COMISSÃO PERMANENTE DE FINANÇAS, PATRIMÓNIO E RECURSOS HUMANOS. PARECER SOBRE A PROPOSTA n.º 679/2015

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1 COMISSÃO PERMANENTE DE FINANÇAS, PATRIMÓNIO E RECURSOS HUMANOS PARECER SOBRE A PROPOSTA n.º 679/2015 Submeter à Assembleia Municipal de Lisboa a proposta de manutenção da atribuição do abono de despesas de representação aos titulares dos cargos de direção superior de 1º grau e de direção intermédia de 1º e 2º grau Na sequência da entrada na Assembleia Municipal de Lisboa da proposta n.º 679/2015 e do subsequente reenvio pela Senhora Presidente da Assembleia Municipal à comissão competente em razão da matéria - a Comissão Permanente de Finanças, Património e Recursos Humanos, reunida em 11 de Dezembro de 2016, deliberou produzir Parecer relativamente à Proposta em apreço, de acordo com o disposto na Lei n.º 75/2013 de 12 de setembro, nos seguintes termos: I NOTA PRÉVIA 1. Dispõe o n.º 1, do artigo 33º, da lei n.º 75/2013 de 12 de setembro, Compete à câmara municipal: apresentar propostas à assembleia sobre matéria da competência desta.. 2. Nesta senda, a Câmara Municipal de Lisboa, através da proposta subscrita pelo Vereador das Finanças e Recursos Humanos, Dr. João Paulo Saraiva aprovada por unanimidade em reunião de câmara de 11 de novembro de 2015 apresentou a proposta identificada em epígrafe. II ADEQUAÇÃO DA ESTRUTURA ORGÂNICA 3. Determina-se no art.º 25º, n.º 1 e 2, da Lei n.º 49/2012, de 29 de agosto, o seguinte: 1

2 1 Os municípios devem aprovar a adequação das suas estruturas orgânicas, nos termos do Decreto-Lei n.º 305/2009, de 23 de outubro, às regras e critérios previstos na presente lei até 31 de dezembro de Nos 30 dias posteriores à aprovação da adequação das respetivas estruturas orgânicas, os municípios devem enviar à Direção Geral das Autarquias Locais cópia das deliberações dos competentes órgãos autárquicos respeitantes à aprovação da adequação das estruturas orgânicas previstas na presente lei. 4. Acresce que a informação 1445/DMRH/DGRH/15, a respeito das despesas de representação, refere ainda o seguinte: (...) a reestruturação orgânica dos serviços do Município de Lisboa foi publicada no Diário da República, II Série, n.º 98, de 21 de maio de 2015, (v. Deliberação n.º 876/2015 com a estrutura flexível e Despacho n.º 5347/2015 com a estrutura nuclear). 5. Face à informação que antecede, o Município de Lisboa procedeu à reestruturação orgânica dos serviços em conformidade com o disposto na lei habilitante. III - ENQUADRAMENTO DA PROPOSTA 6. Nos termos do disposto no artigo 24º, n.ºs 1 e 2, da Lei n.º 49/2012, de 29 de agosto, Aos titulares de cargos de direção superior de 1º grau e de direção intermédia de 1º e 2º graus, podem ser abonados despesas de representação no montante fixado para o pessoal dirigente da administração central, através do despacho conjunto a que se refere o n.º 2 do artigo 31º da lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, na redação que lhe foi dada pela lei n.º 64/2011, de 22 de dezembro, sendo-lhes igualmente aplicáveis as correspondentes atualizações anuais: A atribuição de despesas de representação nos termos do número anterior é da competência da assembleia municipal, sob proposta da câmara municipal. 2

3 7. Atento o teor desta norma legal, podemos concluir que, com a entrada em vigor da Lei n.º 49/2012, de 29 de agosto, ou seja, a partir do dia 30 de agosto, o pagamento das despesas de representação os titulares de cargos de direção superior de 1º grau e de direção intermédia de 1º e 2º graus deixou de ser obrigatório, passando a depender da vontade da assembleia municipal. 8. Logo, desde o dia 30 de agosto de 2012, só pode haver lugar ao pagamento de despesas de representação se a assembleia municipal deliberar nesse sentido. 9. Acresce que, a deliberação da assembleia municipal tem de determinar, de forma objetiva e fundamentada, quais os cargos de direção superior de 1º grau e de direção intermédia de 1ºe 2º graus cujo exercício dá direito à perceção de despesas de representação, no montante fixado para o pessoal dirigente da administração central, através do despacho conjunto a que se refere o n.º 2 do artigo 31º da Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, na redação que lhe foi dada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de dezembro 10. A informação n.º 261/DMRH/DGRH/14, a respeito das despesas de representação, refere o seguinte: O abono de despesas de representação ao pessoal dirigente da administração local tem sido automático, decorrendo diretamente da lei. Era o que previa o artigo 15º- A do Decreto-Lei n.º 93/2004, de 20 de Abril, - estatuto do pessoal dirigente das câmaras municipais e dos serviços municipalizados alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 104/2006, de 7 de junho, que lhe adita esta disposição, com o seguinte texto: ao pessoal dirigente da administração local são abonadas despesas de representação no montante fixado para o pessoal dirigente da administração central, (...). 11. Nesse circunstancialismo, tanto o artigo 24º, n.º 2, faz depender a atribuição de despesas de representação aos titulares de direção, como o artigo 25º, que se reporta à adequação das estruturas orgânicas, nos termos do Decreto-Lei n.º 3

