Clinicai results oflasik for modera te and high myopia and astigma tism correction in an university hospital

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Transcrição:

Ceratectomia fotorrefrativa associada à ceratotomia lamelar pediculada (LASIK) para correção de miopia e astigmatismo moderados e altos em um serviço universitário Clinicai results oflasik for modera te and high myopia and astigma tism correction in an university hospital Edson S. Mori César K. Suzuki Norma Allemann Paulo Schor Mauro Campos Wallace Chamon RESUMO Objetivo: Avaliar os resultados clínicos e complicações da ceratectomia fotorrefrativa, associada à ceratotomia lamelar pediculada (LASIK), para graus m oderados e altos de miopia e astigmatism.o miópico composto em serviço universitário. Pacientes e Métodos: Análise prospectiva de 70 olhos de 54 pacien tes submetidos a LASIK, d urante o período de abril de 1996 a abril de 1 997. Após ceratotomia lamelar pediculada corneana com um microcerátomo motorizado (Chiron C o rneal Shaper ), foi realizada a foto-ablação com excimer laser de fluoreto de argônio de 1 93 nm da Summit modelo Apex Plus. Em 3 olhos, a foto-ablação não foi realizada, devido complicações durante a ceratotomia lamelar. Dos 67 olhos submetidos à foto-ablação, 60 apresentaram um seguimento mínimo de 1 mês e foram avaliados clinicamente. Em 36 olhos (60,0%) o tratamento foi programado para correção do equivalente esférico (Grupo I) e em 24 olhos (40,0 %), o tratamento obj etivou a correção do astigmatismo miópico composto (Grupo 11). Resultados: O tempo médio de seguimento pós-operatório foi de 4,5 meses. O equivalente esférico p ré-operatório foi de - 1 0,33 D (± 3,29). As médias das variações dos equivalentes esférico s em relação ao tratamento desej ado nos meses 1, 3 e 6 foram, respectivamente, +0,06 0 (± 1,74), -0,38 D (± 1,78) e -0,58 D (± 1,75). Ocorreram 1 2 c o m p li c a ç õ e s i n t r a - o p e r a t ó r i a s, s e n d o 1 1 r e l a ci o n a d a s a o microcerátomo. Não houve mudança da acuidade visual melhor corrigida, dentro de 1 linha d a tabela d e Snellen, em 43 olhos (71,7%), dentre os 60 analisados clinicamente. Houve perda de 2 ou mais linhas em 1 0 olhos (16,7%), e ganho de 2 ou mais linhas em 7 casos (11,7%). Foram observados 2 1 casos (3 5,0%) de hipocorreção acima d e -1,00 D, sendo 20 olhos pertencentes ao Grupo I. Con clusão: O LASIK apresentou-se como uma boa opção de tratamento para miopias moderadas e altas, porém apresentou uma alta incidência de complicações durante o seu aprendizado. Palavras-chave: M i o p i a ; Laser; C e rato m i l e u s i s. Serviço de C i rurgia Refrativa. INTRODUÇÃO Departamento de Oftalmologia. Escola Paulista de Medicina (EPM). Uni versidade Federal de São Paulo (UNIF ES P ). E ndereço para correspondência: Eds o n S h izuo Mori. R. Botucatu, 822. V. C l ementino. S ão Paulo ( S P ) CEP 04062-023. http://dx.doi.org/10.5935/0004-2749.19980031 A evolução das técnicas cirúrgicas para correção da miopia ganha atenção a cada dia, especialmente para casos moderados e severos. As complicações do PRK, como a formação de opacidade corneana (haze) e regressão, além da baixa previsibilidade, são diretamente proporcionais à A R Q. B R A S. OFT A L. 6 1 (5 ), O U T U B R 0/ 1 998-585

Ceratectomia fotorrefrativa associada à ceratotomia /ame/ar pedicu/ada (LASIK) para correção de miopia ametropia tratada 1 O tratamento por ceratectomia fotorrefra tiva associado à ceratotomia lamelar pediculada (LASIK) apresenta-se como uma modalidade de tratamento que se popularizou devido aos resultados pouco satisfatórios obser vados na ceratectomia fotorrefrativa de superficie (PRK) em altas ametropias 2 O L AS I K apre senta b ons resultados em relação à previsibilidade, estabilidade e tempo de reabilitação visual quando comparado ao PRK, p ara correção da miopia modera da e alta 2 No entanto, esta técnica p arece apresentar uma curva de aprendizado longa, com riscos de complicações e iatrogenias severas. O obj etivo do presente trabalho é relatar a experiência do ensino desta técnica, no S erviço de Cirurgia Refrativa do Departamento de Oftalmologia da EPM-UNIFESP. PACIENTES E MÉTODOS Pacien tes Foram incluídos pacientes com equivalente esférico acima de -6,00 D, ou astigmatismo maior que -3,00 DC, que vieram ao S erviço de Cirurgia Refrativa do Departamento de Oftal mologia da EPM-UNIFE S P, por demanda espontânea. Os critérios de exclusão foram : alterações