A Nova Jerusalém e sua Doutrina Celeste. Por Emanuel Swedenborg



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Transcrição:

A Nova Jerusalém e sua Doutrina Celeste Por Emanuel Swedenborg

&1 "A Nova Jerusalém e sua Doutrina Celeste" é uma das inúmeras obras teológicas de EMANUEL SWEDENBORG. Nesta ele nos da, de unia forma sumaria, ensinamentos preciosos sobre os pontos principais da Doutrina da Nova Igreja revelada pelo Senhor por seu intermédio. Este livro foi publicado em latim pelo autor em 1758, e foi traduzido para o francês, por J. F. E. Le Boys des Guays, em 1854. A tradução de Le Boys des Guays foi feita corri extraordinário cuidado para evitar qualquer adulteração da forma por que as idéias são apresentadas rio original. Daí a necessidade que teve o tradutor de ater-se, o mais possível, à forma latina, mesmo com sacrifício da elegância de expressão da língua francesa. Assim procedendo, Le Boys des Guays agiu com muito acerto, pois, o estilo de SWEDENBORG tem características especialíssimas que o distinguem de qualquer estilo humano; é, por assim dizer, uma roupagem natural de idéias espirituais que só podiam ser apresentadas aos homens na terra dessa maneira, não sendo possível alterá-la sem prejudicar-lhe a essência. Como não conheço suficientemente o latim para tentar unia tradução de tanta responsabilidade como esta utilizei-me da tradução francesa de Le Boys de Guays; seguindo o mesmo método que ele adotou para fazer o seu trabalho, isto é, ficar o mais próximo possível da letra do texto francês, mesmo com sacrifício da beleza e da elegância de nossos estilos literários. Fiz, pois, deliberadamente, uma tradução literal, para reduzir ao mínimo o perigo de adulterar o pensamento do autor. Na época, em que esta tradução foi feita (1929), ainda não havia sido decretada a reforma ortográfica; de modo que ela sai publicada na ortografia corrente então. Rio de janeiro, Outubro de 1945. J. M. Lima. 0 NOVO CÉO E A NOVA TERRA. E 0 QUE É ENTENDIDO PELA NOVA JERUSALÉM 1 - No Apocalipse (Cap. XXI, 1, 2, 12 a 24) se diz: "Vi um Céu novo e uma Terra nova, porque o primeiro Céu e a primeira Terra tinham passado. E vi esta santa Cidade, a Jerusalém Nova, descendo de Deus pelo Céu, ataviada como uma esposa

ornada para seu marido. A cidade tinha uma muralha grande e elevada, tendo doze portas, e sobre as portas doze Anjos, e nomes inscritos, que são os nomes das doze Tribos de Israel. E a muralha da cidade tinha doze fundamentos e sobre eles os nomes dos doze Apóstolos do Cordeiro. A cidade mesma estava posta em quadrado, e o seu comprimento era igual à sua largura. E ele médio a cidade com a cana até doze mil estádios; e o seu comprimento e a sua largura e a sua altura eram iguais. E médio a sua muralha, cento e quarenta e quatro côvados, medida de homem, isto é, de Anjo. A sua muralha era de jaspe; e a cidade, ouro puro, semelhante a vidro puro. E os fundamentos da muralha da cidade eram ornados de toda pedra preciosa. As doze portas, doze pérolas; e a praça da cidade de ouro puro, como vidro transparente. A gloria de Deus a iluminava; e sua lâmpada era o Cordeiro. As nações que se salvarem, em sua luz marcharão, e os reis da terra a sua gloria e a sua honra a ela trarão. O homem que lê estas palavras não as entende de outro modo senão de acordo com o sentido da letra, a saber; que o Céu visível perecerá com a Terra; que existirá uni novo Céu; que sobre uma nova Terra descerá a santa Cidade de Jerusalém; e que ela será quanto ás suas medidas segundo a descrição. Mas os Anjos a compreendem inteiramente de outra maneira, quer dizer que eles compreendem espiritualmente cada unia destas palavras que o homem compreende naturalmente; e o que compreendem assim é precisamente o que elas significam, e é isso o sentido interno ou espiritual da Palavra; no sentido interno ou espiritual, em que estão os Anjos, pelo novo Céu e a nova Terra entende-se a nova Igreja tanto nos céus como nas terras; falar-se-á aqui depois de uma e de outra Igreja; pela cidade de Jerusalém, descendo de Deus pelo céu, entende-se a doutrina celeste desta Igreja; pelo comprimento, a largura e a altura, que são iguais, entende-se todos os bens e todos os veros desta doutrina no complexo; por sua muralha entende-se os veros que a defendem; pela medida da muralha que é de cento e quarenta e quatro côvados, medida de homem, isto é, de Anjo, entende-se todos esses veros que a defendem rio complexo, e sua qualidade; pelas doze portas, que eram perolas, entende-se os veros que introduzem, semelhantemente pelos doze Anjos sobre as portas; pelos fundamentos da muralha que eram ornados de toda pedra preciosa,

entende-se os conhecimentos sobre os quais essa doutrina é fundada; pelas doze Tribos de Israel entende-se todas as cousas da Igreja, em geral e em particular; semelhantemente pelos doze Apóstolos; pelo ouro semelhante a vidro puro, de que a cidade e a praça eram formadas, entende-se o bem do amor pelo qual brilha a doutrina com seus veros; pelas nações que forem salvas e pelos reis da terra que trarão a ela a sua gloria e a sua honra, entende-se todos os da Igreja que estão nos bens e nos veros; por Deus e pelo Cordeiro entende-se o Senhor quanto ao Divino Mesmo e quanto ao Divino Humano. Tal é o sentido espiritual da Palavra, ao qual o sentido natural, que é o sentido da letra, serve de base; mas não obstante, estes dois sentidos, o espiritual e o natural, fazem um pela correspondência. Que todas estas palavras sejam assim compreendidas espiritualmente, não é aqui o momento de o demonstrar, porque não é este o fim desta obra; mas encontra-se a prova disso nos Arcanos Celestes nos lugares seguintes: Na Palavra, pela Terra, é significada a Igreja, sobretudo quando pela Terra entende-se a Terra de Canaã, nº s 662, 1066, 1067, 1262, 1413, 1607, 2928, 3355, 4447, 4535, 5577, 9011, 9325, 9643; porque, no sentido espiritual, pela Terra entende-se a Nação que a habita, e o culto desta nação, nº 1262. O povo da terra representa aqueles que são da Igreja espiritual, nº 2928. Um Novo Céu e uma Nova Terra significam o novo nos Céus e nas Terras quanto aos bens e aos veros, portanto quanto às cousas que pertencem à Igreja nos céus e à Igreja nas terras, nº s 1733, 1850, 2117, 2118, 3355, 4535, 10373. 0 que é compreendido pelo primeiro Céu e pela primeira Terra que tinham passado, vê-se no Opúsculo do Julgamento Final e da Babilônia Destruída, desde o começo até o fim, e especialmente nos nº 65 a 72. Por Jerusalém, é significada a Igreja quanto à doutrina, nº s 402, 3654, 9166. Pelas Cidades (urbs) e as Cidades (civitas) são significadas as doutrinas que pertencem à Igreja e à Religião, nº s 402, 2450, 2712, 2943, 3216, 4492, 4493. Pela Muralha da cidade (civiias) é significado o (Ia doutrina, vero defensivo, nº 6419.Pelas Portas da cidade são significados os veros que introduzem na doutrina, e, por meio da doutrina, na Igreja; nº s 2943, 4477, 4493, 4492. Pelas Doze Tribos de Israel, foram representados, e por conseguinte são significados todos os veros e todos os bens da Igreja, em geral e em particular portanto todas as cousas da fé e do amor, nº s 3858, 3926, 4060, 6335. Pelos Doze

