UNIVERSIDADE DE CUIABÁ UNIC NÚCLEO DE DISCIPLINAS INTEGRADAS DISCIPLINA DE CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS IV CMF IV SEMESTRE LETIVO



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Transcrição:

UNIVERSIDADE DE CUIABÁ UNIC NÚCLEO DE DISCIPLINAS INTEGRADAS DISCIPLINA DE CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS IV CMF IV SEMESTRE LETIVO 2012/2 Unidade 2 TECIDO SANGUÍNEO NOME: TURMA:

Este material foi elaborado para complementar o estudo de vocês e facilitar a fixação do conteúdo abordado. Ele deve ser levado para a aula teórica e prática do assunto abordado, pois suas atividades e textos serão utilizados durante as aulas. Além do mais, este material deverá ser estudado atentamente após a leitura do livro texto indicado pela disciplina. O conteúdo deste também será objeto de avaliação oficial e parcial, incluindo a discussão de seus textos em sala de aula durante as aulas expositivas dialogadas, a realização do roteiro de aula prática e dos exercícios da lista. A lista de exercícios e o roteiro de aula prática deverão ser vistados pelos professores, portanto fique atento às datas! Esperamos que seu estudo seja aprimorado e facilitado com este material. Bom estudo! Conteúdo INTRODUÇÃO... 3 ARTIGO DE REVISÃO PARA LEITURA E DISCUSSÃO... 5 LISTA DE EXERCÍCIOS... 12 ROTEIRO DE AULA PRÁTICA... 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 20 SANGUE E HEMATOPOESE Página 2

INTRODUÇÃO O sangue é o líquido contido em um compartimento fechado, o sistema circulatório, que o mantém em movimento regular e unidirecional devido essencialmente às contrações rítmicas do coração. O volume total de sangue me uma pessoa normal corresponde à aproximadamente 7% de seu peso corporal. O sangue é principalmente um meio de transporte. Por seu intermédio, leucócitos percorrem constantemente o corpo, atravessam por diapedese a parede dos vasos sanguíneos e concentram-se rapidamente nos tecidos afetados por invasores. O sangue transporta oxigênio e gás carbônico, metabólitos, nutrientes, hormônios, catabólitos. Também tem função de distribuição de calor, equilíbrio ácido-base e equilíbrio osmótico dos tecidos. O sangue é composto por uma parte líquida o plasma, e por um componente celular também chamado de glóbulos sanguíneos que podem ser classificados em glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. O plasma é uma solução aquosa contendo vários componentes de baixo e alto peso molecular que correspondem a 10% de seu volume. Destes componentes, as proteínas correspondem a 7% e os sais inorgânicos a 0,9%, o restante é formado por componentes orgânicos tais como aminoácidos, glicose, uréia, vitaminas e hormônios. As principais proteínas do plasma são as albuminas e as globulinas alfa, beta e gamaglobulinas, as lipoproteínas e as proteínas que participam do processo de coagulação como a protrombina e o fibrinogênio. As albuminas que são sintetizadas no fígado desempenham função importante na manutenção da pressão osmótica do sangue. Uma deficiência de albumina acarreta edema generalizado. As gamaglobulinas são os anticorpos, também chamadas imunoglobulinas e são responsáveis pela defesa do organismo. Os glóbulos vermelhos, também conhecidos como hemácias ou eritrócitos são responsáveis pelo transporte de oxigênio. São células anucleadas contendo moléculas de hemoglobina, na qual o oxigênio se liga e assim é transportado. As plaquetas são corpúsculos celulares derivados do citoplasma de uma célula gigante chamada megacariócito residente na medula óssea. As plaquetas participam da coagulação do sangue, um processo chamado hemostasia. Os glóbulos brancos são um grupo heterogêneo de células nucleadas que possuem morfologia e funções diferentes relacionadas à defesa do organismo contra invasores. Os linfócitos são células que fazem um tipo defesa específica e podem ser classificados em linfócitos T e B. As células chamadas NK também fazem parte do grupo de linfócitos. Neutrófilos são fagócitos polimorfonucleares envolvidos em processos inflamatórios e defesa contra bactérias. Basófilos e eosinófilos se relacionam com SANGUE E HEMATOPOESE Página 3