comeanas detectadas no exame biomicroscópico ou na videoceratografia computa dorizada (por exemplo ectasias comeanas), colagenoses e alterações maculares com acuidade visual melhor corrigida pior que 20/400. Pacientes com degenerações retinianas peri féri cas foram encaminhadas p ara avaliação e tratamento quando necessário. Após serem orientados verbalmente, to dos os pacientes assinaram termo de consentimento, contendo explicações sobre o procedimento cirúrgico, seus riscos e alter nativas. Os olhos em que o tratamento foi programado para correção do equivalente esférico foram colocados no Grupo I e os olhos em que o tratamento obj etivou a correção do astigmatismo miópico composto foram colocados no Grupo li. Todos os procedimentos realizados foram aprovados previa mente pela comissão de ética médica da UNIFESP-EPM. A valiação Oftalmológica No pré-operatório, todos os pacientes realizaram exame oftalmológico completo, incluindo acuidade visual com e sem correção, refratometria estática, biomicroscopia, tonometria de aplanaç ão, oftalmoscopia binocular indireta, videocerato grafia computadorizada (Eye Sys Technologies, EUA), e paquimetria ultra-sônica (Humphrey Modelo 8 5 0, Humphrey lnstruments lnc., EUA). No 1 e 1 5 dias de pós-operatório realizou-se exame biomicroscópico. No 3 0, 90 e 1 80 dias realizou-se o exame oftalmológico completo. Trein amento dos Cirurgiões Foi ministrado treinamento teórico-prático aos cirurgiões em início de aprendizado, os quais já possuíam experiência 586 ARQ. B RA S. OFT A L. 6 1 ( 5 ), O U T U B R0/ 1 9 9 8 com o PRK. Foi exigido conhecimento no manuseio do microcerátomo além de treinamento experimental. Após este período, os cirurgiões assistiam e auxiliavam os procedimen tos realizados pelos orientadores, até finalmente realizarem o procedimento, sempre supervisionados. Descrição Cirúrgica As cirurgias foram realizadas entre abril de 1 996 a abril de 1 99 7. O cirurgião realizou a anti-sepsia das mãos com solução degermante de poli vinil pirrolidona 1 0% antes da montagem e inspeção minuciosa do microcerátomo (Automated Comeal Shaper, Chiron Ophthalmics, EUA), o qual era limpo e esterilizado, em autoclave, antes de cada procedimento. Aproximadamente trinta minutos antes do procedimen to, foi instilada uma gota de colírio de pilocarpina 2%, seguida de col í ri o de cloridrato de proximetacaína 0, 5 % (Anestalcon, A l c o n, S ão P aulo), e anti-sepsia c o m solução aquosa de polivinil pirrol idona 1 0%, com colocação de campo fenestrado estéri l. A programação do laser e a esco lha da espes sura da! amei a c orneana ( 1 3 0 ou 1 60 J.Lm) foi feita de acordo com os valores da paquimetri a central prévia, obj etivando preserv ar p e l o meno s 2 5 0 J.lm de c órn e a i nt act a, a s s umin d o - s e que a taxa de ab lação estromal fo sse de 0,25 J.l m por pulso. P ara o tratamento foto-ablativo foi uti lizado um excimer laser de fluoreto de argônio com comprimento de onda de 1 9 3 nm, e fluência de 1 80 mj, Summit Apex Plus ( S ummit Technology, Inc, EUA). Após a marcação de referência para a ceratotomia lamelar, foi realizada a imob i l ização ocular por sucção (maior que 60 mmhg) e p o sterior ceratotomia lamelar au tomática. O leito estromal foi expo sto e foto-ablado con forme programado previamente. Uma vez completada a foto-ablação, a lamela foi reposic ionada, e o leito estromal lavado com solução fisiológica 0, 9 %. A secagem das bordas do disco, por capilari dade, com a esponj a de celulose (Weck-Cell, EUA), foi realizada durante aproximadamente 2 minutos. À retirada do blefarostato seguiu-se a instilação de uma gota de colírio de ciprofloxacina 0, 3 %, associado a dexametasona O, 1 % (Biamotil-D, Allergan-Frumtost, S ão Paulo). O paciente foi examinado, biomicroscopicamente, 2 0 minuto s ap ó s o p r o c e d i m ento, p ara a va liaç ão do reposicionamento da!ameia, e liberado, com orientação para utilizar o mesmo colírio quatro vezes ao dia, por quinze dias. A n álise dos Dados A diferença entre o equivalente esférico obtido e esperado (Delta Refracional) foi calculado a partir da seguinte fórmula: Delta = Rpós - (Rpré - Tx), onde Rpós significa refratometria obtida, Rpré a refratometria pré-operatória e Tx o tratamento efetuado. Desta maneira, um valor de Delta próximo ao zero, significa que o resultado obtido é próximo ao resultado dese j ado (boa previsib ili dade ), um valor positivo significa hipercorreção do tratamento efetuado.