Apóstolos do Senhor, o mesmo, nº s 2129, 2553, 3354, 3488, 3858, 6397; o que se diz dos Apóstolos, que eles se assentarão sobre doze tronos e que julgarão as doze tribos de Israel, significa que todos devem ser julgados segundo os veros e os bens da Igreja, portanto pelo Senhor de quem procedem estes veros e estes bens, nº s 2129. 6397. Por Doze são significadas todas as cousas no complexo, n º s 577, 2089, 2129, 2,130, 3272, 3858, 3918; o mesmo pelo numero cento e quarenta e quatro, porque este numero é o produto de doze multiplicado por doze, nº 7973; o mesmo por doze mil, nº 7973 ; todos os números na Palavra significam cousas, nº s 482, 487, 647, 648, 755, 813, 1963, 1988, 2075, 2252, 3252, 4264, 6175, 9488, 9659, 10217, 10253; os números que são o produto de uma multiplicação, significam a mesma cousa que os números simples donde provêm, nº s 5291, 5335, 5708, 7973. Pela Medida, é significada a qualidade da cousa quanto ao vero e quanto ao bem, nº s 3104, 9603, 10262. Pelos Fundamentos da muralha são significados os conhecimentos dos veros sobre os quais as doutrinas são fundadas, nº 9643. Pelo Quadrangular ou quadrado é significado o perfeito, nº s 9717; 9861. Pelo Comprimento é significado o bem e sua extensão; e pela largura o vero e sua extensão, nº s 1613, 9487. Pelas Pedras preciosas são significados os veros conforme o bem, nº s 114, 9863, 9865; o que é significado pelas Pedras preciosas no Urim e no Thumin, em geral e em particular, nº s 3863, 9864, 9866, 9891, 9895, 9905; o que é significado pelo Jaspe (lê que a muralha era constituída, nº 9872. Pela Praça da cidade é significado o vero da doutrina conforme o bem, nº 2336. Pelo Ouro é significado o Bem do amor, nº s 113, 1551, 1552, 5658, 6914, 6917, 9510, 9874, 9881. Pela Glória é significado o Divino Vero, tal qual está no Céu e por conseguinte, a inteligência e a sabedoria, nº s 4809, 5292, 5922, 8267, 8427, 9429, 10574. Pelas Nações são significados os que, na Igreja, estão no bem; e daí, por abstração, os bens da Igreja, nº s 1059, 1159, 1258, 1260, 1261, 1416, 1849, 4574, 6860, 9255, 9256. Pelos Reis são significados os que, lia Igreja, estão nos veros; e daí, por abstração, os veros da Igreja, nº s 1672, 2015, 2069, 4575, 5014; as cerimônias do coroamento dos reis envolvem coisas que pertencem ao Divino Vero; mas o conhecimento destas cousas está perdido hoje, nº s 4581, 4966.

2 - Antes de tratar-se da Nova Jerusalém e de sua Doutrina, dir-se-á alguma cousa do Novo Céu e da Nova Terra. No Opúsculo do Julgamento Final e da Babilônia Destruída, mostrou-se o que se entende pelo primeiro Céu e pela primeira Terra que tinham passado; depois que eles passaram, portanto depois que o julgamento Filial tinha acabado, um Novo Céu foi criado, isto é, formado pelo Senhor; este Céu foi formado com todos os que, desde a vinda do Senhor até esta época, tinham vivido a vida da fé e da caridade, pois somente estes eram formas do Céu; porque a forma do Céu, segundo a qual se fazem aí todas as consorciações e todas as comunicações, é a forma da Divina Verdade segundo o Divino Bem procedente do Senhor, e o homem reveste esta forma, quanto a seu espírito, pela vida segundo o Divino Vero; que daí decorre a forma do Céu, vê-se no tratado do Céu o do Inferno nº 200 a 212; e que todos os Anjos sejam formas do Céu vê-se no mesmo tratado nº s 51 a 58 e 73 a 77. Por isso pode-se saber com quem foi composto o Novo Céu, e, por conseguinte, qual é este Céu, isto é, que é absolutamente unânime; porque o que vive a vida da fé e da caridade ama a outrem como a si mesmo, e pelo amor o conjunge a si e vice e versa, portanto, e mutuamente, porque o amor é lima conjunção no Mundo Espiritual; é por isso que quando todos agem assim, então de muitos, e mesmo de uma quantidade inumerável de indivíduos consorciados segundo a forma do Céu, constitue-se um unânime, e este unânime torna-se como um; porque não há cousa alguma que separe e divida, porém tudo conjunge e une. 3 - Como este Céu foi formado com todos os que eram assim, desde a época, do Senhor à presente, vê-se que é composto tanto de cristãos como de gentios, mas principalmente de crianças de todas as partes do mundo que morreram desde o tempo do Senhor, porque todas elas foram recebidas, elevadas ao Céu, instruídas pelos Anjos e enfim, reservadas para constituírem um Novo Céu conjuntamente com os outros; daí pode-se concluir quanto este céu é grande; que todos os que morrem crianças são elevadas, ao Céu e se tornam anjos, vê-se no Tratado do Céu e do Inferno, nº 329 a 345. E que o Céu seja formado tanto de gentios como de cristãos vê-se no mesmo tratado, nº 318 a 328. 4 - Alem disso, quanto ao que concerne a este Novo Céu, e preciso que se saiba que ele é distinto dos Céus Antigos, isto é, dos Céus que foram formados antes da

