MELHORIA NAS INSTALAÇÕES RELACIONADAS À PRODUÇÃO E AO MANEJO DOS RESÍDUOS DE ANIMAIS



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Transcrição:

11 a 13 de Março de 9 Florianópolis, SC Brasil MELHORIA NAS INSTALAÇÕES RELACIONADAS À PRODUÇÃO E AO MANEJO DOS RESÍDUOS DE ANIMAIS MAPEAMENTO DA TEMPERATURA DA CAMA NA CRIAÇÃO DE AVES, EM DIFERENTES SISTEMAS DE VENTILAÇÃO E MATERIAIS DE CAMA Cestonaro, T. 1 ; Abreu, P.G. 2 ; Abreu, V.M.N. 2 ; Pedroso-de-Paiva, D. 2 1 Estudante de Engenharia Ambiental UNC Cocórdia SC, Brasil 2 Pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Br 153 Km 11, 897-, Concórdia-SC, Brasil Resumo Objetivou-se avaliar o efeito de dois sistemas de ventilação (fixo e oscilante) e dois tipos de cama (palhada de soja e casca de arroz) na temperatura da cama em aviários de frangos de corte, por meio de mapeamento. O experimento foi realizado em quatro aviários de 12 m x 1 m, orientados no sentido leste-oeste, para frangos de corte, divididos internamente em 4 boxes de 4 m x 5 m, com aves cada. O experimento foi conduzido por 4 lotes consecutivos, cada lote com a duração de 42 dias e com intervalo de vazio sanitário de 15 dias, entre lotes. Os tratamentos testados foram dois sistemas de ventilação (fixo e oscilante) e dois tipos de material de cama (palhada de soja e casca de arroz). Os ventiladores foram acionados por termostato quando a temperatura ambiente atingiu 25 C. Os dados foram coletados em intervalos de 3 em 3 horas, de 8 às 18 horas, na sexta semana de vida das aves. A temperatura da cama foi coletada por meio de termômetro infravermelho em cinco pontos de cada boxe. Com base nos dados médios de cada ponto, foram confeccionados mapas com as isotermas da temperatura da cama utilizando o método de Kriging do software SURFER. A cama de palhada de soja e de casca de arroz e os dois tipos de ventilação comportaram-se de forma similares. Palavras-chave: casca de arroz, palhada de soja, temperatura da cama. 28

11 a 13 de Março de 9 Florianópolis, SC Brasil MAPPING OF LITTER TEMPERATURE OF BROILERS RAISED IN DIFFERENT VENTILATION SYSTEMS AND TYPE OF LITTER Abstract This study aimed the evaluation of two ventilation systems (fixed or oscillating fans), and two litter materials (soybean straw or rice husks) by mapping the litter temperature of broiler house. The experiment was carried out in four 12 m x 1 m broiler houses, internally divided in 4 pens, with birds/pen. Four consecutive flocks were raised until 42 days of age, with 15 days of downtime among flocks. The treatments consisted of two ventilation systems (fixed or oscillating fans), and two litter materials (soybean straw or rice husks). Fans were activated by thermostats when the temperature reached 25 C. The data were collected at 3 hour intervals from 8 am to 6 pm when the birds were six weeks old. Litter temperature was collected using an infrared thermometer in five points of each pen. Based on the average data of each point and broiler house, maps with litter temperature isotherms were built using Kringing s method from the SURFER software. Both ventilation and litter types presented a similar behavior. Key-words: litter temperature, rice husks, soybean straw. Introdução Na exploração avícola é constante a busca por alternativas que visam reduzir os custos de produção sem prejudicar o desempenho zootécnico, otimizando a produção para atingir melhores resultados econômicos (SANTOS et al., ). A cama de aviário é utilizada na criação de aves de corte com o objetivo de evitar o contato direto da ave com o piso, absorver água, incorporar as fezes e auxiliar na manutenção da temperatura no galpão. A casca de arroz e a maravalha são os materiais mais utilizados como cama de aviário, entretanto, devido as dificuldades cada vez maiores em obtê-las, principalmente a maravalha, tem-se aumentado a busca por materiais que possam apresentar características semelhantes. Estudos relacionados com materiais alternativos sugerem que na seleção de uma boa cama deve-se observar algumas características, como tamanho das partículas, maciez, capacidade de absorção e liberação de umidade, isolante térmico e baixo custo (NOLL, 1992). Aliado ao problema da cama, um outro problema da avicultura brasileira é a manutenção das condições térmicas ambientais adequadas à criação de frangos (Sobrinho et al., 3). Pesquisas têm mostrado a influência direta do ambiente inadequado dos aviários na queda de desempenho das aves. Quando os aviários são mantidos em temperaturas ambientais acima da zona de conforto, o consumo de ração diminui resultando em menor ganho de peso. O ambiente dentro do aviário pode ser avaliado sob diferentes enfoques. O melhor indicativo da temperatura ambiente do aviário é o comportamento das próprias aves em relação as condições térmicas (ABREU & ABREU, 3). Como condição ideal de ambiente, as aves devem estar uniformemente distribuídas no aviário. Tanto a temperatura do ar como a da cama devem estar dentro da faixa de conforto das aves. As aves não permanecem sobre a cama se essa encontra-se com valores de temperatura 281