processos alérgicos, sendo que o último também realiza defesa contra helmintos. Os monócitos são fagócitos mononucleares que dão origem aos macrófagos. A produção de células sanguíneas se dá pelo processo de hematopoese, que acontece na medula óssea no adulto. Durante este processo células tronco sofrem divisão e diferenciação dando origem aos precursores das células sanguíneas. A hematopoese sofre influencia de diversos fatores incluindo moléculas chamadas citocinas, interleucinas e hormônios que tem por finalidade regular a síntese dos componentes celulares do sangue. Para entender melhor a formação do sangue e as funções de cada tipo celular, leia atentamente o artigo de revisão escrito pelo professor Giovanny Rebouças Pinto. SANGUE E HEMATOPOESE Página 4

ARTIGO DE REVISÃO PARA LEITURA E DISCUSSÃO Considerações gerais O sangue é um fluido corpóreo especializado que tem como função a manutenção da vida do organismo e pode ser didaticamente dividido em 2 componentes: um líquido (55% do volume), representado pelo plasma; e um celular (45% do volume), representado pelos glóbulos vermelhos (eritrócitos ou hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas (trombócitos). Denomina-se hematopoese o processo de formação do componente celular do sangue, que ocorre a partir de uma célula indiferenciada pluripotente, denominada célula-tronco hematopoética. O sistema hematopoético é caracterizado por uma constante renovação de células. Estima-se que para a manutenção do estoque de células-tronco de um adulto que pese 70kg, a medula óssea (MO) deva produzir um trilhão de células ao dia. Essa produção, é mantida por um pequeno número de células-tronco que representam cerca de 0,1% das células nucleadas na MO. Em resposta a estímulos apropriados (hipóxia, sangramento ou infecção, p. ex.) pode haver um aumento substancial na produção de células-tronco na MO, onde estas células, por processos de proliferação e diferenciação, influenciadas por fatores de crescimento, são capazes de atender às necessidades do organismo. Locais da hematopoese Durante a vida fetal a hematopoese ocorre inicialmente em ilhotas sanguíneas do saco vitelino (até o 2º mês) e posteriormente no fígado e no baço (do 2-7º mês). Esta função é progressivamente assumida pela MO de praticamente todos os ossos da criança, enquanto que no adulto ocorre predominantemente no esterno, ossos da bacia, costelas e nas vértebras. A MO nos recém-nascidos é extremamente celular. Com o tempo, o espaço medular é preenchido por células gordurosas (adipócitos), e a celularidade decresce progressivamente, sendo o declínio mais acentuado após os 70 anos. Esta redução em indivíduos normais é SANGUE E HEMATOPOESE Página 5

consequência tanto da diminuição absoluta do tecido hematopoético bem como do aumento da cavidade medular, devido à perda de substância. Nos adultos a hematopoese é restrita à MO. No entanto, em associação com doenças caracterizadas por produção aumentada de um ou mais tipos de célula sanguínea (eritroblastose fetal, anemia hemolítica, anemia perniciosa, anemia falciforme, talassemia, esferocitose hereditária e leucemias, p. ex.), a MO gordurosa pode voltar a ser substituída por tecido hematopoético; podendo ocorrer até nos ossos longos. Além disso, o fígado e baço também podem reassumir a função hematopoética fetal, sendo este fenômeno denominado de hematopoese extramedular. A presença de tecido hematopoético ativo fora da MO é denominada metaplasia mielóide, e pode ser um fenômeno compensatório ou indício de neoplasia. Em crianças, a metaplasia mielóide compensatória é mais comum, mas em adultos, geralmente, é indicativo da presença de processo neoplásico. Após o nascimento, a formação primária de linfócitos ocorre na MO e no timo. O timo mantém esta função durante toda a vida, mesmo em indivíduos idosos onde este órgão está bastante hipotrofiado. Os órgãos linfopoéticos secundários (que respondem à necessidades patológicas) são constituídos pelo baço, linfonodos e pelo tecido linfóide associado à mucosas do trato digestivo e respiratório. Estroma da medula óssea As células-tronco pluripotentes que migram do saco vitelino e do baço fetal para a MO vão se localizar junto às trabéculas ósseas por volta do 5º ou 6º mês, quando se inicia a ossificação. Denomina-se microambiente medular ou estroma medular o conjunto de células, vasos, nervos e fibras conjuntivas onde se aninham os precursores hematopoéticos. O estroma constitui-se em um meio adequado para a proliferação e maturação dos progenitores hematopoéticos e divide-se em um componente celular e um não-celular. O componente celular é representado por fibroblastos, adipócitos, macrófagos, linfócitos e células endoteliais. Enquanto o não-celular é representado pela matriz extracelular. As células do estroma são responsáveis pela produção de proteínas que estimulam a hematopoese como: SCF, G-CSF, GM-CSF, IL-1, IL-3, IL-6, IL-7, TGF e outros fatores que participam da regulação da hematopoese (ver adiante). A matriz extracelular do estroma é composta por várias proteínas, glicoproteínas e proteoglicanas produzidas pelas células estromais. Estas macromoléculas incluem o colágeno (tipo I, III, IV, V e VI), fibronectina, laminina, hemonectina, sulfato de heparina e sulfato de condroitina. As células progenitoras hematopoéticas possuem receptores de superfície para estas macromoléculas e se ligam a sítios específicos do estroma, o que contribui para regulação da proliferação e diferenciação dessas células. Em suma, o estroma regula a hematopoese por meio da secreção de fatores solúveis ou pelas interações célula-célula e célula-matriz extracelular. A integridade do estroma permite a manutenção de condições físicas e químicas ideais para que haja proliferação e maturação SANGUE E HEMATOPOESE Página 6

