O PRECONCEITO LINGUÍSTICO NA VISÃO DO INDÍGENA DOURADENSE



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O PRECONCEITO LINGUÍSTICO NA VISÃO DO INDÍGENA DOURADENSE Elisângela Benites Manfré MOREIRA 1 ( UFGD) Profa. MSc. Marilze TAVARES 2 (UFGD) RESUMO: Considerando a situação dos povos indígenas da região de Dourados, sendo esta permeada de diversas formas de preconceito e intolerância. O objetivo deste trabalho é apresentar o resultado de dados obtidos através de entrevistas com indígenas douradenses, esclarecer de como esses indígenas avaliam a problemática relacionadas a sua própria língua. Porque pelo que consta parece haver atitudes preconceituosas a respeito das línguas indígenas de modo geral. Esse preconceito não está relacionado exatamente à língua, mas aos seus falantes, que, como sabemos, encontram-se marginalizados e, em sua maioria, em situação de miséria. Apenas por meio de observação é possível verificar que terá prestígio a língua ou variante de língua que estiver associada a um grupo que goza de status social privilegiado. E se tal preconceito interfere na identidade desses indígenas. Se nossas impressões apontam para um desprestígio das línguas indígenas, procuramos, com esta pesquisa, verificar como os próprios indígenas avaliam as línguas ou variantes de línguas faladas por eles. PALAVRAS-CHAVE: indígenas douradenses; língua indígena; preconceito-linguístico. Introdução: Este trabalho tem como principal objetivo apresentar considerações sobre a visão do indígena a respeito do preconceito linguístico. O fato de as principais aldeias indígenas estarem localizadas nos limiares do perímetro urbano faz com que a população indígena e não indígena esteja em constante contato, em consequência que línguas diferentes também estejam em contato. Nesse contato está a língua oficial, a portuguesa, e pelo menos duas outras línguas indígenas, o guarani e o Terena. Naturalmente, a oficial é a considerada forte e de prestígio e as nativas são as fracas e desprestigiadas. O que pensam realmente os indígenas sobre a língua portuguesa que, em alguns casos, mesmo não sendo sua língua materna precisam dominar para acessar serviços fora das aldeias? Quais suas crenças, impressões sobre a língua indígena e o que pretende para o futuro delas? Percebe-se preconceito em relação às línguas nativas e por consequência aos seus falantes? Essas são exemplos de questões a que este trabalho pretende, se não responder, ao pelo menos procurar respostas; isso por meio de uma pesquisa em que se dá a palavra aos principais envolvidos, os indígenas. 1 - Os povos indígenas brasileiros e suas línguas Aryon Rodrigues (2002) traz a informação que os índios do Brasil não são um povo, são muitos, diferentes de nós e diferentes entre si. Cada qual tem usos e costumes próprios, que se diferenciam dos demais e entre si, além de falarem diferentes línguas. As línguas dos povos indígenas do Brasil são adequadas ao ambiente físico e social ao qual vive cada um desses povos, e que embora seja diferente cada uma dessas línguas por cada povo falado, elas possuem a mesma capacidade de interação e comunicação realizada pela linguagem como em que qualquer outra das seis mil línguas existentes no mundo, e que é realizada pela espécie humana, o que justifica que toda a língua esta 1 Elisângela Benites Manfré, graduanda em letras UFGD. Universidade Federal da Grande Dourados. manfreelisangela@hotmail.com 2 Profa. MSc. Marilze Tavares. UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados. marilze.tavares@terra.com

sujeita a grande número de fatores de instabilidade e variação, que determinam nelas forte tendência a constante alteração, isso devido à necessidade do mútuo ajuste entre os indivíduos de uma mesma comunidade social, ajuste que cumpre a finalidade básica da língua, a comunicação (p.17-18). O autor afirma que há 21 línguas vivas só considerando as da família Tupi-Guarani, do tronco Tupi, identificadas em território brasileiro, faladas por mais de 33.000 pessoas. Contam com maior número de falantes o kaiowá de Mato Grosso do Sul e o Tenetehára no Maranhão e Pará com cerca de 7.000 cada um. O Kaiowá e o Tenetehára são as línguas Tupi-Guarani, mais populosas do