4 305/2009, de 23 de outubro, estão dependentes de aprovação da Assembleia Municipal. 12. Todavia, em conformidade com o Despacho conjunto n.º 625/99, publicado no Diário da República, 2ª Série, de 3 de agosto de 1999, 1 que determina o montante a atribuir a título de de suplemento mensal por despesas de representação, afere-se uma variação desde 1999 à proposta em apreço de 17,37% a 17,62%, de acordo com o quadro infra: CARGOS DIRIGENTES 1999 Despacho conjunto n.º 625/1999 Cargos de direção superior de 1º grau...663,40 Cargos de direção intermédia de 1º grau...265,36 Cargos de direção intermédia de 2º grau...166, Proposta n.º 679/2015 Variação Cargos de direção superior de 1º grau...778, ,37% Cargos de direção intermédia de 1º grau...312, ,58% Cargos de direção intermédia de 2º grau...195, ,62% 1 (A data do Despacho conjunto n.º 625/99, encontra-se errada na proposta, foi publicado no DR, 2ª Série de 3 de agosto e não 13 como refere a proposta) 4

5 IV CONCLUSÕES a) Desde o dia 30 de agosto de 2012, o pagamento das despesas de representação aos titulares de cargos de direção superior de 1º grau e de direção intermédia de 1º e 2º graus está dependente de deliberação da assembleia municipal, nos termos da Lei n.º 49/2012, de 29 de agosto; b) A assembleia municipal determina, de forma objetiva e fundamentada, quais os cargos de direção superior de 1º grau e de direção intermédia de 1º e 2º graus cujo exercício dá direito à perceção de despesas de representação, no montante fixado para o pessoal dirigente da administração central, através de despacho conjunto a que se refere o n.º 2, do artigo 31º da Lei 2/2004, de 15 de janeiro, na redação que lhe foi dada pela Lei n.º 64/2011, de 22 de dezembro; c) Verifica-se, portanto, que, as despesas de representação, depois de a assembleia municipal determinar quais são os cargos de direção superior de 1º grau e de direção intermédia de 1º e 2º graus cujo exercício dá direito à sua perceção, têm um carácter certo e permanente para aqueles a quem esse direito for reconhecido. d) A Câmara Municipal de Lisboa procedeu à reestruturação orgânica dos serviços do Município de Lisboa, publicada no Diário da República, II Série, n.º 98, de 21 de maio de 2015, de acordo com a Deliberação n.º 876/ estrutura flexível - e Despacho n.º 5347/ estrutura nuclear. V QUESTÕES QUE SE SUSCITAM E QUE NÃO SE ENCONTRAM NA PROPOSTA EM APREÇO NEM EM DOCUMENTAÇÃO 1) Desde a vigência da lei n.º 49/2012 de 29 de agosto, ou seja, após 1 de janeiro de 2013, foi a atribuição de despesas de representação e correspondentes atualizações anuais a favor dos titulares de cargos de direção superior de 1º 5

6 grau e de direção intermédia de 1º e 2º graus, objeto de Proposta Camarária para apreciação e votação pela Assembleia Municipal de Lisboa...!? 2) A variação das verbas respetivas na administração local camarária de Lisboa tem sido coincidente com a da administração central? 3) Está definido de forma clara quais são os cargos de direção superior de 1º grau e de direção intermédia de 1º e 2º graus na Câmara Municipal de Lisboa, cujo exercício dá direito à perceção de despesas de representação e suas atualizações anuais, seja para aqueles cargos de carácter certo e permanente seja para aqueles de carácter eventual/comissão...? 4) Que montante está inscrito em Orçamento 2016 para esse fim especifico e em que rubrica? VI RECOMENDAÇÕES A proposta em apreço é omissa quanto ao número de titulares de cargos dirigentes efetivos e em regime de comissão que se encontram abrangidos pela proposta, recomenda-se, assim, que a Câmara Municipal de Lisboa informe a Assembleia Municipal de quantos cargos dirigentes se encontram abrangidos pela manutenção do abono para despesas, seja, enquanto efetivos ou em comissão. Recomenda-se, ainda, que a Assembleia Municipal de Lisboa seja informada de quais os cargos listados, em número e tipologia. Os Grupos Municipais e Deputados Independentes representados nas Comissões reservam para o Plenário, a expressão do seu sentido de voto. Este Parecer foi APROVADO por...dos Grupos Municipais e Deputados Independentes representados nas Comissões. 6

7 Assembleia Municipal de Lisboa, 11 de Janeiro de 2016 A presidente da 1ª Comissão A Deputada Relatora ( Irene Lopes) ( Rosa Carvalho da Silva) 7