PROCESSO Nº TST-RR C/J PROC. Nº TST-AIRR A C Ó R D Ã O 6ª Turma KA/mdp/

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1 A C Ó R D Ã O 6ª Turma KA/mdp/ I - AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RECLAMANTE. RECURSO DE REVISTA. PAGAMENTO DAS FÉRIAS 2003/2004 EM DOBRO. TRABALHO NOS FINAIS DE SEMANA DURANTE AS FÉRIAS, AINDA QUE COMPENSADO. Agravo de instrumento a que se dá provimento para processar o recurso de revista por provável violação dos arts. 134, I, e 137, da CLT. II RECURSO DE REVISTA DA RECLAMANTE. ENQUADRAMENTO SINDICAL. O Tribunal Regional apenas se referiu ao instrumento coletivo firmado com o SINDICATO DAS INSTITUIÇÕES BENEFICENTES, RELIGIOSAS E FILANTRÓPICAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS SINEBREF/MG, como aquele pretendido pela reclamante para ser aplicado ao caso, não se referindo expressamente aos instrumentos coletivos firmados entre o SINDICATO DAS EMPRESAS DE RÁDIO E TELEVISÃO DE MINAS GERAIS e o SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DE MINAS GERAIS, indicados pela reclamante como aqueles que deviam ser aplicados no caso. Deveria a parte ter oposto embargos de declaração para provocar o exame do tema sob o enfoque do recurso, o que não ocorreu, impossibilitando a análise da matéria, por preclusão, nos termos da Súmula nº 297, I e II, do TST. Assim, não há como aferir a ocorrência de violação dos arts. 7º, XXXVI, e 8º, III, da CF. Recurso de revista de que não se conhece. PAGAMENTO DAS FÉRIAS 2003/2004 EM DOBRO. TRABALHO NOS FINAIS DE SEMANA DURANTE AS FÉRIAS, AINDA QUE COMPENSADO. Da interpretação sistemática dos arts. 130, I, 134, 137 da CLT, extrai-se a conclusão de que o legislador pretendeu que as férias

2 fls.2 fossem gozadas pelo empregado de forma contínua, sem interrupção, a fim de que atingisse sua finalidade, que é permitir a sua ausência prolongada no local de trabalho, de modo que possa ter garantida a sua higidez física e mental. São normas que têm como finalidade maior a proteção da saúde do trabalhador. Assim sendo, o trabalho em finais de semana nas férias, ainda que posteriormente compensado, frustrou a finalidade da lei, impedindo que a reclamante descansasse o suficiente para recuperar as energias perdidas durante o ano de trabalho, o que certamente causou prejuízos a sua saúde, sendo devida a dobra acrescida de 1/3. Recurso de revista a que se dá provimento. ADICIONAIS POR ACÚMULO DE FUNÇÕES. Os arestos trazidos à colação são oriundos de Turma desta Corte, não servindo para demonstrar o conflito de teses, na forma do art. 896 a da CLT. Além disso, a agravante não indicou nenhum dispositivo como violado. Recurso de revista de que não se conhece. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista n TST-RR em que é Recorrente ANDRÉA ALMEIDA RESENDE DE GÊNOVA e Recorrido (a) FUNDAÇÃO CULTURAL DE BELO HORIZONTE - FUNDAC O juízo primeiro de admissibilidade negou seguimento ao recurso de revista, sob o fundamento de que não é viável o seu conhecimento. art. 897, b, da CLT. A parte interpôs agravo de instrumento, com base no

3 fls.3 Contraminuta e contrarrazões apresentadas. Os autos não foram remetidos ao Ministério Público do Trabalho (art. 83, II, do Regimento Interno do TST). É o relatório. V O T O 1. CONHECIMENTO conheço do agravo de instrumento. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL Preenchidos os pressupostos de admissibilidade, 2. PRELIMINAR DE NULIDADE DO DESPACHO DENEGATÓRIO POR A agravante sustenta que o juízo primeiro de admissibilidade, ao denegar seguimento ao seu recurso de revista, incorreu em negativa de prestação jurisdicional, não apresentando razões para o não seguimento do recurso, sequer analisando os requisitos do art. 896 da CLT, violando os arts. 93, IX, da Constituição Federal e 458 do CPC. À análise. O despacho denegatório do recurso de revista é decisão sem conteúdo meritório, definitivo e conclusivo da lide, e não vincula o juízo ad quem, enquanto o agravo de instrumento tem efeitos que permitem tanto a retratação pelo juízo a quo, quanto à devolução da matéria impugnada ao TST, pelo que eventual omissão na decisão agravada não acarreta prejuízo ao agravante (art. 794 da CLT). Justamente por isso, é incabível a oposição de embargos de declaração contra o despacho denegatório de admissibilidade e inviável sua anulação pela via da arguição de preliminar de nulidade por negativa de prestação jurisdicional. Precedentes: AIRR-1790/ , DJ-18/3/2008, Ministro Ives Gandra Filho; AIRR-123/ ,