Ceratectomia fo torrefrativa associada à ceratotomia /ame/ar pedicu/ada (LASIK) para correção de miopia RESULTADOS Foram operados 70 olhos de 54 pacientes, sendo 23 do sexo masculino (42,6%). A média de idade foi de 3 0,4 anos, variando de 21 a 45 anos. O tempo médio de seguimento pós operatório foi de 4,5 meses. Excluindo-se 3 olhos onde o tratamento foi abortado após o seu início, 60 olhos que apre sentaram um seguimento mínimo de 1 mês, foram incluídos na análise dos resultados clínicos. Todos os 70 olhos foram incluídos na análise das complicações. O tratamento realizado e o D e lta Refracional de 1, 3 e 6 meses encontram-se na Tabela 1. D entre os 60 olhos avalia dos clinicamente, 36 (60,0%) realizaram tratamento do equi valente esférico (Grupo I), e 24 ( 40,0%) realizaram trata mento do astigmatismo miópico composto, com máscara consumptível seqüencial (Grupo li). A média do equivalente esférico pré-operatório foi de - 1 0, 3 3 (± 3,2 9 ) e a média do tratamento realizado (com distânc ia vértex em 12 mm) foi de -9,77 D (± 2, 8 7 ). Considerando-se os dois grupos em con j unto, nos meses 1, 3 e 6, o Delta Refracional foi respectiva mente +0,06 D (± 1, 74), -0,3 8 D (± 1,7 8 ) e -0, 5 8 D (± 1,7 5 ) (Tabela! ). A Tabela 2 apresenta a distribuição d o D elta Refracional em intervalos, na última visita. Em 2 1 olhos ( 3 5,0%) ocorreram hipocorreções maiores do que - 1,00 D (sendo 20 olhos p ertencentes ao Grupo I ). Em 1 2 olhos (20,0%), ocorreram hipercorreções maiores do que + 1,00 D (sendo l i olhos do Grupo 11). Todos os p acientes possuíam acuidade visual sem corre ção (AVsc) pré-operatória pior que 20/200. Após o tratamen to, 3 4 (5 6,7%) olhos apresentaram AVsc melhor ou igual a 20/4 0 ; 22 ( 3 6,7 % ) olhos entre 2 0/60 e 2 0/ 1 00 e 4 (6,6%) olhos 20/200 ou pior (Tabela3 ). N o s 6 0 olhos analisado s, 4 3 (7 1, 7 % ) mantiveram a acuidade visual corrigida por óculos (A V c c) inalteradas (mais ou menos 1 linha da tabela de Snellen). Houve perda de 2 ou mais linhas em 1 0 olhos ( 1 6,7%). F oram observados 7 olhos ( 1 1, 6%) com ganho de 2 ou mais linhas. Nas 70 cirurgias, ocorreram 1 2 complicações intra-opera tórias ( 1 7, 1 % ), das quais três levaram à suspensão da foto ablação (tratamento abortado sem seqüelas, ou diminuição da acuidade visual corrigida por óculos), e não foram considera dos nos resultados clínicos. Todos os olhos complicados que completaram o tratamento (n = 9) estão incluídos nos resulta dos clínicos. Em 5 olhos, o microcerátomo completou a ceratotomia lamelar até o local desej ado, porém houve falha no retorno. Nestes casos, o microcerátomo foi recuado manualmente, não tendo havido comprometimento do procedimento. Em 2 olhos, ocorreram ceratotomias totais (sem pedículo), sendo que no primeiro caso houve falha no encaixe do microcerátomo com o anel de sucção, porém possibilitando a foto-ablação ; j á no segundo caso a!ameia corneana ficou fina e pequena, impossi bilitando o tratamento ou o reposicionamento do pedículo. Em 3 casos, a ceratotomia foi parcial, impossibilitando a foto abl ação em 2 deles, devido à pouca extensão da!ameia. Houve 1 caso em que foram realizadas duas ceratotomias subse quentes, no mesmo tempo intra-operatório : a primeira!ameia foi incompleta, momento este em que o cirurgião optou por retornar o microcerátomo à posição original e reiniciar o proce dimento. Este foi o único caso em que ocorreu perda maior que 1 linha da acuidade visual corrigida por óculos. A lipotímia ocorrida em uma paciente, foi uma complicação não relaciona da diretamente com o procedimento, porém impossibilitou a