9º Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica CIIC a 12 de agosto de 2015 Campinas, São Paulo Nº 15423

Documentos relacionados
Percentagem de espécies de percevejos pentatomídeos ao longo do ciclo da soja no Norte do Paraná

Quantificação da produção de ovos e sobrevivência de percevejos fitófagos em sistemas de criação em laboratório

MAPEAMENTO DA FAVORABILIDADE DA TEMPERATURA PARA

MOSCAS PARASITAS (TACHINIDAE) DO PERCEVEJO BARRIGA-VERDE DICHELOPS FURCATUS (F.) EM PASSO FUNDO, RS

253 ISSN Dezembro, 2008 Passo Fundo, RS

Avaliação da resistência de genótipos de soja dos grupos de maturação M e N a percevejos sugadores de semente

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DE PERCEVEJOS NA CULTURA DA SOJA (Glycine max (L.) Merrill) EM SANTA MARIA 1

Introdução. SILVA, N. R. A. 1 ; QUEIROZ, A. P. 2 ; BUENO, A. de F. 3 ; LUSKI, P. G. G. 4 ; DINIZ, N. F. 1 ; GRANDE, M. M. G. 4.

Beatriz S. Corrêa-Ferreira Raul A. Laumann Carmen S.S. Pires Miguel Borges Crébio J. Ávila Edison R. Sujii Maria Carolina B.

Influência da temperatura sobre os aspectos biológicos de Euschistus heros (Fabricius) (Hemiptera: Pentatomidae)

Alternativas para o manejo adequado de percevejos

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE INSETICIDAS APLICADOS VIA TRATAMENTO DE SEMENTE, NO CONTROLE DE Dichelops furcatus NA CULTURA DO TRIGO 1

POPULAÇÃO DE PERCEVEJOS PENTATOMÍDEOS EM PLANTAS DE CAPIM RABO DE BURRO EM SANTA MARIA, RS

DANOS INICIAIS CAUSADOS PELOS PERCEVEJOS Dichelops melacanthus E Euschistus heros (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) EM PLANTAS DE MILHO

Avaliação de injúrias causadas por adultos e ninfas de terceiro ínstar de Euschistus heros e Dichelops melacanthus em milho

Parasitismo em adultos de Dichelops melacanthus (Dallas, 1851) por moscas Tachinidae na cultura do milho

12º Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica CIIC a 03 de agosto de 2018 Campinas, São Paulo ISBN

ANÁLISE DO CRESCIMENTO DO CAPIM-AMARGOSO SOB INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA: ALTERNÂNCIA 20 C DIURNA E 15 C NOTURNA

POPULAÇÃO DE PERCEVEJOS PENTATOMÍDEOS EM PLANTAS DE Panicum sp, EM SANTA MARIA, RS

Danos de percevejos em sementes de soja

Biologia de Dichelops melacanthus (Hemiptera: Pentatomidae) alimentado com soja Bt em diferentes temperaturas

EFICÁCIA DE INSETICIDAS APLICADOS NAS SEMENTES VISANDO O CONTROLE DO PERCEVEJO BARRIGA-VERDE, DICHELOPS MELACANTHUS, NA CULTURA DO MILHO

TERCEIRO E QUARTO RELATÓRIOS DE AVALIAÇÃO DO IPCC: COMPARAÇÃO ENTRE CENÁRIOS FUTUROS DE DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO Sipha flava NO BRASIL *

CONTROLE BIOLÓGICO. Potencial Reprodutivo e Longevidade do Parasitóide Telenomus podisi Ashmead, em Ovos de Diferentes Espécies de Percevejos

AVALIAÇÃO DA ESTERILIZAÇÃO QUÍMICA DE OVOS DE PERCEVEJOS SOBRE A COMUNIDADE MICROBIANA PRESENTE

CONTROLE QUÍMICO DO PERCEVEJO Dichelops (Neodichelops) melacanthus (DALLAS) (HETEROPTERA: PENTATOMIDAE) NA CULTURA DO MILHO SAFRINHA

EFICIÊNCIA DE ORTHENE 750 BR (ACEFATO) NO CONTROLE DE Euschistus heros) (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) NA CULTURA DA SOJA 1

