RESOLUÇÃO PGE Nº 3743 18 DE MARÇO DE 2015. ESTABELECE NORMAS SOBRE OS RELATÓRIOS DOS ÓRGÃOS LOCAIS E SETORIAIS DO SISTEMA JURÍDICO E REVOGA A RESOLUÇÃO PGE Nº 2.928, DE 16 DE FEVEREIRO DE 2011. A PROCURADORA-GERAL DO ESTADO, na coordenação do Sistema Jurídico e, com fundamento no art. 3º, I, da Lei Complementar nº 15/80 e no art. 4º, inciso VI do Decreto nº 40.500, de 1º de janeiro de 2007, e Considerando caber à Procuradoria Geral do Estado a supervisão dos serviços jurídicos da Administração Direta e Indireta no âmbito do Poder Executivo, conforme artigo 176, da Constituição Estadual, e Considerando que a presente Resolução visa orientar os citados órgãos no que diz respeito à elaboração dos relatórios das atividades jurídicas e às atribuições das chefias das assessorias jurídicas, R E S O L V E: Art. 1º Os órgãos locais e setoriais que integram o Sistema Jurídico Estadual deverão encaminhar à Procuradoria Geral do Estado relatórios semestrais, registrando e destacando os assuntos de maior relevância jurídica desenvolvidos no âmbito de cada um deles. Parágrafo Único - Os relatórios semestrais deverão ser entregues à Coordenadoria Geral do Sistema Jurídico (PG-15). Art. 2º O encaminhamento dos relatórios semestrais tem os seguintes objetivos:
I uniformizar entendimentos na atividade de consultoria jurídica no âmbito da Administração Pública do Estado do Rio de Janeiro, garantindo um ambiente de segurança jurídica; II orientar os órgãos locais e setoriais no desempenho das atividades jurídicas de sua competência, sempre que haja dissonância entre o procedimento ou entendimento adotado e as diretrizes fixadas no âmbito da Procuradoria Geral do Estado; III avaliar o padrão de qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido no âmbito das Assessorias Jurídicas; IV prevenir e dirimir eventuais controvérsias entre os órgãos locais e setoriais ou entre estes e a Procuradoria Geral do Estado; V- identificar a repetição de ocorrências congêneres que reclamem tratamento uniforme no âmbito do sistema jurídico do Estado. Art. 3º O encaminhamento dos relatórios semestrais não substitui a necessidade de consulta prévia à Procuradoria Geral do Estado, quando a legislação assim o exigir, sendo necessariamente submetidas à aprovação do Procurador-Geral do Estado todas as manifestações das Assessorias Jurídicas das Secretarias de Estado que: I contrariem orientações já consolidadas nos enunciados e em pareceres da Procuradoria-Geral do Estado a que se tenha atribuído eficácia normativa, devendo essa divergência ser explicitada no pronunciamento; II concluam pela inconstitucionalidade de lei ou decreto, ou pela ilegalidade de decreto; III contrariem ou indiquem a necessidade de alteração substancial de minutas padronizadas pela Procuradoria-Geral do Estado; IV se refiram a matérias de grande importância, impacto ou possibilidade de repercussão geral para a Administração Pública estadual, a juízo da autoridade administrativa competente e conforme prévia manifestação do Assessor-Chefe do órgão.
Art. 4º Incumbe ao Assessor-Chefe do órgão local ou setorial informar no relatório semestral as principais atividades desenvolvidas no período. Parágrafo único O relatório deverá abordar os seguintes aspectos: I- diagnóstico dos principais problemas e questões jurídicas relevantes enfrentados pelo órgão; II- as boas práticas jurídicas adotadas e que possam ser disseminadas no Sistema Jurídico do Estado; III- propostas de novas minutas-padrão ou de eventual alteração/adequação nas vigentes; IV- propostas de enunciados ou de eventual alteração/adequação nos vigentes; V- avaliação acerca da estrutura do órgão e eventuais propostas de melhoria do seu funcionamento; VI- sugestão de temas e questões que mereçam aprofundamento e apoio da Coordenadoria Geral do Sistema Jurídico (PG-15); e VII- sugestão de temas jurídicos que possam resultar na prevenção de litígios e propositura de novas ações judiciais. Art. 5º - Integram os relatórios semestrais a manifestação conclusiva do Assessor-Chefe dos órgãos locais e setoriais acerca das atividades jurídicas desenvolvidas no período englobado, na forma do art. 4º, e os seguintes documentos, em número desejável de 15 (quinze), devidamente assinados: I pareceres jurídicos e respectivos vistos, se houver; II manifestações e promoções jurídicas; e III informações prestadas em mandados de segurança. 1º - Não deverão ser anexados ao relatório cópias de contratos, convênios, decretos, minutas ou quaisquer outros documentos que não sejam peça jurídica ou que não
expressem o entendimento jurídico do órgão local ou setorial, salvo quando solicitados pelos Procuradores do Estado integrantes da Coordenadoria Geral do Sistema Jurídico (PG-15) ou pelos órgãos locais para eventual complementação de informações ou esclarecimentos. 2º Atendido o caput, não deverá ser juntada mais de uma peça jurídica quando a matéria for repetitiva ou padronizada. 3º A assinatura dos documentos anexados poderá ser dispensada, desde que haja declaração da sua autenticidade pelo Assessor-Chefe dos órgãos locais e setoriais. Art. 6º A seleção dos documentos referidos no artigo 4º é de exclusiva responsabilidade do Assessor-Chefe do órgão local ou setorial, que deverá instruir o relatório, exclusivamente, com os documentos relativos aos assuntos de maior relevância jurídica, em especial que: I abordem assuntos jurídicos de elevada expressão econômica; II possam repercutir na Administração Pública Estadual, gerando demandas judiciais de expressão pelo tema ou valor; III se caracterizem pelo ineditismo da tese ou complexidade da matéria; IV se refiram a assuntos classificáveis como estratégicos ou prioritários segundo regulamentação própria. 1º Os pareceres, promoções e manifestações jurídicas dos órgãos locais e setoriais deverão observar as diretrizes traçadas nos precedentes da Procuradoria Geral do Estado, nos Enunciados e nas minutas-padrão. 2º Os pareceres que examinarem minutas de editais e contratos deverão, obrigatoriamente, informar se foi observada a padronização estabelecida pela Procuradoria Geral do Estado.
