Acompanhamento de Safra Milho 2ª safra - Levantamento de Produtividade

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1 Acompanhamento de Safra Milho 2ª safra - Levantamento de Produtividade No decorrer da colheita da cultura do milho 2ª safra 2015, técnicos da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul APROSOJA-MS coletaram 484 amostras a campo em propriedades distribuídas em 29 municípios do estado, que totalizam ha (92,2%) dos ha plantados nesta safra. A produtividade média para o estado obtida nos levantamentos é de 95,7 sc/ha, no entanto considerando a época de plantio e o Zoneamento Agroclimático, a média ponderada do estado é de 88,6 sc/ha. Com essas médias a produção estadual equivalente é de ,59 de toneladas. Na tabela 1 são apresentados os resultados por municípios, demonstrando a média de produtividade em sc/ha, em kg/ha, a área plantada, média ponderada e a sua produção obtida nesta safra. O resultado final considera a produção em relação as lavouras plantadas dentro e fora do Zoneamento Agroclimático e os descontos médios de impureza e de suas respectivas umidades por amostra. Tabela 1: Produtividade média estimada e ponderada, área plantada e produção por município Município Produtividade sc/ha sc/ha Kg/ha Produtividade Ponderada Área de Milho Safrinha (ha) Produção (mil ton) Alcinópolis 109, ,4 101, Amambai 102, ,2 95, Antônio João 92, ,0 86, Aral Moreira 99, ,2 92, Bandeirantes 91, ,8 84, Bonito 89, ,5 83, Caarapó 90, ,8 83, Camapuã 81, ,6 75, Campo Grande 92, ,5 85, Chapadão do Sul 106, ,4 98, Costa Rica 108, ,0 100, Coxim 95, ,7 88, Douradina 99, ,9 92, Dourados 100, ,4 93, Itaporã 98, ,6 90, Itaquiraí 89, ,3 83, Jaraguari 87, ,8 80, Juti 83, ,9 77, Laguna Carapã 96, ,8 89, Maracaju 98, ,0 90, Naviraí 90, ,0 83, Nova Alvorada do Sul 98, ,3 91, Pedro Gomes 94, ,1 87, Ponta Porã 98, ,8 90, Rio Brilhante 91, ,4 84, São Gabriel do Oeste 112, ,0 103, Sidrolândia 93, ,0 86, Sonora 93, ,6 86, Terenos 89, ,4 83, Média da Amostra 95, ,8 88, Prod. Média Estimada de MS 95, ,8 88, Informativo Casa Rural - Circular Técnica 1

2 O levantamento da produtividade de milho de inverno foi realizado entre os dias 15 de junho e 07 de agosto de 2015, completando oito semanas percorridas, podendo assim obter uma amostragem próxima da realidade no que se refere aos diferentes níveis de produtividade relacionados à época de plantio (gráfico 1). Gráfico 1: Produtividades médias do milho de inverno por município na safra 2015 A média de produtividade estimada para a região Centro-Norte, com área plantada correspondente a 28% do total de área de milho no estado, foi de 96,7,46 sc/ha, porém ao considerar o Zoneamento Agroclimático a média ponderada foi de 89,6 sc/ha. A região sudeste-sudoeste, detentora de 72% do total da área plantada no estado, obteve produtividade média estimada de 94,76 sc/ha e de média ponderada 87,7 sc/ha, considerando-se o Zoneamento Agroclimático, conforme pode ser verificado nos gráficos 02 e 03. Observa-se que ao realizar o comparativo entre a média estimada e a média ponderada, a qual considera o Zoneamento Agroclimático, a produtividade decresce cerca de 7,2 sc/ha na região Centro-Norte e cerca de 7,01 sc/ha na região Sudeste-Sudoeste. Considerando todo o estado do Mato Grosso do Sul, esse decréscimo é de 7,08 sc/ha. Informativo Casa Rural - Circular Técnica 2