normais dos precursores hematopoéticos. Por isso, quando estas condições se alteram, o sangue também se altera, podendo surgir diversas patologias. Células hematopoéticas Células-tronco Células-tronco são definidas por sua capacidade de reconstituir a hematopoese em longo prazo e de forma completa em organismos irradiados letalmente. Assim, um paciente com leucemia, p. ex., pode ser tratado com doses absurdamente altas de radio- e quimioterápicos, capazes de destruir quase todas as células de sua MO e, em seguida, ao receberem uma infusão de células-tronco (transplante de células-tronco) tem a hematopoese reconstituída. As células-tronco possuem uma característica fundamental, denominada plasticidade celular, que consiste em uma divisão celular assimétrica, ou seja, ao se dividirem dão origem a uma nova célula-tronco (autoregeneração) e a uma célula precursora comprometida com uma linhagem específica de qualquer uma das células circulantes do sangue periférico. Embora a maior parte das células-tronco resida na MO, um pequeno número destas células, ou de células funcionalmente semelhantes a elas, pode ser encontrado em circulação no sangue periférico. A maior parte das células-tronco encontra-se quiescente, ou seja, na fase G0 do ciclo celular. A demonstração cabal de que todas as células maduras do sangue se originam das célulastronco foi feita por experimentos nos quais as células-tronco de camundongos foram infectadas in vitro por um provírus incapaz de se replicar, mas que se integra no genoma da célula hospedeira. Desta maneira, a inserção viral no DNA serviu como um marcador da progênie destas células. Alguns meses após serem transplantados com as células marcadas, demonstrou-se que todas as células maduras do sangue periférico dos recipientes eram originárias do mesmo clone de células-tronco transplantadas. Células precursoras Ao se dividirem as células-tronco dão origem a células precursoras, as quais se caracterizam pela perda do potencial de auto-regeneração e pelo comprometimento com uma dada via de diferenciação. Experimentos laboratoriais com culturas celulares, na presença de fatores de crescimento, demonstraram que as células precursoras inicialmente são capazes de originar colônias contendo células de diferentes linhagens (células precursoras multilinhagem), mas à medida que se dividem e se diferenciam, as células precursoras tornam-se mais restritas a uma única linhagem (células precursoras unilinhagem). As células precursoras são geralmente designadas como unidades formadoras de colônias (CFU). A existência de combinações específicas de algumas linhagens sugere que o comprometimento da célula com uma única linhagem ocorre segundo uma ordem específica. Assim, primeiro ocorre a separação entre as linhagens mielóide e linfóide, a seguir há a separação entre a linhagem granulocítica/monocítica, a eritrocítca/megacariocítica, e assim sucessivamente (ver adiante). SANGUE E HEMATOPOESE Página 7