Brasil. Conforme informações do site do Instituto Socioambiental (ISA) 3, a grande maioria dos brasileiros, atualmente, ignoram a imensa diversidade de povos indígenas que vivem no país. Calcula-se que, na época da chegada dos europeus, fossem mais de 1.000 povos, somando entre 2 e 4 milhões de pessoas. Atualmente encontramos no território brasileiro 234 povos, falantes de mais de 180 línguas diferentes. A maior parte dessa população distribui-se por milhares de aldeias, situadas no interior de 673 Terras Indígenas, de norte a sul do território nacional. Conforme dados do mesmo site, a população indígena no Brasil atual estaria estimada em 600 mil indivíduos, sendo que deste total cerca de 450 mil vivem em Terras Indígenas (e, em menor número, em áreas urbanas próximas a elas), enquanto outros 150 mil encontram-se residindo em diversas capitais do país. É importante ressaltar que o censo populacional realizado em 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicou que a parcela da população brasileira que se auto-declarou genericamente como "indígena" alcançou a marca de 734 mil pessoas. No que se refere às línguas faladas por essa população, Rodrigues (1999), em seu texto A originalidade Das Línguas Indígenas Brasileiras 4, discute a situação de que a maioria dos brasileiros tem a nítida impressão de viver em um país monolíngue, sendo que o Brasil é um país de muitas línguas, ou seja, multilíngue. Nele são aprendidos como língua materna cerca de 200 línguas, mas o português é a língua majoritária do nosso país, isso devido à grande influência dos colonizadores. Essa impressão ocorre também porque as pessoas que se enquadram como falantes dessas línguas minoritárias correspondem a apenas 0,5% da população, na qual a língua indígena também está inclusa. Rodrigues aponta um total de cerca de 750.000 indíviduos (número aproximado ao que informa o Instituto Socioambiental), ou de 900 falantes por línguas. Segundo o autor: Embora exista hoje no Brasil cerca de 220 povos indígenas, o número de língua índigenas ainda faladas, é pouco menor, cerca de 180, pois mais de vinte desses povos agora falam só o Português, alguns passaram a falar a língua de um povo indígena vizinho e dois, no Amapá, falam o crioulo francês da Guiana (RODRIGUES, 1999). De acordo com Lucy Seki, em seu artigo Línguas Indígenas do Brasil no Limiar do século XXI, o número de línguas indígenas ainda existentes no Brasil representa uma grande diversidade linguística. Mesmo que com base em materiais muito deficitários, a autora esclarece ser possível estabelecer uma classificação. Sobre o tronco Tupi, ao qual pertencem as línguas faladas por indígenas de Dourados, explica: 3 - www.socioambiental.org, consultado em novembro de 2010. 4 - Texto elaborado pelo autor para a Conferência de Inauguração do Laboratório de Línguas Indígenas (LALI) do Instituto de Letras da Universidade de Brasília (UNB), em 08 de julho de 1999.

O tronco tupi, estabelecido bem claramente, é um dos grandes agrupamentos, ao lado do tronco macro-jê e das famílias aruák, karíb e páno. É constituído por sete famílias genéticas: tupi-guarani (com 33 línguas e dialetos no Brasil), monde (com sete línguas), tuparí (com três línguas), juruna, mundurukú e ramarána (cada uma com duas línguas), incluindo ainda três línguas isoladas no nível de família: awetí, sateré-mawé e puruborá. A família tupi-guarani caracteriza-se por grande dispersão geográfica: suas línguas são faladas em diferentes regiões do Brasil e também em outros países da América do Sul (Bolívia, Peru, Venezuela, Guiana Francesa, Colômbia, Paraguai e Argentina). As demais famílias do tronco tupi estão todas localizadas em território brasileiro, ao sul do Rio Amazonas. Sabe-se que Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população de indígenas do país, perdendo apenas para o Amazonas. Segundo Censo realizado pela Fundação Nacional de Saúde de MS, divulgado em 30/01/2010, a população é de 67.574 indivíduos, distribuídos em 75 aldeias espalhados por 29 municípios do Estado. A segunda maior cidade sul-mato-grossense concentra a maior parte dos indígenas do Estado. Segundo Isaías Duarte, responsável pelo Pólo Base de Dourados