Biologia de Telenomus podisi Ashmead (Hymenoptera: Scelionidae) em ovos de Dichelops melacanthus

PREFERÊNCIA ALIMENTAR DO PERCEVEJO BARRIGA-VERDE, DICHELOPS FURCATUS (F.) EM PLANTAS DE TRIGO EM DIFERENTES ESTÁDIOS FENOLÓGICOS

VII Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica CIIC a 15 de agosto de 2013 Campinas, São Paulo

Desempenho alimentar e sobrevivência de Euschistus heros parasitado por Hexacladia smithii em sementes de soja (1)

Parasitismo e Desenvolvimento de Ooencyrtus submetallicus (Hymenoptera: Encyrtidae) em Ovos de Dichelops melacanthus (Hemiptera: Pentatomidae)

PALAVRAS CHAVE: Lagarta-das-vagens, percevejo-marrom, Glycine max, insetos desfolhadores, insetos sugadores.

Monitoramento da temperatura e da concentração de dióxido de carbono em estufas de topo aberto

JOÁZ DORNELES JUNIOR. DESENVOLVIMENTO DE Euschistus heros (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) EM AMBIENTE ENRIQUECIDO COM CO2

PREFERÊNCIA DE SOJA POR PERCEVEJOS PRAGAS EM TREZE CULTIVARES DE SOJA

Ciência Rural, Santa Maria, Injúrias Online de quatro espécies de percevejos pentatomídeos em plântulas de milho. ISSN

CONTROLE BIOLÓGICO. Parasitismo de Telenomus podisi Ashmead (Hymenoptera: Scelionidae) em Populações de Percevejos Pragas da Soja

EFICIÊNCIA DE MÉTODOS DE AMOSTRAGEM DE PERCEVEJOS SUGADORES DE GRÃOS NA CULTURA DE SOJA 1

IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS SOBRE A DISTRIBUiÇÃO ESPACIAL DE DOENÇAS DE PLANTAS

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS NO CONTROLE DE Euchistus heros NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Distribuição espacial de Euschistus heros em soja no estádio R5.4

RESISTÊNCIA DE SOJA A INSETOS: IX. AMOSTRAGEM PARA AVALIAÇÃO DE DANO DE PERCEVEJO (i)

METODOLOGIAS DE CRIAÇÃO E MANEJO DE COLÔNIAS DE PERCEVEJOS DA SOJA (HEMÍPTERA - PENTATOMIDAE) PARA ESTUDOS DE COMPORTAMENTO E ECOLOGIA QUÍMICA

EFEITO DO AUMENTO DA CONCENTRAÇÃO DE CO 2 ATMOSFÉRICO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE FERRUGEM EM MUDAS DE EUCALIPTO

Danos do percevejo barriga-verde Dichelops melacanthus (Dallas) (Heteroptera: Pentatomidae) em trigo

A complexidade e as alternativas num sistema intensificado para o manejo dos percevejos e da mosca-branca

Ação Inseticida de Óleo Essencial e Extrato Alcoólico de Carapa guianensis Aubl. contra Tenebrio molitor em laboratório

Biologia de Dichelops melacanthus alimentados com milho Bt em diferentes temperaturas.

IDENTIFICAÇÃO DE TENDÊNCIAS CLIMÁTICAS NAS SÉRIES DE PRECIPITAÇÃO E TEMPERATURA. UFPEL Departamento de Meteorologia - PPGMet

INJÚRIAS CAUSADAS PELO ATAQUE DOS PERCEVEJOS MARROM E BARRIGA VERDE DURANTE O DESENVOLVIMENTO INICIAL DO MILHO

AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NO DESENVOLVIMENTO DE BUVA, CARURU E CAPIM-AMARGOSO

ECOLOGIA, COMPORTAMENTO E BIONOMIA. Biologia Reprodutiva de Euschistus heros (F.) (Heteroptera: Pentatomidae)

NÍVEIS DE AÇÃO PARA O CONTROLE DO PERCEVEJO BARRIGA-VERDE, DICHELOPS FURCATUS (F.) EM TRIGO NO RS

TRATAMENTO DE SEMENTES E DANOS DE Dichelops melacanthus (DALLAS, 1851) (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) EM PLANTAS DE MILHO 1

