Conhecer melhor a cultura, o território e a história do colecionismo de um conjunto de peças exóticas da C. Estrada: Os bronzes do Luristão



Documentos relacionados
Geografia da Terra Prometida De Davi até Joaquim. Grupo de Estudos Bíblicos Nova Serrana Reginaldo Silva

AULAS 5 e 6. Colégio Tiradentes 2013 Prof. Kadú A ANTIGUIDADE ORIENTAL: A Mesopotâmia

Museu Nacional da Arte Antiga

Sugestões de avaliação. História 6 o ano Unidade 3

Outra grande civilização da Antiguidade oriental, em que o Estado possui grande poder e controle sobre tudo foi a Mesopotâmia.

A Problemática das Continuidades e Descontinuidades na Idade do Bronze no Médio Tejo Português

MESOPOTÂMIA. TERRA ENTRE RIOS Prof. Ive

História da Arquitetura

Sugestões de avaliação. História 6 o ano Unidade 1

Aulas 6 e 7. A Antiguidade Oriental

A Antiguidade Oriental Hebreus

~i~tlguiade Sites --- miperiódicos relacionados à Moda. W\NW.estadao.com.br

E quem garante que a História é uma carroça abandonada numa beira de estrada? (Hollanda, C. B; Milanes, P. Canción por la unidad latinoamericana.

CIRCULAR Nº 2 / 2013 PROCEDIMENTOS DE GESTÃO DE BENS ARQUEOLÓGICOS MÓVEIS EM TERRITÓRIO NACIONAL

Professor Sebastião Abiceu Colégio Marista São José Montes Claros MG 6º ano

Pérsia, fenícia e palestina

O QUE É UMA EXPOSIÇÃO?

Conteúdo: Mesopotâmia: região entre rios Dois rios, muitos povos Dois grandes impérios Como viviam os mesopotâmicos Alguns aspectos culturais

Reino Hashemita da Jordânia e Jerusalém (data sob consulta)

Sugestões de avaliação. História 6 o ano Unidade 4

CAPÍTULO 06 - MESOPOTÂMIA. A palavra Mesopotâmia vem do grego e significa entre rios.

Colégio Policial Militar Feliciano Nunes Pires

CURSO DE HISTÓRIA: EMENTAS DAS DISCIPLINAS NÍVEL I

Catálogo. Série de Livros de Sumários da Licenciatura de História - Variante de Arte

DESTAQUE BIBLIOGRÁFICO MUSEUS MILITARES DO EXÉRCITO: UM MODELO DE GESTÃO EM REDE

Antiguidade Oriental I. História A Prof. Thiago

MESOPOTÂMIA ORIENTE MÉDIO FENÍCIA ISRAEL EGITO PÉRSIA. ORIENTE MÉDIO origem das primeiras civilizações

ANTIGUIDADE ORIENTAL MÓDULO 01 PG 657 OLI

A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA

O EGITO É UMA DÁDIVA DO NILO

História Geral. 3ª Edição

História/15 6º ano Turma: 2º trimestre Nome: Data: / / RECUPERAÇÃO FINAL 2015 HISTÓRIA 6º ano


Roteiro 8. FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita Programa Filosofia e Ciência Espíritas

Na Mesopotâmia: nossas raízes

Daniel fazia parte de uma grupo seleto de homens de Deus. Ele é citado pelo profeta Ezequiel e por Jesus.

Museu do Louvre - virtual. Lígia Oliveira

Ano de 5000 a.c. em várias localidades do território chinês, já havia grupos humanos dedicados a caça, a coleta, a pecuária e a agricultura.

HISTÓRIA. Antiguidade Oriental Parte 2. Profª. Eulália Ferreira

MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL E DA CIÊNCIA

Biblioteca Escolar. Quem é quem? Nome: N.º: Ano/Turma: N.º Grupo:

Antiguidade Oriental. Prof. Helder Carneiro

Oficinas Pedagógicas: Mosteiro dos Jerónimos. Ateliê "Animais do Mundo" (Pré-escolar) - 48 alunos:

Galeria Arte da Mesopotâmia. Prof. Fábio San Juan Curso História da Arte em 28 dias 01 a 28 de fevereiro de 2018