da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), são 13.313 indígenas vivendo no município. Para este cálculo foram computados habitantes das aldeias, Bororó, Jaguapiru e Panambizinho, além da Panambi, localizada em Douradina, mas que pertence ao Pólo local 5. A tabela a seguir, elaborada a partir de dados da FUNASA (2007), demonstra a quantidade de indivíduos que residem em cada aldeia da região de Dourados: Tabela 01 População das aldeias indígenas da região de Dourados - MS ETNIAS guarani kaiowa Xavante não kadiweu terena TOTAL ALDEIAS indígena Bororó 647 5.588 1 8 0 137 6381 Jaguapirú 2.044 2249 0 51 3 2292 6639 Panambi 21 905 0 0 0 4 930 Panambizinho 6 367 0 0 0 1 374 Porto Cambira 15 86 0 0 0 4 105 Sucuri 19 134 0 0 0 32 185 2 - Preconceito, crenças e atitudes linguísticas Conforme Silva e Moura (2000, p. 11-12), organizadores da obra O Direito à Fala, as línguas se organizam numa hierarquia, quanto mais alto se situa nessa hierarquia, mais valorizada ela é. Assim, sabe-se que o que aconteceu com as línguas indígenas que eram dominantes em nosso país, é que foram consideradas de nível inferior, e que assim passaram a ser combatidas pelos colonizadores (durante o estado novo), que impuseram a língua portuguesa como língua materna. 5 - Informações retiradas do site gdnews10,2607, acessado em 22 de maio de 2011

Por serem poucos os indivíduos que fazem uso das línguas maternas minoritária, eles são influenciados para não dizer obrigados a aprender o português pelo constante convívio com esse falantes, para não se sentirem inferiores ou excluídos do resto da sociedade em que vivem, o que justifica que a maior parte dos indígenas são bilíngues. Na mesma obra, cujo tema principal é o preconceito linguístico, Kanivinil Rajagopalan afirma: A luta contra os preconceitos terá que ser uma luta insistente e incansável. Serão necessárias inúmeras tentativas, ainda assim, não haverá nenhuma garantia de que o mundo estará livre de todos os preconceitos e a linguagem politicamente limpa de uma vez por todas. Entretanto uma das maneiras mais eficazes de combater os preconceitos sociais é, de um lado, monitorar a linguagem por meio da qual tais preconceitos são produzidos e mantidos e, por outro, obrigar o usuário, em nome da linguagem politicamente correta, a exercer controle sobre sua própria fala, constantemente se conscientizar da existência da tais preconceitos. Intervir na linguagem é intervir no mundo (RAJAGOPALAN, In O Direito a Fala.p 101-102). Marcos Bagno (2008) também discute a questão do preconceito linguístico, que é muito difundido em nossa sociedade. O autor lembra que só existe língua se houver seres humanos que a falem por isso não podemos correr o mesmo erro milenar dos gramáticos tradicionalistas de estudar a língua como uma coisa morta, sem levar em consideração as pessoas vivas que a falam: O preconceito linguístico é poderoso porque é invisível, no sentido de que, quase ninguém se apercebe dele, quase ninguém fala dele, com a exceção dos raros cientistas sociais que se dedicam a estudá-lo. No entanto pouco se sabe sobre o preconceito linguístico e pouco se sabe da sua gravidade como um sério problema social. E quando não se conhece um problema, nada se faz para resolvê-lo (BAGNO, p.23-24). As graves diferenças de status socioeconômico dos indivíduos explicam a existência de avaliações diferentes a respeito das línguas. Nesse sentido é que Bagno evidencia que o preconceito linguístico é decorrência de um preconceito social. Como há preconceito contra a fala de determinadas classes sociais, também existe o preconceito contra a fala característica de certas regiões, de certos grupos de falantes da mesma língua ou de línguas diferentes. Em suma, Bagno afirma que para se acabar com o preconceito seja ele racial social ou qualquer outro, é necessário que haja uma democratização da sociedade, que dê oportunidades iguais a todos, reconhecendo e respeitando suas diferenças (p.164). A questão do preconceito lingüístico remete a outro tema: as crenças e atitudes linguísticas dos falantes. Isso porque de acordo com o que se ouve com o que observa os indivíduos vão construindo um conjunto de crenças às quais estão ligadas as suas atitudes. A esse respeito, Humberto