M U N I C Í P I O D E C Â M A R A D E L O B O S C Â M A R A M U N I C I P A L

Transcrição

1 ACTA NÚMERO 3/ ACTA DA REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA CÂMARA MUNICIPAL DE CÂMARA DE LOBOS REALIZADA EM 20 DE JANEIRO DE Ao vigésimo dia do mês de Janeiro do ano de dois mil e onze, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, estiveram presentes os Senhores, Arlindo Pinto Gomes, Presidente, António Leonardo da Costa Figueira, Vice-Presidente e Vereador do Pelouro de Administração e Finanças, Dulce Neli de Oliveira Luís, Vereadora do Pelouro de Intervenção Social, Cultura e Juventude, Alberto Rosário Ribeiro Pestana, Vereador do Pelouro do Ambiente e Intervenção Municipal, Carlos Alberto Pestana Gonçalves, Vereador sem pelouro (PS), João Isidoro Gonçalves, Vereador sem pelouro (MPT), e José Roberto Ribeiro Rodrigues, Vereador sem pelouro (CDS-PP), a fim de se realizar a segunda Reunião Extraordinária da Câmara Municipal A reunião foi secretariada por Fernando Jorge de Abreu, Coordenador Técnico Verificada a existência de quórum, o Senhor Presidente, declarou aberta a reunião pelas dezasseis horas e trinta minutos ORDEM DO DIA

2 Iniciou-se a apreciação dos assuntos constantes da ordem do dia e pela sequência nela prevista Ponto 1. Proposta referência GPR-PR-001/2011, sobre o sistema multimunicipal de distribuição de água e de saneamento básico da Região Autónoma da Madeira e o sistema multimunicipal de recolha de resíduos da Região Autónoma da Madeira Foi presente a proposta acima referida, sobre o novo sistema de gestão das actividades de abastecimento público de água às populações, de saneamento de águas residuais urbanas e de gestão de resíduos urbanos Relativamente a esta proposta o Senhor Presidente fez a seguinte análise: Foi publicada legislação regional, promulgada pelo Representante da República para a Madeira e visada pelo Tribunal de Contas, constituindo a ARM Águas e Resíduos da Madeira. A adesão do Município a esta empresa implica a transferência de toda a tutela de águas, lixo e saneamento, noventa dias após a assinatura do contrato. A ARM será participada em 1% pela Região Autónoma da Madeira, 51% pela IGSERVICE (estrutura participada pela IGA e pela Valor Ambiente), o restante do capital será subscrito pelas Câmaras Municipais, sendo a participação de Câmara de Lobos de 4,5%. A Câmara de Câmara de Lobos será compensada, pela sua adesão, com um montante na ordem dos ,00, que representa o valor em dívida não protocolada, à IGA e à Valor

3 74 11 Ambiente em 31 de Dezembro de A ARM contrairá um financiamento para pagar à Câmara a compensação financeira e a Câmara, por sua vez, regularizará a sua dívida com a IGA e a Valor Ambiente. O referido contrato de adesão prevê uma concessão de trinta anos, passados os quais a gestão destes sectores poderá reverter para os Municípios. A Câmara cederá alguns equipamentos e viaturas à ARM, bem como algum do pessoal afecto a estes sectores que voluntariamente queira transitar para a nova estrutura empresarial O Senhor Vereador Carlos Alberto Pestana Gonçalves usou da palavra para solicitar os seguintes esclarecimentos: Sobre o montante das receitas arrecadadas pela Câmara relativamente às águas, saneamento básico e recolha de resíduos Sobre a possível transferência de trabalhadores desta Autarquia para a nova empresa, e se os mesmos estão esclarecidos acerca das novas condições contratuais que poderão vir a ter Sobre a inexistência de estudos prévios e falta de informação relativamente à nova empresa Sobre se a nova estrutura empresarial terá em conta as dificuldades das famílias mais carenciadas, e se irá manter as tarifas sociais, visto que as empresas não são habitualmente sensíveis a estas questões, uma vez que visam o lucro Sobre a minuta do contrato de concessão, e se o Senhor Presidente já tem conhecimento do conteúdo

4 O Senhor Vereador João Isidoro Gonçalves usou da palavra para solicitar os seguintes esclarecimentos: Sobre se a Câmara fez uma avaliação custo/benefício da adesão à ARM, tendo em vista avaliar as vantagens e desvantagens, uma vez que se o Município não aderir vai ter de continuar a comportar todos os custos Sobre a questão das tarifas sociais, se os munícipes mais carenciados vão poder continuar a usufruir deste benefício Sobre o prazo de transição, a partir de que momento é que se começa a contar os noventa dias Sobre a falta de informação no que diz respeito às receitas e custos que a Câmara já tem com os três sectores em questão, e quais os custos que teria para a construção das novas redes O Senhor Vereador José Roberto Ribeiro Rodrigues usou da palavra para solicitar os seguintes esclarecimentos: Sobre a escassez de dados para análise da proposta, bem como a falta de informação sobre as receitas e as despesas que o Município tem com os sectores das águas, saneamento básico e lixo Sobre a falta de estudos, quer financeiros quer económicos, que comprovem que a adesão à ARM é a melhor solução de entre várias que poderiam ser estudadas Sobre a possível continuação da tarifa social, uma vez que os interesses dos munícipes mais carenciados podem não estar salvaguardados