Células diferenciadas As células diferenciadas são aquelas que morfologicamente podem ser identificadas à microscopia óptica. Constituem a maior parte das células da MO e são capazes de apenas algumas divisões celulares. São células especializadas, que sofreram modificações irreversíveis no seu núcleo e organelas citoplasmáticas. Fatores estimulantes e inibidores da hematopoese As células-tronco, na MO, podem entrar em atividade progressiva iniciando o 1º ciclo celular (G1 > S > G2 > M) pela ação de fatores estimulantes do crescimento, denominadas de citocinas. Desta forma, a produção de cada linhagem celular hematológica (hemácias, leucócitos e plaquetas) é regulada de forma independente e esta produção é regida de acordo com a necessidade fisiológica do organismo. As citocinas são glicoproteínas que atuam na proliferação e diferenciação de precursores imaturos, além de atuarem na regulação da função de células já diferenciadas ou maduras. As citocinas podem ser do tipo interleucinas ou fatores de crescimento denominados fatores estimulantes de colônia (CSF). As interleucinas e os CSF são os principais mediadores da hematopoese, podendo agir em células multipotentes ou em progenitores linhagemespecífica. Dois exemplos práticos: fator estimulante de colônia granulócito/monócito (GM-CSF), que age sobre progenitores multipotentes; e a eritropetina (EPO), que age sobre progenitores linhagem-específica. O GM-CSF é o fator estimulante de colônia de granulócitos e monócitos, produzido pelos linfócitos e células do estroma medular em resposta à inflamação. O GM-CSF estimula a formação de mieloblastos e monoblastos, culminando com a maior produção de neutrófilos e monócitos (que nos tecidos originam os macrófagos), que são as principais células de defesa do organismo. Além disso, o GM-CSF também atua na regulação da função de células já diferenciadas, pois aumenta a atividade bactericida dos neutrófilos. A EPO é o fator de crescimento que atua somente sobre a linhagem eritrocítica e regula a produção de hemácias, estimulando os progenitores eritrocíticos a formar mais eritroblastos na MO. A EPO age em resposta à hipóxia tecidual, como na redução da oxigenação provocada pelas anemias. Os rins produzem cerca de 90% da EPO, sendo os 10% restantes produzidos por hepatócitos que rodeiam as veias centrais no fígado. A fim de que a proliferação e a diferenciação celular corresponda somente às necessidades do organismo e não ocorra produção excessiva, existe um mecanismo regulador que consiste na presença de substâncias inibidoras e/ou moduladoras do crescimento, que também são produzidas por células do estroma medular. Dois exemplos práticos são as prostaglandinas que inibem a granulopoese e a monopoese; e o fator de crescimento tumoral (TGF), que inibe a eritropoese. Formação das células sanguíneas Inicialmente, no processo de formação das células sanguíneas (fenômeno denominado de hematopoese), a células-tronco se diferencia em 2 tipos celulares, cada um comprometido SANGUE E HEMATOPOESE Página 8