Estratégias de controle químico do percevejo barriga verde Dichelops melacanthus

AÇÃO DE INSETICIDAS SOBRE O PERCEVEJO CASTANHO Scaptocoris castanea Perty, 1833 (HEMIPTERA: CYDNIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO *

Respostas diretas e correlacionadas à seleção em milho em ambientes com e sem estresse hídrico

EFEITO DO AUMENTO DA CONCENTRAÇÃO DE CO 2 ATMOSFÉRICO NA PRODUÇÃO DE MATÉRIA SECA DE PLANTAS DANINHAS. INTRODUÇÃO

Novos problemas de pragas

Percevejos e Inimigos Naturais na cultura da soja

PERCEVEJOS COLETADOS EM COPAS DE DIFERENTES ESPÉCIES FLORESTAIS, PENTATOMIDAE-1

DENSIDADE POPULACIONAL DE PENTATOMÍDEOS EM PLANTAS HOSPEDEIRAS NO RIO GRANDE DO SUL - ANO III

AVALIAÇÃO DO EFEITO DE MUDANÇA CLIMÁTICA SOBRE PROBLEMAS FITOSSANITÁRIOS: COMPARAÇÃO DE MÉTODOS DE ELABORAÇÃO DE MAPAS 1

DENSIADE POPULACIONAL DE PENTATOMÍDEOS EM PLANTAS HOSPEDEIRAS NO RIO GRANDE DO SUL

ANÁLISE DE IMAGENS NA AVALIAÇÃO DE DANOS MECÂNICOS E CAUSADOS POR PERCEVEJOS EM SEMENTE DE FEIJÃO 1

AVALIAÇÃO DOS CENÁRIOS FUTUROS NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL UTILIZANDO MODELOS CLIMÁTICOS GLOBAIS: TENDÊNCIAS I;>E TEMPERATURA

Marcos Botton', José F. da S. Martins--", Alei E. Loeck' e Mariane d'á. Rosenthal'

ECOLOGY, BEHAVIOR AND BIONOMICS. Raízes dos Citros. Depto. Defesa Fitossanitária, Univ. Federal de Santa Maria, , Santa Maria, RS 2

Campo Rev. Ciências Exatas e da Terra e Ciências Agrárias, v. 9, n. 2, p , dez, 2014 ISSN: X

DENSIDADE POPULACIONAL DE PENTATOMÍDEOS EM PLANTAS HOSPEDEIRAS NO RIO GRANDE DO SUL, ANO II

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES BIOLÓGICAS EM SPODOPTERA FRUGIPERDA EM MILHO NO MUNICÍPIO DE ITUIUTABA (MG)

CONTROLE QUÍMICO DO PERCEVEJO Euschistus heros (Fabr., 1794) (HETEROPTERA: PENTATOMIDAE) NA CULTURA DA SOJA EM APLICAÇÃO AÉREA

Produção de fitoalexinas e suscetibilidade de diversos genótipos de soja ao tamanduá-da-soja Sternechus subsignatus em casa de vegetação

AMOSTRAGEM DE PRAGAS EM SOJA. Beatriz S. Corrêa Ferreira Entomologia

Preferência Alimentar das Pragas Rhyzopertha dominica, Sitophilus oryzae e Lasioderma serricorne, por Diferentes Genótipos de Soja

SELETIVIDADE DE THIAMETHOXAM + PROFENOFÓS, EM TRÊS DOSES, AOS PRINCIPAIS PREDADORES DAS PRAGAS QUE OCORREM EM SOJA

Germinação de Sementes de Cebola em Ambiente Enriquecido com Dióxido de Carbono

FÁBIO SIQUEIRA. Orientador: Prof. Dr. Luis Amilton F oerster

Impacto de diferentes níveis de injúrias sobre a produtividade de cultivares de soja de hábito de crescimento determinado e indeterminado

Aplicação aérea de inseticidas, efeito sobre as abelhas e períodos em que as aplicações são necessárias em soja

Efeito da secagem na qualidade fisiológica de sementes de pinhão-manso

MIP - Unidades de Referência (UR) e Resultados do Monitoramento da Safra Soja 2015/16