vinda do Senhor; mas não obstante estes Céus foram de tal modo coordenados com ele, que constituem em conjunto um só Céu. Si este Novo Céu é distinto dos Céus Antigos é porque nas Antigas Igrejas não havia outra Doutrina alem da Doutrina do Amor e da Caridade e porque, então, não se tinha conhecimento de Doutrina alguma da fé separada; é também por isso que os Antigos Céus constituem as extensões superiores, e o Novo Céu a extensão abaixo deles; porque os Céus são extensões unias acima das outras; nas extensões supremas habitam os que são chamados Anjos Celestes, dos quais a maior parte é da: Antiqüíssima Igreja; os que estão lá são chamados Anjos Celestes por causa do Amor Celeste, que é o amor para com o Senhor; nas extensões abaixo destas habitam os que são chamados Anjos Espirituais, dos quais a maior parte é da Igreja Antiga; os que estão lá são chamados Anjos Espirituais por causa do Amor Espiritual que é a bondade em relação ao próximo; sob estes habitam os Anjos que estão no bem da fé; viver a vida da fé é viver segundo a doutrina da sua Igreja; e viver é querer e fazer. Todos estes Céus, contudo, fazem um pelo influxo mediato e imediato procedente do Senhor. Pode-se porém formar destes Céus uma idéia mais completa pelo que foi mostrado no Tratado do Céu e do Inferno; e aí, no artigo dos dois Reinos em que os Céus, em geral., foram distinguidos nº 20 a 28; e no Artigo dos três Céus, nº 29 a 40; a respeito do influxo mediato e imediato, na Coleção de Extratos dos Arcanos Celestes, em seguimento ao nº 603; e, a respeito das Igrejas Antiqüíssima e Antiga, no Opúsculo do Julgamento Final e da Babilônia Destruída, nº 46. 5 - Isto basta quanto ao Novo Céu; agora dir-se-á alguma cousa da Nova Terra: Pela Nova Terra entende-se a Nova Igreja nas terras, porque quando uma Igreja precedente deixa de ser, uma Nova Igreja é então instaurada pelo Senhor; com efeito, o Senhor provê a que haja sempre urna Igreja nas terras, porque pela Igreja lia conjunção do Senhor com o Gênero Humano, e do Céu com o Mundo, pois que aí o Senhor é conhecido e ai há os Divinos Veros pelos quais o homem é conjunto; que hoje tinia Nova Igreja seja instaurada, vê-se no Opúsculo do Julgamento Final, nº 74. Si a Nova Igreja é significada pela Nova Terra, é de acordo com o sentido espiritual da Palavra; com efeito, neste sentido, pela terra entende-se, não uma terra ou região, nas a nação mesma que a habita e o seu Culto Divino, porque reside aí o

espiritual que a terra representa; alem disso, pela terra, na Palavra, quando não se acrescenta o nome da região, entende-se a terra de Canaã, e na terra de Canaã houve Igreja desde os tempos mais remotos, por isso aconteceu que todos os lugares desta terra, e os dos arredores, com as montanhas e os rios que são mencionados na Palavra, tornaram-se representativos e significativos das cousas que constituem os internos da Igreja, e que são os seus espirituais; é daí que, como foi dito, pela terra, na Palavra, porque se entende a terra de Canaã, é significada a Igreja, semelhantemente aqui, pela Nova Terra; daí vem que tenha sido aceito dizer na Igreja, a Canaã Celeste, entendendo-se por isso o Céu. Que pela terra de Canaã no sentido espiritual da Palavra seja entendida a Igreja, mostrou-se nos Arcanos Celestes, em diversos artigos, dentre os quais serão referidos os seguintes: A Antiqüíssima Igreja que existia antes do Dilúvio e a Igreja Antiga que existia depois do Dilúvio, estavam na terra de Canaã, nº s 567, 3686, 4447, 4454, 4516, 4517, 5136, 6516, 9327. Então todos os lugares tornaram-se representativos das cousas que estão no Reino do Senhor e na Igreja, nº s 1585, 3686, 4-147, 5136. E por isso que Abraão recebeu ordem de ir para ai, visto que entre os descendentes de Jacob devia ser instituída uma Igreja representativa, e devia ser escrita unia Palavra, cujo sentido filial consistiria em representativos e significativos que estavam nesta terra, nº s 3686, 4447, 5136, 6516. Daí vem que pela Terra, e pela terra de Canaã na Palavra seja significada a Igreja, nº s 3083, 3481, 3705, 4447, 4517, 5757, 10568. 6 - Dir-se-á também em poucas palavras o que se entende por Jerusalém lia Palavra, em seu sentido espiritual: Por Jerusalém entende-se a Igreja mesma, quanto à doutrina; e isso, pela razão de que aí na terra de Canaã, e não em outra parte, estava o Templo, estava o Altar, faziam-se sacrifícios, portanto o próprio culto Divino; é Por isso que três festas em cada ano eram ai celebradas também, e todo varão dessa terra era obrigado a assistí-las; é portanto por isso que por Jerusalém, no sentido espiritual, é significada a Igreja quanto ao culto, ou, o que é a mesma cousa, quanto à doutrina, porque o culto é prescrito na doutrina e se faz segundo a doutrina. Se diz a Santa Cidade, a Nova Jerusalém descendo de Deus pelo Céu, é porque no sentido espiritual da Palavra, pela cidade (urbs) e pela cidade (civitas) é significada a Doutrina, e pela santa cidade a doutrina do Divino Vero, porque o

Divino Vero é o que se chama Santo lia Palavra; se se diz a Nova Jerusalém, é por uma razão semelhante aquela pela qual a Terra é chamada Nova; porque, como acaba de se dizer, pela Terra é significada a Igreja, e por Jerusalém esta Igreja quanto a doutrina; se se diz "descendo de Deus pela Céu" é porque, todo Vero Divino, donde procede a doutrina, desce do Senhor pelo Céu. Que por Jerusalém não se entende uma cidade, ainda que tenha sido vista como cidade, isso é bem evidente, porque se diz que sua altura era, como o comprimento e a largura, de doze mil estádios, vers. 16; e que a. medida de sua muralha, que era de cento e quarenta e quatro côvados era medida de homem, isto é, de Anjo, vers. 17; depois, porque se diz que ela estava ornada, como uma esposa diante de seu marido, vers. 2; e mais adiante, "O Anjo disse: vem, eu te mostrarei a noiva, a esposa do Cordeiro; e ele me mostrou a Cidade santa, esta Jerusalém, vers. 10; é a Igreja que, na Palavra, é chamada noiva e esposa do Senhor, noiva antes de estar conjunta, e esposa quando está conjunta; ver nos Arcanos Celestes, nº s 3103, 3105, 3164, 3165, 3207, 7022, 9182. 7 - Quanto ao que concerne em particular à Doutrina que vai ser exposta, ela vem também do Céu, porque vem do sentido espiritual da Palavra; e o sentido espiritual da Palavra é a mesma cousa que a Doutrina que está no Céu; porque no Céu, do mesmo modo que sobre a terra, há uma Igreja; com efeito, ali há a Palavra, há uma Doutrina segundo a Palavra, há Templos, e nesses Templos se fazem predicas, porque lá há Governos eclesiásticos e civis; em uma palavra, entre as cousas que estão nos Céus e as cousas que estão na Terra, não há diferença senão porque todas as cousas dos Céus estão em um estado mais perfeito, porque todos que lá habitam são espirituais, e as cousas espirituais ultrapassam imensamente em perfeição as cousas naturais; que nos Céus haja essas cousas, vê-se-no Tratado do Céu e do Inferno, especialmente no Artigo dos governos no Céu, nº 213 a 220; e no Artigo do Culto Divino no Céu, nº 221 a 227. Pelo exposto, pode-se ver o que se entende pela santa Cidade, a Nova Jerusalém, vista descendo de Deus pelo Céu. Mas chego à Doutrina mesma, que é para a Nova Igreja, e que, por me ter sido revelada do Céu, é chamada Doutrina Celeste; porque dar esta Doutrina é o objetivo desta Obra.