com a formação de uma grande linhagem hematológica: a linhagem mielóide, que dará origem às hemácias, plaquetas, granulócitos e monócitos; e a linhagem linfóide, que dará origem aos linfócitos. Linhagem mielóide A célula progenitora mielóide pode se diferencia em mais 2 tipos celulares: uma comprometida com a linhagem eritrocítica/megacariocítica (formação de hemácias e plaquetas) e outra comprometida com a linhagem granulocítica/monocítica (formação dos granulócitos e monócitos). O precursor eritrocítico/megacariocítico finalmente se diferencia, dando origem aos progenitores eritrocíticos (os eritroblastos) ou megacariocíticos (os megacarioblastos). Denomina-se eritropoese o processo de produção de hemácias a partir de eritroblastos na MO. A forma mais imatura de precursor eritrocítico distinguível no esfregaço de MO é o proeritroblasto, que por maturação e sucessivas divisões torna-se uma hemácia. A ordem de maturação é a seguinte: (1) proeritroblasto; (2) eritroblasto basófilo; (3) eritroblasto policromático; (4) eritroblasto ortocromático; (5) reticulócito; e (6) eritrócito ou hemácia. Denomina-se megacariopoese o processo de produção de plaquetas a partir de megacarioblastos na MO. A forma mais imatura de precursor megacariocítico distinguível no esfregaço de MO é o megacarioblasto. À medida que amadurecem os precursores megacariocíticos adquirem maior tamanho e maior quantidade de citoplasma. O núcleo tornase facilmente visível pois aumenta a quantidade de DNA, tornando-se poliplóides. A ordem de maturação é a seguinte: (1) megacarioblasto; (2) megacariócito basófilo; (3) megacariócito acidófilo; e (4) plaquetas. O precursor granulocítico/monocítico finalmente se diferencia nos progenitores granulocíticos (os mieloblastos) ou monocíticos (os monoblastos). Denomina-se granulopoese o processo de produção de granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) a partir de mieloblastos na MO. A forma mais imatura de precursor granulocítico distinguível no esfregaço de MO é o mieloblasto. Existem 3 tipos de mieloblasto, cada um, por maturação e sucessivas divisões, torna-se um dos 3 tipos de granulócitos: neutrófilo, eosinófilo ou basófilo. A ordem de maturação é a seguinte: (1) mieloblasto; (2) promielócito; (3) mielócito; (4) metamielócito; (5) bastonete; e (6) segmentado neutrófilo, eosinófilo ou basófilo. Denomina-se monopoese o processo de produção de monócitos a partir de monoblastos na MO. A forma mais imatura de precursor monocítico distinguível no esfregaço de MO é o monoblasto, que por maturação e sucessivas divisões torna-se um monócito (que nos tecidos diferencia-se em macrófagos). A ordem de maturação é a seguinte: (1) monoblasto; (2) promonócito; (3) monócito e, nos tecidos, macrófago. Linhagem linfóide A célula progenitora linfóide se diferencia em linfoblastos, que por sua vez pode se diferenciar em 2 tipos celulares: um precursor de linfócitos B ou um de linfócitos T. O precursor linfóide B, ou célula pré-b, origina o linfócito B maduro na própria MO, enquanto que o precursor linfóide SANGUE E HEMATOPOESE Página 9

T, ou célula pré-t, migra pela corrente sangüínea até o timo, aonde termina a sua maturação em linfócito T maduro. Os linfócitos maduros (tanto os B como os T) irão se concentrar nos tecido linfóides do organismo (baço, linfonodos e tecido linfóide associado a mucosas do trato digestivo e respiratório). Denomina-se linfopoese o processo de produção de linfócitos a partir de linfoblastos na MO. A forma mais imatura de precursor linfocítico distinguível no esfregaço de MO é o linfoblasto, que por maturação e sucessivas divisões torna-se um linfócito (seja ele T ou B). A ordem de maturação é a seguinte: (1) linfoblasto; (2) prolinfócito; (3) linfócito T ou B. Os linfócitos T ainda podem se diferenciar em linfócitos T auxiliares, T citotóxicos e natural-killers (NK), que são células que reconhecem antígenos estranhos ao organismo. Enquanto que os linfócitos B podem se diferenciar em plasmócitos, que são células especializadas em secretar anticorpos. À medida que os precursores vão se diferenciando originam-se células comprometidas com a formação de uma determinada linhagem hematopoética. Estas células recebem o nome de unidades formadoras de colônia (CFU). Por exemplo, CFU-GEMM é a célula progenitora da linhagem mielóide que se diferenciará em granulócitos, eritrócitos, monócitos e megacariócitos; já a CFU-E/Mega é a nomenclatura da célula progenitora eritrocítica/megacariocítica e a CFU-GM é a célula progenitora granulocítica/monocítica. Vejamos agora a função das células sanguíneas originadas nesses processos. Função das células sanguíneas Função das hemácias A função primordial das hemácias é a de oxigenação dos tecido, por transportar O2 dos pulmões aos tecidos e CO2 dos tecidos aos pulmões. A hemoglobina, que constitui 95% das proteínas das hemácias, é a responsável por esta função. Função dos granulócitos Neutrófilos: têm papel crucial na defesa do organismo fagocitando e digerindo microrganismos. Uma vez no local da infecção, o neutrófilo pode tanto fagocitar o microrganismo, como liberar para o meio extracelular o conteúdo de seus grânulos ricos em enzimas antimicrobianas e superóxidos de oxigênio, lisando-o. Eosinófilos: têm função importante na mediação de processos inflamatórios associados à alergia, à defesa contra parasitas metazoários helmínticos e em certos distúrbios cutâneos alérgicos e neoplásicos. Basófilos: produzem diversos mediadores inflamatórios, sendo um dos principais deles a histamina, além de possuírem receptores de IgE (anticorpos) na membrana plasmática. Semelhantes aos basófilos, são encontradas nos diferentes tecidos células um pouco maiores denominadas mastócitos. Os mastócitos não circulam na corrente sangüínea e originam-se de precursores da MO que migram para os tecidos, onde amadurecem. Função dos monócitos SANGUE E HEMATOPOESE Página 10