foto-ablação completa (Tabela 4). Como complicações pós-operatórias, foram observados 2 casos de epitelização na interface, sendo que estas eram peri féricas, sem progressão até 6 meses de pós-operatório. Um dos casos é o da ceratotomia total seguida de foto-ablação. Quando minuciosamente examinados, foram observados, na grande maioria dos olhos operados, dobras e depósitos na Tabela 1. Evolução do equivalente esférico. G e ral G ru p o I G ru p o 1 1-1 0, 33 (3,29)** - 9, 77 (2,87) -1 1, 15 (2,99) -1 0,63 (2,59) - 9, 1 2 (3,42) -8,48 (2,83) 60 24 + 0, 0 6 ( 1,74) + 1,35 (1,20) -0,38 ( 1, 7 8 ) 46,20 (1;39) + 0, 9 6 (1,57) 19 45 28 17-0, 5 8 ( 1,75) - 1,36 (1,68) +0,54 ( 1, 1 6 ) 27 16 11 De lta A efracional = A pó s - ( Apré - Tx), onde Após Avalia a previsibilidade, onde D e l t a = z e ro significa orevisílbil iélad M é dia (Desvio Padrão). Tabela 2. Distri buição do Delta Refracional da visita mais recente em i ntervalos. G ru p o I G rupo 11 G e ral 2 (5,6%) o 2 (3,3%) 1 8 ( 5 0, 0%) 1 (4;2%) 1 9 ( 3 1,7%) 1 5 (41,7%) 2 7 (45,0%) 1 ( 2, 7%) 9 ( 1 5,0%) o 3 3 36 ( 1 00%) ( 1 2,5%) ( 5, 0%) 00%} 60 ( 1 00%) A R Q. B R A S. OFTA L. 6 1 ( 5 ), O U T U B R 0/ 1 99 8-587

Ceratectomia fotorrefrativa associada à ceratotomia /ame/ar pediculada (LA SIK) para correção de miopia Tabela 3. Acuidade visual no p ré-operatório (com correção) e no pós-operatório (com e sem correção) na visita mais recente. ou 20/1 00 20/200 ou pior 20/40 2 0/6 0 a AVsc = acuidade visual sem correção; AVcc = Tabela 4. Complicações l ntra-operatórias. Ceratotomia total (sem ped ícu lo) Ceratotomia d u p la* L i potími a (foto-abl ação parcial) Ceratotomia parcial * * ampla ( 6 m m ) Ce ratoto m i a parci al** mínima (4 mm) Ceratotomia total, i rregular sem recol ocação da interface associado a algodão, fragmentos metálicos, fi la mentos de celulose e outros materiais não identificados. Não foram observadas opacidades na área de ablação (h aze) nos olhos tratados. DISCUSSÃO Vários procedimentos são utilizados para a correção da miopia, tais como ceratotomia radial, extração do cristalino transparente, PRK, LASIK e lentes intra-oculares (de c âma ra anterior ou posterior) em olhos fácicos. O PRK tem resultados sati sfatórios para a correção de miopias até cerca de -6,00 D 1 3 4 Entretanto, p ara miopias mais acentuadas, observa-se maior incidência de regressão, e formação de opac idade estromal e subepitelial (h aze) 1 A fim de contor nar estes problemas, o LASIK é uma das opções para corre ção de miopias moderadas e altas. Ainda não sabemos qual a ametropia ideal para se fazer o LASIK ou PRK, ou sej a, quando a incidência de complicações do PRK se iguala às do LASIK. A técnica da foto-ablação intra-estromal associada à ceratotomia!ame lar pediculada foi descrita por Pallikaris em 1 99 1, com o obj etivo de não estimular a interação entre o epitélio, com sua membrana basal, e o e stroma, levando a uma menor formação de haze e regressão 5. Apesar de serem descritos casos de haze leve após o LASIK 6, não observamos nenhum caso em nossa série de pacientes. A técnica de LASIK apresentou resultados satisfatórios em relação à correção planej ada, para a correção de miopias moderadas e severas (Tabela 1 ). Ao analisarmos separada mente olhos em que foram tratados os equivalentes esféricos (Grupo I), observamos hipocorreção em relação ao Grupo II. 5 8 8 - ARQ. B RA S. OFTA L. 6 1 ( 5 ). O U T U B R0/ 1 9 9 8 Foram observados 27 olhos (45,0%) com Delta Refracional na visita mais recente entre - 1,00 D e +0,99 D. Bas e Onnis encontraram 4 1 (42,27%) dentre 97 olhos no mesmo intervalo 7. A