Art. 7º Os relatórios dos órgãos locais e dos órgãos setoriais deverão observar a seguinte periodicidade: I os órgãos jurídicos locais e setoriais vinculados às Pastas com códigos numéricos dos processos administrativos estaduais pares: a) 1º Relatório: fevereiro/julho b) 2º Relatório: agosto/janeiro II os órgãos jurídicos locais e setoriais vinculados às Pastas com códigos numéricos dos processos administrativos estaduais ímpares: a) 1º Relatório: abril/setembro b) 2º Relatório: outubro/março 1º Os relatórios dos órgãos locais deverão ser encaminhados à Coordenadoria Geral do Sistema Jurídico (PG-15) até o dia 15 (quinze) do mês seguinte ao encerramento dos respectivos semestres. 2º Os relatórios dos órgãos setoriais deverão ser encaminhados aos órgãos locais até o dia 15 (quinze) do mês seguinte ao encerramento dos respectivos semestres. 3º O órgão local deverá encaminhar para a Coordenadoria Geral do Sistema Jurídico (PG-15) os relatórios dos órgãos setoriais vinculados em até 20 (vinte) dias corridos do prazo previsto no parágrafo anterior, salvo se entender pela necessidade de esclarecimentos ou elementos complementares, hipóteses em que deverá fixar prazo de 10 (dez) dias para o seu atendimento. 4º Na hipótese da ocorrência da situação descrita na parte final do parágrafo anterior, caberá ao órgão local informar à Coordenadoria Geral do Sistema Jurídico (PG-15) acerca dos esclarecimentos solicitados e o prazo fixado.
Art. 8º Além do exame dos relatórios semestrais, cabe à Coordenadoria Geral do Sistema Jurídico (PG-15) e aos Procuradores nela lotados promover, no mínimo, duas reuniões técnicas por ano, juntamente com os Assessores Chefes dos órgãos locais e setoriais, com vistas a aprimorar os mecanismos de controle e supervisão do sistema jurídico estadual. Parágrafo Único Os assuntos discutidos nas reuniões técnicas deverão ser registrados em ata, a ser assinada pelos presentes. Art. 9º Os Procuradores do Estado lotados na Coordenadoria Geral do Sistema Jurídico (PG-15) deverão apresentar até o final do mês de outubro de cada ano, ao Procurador-Chefe, relatório identificando os principais problemas detectados nos relatórios dos órgãos locais e setoriais, indicando, quando oportuno, as possíveis recomendações a serem feitas e as soluções a serem adotadas. Art. 10 A Chefia da Coordenadoria Geral do Sistema Jurídico (PG-15), após o exame dos relatórios a que se refere o artigo anterior, deverá elaborar relatório conclusivo a ser encaminhado ao Procurador-Geral do Estado até o final do mês de novembro de cada ano, identificando os principais problemas detectados e que demandem correções e aprimoramento. Art.11 No caso de descumprimento das normas previstas nesta Resolução, caberá à Coordenadoria Geral do Sistema Jurídico (PG-15) comunicar o ocorrido à Corregedoria da Procuradoria Geral do Estado para fins de adoção das medidas cabíveis, na forma do disposto no art. 10-A da Lei Complementar n.º15, de 25.11.1980. Art. 12 Os órgãos locais e setoriais deverão atender aos pedidos de informação e/ou diligências formulados pela Procuradoria Geral do Estado, no prazo por ela fixado, cujos processos terão prioridade absoluta na sua tramitação, na forma do que prevê 1º, do art. 4º, do Decreto n.º 40.500/07.
Art. 13 Caso constatada irregularidade no atendimento, pelos órgãos locais e setoriais, às solicitações formuladas pela Procuradoria Geral do Estado, por meio das suas Chefias ou Procuradorias Especializadas, para a formulação de defesa em Juízo ou para manifestação em assuntos da sua competência ou responsabilidade, os Procuradores- Chefes, Assistentes ou Assessores deverão comunicar à Coordenadoria Geral do Sistema Jurídico (PG-15) o ocorrido, a quem competirá adotar as providências necessárias a sanar o problema, inclusive comunicando o fato à Corregedoria da Procuradoria Geral do Estado quando for o caso. Art. 14 O primeiro relatório apresentado de acordo com a periodicidade fixada pelo art. 7º deverá contemplar o período entre o mês da publicação da presente Resolução e o indicado como final pelas alíneas a, dos incisos I e II, do citado dispositivo. Art. 15 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, especialmente a Resolução n.º 2.928, de 16.02.2011. LUCIA LÉA GUIMARÃES TAVARES Procuradora Geral do Estado