Nos diferentes tecidos, os monócitos e seus precursores participam de reações inflamatórias e fagocitose de células mortas e envelhecidas. Além disso, processam e apresentam antígenos e destroem microrganismos e células tumorais. Função dos linfócitos Linfócitos T: são responsáveis pela imunidade mediada por células (imunidade celular), que é caracterizada pela resposta dos linfócitos T a estímulos que são gerados por vírus, protozoários, fungos, tecidos transplantados e células tumorais. Fazem parte da imunidade adquirida, ou seja, participam do processo de criação de uma resposta imunológica a partir de antígenos estranhos ao organismo. Linfócitos B: são responsáveis pela imunidade mediada por anticorpos (imunidade humoral), pois têm a capacidade de se diferenciarem em plasmócitos, que são responsáveis pela síntese de anticorpos contra antígenos estranhos ao organismo. Fazem parte da imunidade adquirida. Linfócitos T auxiliares: em resposta a antígenos estranhos ao organismo, estas células secretam citocinas, cuja função é estimular a proliferação e diferenciação das células T e macrófagos, da imunidade celular; e células B, da imunidade humoral. Fazem parte da imunidade adquirida. Linfócitos T citotóxicos: destroem células que produzem antígenos estranhos ao organismo, como as células infectadas por vírus, células tumorais e provenientes de transplantes. Fazem parte da imunidade adquirida. Linfócitos NK: são linfócitos T especializados que, assim como nos linfócitos T citotóxicos, agem sobre células tumorais e células infectadas por vírus. Porém, diferentemente, dos linfócitos T citotóxicos, fazem parte da imunidade natural; ou seja, já estão presentes no organismo ao nascimento, por isso não precisa ser criada uma resposta imunológica para que os linfócitos NK combatam os antígenos estranhos. Função das plaquetas As plaquetas são as células do sangue responsáveis por elaborados processos bioquímicos envolvidos na hemostasia, trombose e coagulação sangüínea. Bibliografia Hoffbrand AV, Pettit JE, Moss PAH. Fundamentos em hematologia. Artmed. 2004. Lorenzi TF. Atlas de Hematologia, Clínica Hematológica Ilustrada. Guanabara Koogan. 2006. Verrastro T, Lorenzi TF, Neto SW. Hematologia e Hemoterapia. Atheneu. 2005. Zago MA, Falcão RP, Pasquini R. Hematologia: Fundamentos e Prática. Atheneu. 2004. SANGUE E HEMATOPOESE Página 11

LISTA DE EXERCÍCIOS 01. Julgue as afirmativas a seguir em Verdadeiras ou Falsas e justifique as falsas. ( ) O sangue é composto de glóbulos vermelhos, brancos e soro. ( ) Os glóbulos vermelhos transportam principalmente CO 2 do sangue para os tecidos. ( ) A hematopoese ocorre no saco vitelino durante os seis primeiros meses de gestação, a partir daí passa a ser produzido principalmente no fígado nas ilhotas de Langerhans. A produção só passa para a medula na última semana de gestação, quando os ossos estão calcificados. ( ) As plaquetas perticipam da hemostasia. ( ) As betaglobulinas são os anticorpos. ( ) Os monócitos são células que possuem núcleo lobulado, com três a cinco lóbulos. ( ) Quando o sangue é centrifugado, com adição de anticoagulante, ele se separa em três partes, sendo que a parte contendo glóbulos brancos é a mais superficial. ( ) Buffy coat é a região que contém o plasma quando da centrifugação do sangue na ausência de anticoagulante. 02. Defina hematopoiese 03. Quais as linhagens celulares que tem origem a partir da hematopoiese e quais os tipos de células finalmente formadas? 04. A hematopoese tem origem a partir de qual folheto embrionário? 05. Como é denominada a célula progenitora do sistema hematopoiético que tem a capacidade de auto-renovação? SANGUE E HEMATOPOESE Página 12