López Morales (2000) afirma: La actitud linguística es uma manisfestación de la actitud social de los indivíduos, distinguida por centrarse y referirse específicamente tanto a la lengua como al uso que de ella se hace em sociedad, y al hablar de < lengua> incluímos cualquer tipo de variedad linguistica: actiudes hacia estilos diferentes, socialetos diferentes, dialectos diferentes o lenguas naturales diferentes (p.179-180). Para Morales a língua faz parte da identidade dos indivíduos e de determinado grupo étnico. Essa identidade permite diferenciar um grupo de outro, uma etnia de outra, um povo de outro. A língua possui atitudes que podem definir a identidade de determinados grupos, e essas atitudes linguísticas são reflexos de atitudes psicossociais, as línguas possuem conotações sociais, sendo natural ser mais apreciada as que possuem características sociais mais elevada.(p.180) Explica López que a consciência linguística é um fenômeno que está estritamente ligado a

variedade linguística, nas comunidades bilíngues ou em território onde se fala mais de um dialeto, e pelo extrato social.(p. 182). O autor acredita que as crenças dão lugar a atitudes diferentes e que estas estão ligadas ao comportamento, sendo esse o responsável por tais mudanças de atitudes, crenças e atitudes pressupõem apenas o componente conativo, ou seja, uma conduta, um comportamento, que pode gerar atitudes diferentes, podendo ser positivas ou negativas, dependendo da situação em que o falante está inserido. 2-Metodologia Ana Blanco Canales, ao discutir questões metodológicas relacionadas à coleta de dados, lembra que um dos problemas da investigação sobre atitudes linguísticas é a impossibilidade de observá-las diretamente. Duas técnicas podem ser utilizadas: medidas diretas e medidas indiretas. No primeiro caso, o informante não sabe a finalidade dos testes a que está sendo submetido e um dos procedimentos mais usuais é solicitar que ouça gravações e depois avalie socialmente o falante. Já no segundo caso o pesquisador utiliza entrevistas ou aplica questionários com intuito de coletar opiniões sobre os aspectos que julga relevante para a pesquisa. Para este trabalho, a técnica utilizada foi a de medidas diretas, mais especificamente com a realização de entrevistas. Convém esclarecer, porém, que inicialmente, pretendia-se gravar entrevistas com indígenas para se conhecer qual a impressão dos mesmos em relação à sua própria língua. No entanto, verificou-se que a presença do gravador deixava os colaboradores da pesquisa bem menos à vontade, e considerando que as respostas geralmente eram muito curtas, para esse primeiro momento das entrevistas, optou-se por registrá-las apenas por escrito. No segundo momento, como os informantes eram mais escolarizados foi utilizado o gravador, visto que as respostas eram mais complexas e necessitava de uma melhor análise, mas percebe-se que alguns informantes também não se sentiram tão a vontade com a presença do aparelho. Para coletar as impressões dos indígenas, que é nosso objetivo principal nesse trabalho, utilizamos um questionário que serviu de roteiro. Ressaltamos, no entanto, que, para tentarmos deixar os entrevistados mais confortáveis em nossa presença, as entrevistas transcorreram em tom de uma conversa informal e por isso nem sempre seguimos a ordem das questões e algumas nem foram feitas quando percebíamos que não seria adequado para o momento. Segue as questões que nortearam as entrevistas/conversas: 1 -Que língua você fala? 2 - O que acha de sua língua materna? 3 - Você utiliza a mesma língua tanto em casa como em outros lugares? 4 - Seus filhos falam qual (s) Língua(s)? Gostaria que eles falassem a língua indígena e/ou Português? 5 - Existe alguma diferença nas culturas das diferentes etnias aqui em Dourados? 6 - Você fala o português. Você concorda que as pessoas da região também têm que se interessar em aprender a língua indígena? Por quê? 7 - O que pra você seria mais importante: a) Preservar as línguas indígenas. b) Aprender o Português? c) Preservar as línguas indígenas e aprender o Português. 8 - Quando você se comunica na sua língua materna, você percebe algum tipo de preconceito em relação à língua indígena? As entrevistas foram realizadas pela autora deste trabalho, na Reserva Indígena de Dourados e na unidade II da UFGD. Foram entrevistados indígenas das três etnias: kaiowá, guarani e terena. O