INTRODUÇÃO Á DOUTRINA 8 - A Igreja chega ao fim, quando não há mais fé porque não há mais caridade, como foi mostrado no Opúsculo do Julgamento Final e da Babilônia Destruída, nº 33 a 39. Ora, como as Igrejas no Mundo Cristão se distinguiram unicamente por cousas que são do domínio da fé, e como, entretanto a fé é nula onde não há mais caridade, vou, antes de expor a Doutrina da Nova Jerusalém, apresentar aqui algumas observações sobre a Doutrina da Caridade entre os Antigos. Diz-se as Igrejas no Mundo Cristão, e por eias se entendem as Igrejas entre os Reformados ou os Evangélicos, mas não entre os Católico-romanos, visto como a Igreja Cristã não está mais entre estes, porque onde lia a Igreja, ai o Senhor é adorado e a Palavra é lida, entre eles isso é de outro modo. Eles mesmos são adorados em lugar do Senhor, é proibido ao povo ler a Palavra e as decisões do Papa são postas no mesmo nível que a Palavra, e mesmo acima da Palavra. 9 - A Doutrina da Caridade, que é a Doutrina de vida, era a Doutrina mesma das Igrejas Antigas; sobre estas Igrejas, ver os Arcanos Celestes os nº 1238 e 2385; e esta Doutrina conjuntava todas as Igrejas, e assim de varias fazia unia só; com efeito, reconheciam-se como homens da Igreja, todos os que viviam no bem da caridade, e chamavam-nos irmãos, de qualquer maneira que divergissem, aliás, quanto aos veros que hoje são chamados veros da fé; instruiam-se uns aos outros nestes veros, o que estava incluído no numero de obras de caridade, e não se ficava indignado quando um não acedia à opinião do outro; sabia-se que cada um só recebia o vero na proporção em que estava no bem. Como assim foram as Igrejas Antigas, por isso mesmo os homens dessas Igrejas, eram homens interiores, e porque eram interiores tinham mais sabedoria; pois os que estão no bem do amor e da caridade, estão, quanto ao homem interno, no Céu, e portanto, quanto a este homem, na Sociedade Angélica que está em bem semelhante; dai a elevação de seu mental para os interiores, e por conseqüência, sua sabedoria: com efeito, a sabedoria não pode vir de outra parte senão do Céu, isto é, do Senhor pelo Céu; e a sabedoria está no Céu, porque ai todos estão rio bem. A sabedoria consiste em ver o vero segundo a luz do vero, e a luz do vero é a luz que está no Céu. Mas esta

sabedoria antiga diminuiu na sucessão dos tempos; porque o Gênero humano se afastou tanto do bem do amor para com o Senhor, e do amor em relação ao próximo, amor que se chama caridade, quanto também se afastou da sabedoria, pois outro tanto se afastou do Céu; portanto de homem Interno, o homem tornou-se Externo, e isso gradativamente; e quando o homem se torna Externo, torna-se também Mundano e Corporal e quando é assim, pouco se ocupa com as cousas que são do Céu, pois então os prazeres dos amores terrestres, e com estes, os males que segundo esses amores, são prazeres para o homem, se apoderam inteiramente dele; e então o que ouve dizer da Vida após a morte, do Céu e do Inferno, em uma palavra, dos Espirituais, é como se estivesse fora dele, e não dentro dele, como era preciso que fosse. Daí vem também que a Doutrina da caridade, que era de tão grande valor entre os Antigos, pertence hoje ao numero das cousas inteiramente perdidas; pois, hoje, quem sabe o que é a Caridade no sentido real, e o que é o Próximo no sentido real? E, entretanto esta Doutrina não somente ensina isso, mas contém alem disso inumeráveis cousas, de que riem a milésima parte é conhecida hoje: toda a Escritura Santa não é outra cousa mais do que a Doutrina do Amor e da Caridade; é mesmo o que o Senhor ensina dizendo: amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu Pensamento; é este o primeiro e grande mandamento; o segundo lhe é semelhante. Tu amarás teu Próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem a Lei e os Profetas." - Mat. XXII, 37, 38, 39. A Lei e os Profetas são a Palavra, em geral e em particular. 10 - No que segue, a cada seção da Doutrina, serão anexadas Coletâneas dos Arcanos Celestes, porque as mesmas cousas aí são mais amplamente explicadas. DO BEM E DO VERO 11 - No Universo, todas as cousas que estão de acordo com a Ordem Divina se referem ao Bem e ao Vero; não há cousa alguma no Céu, nem cousa alguma no Mundo, que não se refira a estes dois; e isso, porque um e outro, tanto o Bem como o Vero, procedem do Divino, de Que procedem todas as cousas.

12 Daí é evidente que nada é mais necessário ao homem do que saber o que é o Bem, e o que é o Vero, como um se relaciona com o outro e como um é conjunto ao outro; mas isso é principalmente necessário ao homem da Igreja, pois assim como todas as cousas do Céu se referem ao Bem e ao Vero, do mesmo modo também todas as cousas da Igreja, porque o Bem e o Vero do Céu são também o Bem e o Vero da Igreja. E por isso que antes de tudo se fala aqui do Bem e do Vero. 13 - E segundo a Ordem Divina que o Bem e o Vero sejam conjuntos, e não separados, de tal sorte que sejam um e não dois, pois procedem conjuntos do Divino, e conjuntos estão no Céu, e por conseqüência conjuntos devem estar na Igreja; a Conjunção do Bem e do Vero chama-se, no Céu, Casamento Celeste, porque neste casamento estão todos os que habitam lá: daí vem que, na Palavra, o Céu é comparado a um Casamento, e o Senhor é chamado Noivo e Marido, e o Céu, Noiva e Esposa, semelhantemente a Igreja; si o Céu e a Igreja são chamados assim, é porque os que aí estão recebem o Divino Bem nos Veros. 14 - Toda a Inteligência e toda a Sabedoria que possuem os Anjos, vêm desse Casamento, e nenhuma vem do Bem separado do Vero, nem do Vero separado do Bem: o mesmo se dá entre os homens da Igreja. 15 - Visto que a Conjunção do Bem e do Vero é como um Casamento, torna-se evidente que o Bem e o Vero; que, reciprocamente, o Vero ama o Bem; e que um desejo ser conjunto ao outro; o homem da Igreja, em que não há um tal amor nem um tal desejo, não está no Casamento Celeste, por conseqüência não há ainda nele a igreja, porque é a conjunção do Bem e do Vero que faz a Igreja. 16 - Os Bens são de varias espécies; em geral, há o Bem espiritual e o Bem natural, e um e outro estão conjuntos no Bem moral real. Assim como são os Bens, assim também são os Veros, porque os Veros pertencem ao bem, e são as formas do bem. 17 - Como acontece com o Bem e o Vero, igualmente acontece, pelo oposto, corri o Mal e o Falso; porque assim como no Universo todas as cousas que estão de acordo com a Ordem Divina se referem ao bem e ao vero, do mesmo modo todas as que são contra a Ordem Divina se referem ao mal e ao falso, pois também, assim como o bem quer estar conjunto ao vero, e reciprocamente, do mesmo modo o mal quer