06. Podemos dividir a hematopoese em três períodos, explique cada um destes. 07. Qual é o órgão hematopoiético mais importante após o nascimento? 08. Explique e comente a figura abaixo: 09. Cite e comente 2 estímulos da hematopoiese. 10. O que é eritropoiese? Descreva sucintamente. SANGUE E HEMATOPOESE Página 13

11. Comente a importância da eritropoietina na formação das células sanguíneas. 12. Cite o nome das células precursoras das seguintes células: a) Linfócito T > b) Monócito > c) Hemácias > d) Macrófagos > e) Linfócito B > f) Plaquetas > g) Neutrófilo > h) Eosinófilo > 13. Quais seriam as principais conseqüências de uma aplasia (perda de função) de medula óssea para a formação do sangue? 14. Descreva objetivamente a granulopoiese. 15. Descreva suscintamente a linfopoiese. 16. Qual a relação existente entre a celularidade da medula óssea com a idade? 17. De que maneira a MO gordurosa pode voltar a ser substituída por tecido hematopoético? 18. O que é estroma medular e qual sua constituição e função? 20. Qual a demonstração feita que nos comprova que todas as células maduras presentes no sangue se originam de uma célula-tronco? SANGUE E HEMATOPOESE Página 14

21. O megacarioblasto é uma célula relacionada à produção de qual componente sanguíneo? a) Linfócito b) Megacariócito c) Monócito d) Plaqueta e) Eritrócito 22. A ordem correta de maturação da série eritrocítica é: a) Pró-eritroblasto basófilo eritroblasto eosinófilo eritroblastose basofílica reticulócito hemácia b) Proeritroblasto eritroblasto basófilo eritroblasto policromático eritroblasto ortocromático reticulócito eritrócito c) Proeritroblasto eritroblasto ortocromático eritroblasto policromático reticulócito eritroblasto basófilo hemácia d) Reticulócito eritroblasto basófilo eritroblasto acidófilo eritroblasto ortocromático proeritroblasto hemácia 23. Durante a observação de uma lâmina de medula óssea, o hematologista observou a presença de uma célula da linhagem vermelha eliminando seu núcleo. Sobre este evento analise as afirmativas a seguir e assinale a CORRETA: a) Este fato por si só caracteriza uma neoplasia, pois células normais não eliminam seus núcleos. b) Este hematologista fez alguma confusão, pois a liberação do núcleo é um processo normal apenas durante a maturação de células da linhagem granulocítica. c) Esta célula é o eritroblasto ortocromático, célula da linhagem vermelha que ao expulsar seu núcleo dá origem ao reticulócito. d) Esta célula é um reticulócito, pois ao liberar seu núcleo dá origem à hemácia. e) Esta célula está passando pelo processo de mitose. 24. Ao realizar um exame de DNA a partir de amostra sanguínea a fim de confirmar autoria de um crime, o perito forense estará utilizando DNA extraído de qual célula sanguínea? a) Hemácias b) Plaquetas c) Glóbulos vermelhos d) Glóbulos brancos e) Plasma 25. ENADE 2004 Indivíduo L.C.R., 58 anos, sexo masculino, necessita remover o elemento dentário 26 devido à presença de abscesso periodontal e extensa reabsorção óssea, provocados por perfuração radicular. Antes do procedimento, alguns exames de laboratório foram solicitados. Dentre os achados obtidos, os únicos que apresentaram desvio da normalidade foram: SANGUE E HEMATOPOESE Página 15