EFEITO DE POPULAÇÕES DE PERCEVEJOS NA PRODUTIVIDADE, QUALIDADE DA SEMENTE E CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DA SOJA 1

ESTRATÉGIAS DE MONITORAMENTO E MANEJO DE PERCEVEJOS NAS FASES INICIAIS DE DESENVOLVIMENTO DO MILHO SAFRINHA. Rodolfo Bianco

Preferência do parasitoide Telenomus podisi a ovos obtidos de Euchistus heros criado em laboratório ou coletado em campo

USO DE ANALISE DEMOGRÁFICA NA AVALIAÇÃO DE DIETAS ARTIFICIAIS PARA A CRIAÇÃO MASSAL DA BROCA DO CAFÉ Hypothenemus hampei (FERRARI) 1

ACTA BIOLÓGICA COLOMBIANA

Emergência de Pimenta sob o Aumento da Concentração de CO 2

METODOLOGIA PARA PADRONIZAR INFORMAÇÕES CLIMÁTICAS DOS CENÁRIOS FUTUROS NO BANCO DE DADOS GEOGRÁFICO DO PROJETO CLIMAPEST

BOLETIM TÉCNICO nº 02/2017

EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS, EM TRATAMENTO DE SEMENTES, NO CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii (HOMOPTERA: APHIDIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Eficiência no controle de pragas e seletividade a predadores de inseticidas utilizados no sistema de produção de soja

Melhoramento genético de soja visando resistência a insetos sugadores

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Embrapa Meio-Norte. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

EFICIÊNCIA NO CONTROLE DE INSETOS COM TRATAMENTOS DE SEMENTES EM MILHO

Impacto Ambiental do Uso Agrícola do Lodo de Esgoto: Descrição do Estudo

COSTA, C.O. 1 ; QUEIROZ, A.P. 2 ; TAGUTI, E.A. 3 ; GRANDE, M.L.M. 4 ; BUENO, A. de F. 5 1

CENÁRIOS FUTUROS DE DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO PULGÃO- AMARELO NO BRASIL COM BASE EM RELATÓRIOS DE AVALIAÇÃO DO IPCC

Transcrição:

IMPACTO DO AUMENTO DO CO 2 NO PERCEVEJO MARROM, Euschistus heros Thabata Marcondes Miranda¹; Joaz Dorneles Junior 2 ; Simone de Souza Prado³ Nº 1423 RESUMO - O complexo de pentatomídeos sugadores de plantas são conhecidos por causarem danos em diversas culturas no Brasil, principalmente na cultura da soja e do milho. O percevejo marrom, Euschistus heros, se destaca como um dos mais importantes. Os níveis de gases atmosféricos e nas mudanças climáticas como o CO 2 tem aumentado significativamente no ar e afetará a agricultura de um modo ainda pouco estudado. Deste modo, neste trabalho foi avaliado a duração média de ninfas e adultos do percevejo marrom, assim como a longevidade de adultos e mortalidade de ninfas e de adultos, comparando-se insetos criados em atmosfera ambiente com aproximadamente 380 ppm de CO 2 com o tratamento com adição extra de 760ppm de CO 2, sendo que ambos tratamentos possuíam as mesmas condições de temperatura (2±2ºC), umidade relativa do ar (70±10%) e fotoperíodo de 14 horas luz. Foram separados 10 insetos de 1º instar em cada gerbox sendo analisados 10 repetições. A duração das ninfas de 2º e 3 º ínstares foi mais curta e a mortalidade de adultos foi maior no tratamento com adição extra de CO 2 do existente na atmosfera nos dias de hoje. Com isso, pode-se perceber que a pressão sofrida pelos insetos fez com que estes alcançassem a fase adulta e conseguissem se reproduzir mais rapidamente preservando suas informações genéticas passando-as aos seus descendentes. Essa precocidade teve um custo que foi observado na maior mortalidade, na fase adulta, dos insetos criados com adição extra de CO 2. Palavras-chaves: Dióxido de carbono; mudanças climáticas; biologia de insetos. 1 Bolsista Embrapa: Graduação em Ciências Biológicas, UNIP Swift, Campinas-SP; thata.02@gmail.com 2 Bolsista CAPS: Mestrado em Proteção de Plantas, Unesp, Botucatu-SP. 3 Orientador: Pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Jaguariúna-SP; simone.prado@embrapa.br 1