quadro a seguir mostra o perfil dos entrevistados quanto à idade, ao sexo e à etnia. Na coluna informante, registraram-se apenas as iniciais dos nomes. Quadro 01 - Perfil de informantes Informante Idade Sexo Etnia CG B 72 masculino kaiowá FP 60 masculino kaiowá LO 39 feminino kaiowá LS 55 feminino Guarani MS 34 feminino Guarani NGR 58 masculino Terena CL 28 feminino Terena LCM 34 feminino Terena NM 51 masculino Terena Não foi incluso na tabela a escolaridade dos informantes, pois os mesmos possuíam pouca ou nenhuma escolaridade. 3. Apresentação e Análise dos Dados Coletados 3.1 Relato das Primeiras Conversas Durante a visita à Reserva Indígena, tivemos o prazer de encontrar o cacique kaiowá, que nos recebeu em sua casa e nos atendeu gentilmente. Ele fez questão de nos apresentar sua mãe, uma senhora de, segundo ele, 104 anos, também conhecedora das línguas indígenas, mas como fala pouco o português, o diálogo com a mesma foi bastante complicado, quanto à mútua inteligibilidade. Por isso, não a consideramos informante de nossa pesquisa. O cacique, senhor CGB, afirma que fala as três línguas indígenas da região o guarani, o terena e o kaiowá além do castelhano e do português. É muito articulado no que se refere à comunicação e demonstrou muito interesse em falar sobre a cultura indígena. Afirma que ensinou o guarani a seus filhos porque acredita ser muito importante saber a língua indígena. Acredita que os moradores da cidade também teriam que conhecer e até aprender a falar a língua indígena, pois os índios teriam mais facilidade quando precisassem de algum tipo de assistência, como a médica ou social. Quando perguntado se ele percebe diferenças entre as etnias que ali residem, afirma que há e diz que essas diferenças podem ser verificadas nas línguas, em alguns costumes, nas danças e nos cantos. O cacique, inclusive, exemplifica entoando dois cantos diferentes, explicando que um pertence à cultura guarani e outro à cultura kaiowá. CGB não vê preconceito quando se utiliza a língua indígena fora da reserva, e ainda acrescenta: Eu até gosto de falar a língua indígena lá na cidade Na entrevista realizada com o Sr. FP, 60 anos da etnia Kaiowá, nos esclarece fazer uso das línguas kaiowá, guarani, e o português, inclusive em sua casa todas as crianças falam também a língua indígena além do português por achar ser muito importante aprender o Português, mas se tem que preservar a língua indígena. Ele não percebe nenhum preconceito das pessoas de fora da reserva quando se faz uso da mesma. A senhora LO, 39 anos da etnia Kaiowá, e suas crianças falam a língua Guarani, e afirma que as etnias que ali residem são diferente e cita a músicas como exemplo. Ela não vê preconceito quando usa a língua indígena perto das pessoas do centro da cidade, mas gostaria que tivessem interesse em aprender a língua dos índios, porque os índios sempre estão precisando ir ao médico, ao banco e

assim eles entenderiam melhor o que sentimos o do que precisamos, e acrescenta: porque aprendemos a falar o português e eles poderiam falar o guarani. A senhora LS, 55 anos, fala o guarani e o português. Quando está em casa utiliza as duas línguas porque acha que as crianças têm que saber as duas línguas para se comunicar melhor, e a língua materna não ser esquecida. Acredita que uma diferença entre as etnias que moram ali na região é a língua.não se envergonha de falar o Guarani, e não percebe de nenhum preconceito quando está falando, até porque sempre que encontra com algum indígena que também conhece a língua, conversam em sua língua materna. A senhora MS, 34 anos, fala alem do português o guarani. Sente muito orgulho em ser indígena e falar sua língua materna, inclusive conversa com seus filhos na língua indígena por achar muito importante que eles preservem a língua materna, assim como por necessidade eles também precisam aprender o português, para se comunicarem melhor com os que não falam a língua indígena, pois além dos não indígenas há muitos índios que ali residem que já não falam a língua