hipocorreção é um achado bastante freqüente no LASIK 2 6. C ondon recentemente descreveu 3 5 casos ( 6 8, 6%) de hipo correção maior do que - 1, 5 0 D, atribuindo o problema ao algoritmo de ablação embutido n o laser, ao invés do pró prio procedimento. Nós obtivemos hipocorreção maior do que - 1,00 D, em 2 1 olhos ( 3 5, 0 % ), sendo 20 casos perten centes ao Grupo I (20 em 36 olhos ou 55,5% deste Grupo) (Tabela 2). Acreditamos que um algorítimo corrigido aumente a previsibilidade dos resultados do LASIK. A hipercorreção (acima de + 1,00 D) ocorreu em 12 olhos (2 1,4%), sendo 1 1 do Grupo 11. Houve uma correlação entre indução de hipermetropia e o tratamento do astigmatismo com a máscara ablável seqüencial, sendo que 45,8% dos pacientes operados para o astigmatismo apresentaram hipercorreção (Tabela 2). À visita mais recente, 5 6,7% dos olhos apresentavam A Vsc 20/40 ou melhor, o que representa melhora, principal mente se considerarmos que 9 olhos ( 1 5,0%) apresentavam acuidade visual corrigida por óculos de 20/60 ou pior no período pré-operatório (Tabela 3 ). Observamos 1 0 casos ( 1 6,7%) d e perda d e 2 o u mais linhas de A V c c. Dentre estes, apenas um apresentava anorma lidades detectáveis na videoceratografia (padrão irregular), sendo o olho em que foi realizado a ceratotomia dupla, além do tratamento do astigmatismo (Tabela 4 ) Observamos ganho de 2 ou mais linhas em 7 casos ( 1 1,6%). Este achado pode ser explicado pela magnificação da imagem retiniana, com a correção da miopia axial no plano focal corneano. Condon descreveu 6 casos entre 48 ( 1 2,5%), com perda de linha.

Ceratectom ia fotorrefrativa associada à ceratotom ia /ame/ar pedicu/ada (LA SIK) para correção de miopia devido a anormalidades de interface, onde não foi observado nenhum problema na biomicroscopia, ou na videoceratogra fia, e um caso associado a ilha central6 Aberrações ópticas relacionadas ao excessivo aplanamento comeano, poderia ser uma das causas de perda de linha de A V c c. Ocorreram 1 2 complicações intra-operatorias ( 1 7, 1 %), sendo 1 1 relac ionadas ao manuse io do microcerátomo e um ao momento da foto-ablaç ão (l ip otímia) (Tabela 4). D entre os 1 1 casos relac i onados ao microcerátomo, 9 foram devi do ao travamento inesperado do mesmo, s endo 8 por prová veis problemas técni cos com o motor, e um caso em que os cílios do paci ente entraram no trilho do aparelho. Em cinco casos, o microcerátomo completou a c eratotomia lamelar, sendo retirado manualmente, sem c o mprometer o tratamen to ou s e u r e s u l t ad o, e n o s o u t r o s q u atro c a s o s, as ceratotomias lamelares foram incomp l etas ; em dois destes não foi realizada a foto-ab lação devido a!ameia c o meana ser pouco extensa, e e m um caso, a foto-ab lação foi realiza da por existir uma!ameia de tamanho e extensão suficiente, apesar de incomp leta. No caso restante, o c irurgião decidi u p or realizar uma segunda ceratotomia, j á q u e a primeira havia sido incompleta. A manutenção e a verificação periódica do aparelho, além de adequada limpeza, são imprescindíveis para o bom funcio namento do mesmo. Durante a realização da ceratotomia lamelar, é importante uma boa exposição do olho, verificando se os cílios não irão atrapalhar o procedimento. Um dos casos de c eratotomia total ocorreu por encaixe incompleto no trilho, e o outro possivelmente por perda da pressão de sucção. No primeiro caso, a!ameia comeana apresentou um bom tamanho, sendo realizado o tratamento foto-ablativo, seguido de reposicionamento da!ameia (sem suturas ). O encaixe do microcerátomo no anel de sucção é um dos passos