da Linguagem p. 111.

24 24 As frases propostas pelo autor são: aceito essa mulher como minha legítima esposa proferido na cerimônia de casamento; Batizo este navio com o nome de Rainha Elizabeth, proferido no momento em que se quebra a garrafa no casco do navio e Aposto cem libras como vai chover amanhã. Nestes casos, proferir uma dessas frases não é declarar o que se está praticando nem descrever o ato que estaria praticando ao dizer o que se disse. Nenhum deles é verdadeiro ou falso. Proferir essas sentenças é fazer o próprio ato. Batizar um navio é dizer a frase em uma circunstância específica, assim como casar é dizer aceito dentro de circunstâncias apropriadas perante um juiz. Ao dizer isso, a pessoa realmente se casa e não relata um casamento. Esses são exemplos de sentenças performativas. Ressalte-se que os dois primeiros exemplos ocorrem em circunstâncias solenes, porém, isso não significa que, para configurar um performativo seja necessário um poder institucional, uma posição, como por exemplo, a de um padre ou de um juiz, bastando ter em mente o terceiro exemplo. É importante enfatizar que as circunstâncias nas quais elas são ditas são fundamentais, o que também é essencial para o Direito, campo em que os procedimentos são muito prezados: Genericamente falando, é sempre necessário que as circunstâncias em que as palavras forem proferidas sejam, de algum modo, apropriadas; frequentemente é necessário que o próprio falante, ou outras pessoas, também realize determinadas ações de certo tipo, quer sejam ações físicas ou mentais, ou mesmo o proferimento de algumas palavras adicionais. Assim, para eu batizar um navio é essencial que eu seja a pessoa escolhida para fazê-lo; no casamento (cristão) é essencial para me casar que eu não seja casado com alguém que ainda vive, que é são e de quem não me divorciei, e assim por diante; para que uma aposta se concretize, é geralmente necessário que a oferta tenha sido aceita pelo interlocutor (que deve fazer algo, como dizer Feito ) e uma doação não se realiza caso diga Dou-lhe isto, mas não faça a entrega do objeto 14. Se a sentença performativa deve ser emitida em uma determinada situação que seja adequada ao próprio ato e isso não acontece? Têm-se as chamadas infelicidades. Os requisitos para a felicidade de um ato são expostos da seguinte forma: o primeiro grupo diz respeito à existência de um procedimento convencionalmente aceito, que apresente um determinado efeito e necessite de um proferimento de certas palavras por certas pessoas e em certas circunstâncias e essas pessoas e circunstâncias devem ser adequadas ao procedimento invocado; o 14 AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer: palavras e ação. P. 26.

25 25 segundo grupo pretende garantir que o procedimento seja executado pelos participantes de forma correta e completa e, o grupo mais sofisticado exige que nos casos em que o procedimento tenha como alvo as pessoas com seus pensamentos e sentimentos, aquele que participa e invoca esse procedimento tenha de fato esses pensamentos e sentimentos, tendo a intenção de agir de forma adequada e devendo continuar a agir assim em seguida. Existem, portanto, algumas formas pelas quais um ato não é bem sucedido, ou melhor, é infeliz. Nesse sentido, se o autor do ato não tem condições de agir ou se o procedimento é inadequado ou executado de forma inadequada, esse ato será considerado um ato infeliz, segundo as condições impostas por Austin. Há ainda outra hipótese, atrelada à ausência de sinceridade. É o caso, por exemplo, da promessa sem haver a intenção de seu cumprimento, ou ainda, se aquele que promete não tem, na verdade, poder de cumprir a promessa. Nesse caso, ela é vazia. A promessa é feita, mas há uma infelicidade em função do abuso da fórmula, ou seja, em razão da falta de sinceridade. Se o ato performativo foi realizado, tudo ocorreu como deveria ter ocorrido e de forma sincera, ele teve efeito. Portanto, se houver algum acontecimento posterior como sequência à realização desse ato, ele poderá estar ou de acordo com a regra, ou não estará de acordo com a regra. Sendo assim, quando o performativo começa a atuar, existe, ainda, a possibilidade dessa terceira espécie de infelicidade se concretizar, chamada por Austin de quebra de compromisso. Essas espécies de infelicidade demonstradas, em relação aos atos performativos, podem, inclusive, se confundir e se misturar, elas não se excluem, podendo ocorrer mais de uma em um performativo. O ato performativo em Austin é de duas ordens simultaneamente: eles são ação e enunciado. Eles deveriam estar num padrão mais elevado do que todas as formas de ser das ações e também dos enunciados. Porém, Austin ressaltou que ao serem emitidos, pode haver qualquer tipo de restrição em cima daquele que o emite, e da qual não temos conhecimento, eles podem ter problema de sintaxe, ou ainda qualquer mal-entendido. Também podem estar fora de um contexto sério, como no caso de uma peça de teatro. Esses exemplos são deixados de lado pelo autor, em prol do que ele chama de infelicidades específicas do performativo, quais sejam: nulidade, abuso e quebra de compromisso. Em um mundo ideal, a próxima etapa seria encontrar critérios, no caso ou gramaticais ou de vocabulário,

26 26 que possibilitassem a verificação sobre o ato, se ele é performativo ou não. Porém, Austin entendeu que não haveria como se estabelecer critérios precisos para definir se um ato é ou não performativo. São duas formas mais convencionais nas quais os performativos possuem sua expressão mais adequada. Ambas possuem uma aparência inicial de constativo. A primeira forma é haver um verbo na primeira pessoa do singular, no presente do indicativo, na voz ativa, logo no início do enunciado, como exemplo dado pelo autor: eu prometo que. A segunda ocorre com maior frequência na escrita e tem um verbo na voz passiva e na segunda ou terceira pessoa do presente do indicativo. O autor dá o seguinte exemplo: os passageiros estão convidados a utilizar a passarela para atravessar a pista. Caso haja dúvida em saber se esse tipo de enunciado é constativo ou performativo, o autor sugere que se tente inserir a expressão por meio desta para tentar esclarecer a questão. Porém, não é preciso que essas duas formas sejam seguidas para se ter um ato performativo caracterizado. Para que um ato seja performativo, podem ser empregados outros meios além das fórmulas explicitadas de forma prévia. Podem ser usados diferentes mecanismos, como a entonação, o gesto e o contexto no qual as palavras são faladas. Esses recursos elucidam a maneira pela qual esses atos devem ser tomados, se é como uma descrição ou advertência. A fórmula explícita performativa, eu prometo ou eu ordeno tem o objetivo de tornar mais transparente qual é o ato que se pretende realizar quando se emite o seu enunciado. É importante ressaltar que tornar explícito não é o mesmo que afirmar. Um exemplo é dizermos olá para alguém. O performativo, portanto, não possui nenhum critério verbal. No máximo o que se pode esperar é que se um enunciado é de fato performativo, ele pode ser reduzido a um enunciado em uma das chamadas formas normais. Ao longo dessa discussão, pode ter sido sugerido que cada um dos enunciados deve ser ou constativo ou performativo, como se o próprio constativo fosse claro. Porém, isso não ocorre. Um enunciado que é sem qualquer dúvida a afirmação de um fato, ou seja, constativo pode ser falso, ou pode ser ainda absurdo. São três os exemplos usados pelo autor: todos os filhos de João são carecas, mas João não tem filhos ou todos os filhos de João são carecas e na verdade João não tem filhos; o gato está sobre o capacho, mas eu não creio que esteja ou o gato está sobre o capacho quando eu não creio que esteja ali; todos os convidados são franceses,

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