ABSTRACT - The pentatomid complex are known to cause damage in diverse cultures in Brazil, mainly in the culture of soybeans and corn. The brown stink bug, Euschistus heros, is one of the most important of them. Climate change as different concentrarions of CO 2 has increased significantly in the air and will affect agriculture and little is known about the topic. In this work we evaluated the mean time of development of nymphs and adults of E. heros. Additionaly, we compare the longevity of adults and mortality of nymphs and of adults of insects raised in regular atmosphere conditions of approximately 380 ppm of CO 2 with a treatment with extra addition of 760ppm of CO 2, both of treatments had the same temperature conditions (2 ± 2ºC), relative air humidity (70 ± 10%) and photoperiod of 14 hours light. Ten 10 insects of 1 st ínstars were separated in each container (gerbox) and 10 repetitions were analyzed. The mean developmental time 2 nd and 3 rd instars of nymphs were shorter and the adult s mortality was higher in the treatment with extra addition of CO 2 that the available in the atmosphere nowadays. Here, we can hypothesize that the selection pressure suffered by the insects caused the insects to reach the adulthood. They also could reproduce faster preserving their genetic information to their offspring. This precocity had a cost that was observed in higher mortality, in adulthood, of insects created with extra addition of CO 2. Key-words: Carbon dioxide; climate change; biology of insects. 1 INTRODUÇÃO Pentatomidae é uma das maiores famílias dentro da subordem Heteroptera (Ordem Hemiptera), com mais de 4.000 espécies descritas dividida em 8 subfamílias (PANIZZI & SILVA, 2009). No complexo de pentatomídeos sugadores de plantas, muitos destes são conhecidos por ocorrerem e causarem danos em diversas culturas no Brasil, principalmente na cultura da soja e do milho. Na cultura da soja, o percevejo verde Nezara viridula (L.), o percevejo verde pequeno, Piezodorus guildinii (Westwood), o percevejo marrom, Euschistus heros (F.), o percevejo barriga vede, Dichelops melacanthus (Dallas) e o percevejo Edessa meditabunda (F.) são constantemente encontrados associadas à cultura da soja com significante relevância no Brasil. Dentre esse 2

complexo de percevejos coletados no campo, E. heros foi a espécie de percevejo mais abundante, compondo cerca de 87% e 84% de todos os percevejos coletados no Sul do país, respectivamente nas safras 2006/2007 e 2007/2008 (CORRÊA-FERREIRA et al., 2010). O aumento do aquecimento global, que se trata de um fenômeno natural que ocorre no ciclo climatológico da Terra, se deve aos aumentos dos gases do efeito estufa oriundos da produção agrícola, industrial e do desenvolvimento da humanidade (GHINI, 200). Segundo IPCC (2007), a concentração de CO 2 aumentou no período de 199 a 200, em média, 1,9 ppm por ano. Com isso, as mudanças climáticas proporcionada pelo aumento de temperatura e teor da concentração de CO 2 foram pouco estudados até o momento, mas sabe-se que pode afetar o futuro destes insetos e das culturas que eles se alimentam, podendo causar diversos efeitos em relação à plantas de importância econômica que atacam, ou seja, com o aumento do CO 2 os insetos podem ser tornar pragas mais importantes encurtando seu ciclo de desenvolvimento, e portanto, aumentando o número de gerações do inseto presente no campo, ou por outro lado, deixar de ser praga podendo até desaparecer do campo ou passar de estado de "praga de importância primária" para "praga da importância secundária". Estudos básicos de biologia relacionados ao desenvolvimento do percevejo como porcentagem de eclosão de ovos, duração do período ninfal, duração dos adultos, duração do ciclo total do inseto e mortalidade entre outros fatores, são bem conhecidos em condições normais de concentração de CO 2, no entanto, se faz necessário estudos de biologia de insetos em condições atípicas até o momento, como o aumento do teor de CO 2. Portanto, este trabalho tem como objetivo comparar a duração dos estágios ninfais e de machos e fêmeas, bem como sua mortalidade durante uma geração criada em condições controladas de temperatura e umidade e variando a concentração de CO 2. 2 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado na Embrapa Meio Ambiente em Jaguariúna/SP, no Laboratório de Quarentena Costa Lima. Foram utilizados dois tratamentos sendo o primeiro com adição de 760 ppm de CO 2 (dobro da concentração atual) e o tratamento controle com 380 ppm (concentração atual). O tratamento com adição extra de CO 2 foi instalado em uma câmara que mimetiza condições de temperatura, umidade, fotoperíodo e concentrações de CO 2 (Fitotron), já o tratamento controle foi condicionado em uma sala de criação de insetos. As condições ambientais de 3