estar conjunto ao falso e reciprocamente, pois ainda, assim como toda inteligência e toda sabedoria nascem da conjunção do bem e do vero, do mesmo modo toda tolice e toda loucura, nascem da conjunção do mal e do falso. A conjunção do mal e do falso é chamada Casamento Infernal. 18 - Pelo fato do mal e do falso serem opostos ao bem e ao vero, é evidente que o vero pão pode ser conjunto ao mal, nem o bem ao falso do mal; si o vero está adjunto ao mal, não é mais o vero, mas é o falso, porque foi falsificado; e se o bem está adjunto ao falso do mal, não é mais o bem mas é o mal, porque foi adulterado. Todavia, o falso que não é o falso do mal, pode ser conjunto ao bem. 19 - Quem quer que esteja rio mal e, por conseqüência, no falso, segundo a confirmação e a vida, não pode saber o que é o bem e o vero, porque acredita que seu mal é o bem, e por causa disso crê que seu falso é o vero; mas quem quer que esteja no bem e, por conseqüência, no vero, segundo a confirmação e a vida, pode saber o que é o mal e o falso; a razão disso, é que todo bem e todo vero do Bem são celestes em sua essência, e se não são celestes em sua essência, ao menos são de unia origem celeste, e que todo mal e, por conseqüência, todo falso são infernais em sua essência, e se não são infernais em sua essência, ao menos são de uma origem infernal; ora, tudo que é celeste está na luz, e tudo que é infernal está nas trevas. SEGUNDO OS ARCANOS CELESTES 20 - Toda e cada uma das cousas do Universo se referem ao Bem e ao Vero ou ao Mal e ao Falso; ao Bem e ao Vero as que estão e se fazem de acordo com a Ordem Divina, e ao Mal e ao Falso as que estão e se fazem contra a Ordem Divina, nº s 2452, 3166, 4390, 4409, 5232, 7256, 10122; portanto no homem, ao Entendimento e à Vontade, visto como o Entendimento elo homem é o recipiente do vero e do falso, e a Vontade, o recipiente do bem e do mal, nº 10122. Hoje, lia poucos que sabem o que é o Vero em sua essência real porque pouco se conhece a respeito do Bem, quando, entretanto, todo vero vem do bem, e todo bem existe pelos veros, nº s 2507, 3603, 4136, 9186, 9995. Há quatro espécies de homens: 1º Os que estão nos falsos segundo o mal, e os que estão nos falsos não segundo o mal. 2º Os que estão nos veros sem o bem. 3º Os

que estão nos veros e que pelos veros encaram o bem e tendem para ele. 4º Os que estão nos veros segundo o bem. Mas cada uma destas espécies vai ser examinada em particular. 21 1º Dos que estão nos falsos segundo o mal, e dos que estão nos falsos não segundo o mal; assim dos falsos segundo o mal, e dos falsos não segundo o mal. Há inumeráveis espécies de falsos, a saber, tantas quantas de males; e as origens dos males, e dos falsos provenientes de males, são em grande número, nº s 1188, 1212, 4729, 4822, 7574. Há o falso segundo o mal, ou o falso do mal; e há o mal segundo o falso ou o mal do falso, e de novo, por conseguinte, o falso, assim por derivação, nº s 1679, 2243. De um único falso, sobretudo si ele tem foros de principio, decorrem falsos em serie continua, nº s 1510, 1511, 4717, 4721. Há o falso segundo as cobiças do amor de si e do mundo; e há o falso segundo as ilusões dos sentidos, nº s 1295, 4729. Há os falsos da religião, e há os falsos da ignorância, nº s 4729, 8318, 9258. Há o falso em que está o bem, e o falso em que não está o bem, nº s 2863, 9304, 10109, 10302. Há o falsificado, nº s 7318, 7319, 10648. Todo mal tem consigo um falso, nº s 7577, 8094. O falso segundo as cobiças do amor de si é o falso mesmo do mal, e as piores espécies de falso vêm daí, nº 4729. O mal é pesado e caí por si mesmo no inferno, mas não o falso, a não ser que provenha do mal, nº s 8279, 8298. O bem é mudado em mal, e o vero em falso, quando caem do Céu no Inferno, porque assim caem em uma atmosfera espessa e impura, nº 3607. Os falsos segundo o mal aparecem como nevoeiros e como águas impuras acima dos Infernos, nº s 8137, 8138, 8146. Os que estão nos Infernos proferem falsos segundo o mal, n nº s 1695, 7351, 7352, 7357, 7392, 7689. Os que estão no mal só podem pensar o falso, quando pensam por si mesmos, nº 7437. Várias particularidades sobre o mal do falso, nº s 2408. 4818, 7272, 8265, 8279; e sobre o falso do mal, nº s 6359, 7272, 9304, 10302. Todo falso pode ser confirmado, e quando é confirmado aparece como vero, nº s 5033, 6865, 8521, 8780. E por isso que antes de confirmar alguma cousa, é preciso examinar si é um vero ou não, nº s 4741, 7012, 7680, 7950, 8521. É muito necessário evitar confirmar falsos de religião, porque daí vem à persuasão do falso, que

permanece no homem após a morte, nº s 845, 8780. Quanto é perniciosa a persuasão do falso, nº s 794, 806, 5096, 7686. Os bens não podem influir nos veros, enquanto o homem está rio mal, nº 2434. Tanto o homem está no mal e por conseqüência nos falsos, quando os bens e os veros se afastam dele, nº 3402. As maiores precauções são tomadas pelo Senhor, para que o vero não seja conjunto ao mal, nem o falso do mal, ao bem, nº s 3110, 3116, 4416, 5217. Desta mistura resulta a profanação nº' 6348. Os veros exterminam os falsos, e os falsos, aos veros, nº 5207. Os veros não podem ser recebidos profundamente enquanto reinar a incredulidade, nº 3399. Os veros podem ser falsificados. Como? Exemplos, nº 7318. É permitido aos maus falsificar os veros. Por quê? Nº 7332. Os veros são falsificados pelos maus, porque são aplicados e por conseqüência dirigidos para o mal, nº s 8094, 8149. O vero é falsificado quando é aplicado ao mal, o que é feito principalmente pelas ilusões e pelas aparências nos externos, nº s 7344, 8062. É permitido aos maus atacar os veros, mas não o bem, porque podem falsificar o vero por diversas interpretações e diversas aplicações, nº 6677. 0 vero falsificado de acordo com o mal é contra o vero e o bem, nº 8062. 0 vero falsificado de acordo com o mal cheira excessivamente mal, na outra vida, nº 7319. Várias particularidades sobre a falsificação do vero, nº s 7318, 7319, 10648. Há falsos de religião que estão em concordância com o bem, e há os que estão em discordância, nº 9259. Os falsos de religião si não estão em discordância com o bem, não produzem 0 mal exceto naqueles que estão no mal, nº 8318. Os falsos de religião não são imputados aos que estão no bem, mas o são a aqueles que estão no mal, nº s 8051, 8149. Os veros não reais e também os falsos, podem ser consociados com os veros reais naqueles que estão no bem, mas não nos que estão no mal, nº s 3470, 3471, 4551, 4552, 7344, 8149, 9298. Os falsos e os veros são consociados pelas aparências segundo o sentido da letra da Palavra, nº 7344. Os falsos tornam-se veros pelo bem, e são adoçados porque são aplicados e dirigidos para o bem, e porque o mal é afastado, nº 8149. Os falsos de religião, naqueles que estão no bem, são recebidos pelo Senhor como veros, nº s 4736, 8149. O bem, cuja qualidade vem de um falso de religião, é aceito pelo Senhor, se há

