Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

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2 Editor Thiago Regina Projeto Gráfico e Editorial Rodrigo Rodrigues Revisão Rener Alcântara Copidesque Jade Coelho Capa Tiago Shima Copyright Viseu Todos os direitos desta edição são reservados à Editora Viseu Avenida Duque de Caxias, Cj 1007 Telefone: contato@editoraviseu.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Alcântara, Rener Baruc - A gota d água / Rener Alcântara Maringá : Viseu, ISBN Ficção 2. Infantil I. Alcântara, Rener II. Título CDD Índice para catálogos sistemáticos: 1. Literatura Infanto-Juvenil Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive por meio de processos xerográficos, incluindo ainda o uso da internet, sem a permissão expressa da Editora Viseu, na pessoa de seu editor (Lei nº 9.610, de ).

3 I UMA DESCIDA COLOSSAL Era uma vez uma gotinha de água que morava em uma montanha tão tão distante e tão tão alta, que mais parecia morar no céu. Lá, tudo era congelado e frio e todos que por lá habitavam, pareciam sempre estar em um estado de hibernação. A cidade era toda feita de cristais de gelo e à primeira vista parecia uma cidade fantasma, pois não havia animais, carros ou praças. Mas não há o que temer, pois havia muitos cidadãos, dentre eles uma gotinha chamada Baruc. Vez ou outra, o pequeno Baruc, saia de perto de sua mãe para olhar o horizonte, mas ele nunca conseguia ver nada além de uma névoa muito branca e sentir aquele vento constante e gelado soprar, fazendo a névoa dançar enquanto flutuavam no ar. Baruc era apenas uma criança que desconhecia de tudo o que existe no mundo, pois ele só tinha a mesma idade de uma estação. Isso é tão pouco tempo para uma gota de água. Até esse dado momento ele só conhecera o inverno, talvez uma das estações mais severas e duras que se possa conhecer. O inverno trás consigo um imenso manto branco que cobre toda a beleza da natureza, talvez fosse capaz até de congelar o tempo. Mas Baruc não ligava para isso, pois ele possuía sua fértil imaginação, ele era capaz de se divertir com qualquer coisa que esteja ao seu redor, e 9

4 ele era feliz por viver assim. No entanto, Baruc era só um pouco temperamental sobre algumas coisas, ele ainda estava na fase de crescimento e precisava controlar seus sentimentos e amadurecer, bem como permanecer em algum estado físico por muito tempo. Afinal, manter as pontes de hidrogênio sob controle não é uma tarefa fácil. Em um lugar tão isolado e solitário não havia muito que fazer e Baruc, como era muito imperativo, costumava se entreter com seus amigos fazendo alguns origamis de gelo, torres, e tudo que sua imaginação fértil de criança poderia imaginar. Felizmente ele era mister em construir seus brinquedos de gelo, causando inveja em qualquer outra criança que o desafiasse na elaboração de algum monumento. Havia uma peculiaridade entre as gotinhas d água que as faziam mudar do estado líquido para o gasoso ou simplesmente elas congelavam. Todas essas mudanças oscilavam de acordo com seus sentimentos, além do que, nenhum desses estados era prejudicial para elas, tal qual pessoas que ficam rosadas quando estão envergonhadas ou como outros ficam pálidos após um tremendo susto. O que caracterizava o estado líquido nas gotinhas eram os sentimentos de alegria, tranquilidade, paz, naturalidade, amor, dentre todos sentimentos análogos a isso. Já o estado gasoso era característico dos sentimentos de medo, indecisão, timidez, dúvida, ansiedade, dentre outros afins, e finalmente, os sentimentos que faziam congelar as gotinhas d água estavam envolvidos com a raiva, o estresse, a rebeldia, a valentia e todos os demais semelhantes. Em certo dia, Baruc acordou com uma forte luz dourada e quente em sua pequenina face, o que não era comum 10

5 como os dias de outrora. A princípio ele ficou intrigado com aquela luz tão clara e forte, que era até impossível olhar diretamente em sua direção. Essa luz era o sol que emitia seus primeiros raios indicando que o verão estava por vir. Até aquele dado momento Baruc ainda não tinha conhecido o sol. Ora, o que será isso no céu? Deve ser muito má, pois fez toda a névoa que estava ali se dissipar, refletia Baruc após ficar levemente congelado por ainda estar intrigado com o sol, visto que a névoa que sempre dançava por ali havia desaparecido. Logo faremos uma longa viagem!, falou a mãe de Baruc enquanto contemplava o amanhecer. Viagem?, questionou o pequenino sem entender nada. Sim, com a chegada do sol, tudo aqui irá derreter, e aos poucos iremos começar a nossa viagem, explicou a mamãe de uma forma não tão bem entendida por Baruc. Então a culpa é do sol, que veio derreter todo o nosso gelo? questionou Baruc agora mais incomodado com a presença do sol. Não seja ríspido, meu pequenino. Ele só veio porque a natureza é assim, estamos em constantes transformações, ensejava a dona Merle, mãe de Baruc. Ora, para que mudar se estamos tão bem por aqui?, retrucou Baruc enquanto olhava tudo a sua volta. Ele estava acostumado ali e a última coisa que desejaria era partir. E para onde iremos, se eu gosto daqui?, completou Baruc após sua fala repressiva. Não vejo motivo algum em mudarmos, dizia Baruc agora com voz calma e desanimada. 11