Material de Revisão Da Pré-História a Roma Antiga

UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA ESCOLA DAS ARTES


1980 MASP Museu de Arte de São Paulo / São Paulo Galeria Paulo Figueiredo / São Paulo Galeria Metronom / Barcelona

Arte e Medicina - Representação do Corpo Humano na Colecção Ceroplástica do Museu Sá Penella, Hospital dos Capuchos

Unesco chama destruição de cidade assíria de "crime de guerra" do EI

Visita de Estudo a Nova Iorque

Museu Nacional de Soares dos Reis Porto

o declínio do poder dos senhores feudais e as monarquias nacionais... 14

FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO

O povo da Bíblia HEBREUS

[resumo] - Mines et Industries. peças indispensáveis para a história económica JOSÉ M. BRANDÃO CARMEN CARVALHO

As Civilizações Antigas do Oriente II

PROC. Nº 1414/07 PLL Nº 039/07 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

S.R. DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, S.R. DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Despacho Nº SN/1981 de 31 de Dezembro

Cultura Material em Exposição: Museu do Couro e do Zé Didor, Campo Maior, Piauí

CENTRO DE EDUCAÇÃO INTEGRADA Educando para o pensar Tema Integrador 2013 / Construindo o amanhã: nós agimos, o planeta sente CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

Preparado por Irene Lemos 1

História. baseado nos Padrões Curriculares do Estado de São Paulo

Sustentabilidade o que significa realmente?

O CÂNON Sagrado compreende 46 Livros no ANTIGO TESTAMENTO e 27 Livros no NOVO TESTAMENTO.

São João Evangelista. Hagiografia e Iconografia do Discípulo Amado

Orientações para as Atividades Complementares do Curso de Licenciatura em Química

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular HISTÓRIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS Ano Lectivo 2015/2016

ASSEMBLÉIA DE DEUS MADUREIRA

Formação do Estado de Israel

Conteúdos/conceitos Metas curriculares Atividades Calendarização

Marcador: Roteiros Culturais

CIVILIZAÇÕES MESOPOTÂMICAS

- Obrigações básicas: pagamento de impostos, serviço militar e produção; Recursos agrícolas distribuídos pelo Estado.

Museu Nacional de Arqueologia

CULTURAS URBANAS HISTÓRICAS

Professor: João Paulo Fernandes Disciplina: História Assunto: As antigas civilizações da Mesopotâmia. As antigas civilizações da Mesopotâmia

Aula 06 - Os Persas Prof. Dawison Sampaio

República Islâmica do Irão. Irão: Cidades Imperiais na Rota da Seda (data sob consulta)

Civilização Mesopotâmica

Museu de Topografia Prof. Laureano Ibrahim Chaffe. Exposição

escrita cuneiformes SUMÉRIOS

COMUNICAÇÃO EDUCAÇÃO - EXPOSIÇÃO: novos saberes, novos sentidos. Título de artigo de SCHEINER, Tereza.

PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA NACIONAL O ELEITOR E A REFORMA POLÍTICA

A Palestina também foi ocupada por outros povos na Antiguidade, contudo, os hebreus foram predominantes.

UNIVERSITY PREPARATORY TOUR

Antiguidade Oriental Egito Mesopotâmia Palestina Hebreus. Pérsia. Profª.. Auxiliadora

De Creta a Micenas. As Origens do Mundo Grego

Memorial do Imigrante

Portugal. Ermida de São Jerônimo. da Graça. dos descobrimentos

Localização Geográfica. -Sul da Europa, na Península Balcânica, junto ao mar Mediterrâneo.

Idade dos Metais. Mariana Antunes Vieira. Este documento tem nível de compartilhamento de acordo com a licença 2.5 do Creative Commons.

Divisão clássica da História da humanidade

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular HISTÓRIA DA ARQUITECTURA Ano Lectivo 2014/2015

Aquisições do mês de novembro

1º ano. 1º Bimestre. Revolução Agrícola Capítulo 1: Item 5 Egito - política, economia, sociedade e cultura - antigo império

HISTÓRICO DA ENGENHARIA E REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL. Prof.ª Mayara Moraes Custódio

CHIPRE. Chipre é uma ilha com 9.251km². A distância entre os seus extremos Leste e Oeste é de 240 Km e de 100 km entre Norte e Sul.