ignorância, e si na ignorância há a inocência e bom fim, nº 7887. Os veros no homem, são aparências do vero e do bem, imbuídos de ilusões, mas não obstante o Senhor os adapta aos veros reais no homem que vive no bem, nº 2053. Os falsos em que está o bem se encontram naqueles que estão fora da Igreja, e por conseqüência lia ignorância do vero, e também naqueles que estão dentro da Igreja em que lia falsos de doutrina, nº s 2589, a 2604, 2861, 2863, 3263, 3778, 4189, 4190, 4197, 6700, 9256. Os falsos em que não está o bem são mais graves nos que estão dentro da Igreja do que nos que estão fora da Igreja, nº 7688. Na outra vida os veros e os bens são tirados dos maus, e são dados aos bons, segundo as palavras do Senhor: "'A aquele que tem será dado afim de que tenha abundantemente, e a aquele que não tem, será tirado o que ele tem" (Mat. XXV, 29), nº 7770. 22-2º Dos que estão nos veros e não no bem; assim os veros sem o bem. Os veros sem o bem não são em si mesmos veros, porque não têm a vida pois toda a vida dos veros vem do bem, nº 3603. São portanto como um corpo sem alma, nº s 8530, 9154. Os conhecimentos do vero e do bem que estão unicamente na memória e não na vida, eles acreditam ser veros, nº 5276. Os veros não são apropriados pelo homem, e não se tornam cousa sua, quando ele só os sabe e reconhece por cousas que procedem do amor de si e do mundo, nº s 3402, 3834. Mas aqueles que ele reconhece por causa do vero mesmo e do bem mesmo, são apropriados, nº 3849. Os veros sem o bem não são aceitos pelo Senhor, nº 4368; e não salvam, nº 2261. Os que estão nos veros sem o bem não são da Igreja, nº 3963. Não podem ser regenerados, nº 10367. O Senhor não influi nos veros senão pelo bem, nº 10367. Da separação do vero do bem, nº s 5008, 5009, 5022, 5028. O que é o vero sem o bem, e o que é ele com o bem, nº s 1949, 1950, 1964, 5951; por comparações, nº 5804. O vero sem o bem é melancólico, nº s 1949, 1950, 1951, 1964. No Mundo Espiritual parece duro, nº s 6359, 7068; e agudo, nº 2799. O vero sem o bem é como a luz do inverno, em que todas as cousas da terra se entorpecem e nada se produz; mas o vero com o bem é como a luz da primavera e do verão, em que todas as cousas florescem e são produzidas, nº s 2231, 3146, 3412, 3413. Uma tal luz de inverno é mudada em espessas trevas quando influi a luz do Céu, e então os que estão nesses veros cabem na cegueira e na estupidez, nº s 3412, 3413.

Os que separam os veros do bem estão nas trevas e na ignorância dos veros e nos falsos, nº 9186. Dos falsos eles se lançam nos males, nº s 3325, 8094. Erros e falsos em que se lançam, nº s 4721, 4730, 4776, 4783, 4925, 7779, 8313, 8765, 9222. A Palavra está fechada para eles, nº s 3773, 4783, 8780. Não vêem tudo que o Senhor disse sobre o amor e sobre a caridade, portanto sobre o bem, e não lhes dão atenção, nº s 2371, 3416. Não sabem o que é o bem e por conseqüência o que é o amor celeste e a caridade, nº 2417, 3603, 4136, 9995. Os que conhecem os veros da fé, e vivem mal, abusam dos veros na outra vida para dominar; o que são eles e qual é a sua sorte lá, nº 4802. O Divino Vero condena ao Inferno, mas o Divino Bem eleva ao Céu, nº 2258. O Divino Vero inspira o terror, mas não o Divino Bem, nº 4180. O que é ser julgado segundo o vero e segundo o bem, nº 2335. 23-3º Dos que estão nos veros, e que pelos veros encaram o bem e tendem para o bem; assim dos veros pelos quais vem o bem. O que o homem ama ele o quer, e o que o homem ama, ou quer, ele o pensa e o confirma por diversos argumentos; o que o homem pensa ou quer, o chama bem; e o que, por conseqüência, o homem pensa e confirma por diversos argumentos, chama vero, nº 1070. É por isso que o vero se torna o bem, quando se torna cousa do amor ou da vontade, ou quando o homem o ama e o quer, nº s 5526, 7835, 10367. E como o amor ou a vontade é a vida mesma do homem, o vero não vive no homem quando o homem somente o sabe e o pensa, mas vive quando o ama e o quer, e segundo o amor e a vontade, o faz, nº s 5595 9282. Os veros, por conseguinte, recebem assim a vida segundo o bem, nº s 2434, 3111, 3607. Por conseqüência os veros têm a vida pelo bem, e não há para os veros nenhuma vida sem o bem, nº s 1589, 1947, 1997, 3579, 8530, 4070, 4096, 4097, 4736, 4757, 4884, 5747, 5928, 9154, 9667, 9841, 10729; ilustrando, nº 9154. Quando se deve dizer que os veros adquiriram a vida, nº 1928. O vero quando é conjunto ao bem, é apropriado pelo homem, porque se torna cousa de sua vida, nº s 3108, 3161. Para que o vero seja conjunto ao bem, é preciso que haja consentimento do entendimento e da vontade; quando a vontade também consente, então na conjunção nº s 3157, 3158, 3161.

Quando o homem é regenerado, os veros entram com o prazer da afeição porque ele gosta de fazê-los; e são reproduzidos com a mesma afeição, porque lia coerência, nº s 2483, 2497, 3140, 3066, 3074, 3336, 4018, 5893, 7967. A afeição, que pertence ao amor, se junta sempre aos veros segundo os usos da vida; esta afeição é reproduzida com os veros, e os veros são reproduzidos com a afeição, nº s 3336, 3824, 3849, 4205, 5893, 7967. O bem só reconhece como vero o que concorda com a afeição que pertence ao amor, nº 3161. Os veros são introduzidos por prazeres e encantos convenientes, nº s 3502 e 3512. Toda afeição real do vero vem do bem, e está de acordo com o bem, nº s 4373, 8349, 8356. Assim, lia insinuação e influxo do bem nos veros, e conjunção, nº 4301. E assim os veros têm vida, nº s 7918, 7967. Uma vez que a afeição que pertence ao amor, se agrega sempre aos veros segundo os usos da vida, o bem reconhece seu vero, e o vero reconhece seu bem, nº s 2429, 3101, 3102, 3161, 3179, 3180, 4358, 5807, 5835, 9637. Por conseguinte na conjunção do vero e do bem; sobre esta conjunção, nº s 3834, 4096, 4097, 4301, 4345, 4353, 4364, 4368, 5365, 7623 a 7627, 7752 a 7762, 8530, 9258, 10555. Os veros também se reconhecem e se consociam mutuamente, nº 9079; e isso vem do influxo do Céu, nº 9079. O bem é o Ser da vida, e o vero é por conseguinte o Existir da vida; assim o bem tem seu Existir da vida no vero, e o vero tem seu Ser da vida no bem, nº s 3049, 3180, 4574, 5002, 9154. Por conseguinte todo bem tem seu vero, e todo vero tem seu bem, porque o bem sem o vero não Existe e o vero sem o bem não É, nº 9637. Pois também o bem tem sua forma e sua qualidade pelos veros, assim, o vero é a forma é a qualidade do bem, nº s 3049, 4574, 6917, 9154. E por conseqüência o vero e o bem devem ser conjuntos, para que sejam alguma cousa, nº 10555. Por isso, o bem está em um perpetuo esforço e em um perpetuo desejo de se conjuntar aos veros, nº s 9206, 9495; ilustrado, nº 9207. E os veros reciprocamente se conjuntam com o bem, nº 9206. Há conjunção recíproca do bem com o vero e do vero com o bem, nº s 5365, 8516. O bem age, e o vero reage, mas segundo o bem, nº s 3155, 4380, 4757, 5928, 10.729. Os veros encaram seu bem como principio e fim, nº 4353. Acontece com a conjunção do vero com o bem, o mesmo que com a progressão da vida do homem, desde a infância, em que a principio ele apanha os veros