Dias 9º Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica CIIC 201 temperatura a 2 ± 2ºC, umidade relativa do ar de 70 ± 10% e fotoperíodo de 14 horas luz foram iguais para ambos os tratamentos, sendo somente variada a concentração de CO 2. Foram utilizados 10 insetos por repetição, sendo 10 repetições por tratamento. Os insetos utilizados foram separados da criação de percevejos instalada na Embrapa Meio Ambiente. Os ovos de percevejos foram separados em caixas tipo gerbox e colocados nas respectivas condições de cada tratamento. Após a eclosão dos ovos, 10 ninfas de 2 ínstar foram separadas em cada repetição nos tratamentos. As avaliações foram diárias, de mudança de instar, mortalidade dos insetos, separação por sexo e longevidade de adultos. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualisado, com análise das médias comparadas pelo teste t de Student, utilizando-se o programa Assistat 7.7 beta para estas análises estatíticas. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A duração dos instares foi avaliada para cada ínstar separadamente e também para o total, do 1º ao º ínstar, conforme pode ser observado na Figura 1. Somente a duração média dos insetos de 2º e 3º ínstares com adição extra de CO 2 foram estatísticamente diferentes à nível de % de probabilidade (p > 0,0), ou seja, a duração média dos insetos de 2º e 3º ínstares foram menores no tratamento com adição extra de CO 2 (2 = 6,4±0,22 dias e 3 = 6,4±0,28 dias), do que no controle (2 = 8,2±0,40 dias e 3 = 8,4±0,66 dias). 4 40 3 30 2 20 1 10 0 1 ínstar 2 ínstar 3 ínstar 4º ínstar º ínstar Duração total 1º ao º ínstar Com CO2 = 380 ppm (Controle) Com CO2 = 760 ppm Figura 1. Comparação da duração média (dias) dos ínstares (1 ao ) separadamente e duração média total do 1º ao ínstar do percevejo marrom Euschistus heros entre o controle, ou seja, com 380ppm de CO 2 e o tratamento com adição extra de CO 2, com total de 760ppm. 4

Dias 9º Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica CIIC 201 A precocidade no 2º ínstar dos percevejos com adição extra de CO 2 foi de 1,8 dias em relação ao controle. Já no 3 ínstar essa média foi para 2 dias a menos que os insetos do tratamento com 380 ppm de CO 2. Os demais ínstares não apresentaram diferença estatística, mas pelas médias pode-se observar uma tendência dos insetos com adição extra de CO 2 se desenvolverem mais rápido, portanto completando seu ciclo ninfal mais rapidamente, originando adultos mais precocemente, e por conseqüência tendo mais gerações por ano agrícola. A diferença entre médias da duração total do período ninfal não foi significativo, mas notase que os insetos com adição extra de CO 2 atingiram a fase adulta com aproximadamente 34, dias, enquanto que as ninfas do controle levaram aproximadamente 41 dias, ou seja, 6, dias a mais que os insetos criados com adição de CO 2. A duração média ou longevidade de machos e fêmeas entre os tratamentos não foi estatisticamente diferente, mas pode-se observar um resultado muito interessante de que o ciclo das fêmeas também teve uma tendência de ser um pouco foi mais rápido no tratamento com adição de CO 2 em torno de 33,6 dias em relação aos 34, dias das fêmeas do controle (Figura 2). Com isso a fêmea tem um tempo menor para ovipositar, tendo implicações na continuidade da estabilidade das gerações. Já o caso do macho é diferente, ou seja, a duração média do macho foi mais longa, com cerca de 6,2 dias mais longo no tratamento com adição de CO 2. Nesse caso, o macho tem mais tempo de copular e fertilizar uma maior quantidade de fêmeas, no entanto, deverá ser avaliado posteriormente se o período de "fertilidade" do macho também é mais longo ou não. 4 40 3 30 2 20 1 10 0 MACHO Com CO2 = 380 ppm (Controle) FÊMEA Com CO2 = 760 ppm Figura 2. Comparação da duração média (dias) de machos e fêmeas do percevejo marrom Euschistus heros entre o controle, ou seja, com 380ppm de CO 2 e o tratamento com adição extra de CO 2, com total de 760ppm. A mortalidade de ninfas e adultos também foi comparada estatisticamente sendo que somente a mortalidade de adultos foi estatisticamente diferente sendo maior nos adultos