indígena, apenas o português. Fato esse que ela lamenta, pois acredita que todo indígena deveria preservar suas origens. Não percebe preconceito algum quando faz uso da língua indígena próximo de pessoas que não a falam, muito pelo contrário algumas dessas pessoas pedem a tradução de algumas palavras da língua a ela. O senhor NG, 58 anos, Terena, fala apenas a língua portuguesa, mas entende quando um indígena conversa em guarani, gostaria de ter aprendido para falar, mas seus pais não o ensinou sendo assim não teve como passar para seus filhos e seus netos a língua materna. Ele acha que todo o índio deveria falar sua língua de origem porque assim prova que são mesmo indígena. A senhora CL, 28 anos, Terena, casada com índio kaiowá, quatro filhos, fala apenas o português, seu esposo fala a língua indígena, e gostaria que seus filhos aprendessem, para que quando outros indígenas falassem com eles na língua indígena, pudessem compreender. Assim como os índios falam o português para melhor entender os que não falam a língua indígena. A senhora LCM, 34 anos, fala apenas o português porque seus pais não a ensinaram, mas sempre teve vontade de falar, seus filhos também não falam, mas gostaria que eles aprendessem. Acha ser muito importante para se comunicar melhor com os outros índios que residem na reserva, assim como aprendemos a falar o português para se comunicar melhor. NM, 51 anos, Terena, fala apenas o português, mas compreende quando outros indígenas estão conversando em língua indígena. Não pode ensinar para seus ilhós a língua indígena mas gostaria que eles tivessem interesse e aprendesse, que assim eles poderiam conversar em língua indígena com outros falantes da língua que ali residem. Assim como também gostaria que profissionais de assistência ao público aprendessem a língua indígena. Porque os indígenas sempre estão necessitando de todo o tipo de assistência, e alguns indígenas não falam o português fluentemente. 3.2- Outros relatos No mês de junho de 2011, foi realizada de forma esporádica entrevistas com alguns indígenas acadêmicos da UEMS/UFGD. As perguntas aplicadas foram as mesmas apresentadas anteriormente. Quadro 2- Outros informantes Informante Idade Sexo Etnia Escolaridade

JA J 21 Masculino Kaiowá Acadêmico/UEMS D S M 22 Masculino Kaiowá Acadêmico/UFGD JAJ, 21 anos, etnia kaiowá, cursa o primeiro ano de Física na UEMS. Fala a língua kaiowá fluentemente, um pouco de guarani, mas compreende quando alguém fala o guarani. Gosta, sente muito orgulho da língua indígena e afirma: é minha língua. Quando se encontra com alguém que utiliza a língua indígena, só se comunica nessa língua. JA J relata que até os seus quinze anos só falou a língua indígena. Inclusive na escola onde estudou as séries iniciais só falava a língua indígena, a introdução da língua portuguesa só se deu pela necessidade de interação com demais falantes do português, quando foi estudar em outra escola, não indígena. Em sua casa conversa quase sempre em língua indígena e ainda completa que a língua indígena de hoje não é a mesma de seus antepassados, houve muitas mudanças no uso da língua falada pelos indígenas, isso devido à necessidade de adaptação. As palavras foram se modernizando, segundo ele. Gostaria que os filhos falassem a língua indígena, para que suas origens não se perdessem, mas acha muito importante também saber a língua portuguesa, para facilitar a comunicação. Considera muito importante falar o português assim como a língua indígena para poder preservá-la. Demonstra haver muitas diferenças entre as etnias, cultura, da fala, inclusive dá exemplo da palavra aqui que no guarani de fala ape ( som oral) e no kaiowá se fala apy (apê som nasal). Quando perguntado sobre um curso de licenciatura com habilitação de uma língua indígena, considera importante, pois sempre há pessoas interessadas em aprender a língua indígena, e ainda acrescenta haver um curso de guarani na cidade de Dourados onde há mais de 80 alunos. O acadêmico ainda afirma não ser difícil falar a língua indígena, para ele é mais fácil falar a língua indígena, do que língua portuguesa. Em relação sobre a percepção de algum preconceito em relação a sua língua, afirma não perceber preconceito, apenas percebe