Valores Obtidos Hemoglobina - 09 g/dl Hematócrito - 30% Valores de Referência Hemoglobina - Homem 14-18 g/dl, Mulher 12-16 g/dl Hematócrito - Homem 40-54%, Mulher 37-47% Qual das situações clínicas abaixo pode ser indicada pela presença desses dados? a) Anemia. b) Leucemia. c) Policitemia. d) Infecção Bacteriana. e) Infecção Parasitária. 26. CONCURSO PÚBLICO MÉDICO HEMATOLOGISTA PARÁ SESPA (ADAPTADA) Em relação às características de um neutrófilo normal, é INCORRETO afirmar: a) É o leucócito predominante do sangue periférico; b) É um fagócito; c) Tem núcleo lobular segmentado, sendo também chamado de segmentado e\ou polimorfonuclear; d) Apresenta citoplasma reduzido com grânulos grosseiros. 27. Leia atentamente as assertivas que se seguem. Em seguida assinale a alternativa que indica somente aquelas assertivas que forem CORRETAS: I. A formação dos componentes celulares sangue ocorre na medula óssea, que é desse modo um órgão hematopoético. Na medula encontram-se o estroma e o tecido hematopoético, que possuem as funções respectivamente de estimular e regular a hematopoese, e dar origem às células sanguíneas. II. A célula terminal formada a partir da diferenciação total do monoblasto é o monócito. III. Eritropoetina e trombopoetina são dois estimuladores da hematopoese. A primeira é um hormônio produzido principalmente pelo rim e possui papel na estimulação da síntese de hemácias. A segunda é um fator de crescimento e diferenciação de megacariócitos sintetizada no fígado, estimulando a produção de plaquetas. Estão corretas: a) I e II apenas b) II e III apenas c) I e III apenas d) I, II e III e) Nenhuma delas 28. A Eletroforese de Proteínas Séricas (EPS) é um método simples, que permite separar proteínas do plasma humano em frações. Sua interpretação traz informações úteis ao médico. Assim, ela é importante para a investigação e diagnóstico de diversas doenças. O exame consiste em aplicar a amostra do soro em um meio sólido e submetê-la a um potencial SANGUE E HEMATOPOESE Página 16

elétrico. As proteínas percorrem distâncias diferentes, formando bandas denominadas: albumina, alfa-1-globulina, alfa-2-globulina, betaglobulina e gamaglobulina. O perfil eletroforético normal das proteínas plasmáticas é tal como mostra a figura a seguir: A hipoglobulinemia congênita é condição na qual ocorre ausência de um ou mais anticorpos específicos, o que acarreta infecções freqüentes algumas vezes fatais. Com base nas informações acima e no conteúdo estudado, assinale a alternativa que apresenta o perfil eletroforético mais provável para uma amostra de plasma de um indivíduo que possua hipoglubulinemia congênita: a) b) c) d)

ROTEIRO DE AULA PRÁTICA ATENÇÃO! CONFORME AS NORMAS DE BIOSSEGURANÇA DAS DISCIPLINAS DE CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS SÓ É PERMITIDO ENTRAR NO LABORATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS USANDO JALECO, CALÇA COMPRIDA E SAPATOS FECHADOS QUE CUBRAM O PEITO DO PÉ. INDIVÍDUOS QUE NÃO CUMPRAM UM OU MAIS REQUISITOS NÃO PODERÃO ASSISTIR AULA PRÁTICA. Instruções: Após explicação da professora, focalize as lâminas disponibilizadas. Comece com a objetiva de menor aumento para focalizar e em seguida passe para as de aumento maior. Analise as células sanguíneas com a objetiva de 100X utilizando óleo de imersão. 1) Identifique em sua lâmina: neutrófilos, basófilos, eosinófilos, monócitos, plaquetas, linfócitos e hemácias. 2) Faça no quadro a seguir o desenho esquemático da morfologia das células que você identificou. Escreva no espaço reservado as características morfológicas e a função de cada uma delas. Tipo celular Características morfológicas Função Hemácia Neutrófilo Basófilo Eosinófilo

Monócito Plaqueta Linfócito 3) Observe os linfócitos presentes em sua lâmina: é possível diferenciá-los em linfócitos B e linfócitos T? 4) Você encontrou algum macrófago no esfregaço sanguíneo disponibilizado em para bancada? Se sim, quantos? Se não, porque você acha que não havia nenhum? 5) As células 1 a 4 indicadas na figura ao lado são: 1 2 3 4 SANGUE E HEMATOPOESE Página 19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Hoffbrand AV, Pettit JE, Moss PAH. Fundamentos em hematologia. Artmed. 2004. Zago MA, Falcão RP, Pasquini R. Hematologia: Fundamentos e Prática. Atheneu. 2004. Junqueira LC, Carneiro, J. Histologia Básica 10ª edição. Guanabara Koogan. 2004. Pinto, GR. Formação e função das células sanguíneas. SANGUE E HEMATOPOESE Página 20