11 a 13 de Março de 9 Florianópolis, SC Brasil elevadas na última semana de vida. Uma das formas de troca de calor da ave para o ambiente é a condução. Para que essa forma de transferência de calor seja eficiente, a cama deve estar com temperatura abaixo da temperatura corporal. Dessa maneira, se a possibilidade de previsão de valores de temperatura da cama em todo aviário, for viabilizada, essas informações auxiliarão em medidas de controle da faixa de conforto das aves. Para tal, são usadas as técnicas de geoestatística, que buscam predizer valores da variável de interesse em localizações não observadas, permitindo através da interpolação espacial conhecer a variável em toda a região. FRANCISCON et al. (8) mostraram dependência espacial entre os pontos de temperatura da cama por meio de modelo geoestatístico durante a fase de pinteiro. A interpolação espacial permitiu afirmar que a temperatura da cama no pinteiro não foi uniforme ao longo do aviário e ficou abaixo dos valores recomendados para aves na terceira semana de vida. Os mesmos autores recomendaram que para uniformizar a distribuição da temperatura da cama ao longo do aviário deveria-se melhorar as condições de isolamento da instalação. Assim, também TAVARES et al. (8) verificaram que a temperatura da cama nos pinteiros não foi uniforme e ficou abaixo dos valores recomendados para aves na terceira semana de vida. Pelo exposto, objetivou-se com esse estudo avaliar a temperatura da cama, por meio de mapeamento, em aviários de frangos de corte com dois sistemas de ventilação (fixo e oscilante) e dois tipos de cama (palhada de soja e casca de arroz). Material e Métodos O experimento foi realizado em quatro aviários de 12 m x 1 m, orientados no sentido leste-oeste, para frangos de corte, divididos internamente em 4 boxes de 4 m x 5 m, com aves cada, na Embrapa Suínos e Aves. O experimento foi conduzido por 4 lotes consecutivos, cada lote com a duração de 42 dias e com intervalo de vazio sanitário de 15 dias, entre lotes. Os tratamentos testados foram dois sistemas de ventilação (fixo e oscilante) com abrangência de 1 m de distância e dois tipos de material de cama (palhada de soja e casca de arroz). A casca de arroz e o sistema de ventilação com ventilador fixo, foram considerados padrão por serem comumente utilizados na avicultura de corte. Os ventiladores foram acionados por termostato quando a temperatura ambiente atingiu 25 o C e foram adaptados com potenciômetro e regulador de velocidade para o tamanho do aviário. Os tratamentos tiveram a seguinte distribuição: Aviário 1 sistema de ventilação Fixo, boxes 2 e 3 com palhada de soja (C1); boxes 1 e 4 com casca de arroz(c2); Aviário 2 Sistema de ventilação Oscilante, boxes 2 e 3 com palhada de soja (C1); boxes 1 e 4 com casca de arroz (C2); Aviário 3 - Sistema de ventilação Oscilante, boxes 1 e 4 com palhada de soja (C1); boxes 2 e 3 com casca de arroz (C2); Aviário 4 sistema de ventilação Fixo, boxes 1 e 4 com palhada de soja (C1); boxes 2 e 3 com casca de arroz (C2). Os dados de temperatura da cama foram coletados por meio de termômetro infravermelho Raytec em cinco pontos de cada boxe (dois pontos perto da mureta lateral do boxe, dois pontos perto do corredor e um ponto no centro geométrico do boxe). Esses dados foram coletados em intervalos de 3 em 3 horas, de 8 às 18 horas, na sexta semana de vida das aves. Com base nos dados médios de cada ponto, foram confeccionados mapas com as isotermas da temperatura da cama utilizando o método de Kriging do software SURFER. 282