mais difíceis e importantes da cirurgia, tendo que ser preciso e rápido, devido a pressão ocular elevada, para a realização do procedimento. No outro caso, a!ameia corneana ficou pequena e fina, impossibilitando, tanto a foto-ablação, quanto o seu reposicionamento. Gimbel e col s., em série de 7 3 o lhos, apresentaram três casos com tratamento foto-ablativo adiado, devido a problemas rela cionado com a!ameia corneana (duas ficaram finas e uma ceratotomia inc ompleta) 8. O LASIK é uma técnica recente, com possibilidade d e tratamento para miopias moderadas e severas, e algumas vanta gens sobre o PRK, tais como menor dor, recuperação visual precoce, menor formação de haze e regressão, porém não é um procedimento livre de complicações 9. As desvantagens tam bém incluem um custo mais elevado do procedimento, curva de aprendizado longa e difícil, necessidade de pessoal treinado para limpeza e manutenção, a fim de se diminuir as complica ções intra-operatórias. Ainda são necessárias melhoras no apa relho, além do acerto do nomograma para o procedimento. O aprendizado, adequadamente realizado, apresentou-se válido, com resultados comparáveis ao da literatura científica. SUMMARY Purpose: To evaluate th e clinicai results and complications of laser assisted in situ keratomileusis (LA SJK) in myopic compound astigmatism, moderate and high myopia at a University center. Patient and Methods : Seven ty eyes from 54 patien ts who underwen t LA SIK from April 1 996 to April 1 99 7 were evaluated. Th e Ch iron Corn eal Sh aper (an automated microkeratome) was used to perform the in situ keratomi-leusis, followed by a refractive ablation with the Summit Apex Plus excimer laser (1 93 nm). On three of the 70 eyes no photoabla tion was perfo rmed du e to technical prob lems during keratomileusis. Sixty of the remaining 67 eyes had a follow-up longer than 1 month and were evaluated. In 36 eyes (60. 0%) the spherical equivalent (SE) was corrected (Group 1), and in 24 eyes (40. 0%) astigmatic correction was performed (Group 11). Results: A verage follow-up was 4. 5 months. A verage pre operative SE was - 1 0. 33 D (± 3. 2 9 D). A verage variation between attempted and achieved SE correction in the F', Jrd and 6'h months was respectively + 0. 06 D (± 1. 74 D), -0. 38 D (± 1. 78 D) and 0, 58 D (± 1. 75 D). Th ere have been 12 surgical complications, eleven of them related to the microkeratome. Forty-three of 60 eyes (71. 7%) did not lose nor gain any fine in their best-corrected visual acuity evaluated by the Sneelen acuity chart. Ten eyes (1 6. 7%) lost two o r more!ines. Seven eyes (1 1. 7%) gained two o r more fines. Twenty-one eyes (35. 0%) were hypocorrected by 1. 00 D or more. Twenty of these eyes belonged to Group I. Conclusion: LA SIK is a predictable alternative to correct moderate and high myopia. High incidence of complications migh t be expected during its learning curve. Keywords: Myopia; Laser; Keratom ileusis. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS l. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. H ayashi S, Braz A, Vasques M, Plut R, Sartori M, Chamon W, Campos M. Ceratectomi a fotorrefrativa c o m excimer laser d e fluoreto d e argônio d e 1 93 nm para a correção da miopia: estudo clínico. Arq Bras Oftal 1 99 7 ; 6 0 : 1 47-5 1. P a l l i k a r i s I G, S i g anos O S. E x c i m er l a s e r i n s i tu kerato m i l e u s i s and photorefractive keratectomy for correction o f high myopia. J Refract Corneal Surg I 995 ; I 0 : 49 8-5 I O. Snibson GR, Carson CA, Aldred GF, Taylor HR. 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