que as pessoas que não compreendem a língua indígena tem uma impressão de estarem sendo alvo de alguma chacota, quando alguns indígenas conversam próximo deles, o que não é verdade. E ainda conclui que sente orgulho de ser indígena, e saber falar a língua indígena. O jovem DSM, 22 anos, estuda sistema de informação na UFGD, Dourados, fala as línguas guarani e kaiowá. Gosta de fazer uso das mesmas, pois faz parte de sua história e gosta principalmente de falar com amigos moradores da reserva indígena de Dourados. Quando perguntado se ao falar a língua em locais fora da reserva indígena percebe algum tipo de preconceito a sua linguagem, afirma não perceber preconceito e sim curiosidade das demais pessoas. Também gostaria que seus filhos aprendessem a falar a língua indígena, ao menos o básico, pois considera muito relevante preservar as línguas indígenas. Não deixa, no entanto, de afirmar a necessidade de se aprender também o português. Assim, considera as duas línguas importantes por possuírem valores diferentes. Considerações Finais Grande parte dos indígenas douradenses conhece e gosta de se comunicar em sua língua materna, não se envergonham de fazer o uso das mesmas quando em contato com pessoas não indígenas,

preconceito lingüístico na visão indígena parece não existir, não da mesma forma como os não indígenas vêem esse preconceito, para eles o que há é grande curiosidade do não indígena em saber o que estão falando Para eles a situação de estarem à margem social sua linguagem não acarreta algum preconceito lingüístico. Grande parte dos pais ensina a seus descendentes a sua língua de origem, e afirmam que isso é necessário para que sua língua não seja esquecida. Assim, temos consciência de que com este trabalho estamos apenas dando os primeiros passos no que se refere ao conhecimento das crenças e práticas dos índios douradense em relação à situação linguística de sua comunidade. A amostra dos entrevistados é pequena e as conclusões podem ser consideradas preliminares. Apesar de isso as leituras realizadas nos proporcionam maior conhecimento em relação a um tema que é muito relevante para os profissionais da área de Letras, mas nem sempre tem espaço suficiente nos currículos dos cursos de graduação. A visita às aldeias Jaguapiru e Bororó nos possibilitou o contato com uma comunidade de nossa cidade que poucos conhecem e parece estar esquecida numa pobreza lamentável que atinge a maioria. Apenas a título de exemplo, citamos um fato que nos impressionou muito: grupos de indígenas se alcoolizando logo nas primeiras horas da manhã, e uma criança pequena chorando de dor dente, sem que os pais soubessem como resolver o problema. Assim o trabalho, além de nos despertar para a complexa situação linguística, muitas vezes desconhecida pela maioria dos douradenses, também nos alerta para uma tão importante questão social. Se esse trabalho, ao menos estimular o desenvolvimento de outros que completem essa temática, já terá valido a pena. Referências BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: O que é, como se faz. 50 ed. Editora: Loyola. 2008. BORTONI RICARDO, Stella Maris. Educação em Língua Materna. São Paulo: Ed. Parábola Editorial, 2004. CALVET, Louis-Jean. Sociolinguística: Uma introdução critica. Trad.: Marcos Marcionilo. São Paulo. Ed. Parábola, 2002. MATTOS e SILVA, Rosa Virgínia. O Português São Dois: variação, mudança, norma e a questão do ensino do português no Brasil. Novas fronteiras, velhos problemas. São Paulo. Parábola, 2004. MATTOSO, Câmara,Junior Joaquim. Introdução às Línguas Indígenas Brasileiras. 3ª Ed. Rio de Janeiro, Ao livro Técnico: Brasília INL, 1977.( Linguística e Filologia). MORALES, Humberto Lópes. Princípios de sociolinguística y sociologia del lenguaje. 2000. ( cap.10: Actitudes Linguísticas pp.179-192) MUSSALIM, Fernanda; BENTES,A. Cristina (org). Introdução à Linguistica. 6ª Ed.São Paulo. Ed. Cortez.2006 RODRIGUES, Aryon Dall igna, A originalidade Das Línguas Indígenas Brasileiras. Laboratório de Línguas Indígenas, IL, UNB, disponível no site socioambiental., Línguas brasileiras: para o conhecimento das línguas indígenas. São Paulo:Edições Loyola, 2002

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