Transcrição:

Conhecer melhor a cultura, o território e a história do colecionismo de um conjunto de peças exóticas da C. Estrada: Os bronzes do Luristão Davide Delfino

O LURISTÃO: O TERRITÓRIO

ZAGROS MOUNTAINS - Zard Kuh: 4548 mt. - 1500 km extensão Desde o Kurdistan até o estreito de Ormuz

Khorramabad Borujerd

Mina de Deh Hosein (Fonte: Jesus 1979) (Fonte: Piggot 2008)

O LURISTÃO: A ETNIA

(Fonte: Holland 1989)

LURISTAN: terra dos Lures LURES= os que falam o Luro Idioma Indo-Irânico, o mais próximo do idioma dos Persas antiguos 70% ADN aplogrupo R1b ADN aplogrupo J2a Lur-I-Buzur (próximo ao persa) Lur-I-Minjaee Lur-I-Kuchek (próximo ao kurdo do sul) (Fontes: Richard 1983; Wells et al. 2001; Grugni et al. 2012)

BRONZES DO LURISTÃO: Estilo canónico (Fonte: Engel 2008)

(Musée des Beaux Arts, Lyon) (Musée Cernuschi, Paris) (Musée Royale d Art et d Histoire, Bruxelas)

COLEÇÕES NO MUNDO DE BRONZES DO LURISTÃO Privadas E. Graeffe Collection M. Foroughi Collection D. Weill Collection Coiffard Collection F. Godard Collection Adam Collection F. Savery Collection (fontes: Muscarella 1988; Khorosani 2009; Watson 2011) Em museos National Museum of Iran (Teheran) Ashmolean Museum (Oxford) Metropolitan Museum (Nova Yorque) Birmingham Museum British Museum Musée du Louvre Vonderasiatisches Museum (Berlin) Musée Royal d Art et D Historie (Bruxelas) Istanbul Arcaheological Museum

COLEÇÕES DE MUSEUS: O PERCURSO FORMATIVO ESTANDARD Coleta no campo (Kermanshah) 5 peças (1931-1932) Birmingham Museum and Art Gallery Casas de Leilões 1 peça (1951) 13 peças (1955) Antiquários 2 peças (1948) 13 peças (1955) Coleção privada 5 peças (1948) 21 peças (1982) 1931-1933

ARQUEOLOGIA DO LURISTÃO 1848: H. Layard em Ninive 1931: A. Godárd publica 1851: W. Loftus em Susa 1854: o British Museum adquire um ídolo do género Mestre dos animais 1918-1929: saem as primeiras publicações sobre os bronzes ditos da Arménia, ou da Capadócia, ou Cimérios 1929: o camponês de Harsin..

1933, 1934, 1937: R. Ghirshman emtepe Sialk

Expedições de H. Schmidt no Luristão: 1934-35; 1937-38 (Fonte: Holland 1989) (Fonte: Overlaet 2005)

Missão Arqueológica belga de L. Vanden Berghe 1965-1979 Kalleh-Nisar 1967-68 ( fonte: E. Haerinck, B. Overlaet 2008) Parchinah 1971-1973 ( fonte: E. Haerinck, B. Overlaet 1996) Chamahzi Mumah 1974-1975 ( fonte: B. Overlaet 2008)

War Kabud (1965) (Fonte: Haerink, Overlaet 2008)

A CRONOLOGIA NO LURISTÃO (Fontes: Overlaet 2003, 2005) (Fonte: Engel 2008)

Cronol. Absoluta Crono relativa Acontec. Políticos Mesopotâmia séc. XVI Idade do Bronze Final Os Casitas, provenientes do Luristão, invadem Babilónia 1300/ 1250-1150 a.c. Ferro 1A Fim da dinastia Casita em Babilónia (1155 a.c.); domínio Elamita em Babilónia; 1150-900 a.c. Ferro 1B- 2A Crise do reinado do Elam; Apogeo de Babilónia com Nabucodonosor (1125-1103 a.c.) 900 800/750 a.c. Ferro 2B Impero neo- assírio; Reinado de Urartu; campanhas de Assurbanipal III no Luristão (881-879 a.c.) Acontec. Ambientais Intensas precipitações, deflorestação Equilíbrio Arrefecimento e precipitações intensas 800/750-650 a.c. Ferro 3 Reinado neo-elamico Equilíbrio (Fonte: Liverani 2008; )