3 , Gráfico 2: Produtividade média dos municípios da região centro-norte, produtividade ponderada da região e de Mato Grosso do Sul. Gráfico 3: Produtividade média dos municípios da região sudestesudoeste, produtividade ponderada da região e de Mato Grosso do Sul. A produtividade média ponderada para a região Centro-Norte manteve-se alta devido a produtividade elevada de alguns municípios como Alcinópolis, Chapadão do Sul, Costa Rica, Nova Alvorada do Sul e São Gabriel do Oeste que foram acima de 91 sc/ha. Estes mesmos municípios influenciaram positivamente no aumento da produtividade média ponderada do estado, principalmente o município de São Gabriel do Oeste que obteve a produtividade ponderada mais alta do estado. Na região Centro-Norte 09 dos 14 municípios analisados estão abaixo da média ponderada estadual de produtividade, diferentemente da safra passada, na qual apenas 4 municípios encontravam-se abaixo da média estadual. Na região sudeste-sudoeste 08 dos 15 municípios analisados estão acima da média ponderada do estado, enquanto na safra passada esse cenário era de apenas 02 munícipios acima da média estadual. Os municípios que registraram valores acima da produtividade média ponderada estadual foram: Alcinópolis, Chapadão do Sul, Costa Rica, Nova Alvorada do Sul, e São Gabriel do Oeste na região Centro-Norte e Amambai, Aral Moreira, Douradina, Dourados, Itaporã, Laguna Carapã, Maracaju e Ponta Porã, na região Sudeste-Sudoeste. Abaixo da produtividade média ponderada estadual estão os municípios de: Bandeirantes, Camapuã, Campo Grande, Coxim, Jaraguari, Pedro Gomes, Sidrolândia, Sonora e Terenos na região Centro-Norte e Antônio João, Bonito, Caarapó, Itaquiraí, Juti, Naviraí e Rio Brilhante na região Sudeste-Sudoeste, conforme pode ser visualizado no mapa 1. Informativo Casa Rural - Circular Técnica 3

4 Mapa 1: resultado da produtividade por município com base na média ponderada estadual Conforme a previsão do projeto de Sistemas de Informações Geográficas do Agronegócio de MS (SIGA- MS) para a safra de inverno 2015 a área de milho atingiu 1,7 milhões de ha, crescendo mais de 5% em relação à safra 2014, conforme gráfico 4. Quanto àprodução, obteve cerca de 9,040 milhões de toneladas, sendo considerada a safra recorde para Mato Grosso do Sul, superando em 8,9% a safra anterior. Gráfico 4 Evolução da área plantada de milho 2ª safra Informativo Casa Rural - Circular Técnica 4

5 Foram visitados municípios em quatro regiões distintas no estado para a coleta de amostras com a finalidade de realizar a avaliação da produtividade da cultura do milho de inverno. Na região Norte foram obtidas 105 amostras de produtividade, na região Sudoeste foram 150, no Centro 123 e no Sudeste 106, totalizando 484 amostras, conforme pode ser visualizado no mapa 2. Mapa 2 : distribuição dos pontos das amostras coletadas no Mato Grosso do Sul Através da coleta das amostras nas quatro regiões supracitadas, foi possível obter algumas informações como, por exemplo: o sistema de produção utilizado em aproximadamente 85% das lavouras visitadas, é o de plantio direto e aproximadamente 74% dessas lavouras não apresentavam sinais de erosão de acordo com avaliação visual dos técnicos de campo. Com relação às variedades mais utilizadas, foi possível identificar as cultivares em cerca de 51% das amostras coletadas e o resultado pode ser visualizado nos gráficos 5 e 6 abaixo: Gráfico 5: Distribuição das variedades utilizadas na região centro-norte. Gráfico 6: Distribuição das variedades utilizadas na região sudestesudoeste Informativo Casa Rural - Circular Técnica 5

6 Segue nos gráficos 7 e 8 a evolução semanal do plantio do milho para a safra de inverno 2015 demonstrando maior avanço a partir do dia 06/03 para os municípios da região sudeste-sudoeste e a partir do dia 13/03 para os municípios da região centro-norte. O plantio do milho teve seu inicio atrasado em virtude principalmente do atraso ainda do plantio da soja, devido às condições climáticas desfavoráveis na época, como a falta de umidade no solo, bem como o atraso na evolução da colheita também devido às condições climáticas, no caso o excesso de chuvas. Estima-se que cerca de 30% da área de milho foi plantada fora do Zoneamento Agrícola de Risco Climático, o qual estabelece que para o estado as melhores condições para desenvolvimento da cultura do milho 2ª safra ocorre até 10 de março. Gráfico 7: Evolução de plantio na região sudeste-sudoeste Gráfico 8: Evolução de plantio na região Centro-Norte Informativo Casa Rural - Circular Técnica 6

7 Os gráficos 9 e 10 demonstram a evolução semanal da colheita do milho para a safra de inverno Nos gráficos podemos observar um ritmo lento de evolução no início da colheita, devido ao plantio tardio na maioria das regiões, o qual ocorreu até o mês de abril, bem como a ocorrência de precipitações até a segunda quinzena de julho, as quais interromperam os trabalhos de colheita até que a umidade do grão estivesse satisfatória. Na região sudeste-sudoeste a evolução na colheita foi verificada a partir do dia 07/08 enquanto na região centronorte a partir de 31/07. Gráfico 9: Evolução de colheita do milho safrinha 2015, região sudeste-sudoeste Gráfico 10: Evolução de colheita do milho safrinha 2015, região Centro-Norte Informativo Casa Rural - Circular Técnica 7