5 74 12 Sobre o contrato de concessão à ARM permitir no imediato resolver os problemas financeiros com a Valor Ambiente e com a IGA, mas não garantir que em termos futuros os interesses do Município estejam salvaguardados, tendo em conta que poderia surgir outra solução financeira, económica ou empresarial que fosse mais viável Sobre o facto de esta proposta, uma vez aprovada pela Assembleia Municipal, permitir à Câmara a compra de acções no valor de ,00 e, ao Senhor Presidente a outorga do contrato de concessão sem controlo de outras forças políticas No que concerne às questões levantadas pelos Senhores Vereadores, o Senhor Presidente usou da palavra para prestar os seguintes esclarecimentos: Em relação às receitas e às despesas destes sectores, estas fazem parte das contas da Câmara e, como tal, estão reflectidas nos Relatórios e Contas Anuais. No que diz respeito às águas, existe um equilíbrio entre os valores da receita e os valores facturados pela IGA, em alta, se não tivermos em conta os custos de investimento e de operacionalidade de toda a rede de abastecimento. No que concerne aos resíduos sólidos, é altamente deficitário, uma vez que a Câmara tem uma frota automóvel, equipas de trabalho e equipamentos consideráveis neste sector. Assim sendo, as receitas arrecadadas com a recolha de resíduos sólidos estima-se que não cubram um terço das

6 despesas geradas pela mesma. Para além disto, a maioria dos equipamentos de transporte estão em fim de vida, originando altos custos de manutenção e a sua substituição seria demasiado onerosa. Tendo em conta que a maioria das redes que a Câmara tem foram financiadas ou comparticipadas pelo Governo Regional, e que as necessidades de investimento do Concelho nestes três sectores, de acordo com os Planos Directores realizados para estes sectores apontam uma necessidade de investimento de cerca de 20 milhões de euros, a Câmara não tem capacidade para contrair financiamentos desta dimensão, nem para os rentabilizar devido aos custos gerados por estas estruturas. Além destas condicionantes, a gestão destes sectores estruturantes é recomendável que seja separada do Executivo Municipal, para que a sua estabilidade não seja afectada pelas mudanças de elenco camarário No que concerne a uma possível alteração das tarifas sociais, esclareceu que, de acordo com as directivas comunitárias, estes sectores têm que ser sustentáveis. Isto significa que as receitas geradas têm que suportar os custos comportados, e como tal os munícipes terão de pagar o preço dos serviços prestados. No entanto, foi assumido pelo Senhor Secretário Regional do Ambiente e Recursos Naturais que as tarifas não serão alteradas numa primeira fase, sendo que depois terão de ser ajustadas no

7 74 13 sentido de uniformizar as tarifas em toda a Região. De qualquer forma, as alterações a praticar terão de ser sempre justificadas. -- Relativamente a alguns equipamentos do Concelho, referiu que muitas das redes de abastecimento de água têm deficiências que originam perdas de cerca de 40%, sendo que muitas delas têm de ser substituídas. Acresce o facto da freguesia do Curral das Freiras não ter rede de abastecimento com as condições exigidas por lei, sendo utilizadas águas de nascente com tratamento através da adição de cloro executado nos tanques existentes. Com a adesão à ARM, o Curral das Freiras passará a ter uma rede de abastecimento estruturada, e as pessoas passarão a ter água com mais qualidade e começarão a pagar as tarifas de águas e lixo Em relação à participação do Município no capital social da ARM, informou que numa fase inicial o capital é totalmente subscrito pelo Governo Regional. Posteriormente, o Governo Regional passará o capital para a IGSERVICE, e para os Municípios aderentes, que subscreverão o capital social da empresa conforme o que está acordado. Se algum Município decidir não subscrever, o capital fica na posse do Governo Regional No que diz respeito ao período de transição esclareceu que noventa dias após a assinatura do contrato de concessão, a ARM passa a assumir integralmente a gestão das águas, lixo e saneamento básico