11 a 13 de Março de 9 Florianópolis, SC Brasil Resultados e Discussão Os mapas com as isolinhas da temperatura da cama, na sexta semana de vida das aves, em função do tipo de cama (palhada de soja e casca de arroz) e de ventilação (oscilante e fixo), para os períodos da manhã e da tarde, são apresentados na Figura 1. A temperatura da cama foi uniformemente distribuída somente na cama com palhada de soja, no período da tarde e utilizando ventilador fixo. Os menores valores máximos de temperatura de cama foram obtidos no período da manhã para ambos tratamentos com valores aproximados de 22 C e no período da tarde esses apresentaram a média de 27 C. Na sexta semana de vida das aves a preocupação do avicultor é com estresse calórico que normalmente ocorre no período da tarde. Dessa forma, os valores obtidos de temperatura de cama em ambos tratamentos contribuíram para essa condição. Verificou-se maiores valores de temperatura da cama perto da mureta do aviário. Essa condição ocorreu devido os aviários estarem orientados no sentido leste-oeste, recebendo a influência do percurso solar. Tanto os tipos de ventilação como os materiais de cama comportaram-se igualmente. Conclusões A cama de palhada de soja e de casca de arroz e os dois tipos de ventilação comportaram-se de forma similares. A radiação solar influenciou diretamente na temperatura da cama. Os valores de temperatura de cama obtidos no período da tarde colaboraram para o estresse das aves. Recomenda-se o uso de isolamento térmico, sistema de climatização eficiente da instalação e melhor manejo das camas para reduzir a influência da temperatura da cama no condicionamento térmico ambiental. Agradecimentos À Fundação de Apoio a Pesquisa de Santa Catarina - FAPESC, pelo apoio financeiro. À Roster pelo fornecimento dos ventiladores. À Unifrango Agroindustrial de Alimentos Ltda. pelo fornecimento dos materiais de cama Literatura Citada ABREU, P.G., ABREU, V.M.N. Comportamento de aves em relação à regulagem das campânulas. Comunicado técnico 349. Embrapa Suínos e Aves. 3. FRANCISCON, L., ABREU, P.G., COLDEBELLA, A., TAVARES, F. Análise geoestatística para modelagem da temperatura da cama de um aviário de frango de corte comercial. Sinape 8. 283

11 a 13 de Março de 9 Florianópolis, SC Brasil NOLL, S.L. Interacciones ente el Manejo de la Cama y la Salud de la Parvada. Avicultura Profesional, Athens, GA, v.1, n.1, p.42-43, 1992. SANTOS, E.C., COTTA, J.T.B., MUNIZ, J.A. et al. Avaliação de alguns materiais usados como cama sobre o desempenho de frangos de corte. Rev. Ciênc. Agrotec., Lavras, v.14, n.4, p. 124-13,. SOBRINHO J.C., BARRETTO M.C.V., MACHADO D.B., OLIVEIRA T.M. Uso do gás natural como fonte de energia no aquecimento do ar visando o conforto térmico em pinteiro. Seminário de Pesquisa FAPSE. Aracaju, 8 a 1 de Outubro de 3. TAVARES, F., ABREU, P.G., ABREU, V.M.N., PINTO, R.M., DE PRA, M. Temperatura da cama como condição de conforto e bem-estar das aves. APINCO 8. 4 4 35 35 3 3 25 25 27.45 15 15 27.5 1 1 5 5 4 5 1 15 25 3 35 4 45 5 Fixo-6-Arroz-manha 2.8 4 5 1 15 25 3 35 4 45 5 Fixo-6-Arroz-tarde 26.65 35 35 3 3 25 25 15 1 15 1 5 5 4 5 1 15 25 3 35 4 45 5 Fixo-6-soja-manha 4 5 1 15 25 3 35 4 45 5 Fixo-6-soja-tarde 27.68 35 35 3 22.8 3 25 25 27.6 15 15 1 1 5 5 4 5 1 15 25 3 35 4 45 5 Oscilante-6-arroz-manha 5 1 15 25 3 35 4 45 5 Oscilante-6-arroz-tarde 4 27.1 35 35 3 22.8 3 25 25 28.2 15 15 1 1 5 5 5 1 15 25 3 35 4 45 5 Oscilante-6-soja-manha 5 1 15 25 3 35 4 45 5 Oscilante-6-soja-tarde Figura 1. Mapas com as isolinhas da temperatura da cama, na sexta semana de vida das aves, em função do tipo de cama (palhada de soja e casca de arroz) e de ventilação (oscilante e fixo), para os períodos da manhã e da tarde. 27.52 284