Média do total de insetos mortos (10 insetos/rep) 9º Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica CIIC 201 desenvolvidos no tratamento com adição extra de CO 2. (4,7 insetos) em comparação com o controle (2,9 insetos), ou seja, 1,8 dias, conforme pode ser observado na Figura 3. 6 4 3 2 1 0 Mortalidade de ninfas Mortalidade de adultos Com CO2 = 380 ppm (Controle) Com CO2 = 760 ppm Figura 3. Comparação da mortalidade média de ninfas e de adultos do percevejo marrom Euschistus heros entre o controle, ou seja, com 380ppm de CO 2 e o tratamento com adição extra de CO 2, com total de 760ppm. No caso da mortalidade de ninfas, apesar de não ter sido estatisticamente diferente morreram menos insetos no tratamento com adição extra de CO 2. A evolução dos seres vivos na Terra proporcionou para cada indivíduo uma tarefa de nascer, crescer, se desenvolver, encontrar parceiros sexuais propícios a gerar descendentes férteis. Em determinados ambientes a pressão de sobrevivência força os indivíduos a se adaptarem as condições do local ou levarem a estes a se locomoverem para outros locais mais propícios. Em relação aos percevejos neste trabalho, provavelmente a pressão da adição de CO 2 provocou nos insetos uma pressão para que estes alcançassem a fase adulta mais rapidamente para conseguir se reproduzirem e passarem suas informações genéticas aos seus descendentes. Essa precocidade provocou um desgaste natural nos insetos, onde se observa que a mortalidade, na fase adulta, dos insetos com adição de CO 2 foi maior que os percevejos do tratamento controle (condições atuais de CO 2 ). 4 CONCLUSÃO CO 2. - A duração média das ninfas foi mais curta no tratamento em atmosfera enriquecida de - A longevidade de machos foi mais longa e a longevidade de fêmeas foi mais curta no tratamento com adição extra de CO 2 ; e 6

- A mortalidade de ninfas foi menor e a mortalidade de adultos foi maior no tratamento com adição extra de CO 2 na atmosfera. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem o prof. Dr. José Roberto Postali Parra, responsável pelo Laboratório de Biologia dos Insetos da ESALQ/USP, a técnica Neide Graciano Zério e a aluna de doutorado Aline Rocha por ajudar providenciando insetos e também com importantes informações sobre a criação do percevejo. O primeiro autor agradece pela concessão da bolsa de graduação e por poder desenvolver os trabalhos na Embrapa e o segundo autor à Capes pela concessão da bolsa de mestrado e também à Embrapa Meio Ambiente por poder desenvolver os trabalhos. 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CORRÊA-FERREIRA, B. S.; ALEXANDRE, T. M.; PELLIZZARO, E. C.; MOSCARDI, F.; BUENO, A. F. Práticas de manejo de pragas utilizadas na soja e seu impacto sobre a cultura. Londrina: Embrapa Soja, 2010. 16 p. (Embrapa Soja. Circular Técnica, 78). GUINI, R. Mudanças climáticas globais e doenças de plantas. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 348 p. 200. INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE (IPCC). Climate change 2007. Disponível em: <www.ipcc.ch>. Acesso em: 1 jun. 201. PANIZZI, A.R.; SILVA, F.A.C. Insetos sugadores de sementes (Heteroptera). In: PANIZZI, A.R.; PARRA, J.R.P. (Ed.). Bioecologia e nutrição de insetos: base para o manejo integrado de pragas. Londrina: Embrapa Soja, 2009. p. 46-22. 7