8 No que concerne ao contrato de concessão, informou que já teve acesso à minuta, mas que as cláusulas ainda estão a ser devidamente estruturadas, uma vez que serão iguais para todos os Municípios aderentes. Existem algumas questões ainda a serem negociadas, pelo que o que se remete neste momento para aprovação é apenas a proposta de adesão. Quando o contrato estiver devidamente ultimado e assinado, os Senhores Vereadores terão acesso ao documento, uma vez que este é público Após análise e discussão foi tomada a deliberação do teor seguinte: Aprovado por maioria e minuta, com votos favoráveis do PSD, abstenção do MPT e votos contra do PS e do CDS-PP, com declarações de voto Os documentos referentes às ditas declarações de voto ficam, por original, arquivados em pasta própria Ponto 2. 1ª Modificação Orçamental de Foi presente a 1ª Alteração ao Orçamento da Despesa e 1ª Alteração ao Plano de Investimentos Após análise e discussão foi tomada a deliberação do teor seguinte: Aprovado por unanimidade e minuta Ponto 3. Obras Particulares Ponto 3.1. Informação interna, processo 295/10, de 10 de Janeiro de 2011, sobre Recepção de Parecer da

9 74 14 SRES DRIE e Adenda ao Projecto de Arquitectura Projecto de Arquitectura para a construção de uma Moradia, localizada no Sítio do Ribeiro de Alforra e Fonte Garcia, Câmara de Lobos, em nome de António Alberto Gonçalves Fragoeiro Foi presente a informação interna acima referida relativamente à qual se transcreve o extracto conclusivo: Em conclusão, foi verificado que o requerente não deu cumprimento ao solicitado em nosso ofício n.º 9138 de 2 de Novembro de 2010, pelo que a proposta de construção da moradia mantém a divergência com o disposto no ponto 3.1 do artigo 54.º do Regulamento do PDM. Pelas características da Travessa do Ribeiro, de imediato, a cedência exigida não garantirá o acesso viário ao prédio. Poderá esta Edilidade aprovar a proposta nos termos expostos nesta informação e tendo em consideração a ligação da Estrada de Santa Clara à Avenida da Autonomia pela Travessa do Ribeiro e a inexistência de qualquer impedimento à construção, em termos de medidas preventivas que afectem o imóvel em causa com vista à prossecução desse interesse público ou à declaração de utilidade pública ou de posse administrativa do imóvel no mesmo intuito. Quanto ao facto de a operação urbanística poder constituir uma sobrecarga incomportável para as infra-estruturas existentes, que é motivo de indeferimento do pedido perante o preceituado pelo artigo 24.º do RJUE, deverá esta Edilidade ter em consideração, novamente, a

10 ligação da Estrada de Santa Clara à Avenida da Autonomia. Deverá esta CM deliberar acerca do assunto nos termos do exposto e face ao determinado pelo artigo 20.º do RJUE. Cumprenos informar que, no seguimento da deliberação desta CM da aprovação do projecto de arquitectura para a construção da moradia sobre o prédio, nos termos das últimas peças desenhadas entregues para apreciação, resulta, pela aplicação do exposto no n.º 4 do artigo 20.º do RJUE e por não terem sido entregues em conjunto com o requerimento inicial, a atribuição de um prazo de 6 meses para a apresentação dos projectos de engenharia das especialidades. Nos termos da Portaria n.º 232/2008 de 11 de Março, são aplicáveis os seguintes: - Fichas Electrotécnicas ou Projecto de Redes e Instalações Eléctricas conforme a potência aplicada (3 Exemplares); - Projecto de Redes de Águas e Esgotos (2 Exemplares); - Projecto de Estabilidade, incluindo escavação e contenção periférica (2 Exemplares); - Projectos de Instalações Telefónicas e de Telecomunicações - ITED (2 Exemplares); - Estudo de Comportamento Térmico, devidamente acompanhado com a declaração de conformidade regulamentar nos termos previstos no Decreto-lei n.º 78/2006, de 4 de Abril (2 Exemplares); - Projecto de Condicionamento Acústico (2 Exemplares); - Fichas de Segurança Contra Incêndios em Edifícios nos termos do Decreto-lei n.º 220/2008 de 12 de Novembro e conforme Modelo Próprio aprovado pela ANPC, disponível no site

11 (2 exemplares). Quanto à pretensão de cobrir parte do ribeiro com a construção de um acesso ao prédio, o parecer da SRES-DRIE foi desfavorável, pelo que, decorre da alínea c) do n.º 1 do artigo 24.º do RJUE que, existem motivos de indeferimento deste pedido. Consecutivamente, esta CM deve notificar o requerente do teor da deliberação final face ao projecto de arquitectura para a construção de uma moradia, do teor do parecer da SRES-DRIE relativamente à pretensão de construir um acesso ao prédio mediante a cobertura do ribeiro em consola, bem como do procedimento que se segue em face da sua deliberação relativamente ao projecto de arquitectura Após análise e discussão foi tomada a deliberação do teor seguinte: Por unanimidade e minuta aprovado, condicionado ao cumprimento do parecer da SRES e ao correcto alinhamento da implantação da construção nos termos do parecer técnico ENCERRAMENTO Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente deu por encerrada a reunião, pelas dezoito horas e quinze minutos. Para constar, se lavrou a presente acta, que eu, Fernando Jorge de Abreu, a redigi e vou subscrever, após aprovada