cientificamente, em seguida racionalmente, e enfim o faz cousa de sua vida, nº s 3024, 3665, 3691; acontece também como a respeito de uma criança, que é concebida, carregada no útero, depois nasce, cresce, e torna-se obediente, nº s 2398, 3299, 3308, 3665, 3690; e também como com as sementes e o húmus, nº 3671; e como a respeito da água com o pão, nº 4976. A primeira afeição do vero não é genuína, mas é purificada à medida que o homem é aperfeiçoado, nº s 3040, 3089. Contudo os bens e os veros não reais servem à introdução dos bens e dos veros reais, e em seguida os que precederam são abandonados, nº s 3665, 3690, 3974, 3982, 3986, 4145. De mais, o homem é conduzido ao bem pelos veros e não sem os veros, nº s 10124, 10367. Se o homem não aprende ou não recebe os veros, o bem não pode influir, portanto o homem não pode tornar-se espiritual, nº 3387. A conjunção do bem e do vero se faz de acordo com o crescimento dos conhecimentos, nº 3141. Os veros são recebidos por cada um, conforme são compreendidos, nº 3385. Os veros do homem natural são científicos, nº s 3293, 3309, 3310. Os científicos e os conhecimentos são como vasos, nº s 6004, 6023, 6052, 6071, 6077. Os veros são vasos do bem, porque são os recipientes dele, nº s 1469, 1900, 2063, 2261, 2269, 3318, 3368, 3365. O bem influi no homem pelo caminho interno ou da alma, mas os veros pelo caminho externo ou do ouvido e da vista, e são conjuntos nos seus interiores pelo Senhor, nº 3030, 3098. Os veros são elevados do homem natural, e implantados no bem, no homem espiritual, e assim os veros tornam-se espirituais, nº s 3085, 3086. E mais tarde influem daí no homem natural, o bem espiritual no bem do natural imediatamente, mas no vero do natural mediatamente, nº s 3314, 3573, 4563, ilustrado, nº s 3314, 3576, 3616, 3969, 3995. Em uma palavra, os veros são conjuntos ao bem no homem, tanto quanto e da mesma maneira que o homem está no bem quanto à vida nº s 3834, 3843. A conjunção se faz de uma maneira nos celestes e de uma outra maneira nos espirituais, nº 10124. Varias particularidades sobre a conjunção do bem e do vero, e sobre a maneira por que ela se faz, nº s 3090, 3203, 3318, 4096, 4097, 4345, 4353, 5365, 7623, 7627. Como o bem espiritual é formado pelos veros, nº s 3470, 3570.

24 4º Dos que estão nos veros segundo o bem; assim, dos veros segundo o bem. Diferença entre o vero que conduz ao bem e o vero que procede do bem, nº63. O vero não é essencialmente o vero senão na medida em que procede do bem, nº 4736, 10619; porque o vero tira do bem o seu Ser, nº s 3049, 3180, 4574, 5002, 9144; e sua vida, nº s 3111, 2434, 6077; e porque o vero é a forma ou a qualidade do bem, nº s 3049, 4574, 5951, 9144. O vero é absolutamente como o bem, no homem, na mesma relação e no mesmo grão, nº 2429. 0 vero, para que seja o vero, deve tirar sua essência do bem da caridade e da inocência, nº s 3111, 6013. Os veros que provêm do bem são veros espirituais, nº 5951. O vero, quando procede do bem, faz um com o bem, a tal ponto que os dois juntos são um único bem, nº s 4301, 7835, 10252, 10266. O entendimento e a vontade fazem um só mental e uma só vida, quando o entendimento procede da vontade, visto que o entendimento é o recipiente do vero, e a vontade o recipiente do beira, mas não quando o homem pensa e fala diferentemente do que quer, nº 3623. O vero segundo o bem é o vero em vontade e em ato, nº s 4337, 4353, 4385, 4390. Quando o vero procede do bem, o bem tem sua imagem no vero, nº 3180. No Céu inteiro e no mundo inteiro, e em cada uma das cousas que os constituem, há uma semelhança, do casamento, nº 54, 718, 747, 917, 1432, 2173, 2516, 5194; principalmente ente entre o vero e o bem, nº s 1904, 2173, 2508; visto como todas as cousas do universo se referem ao vero e ao bem para ser alguma cousa, e a sua conjunção para produzir alguma cousa, nº s 2452, 3166, 4390, 4409, 5232, 7256, 10122, 10555. Os antigos também tinham instituído um casamento entre o vero e o bem, nº 1904. A lei do casamento é que dois sejam um, segundo as palavras do Senhor, nº s 10130, 10168, 10169. O amor verdadeiramente conjugal desce do céu e existe pelo casamento do bem e do vero, nº s 2728, 2729. O homem é sábio quando está no bem e, por conseqüência, no vero, mas não quando sabe os veros sem estar no bem, nº s 3182, 3190, 4884. O homem, que está nos veros segundo o bem, na atualidade é levado da luz do mundo à luz do céu, portanto da obscuridade à claridade; e vice-versa, está na luz do mundo e lia obscuridade quando sabe os veros e não está no bem, nº s 3190, 3192. O homem