4 fls.4 DJ-22/2/2008, Ministro Barros Levenhagen; AIRR-1199/ , DJ-15/2/2008, Ministro Alberto Bresciani. Rejeito. 3. MÉRITO 3.1. PAGAMENTO DAS FÉRIAS 2003/2004 EM DOBRO Sobre o tema assim decidiu o TRT: O pleito de dobra das férias de 2003/2004 foi indeferido pela r. sentença, ao fundamento que a Recte não provou a prestação de serviços nesse período. Nas razões de recurso, alega a Recte ser devido o pagamento, em dobro, das férias de 2003/2004, porque a prova documental e oral demonstra que houve prestação de trabalho no mês de julho de Sem razão, entretanto. O documento de fl indica que as férias de 2003/2004 foram concedidas no período de a O recebimento da mensagem de correio eletrônico de fl. 126 não prova que a Recte estivesse trabalhando, no dia em que a recebeu. Mas existe outra prova que a Recte trabalhou em julho/2005, pela informação da testemunha apresentada pela Recda, o coordenador Melquiades de Almeida Lima:... que eventualmente havia trabalho nos finais de semana; que apenas pode afirmar com certeza que a reclamante tenha trabalhando em 02 finais de semana em julho de 2005 e julho de 2006; que esse trabalho era compensado pelo reclamante. (fl. 1231) período em que fora anotada, formalmente, a concessão de férias, mas não é caso de deferimento, nem de forma integral, como pretendido. A prova indica prestação de serviços em um ou dois finais de semana nesse período, o que seria caso de condenação proporcional aos dias laborados. Entretanto, nem este provimento parcial pode ser dado. A testemunha informou que essa prestação de serviços, em julho 2005, no período de concessão de férias, foi compensada. Como a prova não pode ser cindida, o depoimento prova a prestação de serviços e a respectiva compensação. Nego provimento. Alega a agravante que trabalhou durante as férias e, portanto, tem direito à dobra prevista no art. 137 da CLT. Diz que foram

5 fls.5 violados os arts. 130, I, 134 e 137 da CLT e traz arestos para demonstrar o conflito de teses. À análise. O TRT manteve o indeferimento do pedido de pagamento dobrado das férias do período 1003/2004 pelo fato de que a prestação de serviços em dois finais de semana durante as férias foi compensada em outra data. teor: O art. 130, I, da CLT preconiza que: Art Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes; Já o art. 134 do CPC dispõe: Art As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito." E, finalmente, o art. 137 também da CLT tem o seguinte Art Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o artigo 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração." Da interpretação sistemática desses dispositivos extrai-se a conclusão de que o legislador pretendeu que as férias fossem gozadas pelo empregado de forma contínua, sem interrupção, a fim de que atingisse sua finalidade, que é permitir a sua ausência prolongada no local de trabalho, de modo que possa ter garantida a sua higidez física e mental. São normas que têm como finalidade maior a proteção da saúde do trabalhador. Assim sendo, o trabalho em finais de semana nas férias, ainda que posteriormente compensado, frustrou a finalidade da lei, impedindo que a reclamante descansasse o suficiente para recuperar as