Teppe Sialk OS CONTEXTOS NO LURISTÃO Cronologia Vestigios 6000-5500 a.c. Primeira ocupação- Colina Norte 3900 a.c. Segunda ocupaçãocolina sul 2900 a.c. Construção da ziqqurat na colina sul/ necrópole A (Foto: M. Shicht) 900 a.c. Invasão desde do Irão interno/ necrópole B (Fonte: Shahmirzati 2005)

AS NECROPOLES IDADE DE FERRO Ia 1300-1150 a.c. Kutal-i-Gulgul (Fonte: Engel 2008)

IDADE DE FERRO Ib-IIa 1150-900 a.c. Kutal-i-Gulgul Bard-i-Bal (Fonte: Overlaet 2005)

IDADE DE FERRO IIb 900-800 a.c. Pusht-I-Kuh Tepe Kalwali (Fonte: Engel 2008) (Fonte: Overlaet 2005)

IDADE DE FERRO III 800-650 a.c. Chamahzi Mumah (Fontes : Engel 2008; Haerink, Overlaet 2008)

Anomalias nos bronzes do Luristão PASTICHES VENDAS SEPARADAS FALSOS PUROS Exposição Internacional do Arte Persa, Londres 1931 Coleção Godard (Fonte: Engel 2008) Fonte: Overlaet 2008 Musée du Louvre (A) Musée Royale d Art et d Histoire (B) (Fonte: Engel 2008) Private collection http://www.collector-antiquities.com

ADEREÇOS ORNAMENTOS VASOS ARMAS

ADEREÇOS Sécs. IX- VIII a.c.: CE04673 Musée Cernuschi, Paris

CE00401 CE00651 IX-VIII séc. a.c: Bâle, Antikenmeseum Museo Nazionale di Arte Orientale British Museum

O MITO MESOPOTÂMICO DO GHILGAMESH O TEMA DO MESTRE DOS ANIMAIS A SIMBOL0GIA DO MESTRE DAS FEIRAS Musée du Louvre (Reinado néo-assírio 721-705 a.c.) Bactriana, Final do III milénio a.c. (fonte: Winkelmann 2004) Archaeologische Staatssammlung, Munich

Fonte: Maria Agnese Mignani CE00250 British Museum IX-VIII séc. a.c: Museo Nazionale di Arte Orientale VII séc. a.c:

ORNAMENTOS IX-VIII séc. a.c: CE00524 Birmingham Museum and Art Gallery

ARMAS ELAM CE03335 LURISTÃO Início do II milénio a.c.: Musée du Louvre, Paris National Museum of Iran, Teheran

Meados do II milénio a.c.: CE03324 Bonyâd Museum, Irão CE03325 Evolução do modelo em Final do II milénio a.c.: Coleção Kervorkian, Paris (fonte Pigott 2008)

ARMAS CE02480 Sécs. X-IX a.c: CE02944 Birmingham Museum and Art Gallery British Museum, comprada ao Sr. Hakoumoff em 1904 (fonte: Simoson, la Niece 2010)

CE02480 Sécs. X-VIII a.c: British Museum

CE02485 Sécs. X-VIII a.c: CE02490 National Museum of Iran- Teheran Museum of Natural History- Washington

Sécs. X-IX a.c.: CE02481 Kutal-i-Gugul Grave A9 Fonte: Overlaet 2003

IX-VIII séc. a.c: Rietbergmuseum, Zurich CE00935 Musée Royal d Arts et d Histoire Bruxelas Birmingham Museum and Art Gallery

VASOS XI-VIII séc. a.c: CE00997 CE01001 Surk Dum-I-Luri (Fonte: Holland 1989)

Teppe Sialk I Milénio a.c. CE01003 CE01005 CE01008 Arkaeologischemuseum, Frankfurt-am-Main VIII- VII séc. a.c: Rietbergmuseum, Zurich Musée du Louvre II Milénio a.c.

QUAL O VALOR DOS BRONZES DO LURISTÃO DA COLEÇÃO ESTRADA HISTÓRIA DO COLECIONISMO CONHECER O MUNDO E AS SUAS CIVILIZAÇÕES ATRAVÉS DAS COLEÇÕES DO M.I.A.A. TROCA ENTRE MUESOS

OBRIGADO