não sabe o que é o bem, antes de estar no bem; é pelo bem que o sabe, nº s 3325, 3330, 3336. Os veros crescem imensamente quando procedem do bem, nº s 2846, 2847, 5345; deste crescimento, nº 5355. Este crescimento é como a frutificação da arvore, e a multiplicação pelas sementes, de que se formam jardins inteiros, nº s 1873, 2846, 2847. Do mesmo modo também aumenta a sabedoria, e isso eternamente, nº s 3200, 3314, 4220, 4221, 5527, 6663. Do mesmo modo, o homem, que está nos veros segundo o bem, é ilustrado, e em uma ilustração maior quando lê a Palavra, nº s 9382, 10548, 10549, 10550, 10691, 10694. O bem do amor é como um fogo, e o vero que provem dele é como a luz produzida por este fogo, nº s 3195, 3222, 5400, 8644, 9399, 9548, 9684. No céu, os veros segundo o bem também brilham, nº 5219. Os veros segundo o bem, pelos quais existe a sabedoria, crescem segundo a qualidade e a quantidade do amor do bem, e de outro lado, os falsos segundo o mal, crescem segundo a qualidade e a quantidade do amor do mal, nº 4099. O homem que está nos veros segundo o bem, vem à inteligência e à sabedoria angélicas, que estão escondidas em seus interiores enquanto vive no mundo, mas são postos à descoberto lia outra vida, nº 2494. O homem que está nos veros segundo o bem, torna-se anjo depois da morte, nº 8747. Os veros segundo o bem são como as gerações, nº 9079. São dispostos em series, nº s 5339, 5343, 5530, 7408, 10303. A ordenação destes veros segundo o bem comparada com as fibras e os vasos sanguíneos do corpo, e por conseguinte com sua textura e suas formas segundo os usos da vida, nº 3470, 3570, 3379, 9154. Os veros segundo o bem formam como uma cidade, e isto pelo influxo do céu, nº 3584. No meio estão os veros que pertencem ao vero principal, e os outros são afastados dele conforme o grão de discrepância, nº s 3983, 4551, 4552, 5530, 6028. O mesmo arranjo tem lugar entre os maus para os falsos, nº s 4551, 4552. Os veros quando procedem do bem, são postos em ordem segundo a forma do céu, nº s 4302, 5704, 5339, 5343, 6028, 10303; e isso conforme a ordem em que estão as sociedades angélicas, nº 10303. Todos os veros, quando procedem do bem, são conjuntos entre si por uma sorte de afinidade, e dá-se com eles como com as derivações de famílias proveniente de uni mesmo pão, nº 2863. Todo vero tem também uma esfera de extensão no céu segundo a

qualidade e a quantidade do bem de que provêm, nº 8063. O casamento do bem e do vero é a Igreja e o Céu no homem, nº s 2173, 7752, 7753, 9224, 9995, 10122. Do prazer e da felicidade daqueles em quem o bem está nos veros, nº 1470. O vero segundo o bem, estando conjunto, apresenta a imagem do homem, nº 8370. O homem não é absolutamente senão seu bem e o vero que dele procede, ou seu mal e o falso que dele procede, nº 10298. Em suma: Pelos veros há a fé, nº s 4352, 4997, 7178, 10367. Pelos veros lia a caridade para com o próximo, nº s 4368, 7623, 7624, 8034. Pelos veros há o amor para com o Senhor, nº s 10143, 10153, 10310, 10578, 10645. Pelos veros há a consciência, nº s 1077, 2053, 9113. Pelos veros há a inocência, nº s 3183, 3494, 6013. Pelos veros há a purificação dos males nº s 2799 5954, 7044, 7918, 9088, 10229, 10237. Pelos veros há a regeneração, nº s 1555, 1904, 2046, 2189, 9088, 9959, 10028. Pelos veros há a inteligência e a sabedoria, nº s 3182, 3190, 3387, 10064, Pelos veros há beleza para os anjos, e por conseqüência para os homens quanto aos interiores que pertencem a seu espírito, nº s 553, 3080, 4785, 5199. Pelos veros há poder contra os males e os falsos, nº s 3091, 4015, 10481. Pelos veros há ordem tal qual existe no céu, nº s 3316, 3417, 3570, 5704, 5339, 5343, 6028, 10303. Pelos veros há a Igreja, nº s 1798, 1799, 3963, 4468, 4672. Pelos veros há o céu para o homem, nº s 1900, 9832, 9931, 10303 Pelos veros o homem torna-se homem, nº s 3175, 3387, 8370, 10298. Mas, entretanto todas estas cousas pelos veros segundo o bem, não pelos veros sem o bem e o bem vem do Senhor, nº s 2434, 4070, 4736, 5147. Todo bem vem do Senhor, nº s 1614, 2016, 2904 4151, 9981. 25 - Todo bem e todo vero vêm do Senhor. O Senhor é o Bem mesmo e o vero mesmo, nº s 2011, 4151, 10336, 10619. O Senhor, quanto a um e a outro é o Divino e o Humano, é o Divino Bem do Divino Amor, e deste Divino Bem procede o Divino Vero, nº s 3704, 3712, 4180, 4577. O Divino Vero procede do Divino Bem do Senhor, por comparação, como a luz procede do Sol, nº s 3704, 3712, 4180, 4577. O Divino Vero procedente do Senhor aparece nos céus como Luz, e constitui toda a luz do céu, nº s 3195, 3223, 5400, 8694, 9399, 9548, 9684. A Luz do céu que é o Divino Vero unido ao Divino Bem, ilumina a vista e o entendimento dos anjos e dos espíritos, nº s 2776, 3138. O Céu

está na luz e no calor porque está no vero e rio bem, visto que lá o Divino Vero é a Luz e o Divino Bem é o Calor, nº s 3643, 9399, 9400, e no Tratado do Céu e do Inferno, nº 126 a 140. O Divino Vero procedendo do Divino Bem do Senhor forma e põe em ordem o Céu Angélico, nº s 3038, 9408, 9613, 10716, 10717. O Divino Bem unido ao Divino Vero, que está nos céus, é chamado Divino Vero, nº 10196. O Divino Vero procedente do Senhor é o único real, nº s 6880, 7004, 8200. Pelo Divino Vero todas as cousas foram feitas e criadas, nº s 2803, 2894, 5272, 7678. Ao Divino Vero pertence também todo o poder, nº 8200. O homem não pode por si mesmo, fazer cousa alguma de bem nem pensar cousa alguma do vero, nº s 874, 875, 876. O racional do homem não pôde por si mesmo perceber o Divino Vero, nº s 2196, 2203, 2209. Os veros que não procedem do Senhor vêm do próprio do homem, e não são veros, mas somente aparecem como veros, nº s 88,68. Todo bem e todo vero vem do Senhor, e do homem não vem bem algum nem vero algum, nº s 1614, 2016, 2904, 4151, 9981. Os bens e veros não são bens e veros senão quando têm em si o Senhor, nº s 2904, 3061, 8480. Do Divino Vero procedendo imediatamente do Senhor, e do Divino Vero procedendo mediatamente pelos anjos; e do influxo destes veros no homem, nº 7055, 7056, 7058. 0 Senhor inclui no, bem no homem, e pelo bem nos veros, nº s 10153. Ele influi pelo bem nos veros de todo gênero, sobretudo nos veros reais, nº s 2531, 2554. 0 Senhor não influi rios veros separados dos bens, e não há paralelismo entre o Senhor e o homem quanto a estes veros, mas lia quanto aos bens, nº s 1831, 3514, 3564. Fazer o bem e o vero pelo bem e o vero, é amar o Senhor e amar o próximo, nº 10336. Os que estão no interno da Palavra, da Igreja e do Culto, gostam de fazer o bem e o vero pelo bem e o vero; mas os que estão no externo destas coisas sem estar no interno, gostam de fazer o bem e o vero por eles mesmos e pelo mundo, nº 10683. O que é fazer o bem e o vero pelo bem e o vero, ilustrado por exemplos, nº 10683. 26 - Dos diversos bens e dos diversos veros. Existe uma variedade infinita e jamais tinia cousa é identicamente a mesma que uma outra, nº s 7236, 9002. Nos céus existe também uma variedade infinita, nº s 684,