6 fls.6 energias perdidas durante o ano de trabalho, o que certamente causou prejuízos a sua saúde, sendo devida a dobra acrescida de 1/3. Neste contexto, por provável violação dos arts. 130, I, e 137 da CLT, dou provimento ao agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso de revista. II RECURSO DE REVISTA DA RECLAMANTE 1.CONHECIMENTO 1.1. ENQUADRAMENTO SINDICAL O Tribunal Regional negou provimento ao recurso ordinário da reclamante quanto à pretensão de aplicação dos instrumentos coletivos firmados pelo Sindicato das Instituições Beneficentes, Religiosas e Filantrópicas do Estado de Minas Gerais SINEBREF/MG, adotando os seguintes fundamentos: O enquadramento sindical é feito de acordo com a atividade preponderante da empresa (parágrafo 2º artigo 511 CLT), à exceção das categorias profissionais diferenciadas, o que não é o caso dos autos. Pelos conceitos legais de categoria econômica e profissional e, ainda, da atividade econômica preponderante, descritos na CLT, respectivamente, nos parágrafos 1º e 2º do artigo 511 e parágrafo 2º artigo 581, pode ser verificado, pelo exame dos estatutos da Recda (fls. 1195/1196), que sua finalidade é de: divulgar a cultura e desenvolver ensino em seus diversos graus e níveis, nos vários ramos do saber humano; criar, implementar e manter instituições de ensino fundamental, médio e superior em que os profissionais possam dedicar-se às atividades de graduação, pós-graduação pesquisa e extensão nas diversas áreas do conhecimento; executar e desenvolver programas de concessão de bolsas de estudo a alunos carentes. Estabelecem ainda os Estatutos a divulgação de dados e produtos científicos e culturais através de rádio, televisão, periódicos e outros meios escritos, eletrônicos e convergentes para difusão cultural técnica e científica (...) com finalidade educativa ou comunitária. Em resumo, a TV UNI é uma emissora de televisão educativa, nos termos dos artigos 1º e 3º da Portaria Interministerial nº 651 dos Ministérios das Comunicações e da Educação.

7 fls.7 O artigo 19 da Lei nº 9.637/88 estabelece as finalidades das emissoras de televisão educativas, que enquadram as atividades desenvolvidas pela Recda, quando as testemunhas inquiridas neste processo informaram que seus programas não eram comercializados. Ou seja, as convenções coletivas de trabalho, nas quais o pedido está fundamentado, foram firmadas pelo sindicato da categoria econômica a que não pertence a Recda e, portanto, a esta não obriga. Nesse sentido o entendimento da Súmula 374 do Colendo TST. Finalmente, são inaplicáveis os instrumentos coletivos firmados pelo Sindicato das Instituições Beneficentes, Religiosas e Filantrópicas do Estado de Minas Gerais SINEBREF/MG. Primeiro, porque não foram os respectivos instrumentos anexados à petição inicial, pela Recte (artigo 396 CPC e artigo 818 CLT); segundo, porque a empregadora não pode ser considerada uma instituição religiosa e filantrópica. Nego provimento. Nas razões do recurso de revista, a recorrente alega que o TRT ao afastar a aplicação das convenções coletivas juntadas com a inicial, firmadas entre o SINDICATO DAS EMPRESAS DE RÁDIO E TELEVISÃO DE MINAS GERAIS e o SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DE MINAS GERAIS, violou os arts. 7º, XXVI, e 8º, III, da CF, visto que é incontroverso nos autos que a reclamante é jornalista e prestou serviços a uma emissora de televisão. À análise. Constata-se que o Regional apenas se referiu ao instrumento coletivo firmado com o SINDICATO DAS INSTITUIÇÕES BENEFICENTES, RELIGIOSAS E FILANTRÓPICAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS SINEBREF/MG, como aquele pretendido pela reclamante para ser aplicado ao caso, não se referindo expressamente ao instrumento coletivo firmado entre o SINDICATO DAS EMPRESAS DE RÁDIO E TELEVISÃO DE MINAS GERAIS e o SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS DE MINAS GERAIS, como requerido no recurso. Deveria a parte ter oposto embargos de declaração para provocar o exame do tema sob o enfoque do recurso, o que não ocorreu, impossibilitando a análise da matéria, por preclusão, nos termos da Súmula nº 297, I e II, do TST. arts. 7º, XXXVI, e 8º, III, da CF. Assim, não há como aferir a ocorrência de violação dos Não conheço.