8 Na Figura 1 podem ser visualizadas as precipitações acumuladas dos meses de fevereiro, março, abril maio, junho e julho de As condições climáticas para esta safra foram consideravelmente favoráveis, sendo um dos principais fatores que levaram a esta safra recorde no estado. Figura 1: Precipitação acumulada em Mato Grosso do Sul durante a safra de inverno 2015 Fonte: clima1.cptec.inpe.br Informativo Casa Rural - Circular Técnica 8

9 A Figura 2 mostra à distribuição das chuvas para as regiões produtoras, durante o período de desenvolvimento da cultura do milho na safra 2015, que é predominante entre os meses de fevereiro a maio de Para o estado de Mato Grosso do Sul a média acumulada das precipitações nesta safra foi de aproximadamente 521mm, onde observamos um maior índice pluviométrico para região extremo sul, uma parte do sudoeste e nordeste do estado que variou de 500 a 1100mm e para grande parte das regiões centro, sudeste e norte que variou entre 150 a 500 mm. Figura 2: Precipitação acumulada em Mato Grosso do Sul de 1º de fevereiro de 2015 a 31 de julho de 2015 Fonte: clima1.cptec.inpe.br Se comparado à safra passada o volume total de precipitação acumulada, entre os meses de fevereiro e julho de 2015, foi inferior, em aproximadamente 140mm, porém as condições climáticas foram bastante favoráveis, como por exemplo, as chuvas que ocorreram de forma homogênea e constante até a segunda quinzena de julho, contribuindo para o desenvolvimento das lavouras ainda em desenvolvimento, sem acarretar grandes perdas pelo excesso de umidade. Além disso, não ocorreram geadas, grande preocupação dos produtores e a estiagem somente ocorreu no final do ciclo, contribuindo de forma positiva para a necessária diminuição da umidade do grão e para que os trabalhos de colheita possam ocorrer. Informativo Casa Rural - Circular Técnica 9

10 Considerações Finais Além das visitas técnicas as propriedades, os dados foram obtidos através de entrevistas com os produtores rurais, contatos com empresas de assistência técnica do estado, representantes sindicais e representantes de empresas privadas dos principais municípios produtores que colaboram com o repasse de informações técnicas. Nas pesquisas, foram levantados dados de produtividade estimada, estágio de desenvolvimento da cultura, a influência climática, data de plantio e colheita, plantas daninhas e pragas, dentre outras informações pertinentes que venham a agregar qualidade ao banco de dados do Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio SIGA MS, oportunizando estudos e identificando fatores para o bom desenvolvimento da cultura nas regiões sudeste-sudoeste e centro-norte do estado de Mato Grosso do Sul. Por meio destas informações o produtor e técnicos podem tomar suas decisões. O Projeto SIGA MS se aperfeiçoa e consolida a cada safra, como fonte de pesquisa de dados e informações empíricas, servindo de base para estudos realizados por instituições diversas, confirmando a qualidade do projeto, respaldando a sua renovação a cada ano. A Aprosoja MS e todo Sistema Famasul agradecem a todos que colaboram e prestam informações valiosas para o desenvolvimento da agricultura, contribuindo para a melhoria do setor. Informativo Casa Rural - Circular Técnica 10

11 Leonardo CarlottoPortalete Eng. Agrônomo Analista em Agricultura do Sistema FAMASUL Lucas Galvan Eng. Agrônomo Consultor em Agricultura do Sistema FAMASUL Clovis Tolentino Eng. Agrônomo Consultor em Agricultura do SENAR/MS - Sistema FAMASUL e- mail: clovis@senarms.org.br Ana Beatriz Paiva Sá Earp de Melo Eng. Ambiental Analista Técnica do SENAR/MS Sistema FAMASUL anabeatriz@senarms.org.br Adriana Mascarenhas Economista Gestora do Dep. de Análise Econômica Sistema FAMASUL adriana@famasul.com.br Eliamar Oliveira Economista Analista do Dep. de Análise Econômica Sistema FAMASUL eliamar@senarms.org.br Luiz Eliezer Economista Analista do Dep. de Análise Econômica Sistema FAMASUL luiz@famasul.com.br Engenheiros Agrônomos Dany Correa - Lucas Camargos - Juliano Ávalos RaffaelSanways APROSOJA/MS Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul Endereço: Rua Marcino dos Santos, 401 Bairro Cachoeirinha II, Campo Grande-MS CEP Fone: (067) aprosojams@aprosojams.org.br EXPEDIENTE Presidente Christiano da Silva Bortolotto Vice-presidentes Christiano da Silva Bortolotto Breno de Arruda Moraes Ribeiro César Roberto Dierings Thaís Carbonaro Faleiros LauriDalbosco TécnicosAgricolas Tiago Gonsalves - Reinaldo Adriano - Marlan Palácio Diego Gonçalves Equipe de campo APROSOJA/MS projetosigams@gmail.com REALIZAÇÃO PARCEIROS Informativo Casa Rural - Circular Técnica 11