8 fls PAGAMENTO DAS FÉRIAS 2003/2004 EM DOBRO. TRABALHO NOS FINAIS DE SEMANA DURANTE AS FÉRIAS, AINDA QUE COMPENSADO. Sobre o tema assim decidiu o TRT: O pleito de dobra das férias de 2003/2004 foi indeferido pela r. sentença, ao fundamento que a Recte não provou a prestação de serviços nesse período. Nas razões de recurso, alega a Recte ser devido o pagamento, em dobro, das férias de 2003/2004, porque a prova documental e oral demonstra que houve prestação de trabalho no mês de julho de Sem razão, entretanto. O documento de fl indica que as férias de 2003/2004 foram concedidas no período de a O recebimento da mensagem de correio eletrônico de fl. 126 não prova que a Recte estivesse trabalhando, no dia em que a recebeu. Mas existe outra prova que a Recte trabalhou em julho/2005, pela informação da testemunha apresentada pela Recda, o coordenador Melquiades de Almeida Lima:... que eventualmente havia trabalho nos finais de semana; que apenas pode afirmar com certeza que a reclamante tenha trabalhando em 02 finais de semana em julho de 2005 e julho de 2006; que esse trabalho era compensado pelo reclamante. (fl. 1231) período em que fora anotada, formalmente, a concessão de férias, mas não é caso de deferimento, nem de forma integral, como pretendido. A prova indica prestação de serviços em um ou dois finais de semana nesse período, o que seria caso de condenação proporcional aos dias laborados. Entretanto, nem este provimento parcial pode ser dado. A testemunha informou que essa prestação de serviços, em julho 2005, no período de concessão de férias, foi compensada. Como a prova não pode ser cindida, o depoimento prova a prestação de serviços e a respectiva compensação. Nego provimento. Alega a recorrente que trabalhou durante as férias e, portanto, tem direito à dobra prevista no art. 137 da CLT. Diz que foram violados os arts. 130, I, 134 e 137 da CLT e traz arestos para demonstrar o conflito de teses. À análise.

9 fls.9 O TRT manteve o indeferimento do pedido de pagamento dobrado das férias do período 1003/2004 pelo fato de que a prestação de serviços em dois finais de semana durante as férias foi compensada em outra data. seguinte teor: O art. 130, I, da CLT preconiza que: Art Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes; Já o art. 134 do CPC dispõe: Art As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito." E, finalmente, o art. 137, também da CLT, tem o Art Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o artigo 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração." Da interpretação sistemática desses dispositivos extrai-se a conclusão de que o legislador pretendeu que as férias fossem gozadas pelo empregado de forma contínua, sem interrupção, a fim de que atingisse sua finalidade, que é permitir a sua ausência prolongada no local de trabalho, de modo que possa ter garantida a sua higidez física e mental. São normas que têm como finalidade maior a proteção da saúde do trabalhador. Assim sendo, o trabalho em finais de semana nas férias, ainda que posteriormente compensado, frustrou a finalidade da lei, impedindo que a reclamante descansasse o suficiente para recuperar as energias perdidas durante o ano de trabalho, o que certamente causou prejuízos a sua saúde, sendo devida a dobra acrescida de 1/3. Neste contexto, conheço do recurso de revista por violação dos arts. 130, I, e 137, da CLT.

10 fls ADICIONAIS POR ACÚMULO DE FUNÇÕES O TRT manteve o deferimento do adicional de 40% pelo acúmulo de funções de jornalista e supervisora, indeferimento, no entanto, o pedido de adicional pelo acúmulo de outras funções: ACÚMULO DE FUNÇÕES ADICIONAL DE 40% Na petição inicial a Recte pleiteou o adicional de 40% previsto no artigo 13 da Lei nº 6.615/78 e Decreto nº /79 pelo acúmulo das funções: 1) de produtora com jornalista; 2) supervisora e jornalista e 3) jornalista com supervisora e coordenadora. A r. sentença deferiu, pelo exame do conjunto da prova apresentada neste processo, apenas a segunda parte deste item do pedido, pelo acúmulo das funções de supervisora e jornalista. Nas razões de recurso a Recte alega que devem ser reconhecidos os demais acúmulos de funções; a primeira parte deste item do pedido não é referente a acumulação das funções de produtora e jornalista, mas de acúmulo de funções na própria área de jornalismo, ou seja, diversas funções, como descrito na petição inicial (fl. 03). Da mesma forma, alega ser devido o adicional por acúmulo das funções de jornalista com supervisora e coordenadora. Sem razão, contudo. A r. sentença, em seu dispositivo (fl. 1257) determinou o pagamento de: adicional por acúmulo de função, no importe de 40% (não impugnado) sobre a melhor função remunerada, com reflexos e aviso prévio, 13º salário, férias mais 1/3 e FGTS + 40%; Assim, não houve qualquer limitação temporal no deferimento deste adicional, restando a conclusão que deverá ser quitado em todo o período não prescrito, até porque não existe recurso da parte contrária, neste ponto. Na realidade, pretende a Recte a cumulação de vários adicionais (40% + 40% + 40% = 120%), pretensão que não encontra suporte jurídico na interpretação do artigo 13º da Lei nº 6.615/78 e Decreto nº /79: LEI nº 6.615/78: Art Na hipótese de exercício de funções acumuladas dentro de um mesmo setor em que se desdobram as atividades mencionadas no art. 4º, será assegurado ao Radialista um adicional mínimo de: I - 40% (quarenta por cento), pela função acumulada, tomando-se por base a função melhor remunerada, nas emissoras de potência igual ou superior a 10 (dez) quilowatts e, nas empresas equiparadas segundo o parágrafo único do art. 3º;

11 fls.11 II - 20% (vinte por cento), pela função acumulada, tomando-se por base a função melhor remunerada, nas emissoras de potência inferior a 10 (dez) quilowatts e, superior a 1 (um) quilowatt; III - 10% (dez por cento), pela função acumulada, tomando-se por base a função melhor remunerada, nas emissoras de potência igual ou inferior a 1 (um) quilowatt. DECRETO nº /79: Art.16º- Na hipótese de acumulação de funções dentro de um mesmo setor em que se desdobram as atividades mencionadas no artigo 4º, será assegurado ao Radialista um adicional mínimo de: I- 40% (quarenta por cento), pela função acumulada, tomando-se por base a função melhor remunerada, nas emissoras de potência igual ou superior a 10 (dez) quilowatts bem como nas empresas discriminadas no parágrafo único do artigo 3º; II- 20% (vinte por cento), pela função acumulada, tomando-se por base a função melhor remunerada, nas emissoras de potência inferior a 10 (dez) quilowatts e superior a 1 (um) quilowatt; III- 10% (dez por cento), pela função acumulada, tomando-se por base a função melhor remunerada, nas emissoras de potência igual ou inferior a 1 (um) quilowwatt. Ou seja, o adicional de 40% deferido é devido pelo exercício de funções acumuladas dentro de um mesmo setor. Não existe previsão de incidência acumulada ( em cascata ) de vários adicionais para cada função acumulada, como pretendido. Como a r. sentença deferiu o referido adicional por todo o período laborado, nada mais pode ser acrescentado à condenação. Nego provimento. A recorrente afirma que na exordial pretendeu o recebimento de diferenças salariais em razão de TRÊS acúmulos de funções distintas, de produtora com jornalista, de jornalista com supervisora e de jornalista e supervisora com o de coordenadora de TV, sendo que apenas foi deferido o adicional pelo segundo acúmulo (de jornalista com supervisora). Argumenta que as provas dos autos demonstram as diversas funções cumuladas ao longo de seu contrato de trabalho, devendo ser observado o disposto no inciso I do art. 16 do Decreto /79. Traz arestos. À análise.

12 fls.12 Os arestos trazidos à colação (fls. 25/29) são oriundos de Turma desta Corte, não servindo para demonstrar o conflito de teses, na forma do art. 896, a, da CLT. dispositivo como violado. Além disso, a recorrente não indicou nenhum Não conheço. II - MÉRITO 2.1. PAGAMENTO DAS FÉRIAS 2003/2004 EM DOBRO. TRABALHO NOS FINAIS DE SEMANA DURANTE AS FÉRIAS, AINDA QUE COMPENSADO Conhecido o recurso de revista por violação dos arts. 130, I, e 137, da CLT, o provimento é medida que se impõe. Dou provimento ao recurso de revista para condenar a reclamada ao pagamento da dobra das férias do período de 2003/2004 com 1/3, na forma do art. 137 da CLT, como se apurar em liquidação. ISTO POSTO

13 fls.13 ACORDAM os Ministros da Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade: I dar provimento ao agravo de instrumento da reclamante para determinar o processamento do recurso de revista; II conhecer do recurso de revista da reclamante quanto ao tema PAGAMENTO DAS FÉRIAS 2003/2004 EM DOBRO TRABALHO NOS FINAIS DE SEMANA DURANTE AS FÉRIAS, AINDA QUE COMPENSADO, por violação dos arts. 130, I, e 137, da CLT e, no mérito, dar-lhe provimento para condenar a reclamada ao pagamento da dobra das férias do período de 2003/2004 com 1/3, na forma do art. 137 da CLT, como se apurar em liquidação. Brasília, 6 de Maio de Firmado por assinatura digital (MP /2001) KÁTIA MAGALHÃES ARRUDA Ministra Relatora