Língua Portuguesa e Literatura Brasileira



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Texto I Educai o coração da mulher, esclarecei seu intelecto com o estudo de coisas úteis e com a prática dos deveres, inspirando nela o deleite que se experimenta ao cumpri-los; purgai a sua alma de tantas nocivas frivolidades pueris de que se acha rodeada mal abre os olhos à luz. Cessai aqueles tolos discursos com os quais atordoais sua razão, fazendo-a crer que é rainha, quando nada mais é que a escrava dos vossos caprichos. Não façais dela a mulher da Bíblia; a mulher de hoje em dia pode sairse melhor do que aquela; nem muito menos a mulher da Idade Média: da qual estamos todas tão distantes que não poder-nos-ia servir de modelo; mas a mulher que deve progredir com o século dezenove, ao lado do homem, rumo à regeneração dos povos. Guarde-se bem o homem de ter a mulher para seu joguete, ou sua escrava; trate-a como uma companheira da sua vida, devendo ela participar de suas alegres e tristes aventuras; considere-a desde o berço até seu leito de morte, como aquela que exerce uma influência real sobre o destino dele, e por conseguinte sobre o destino das nações; dedique-lhe, por último, uma educação como exige a grande tarefa que ela deve cumprir na sociedade como o benéfico ascendente do coração; e a mulher será como deve ser, filha e irmã dedicadíssima, terna e pudica esposa, boa e providente mãe. (1859) FLORESTA, Nísia. Cintilações de uma alma brasileira. Florianópolis / Santa Cruz: Ed. Mulheres / Ed. Da UNISC, 1997. p. 115-7. (C) exprimir uma orientação da autora para que se façam ações que, na sua opinião, têm o fim de melhorar a condição da mulher; fazer da mulher de hoje a mulher da Bíblia, porque pode, como a da Idade Média, servir-nos de modelo; educar o coração da mulher, dando ordens ao seu intelecto para a prática dos deveres que lhe trazem alegria. 02 A condição indispensável para que ocorra uma mudança no papel que a mulher exerce como filha e irmã dedicadíssima, terna e pudica esposa, boa e providente mãe (linhas 29-31), de acordo com o texto I, é: o homem exercer uma influência real sobre o destino dela e sobre o destino das nações; o homem guardar-se de tratá-la como companheira da sua vida, joguete ou escrava; (C) o homem vê-la como aquela que exerce uma influência real sobre o destino dela; o homem evitar vê-la como objeto e procurar tê-la como sua companheira de vida; o homem ser a fonte das alegrias e desventuras dela, desde o berço até o leito de morte. 03 Assinale a opção em que o termo sublinhado não se vincula sintaticamente ao substantivo que o antecede: esclarecei seu intelecto com o estudo de coisas úteis (linhas 1-2) 01 No texto I, o uso freqüente dos verbos no imperativo justifica-se pela necessidade de: mostrar que a escritora Nísia Floresta (1810-1855) escreveu sobre os direitos das mulheres, dos índios, dos escravos; expressar uma ordem absoluta, isto é, uma ordem que deve ser cumprida sem condição, como se fosse um mandamento; Cessai aqueles tolos discursos com os quais atordoais sua razão (linhas 7-8) (C) a mulher de hoje em dia pode sair-se melhor do que aquela (linhas 11-12) quando nada mais é que a escrava dos vossos caprichos (linhas 9-10) trate-a como uma companheira da sua vida (linhas 19-20) 3

04 Na flexão dos diminutivos, o uso coloquial, com freqüência, se diferencia do uso prescrito pela gramática normativa. Assinale o par de palavras em que os dois usos ocorrem: colherzinhas florzinhas; mulherzinhas coraçõezinhos; (C) florezinhas mulherezinhas; mulherzinhas coraçãozinhos; colherezinhas floreszinhas. de todas as mulheres, contra todos os governos que as oprimem; (C) dos companheiros de trabalho, amigos e marido, por melhores salários; dos governos, pela melhoria das condi-ções de vida das mulheres; das mulheres todas, para exigir seus direitos publicamente em passeatas. 5 Texto II Nunca esteve tão bom para nós, mulheres. Nem tão difícil. Os salários não são iguais, as creches continuam insuficientes, o sexo é uma confusão total entre o agir e o sentir, o trabalho é complicadíssimo em termos psíquicos para a mulher: fonte de culpa e medos. Nunca foi tão difícil. Muito está colocado, mas tudo está por fazer. Esta é uma hora para se parar e pensar. Pensar pelo que brigamos até agora, o que conseguimos, onde fomos usadas pelo sistema, o que deu errado, o que fazer de agora em diante. Sinto que existe todo um trabalho a ser feito de conscientização feminina pois o que se passa no Piauí não é o mesmo das grandes capitais já que as lutas não serão primordialmente mais no nível do queremos, exigimos, das passeatas, mas da prática do obter e do ser. É uma luta mais intimista de um lado, fora dos jornais, mais difusa na realidade. A luta de base, de formiguinha, onde o confrontamento não será mais com a polícia e o governo somente, mas basicamente com os companheiros de trabalho, amigos e marido. SUPLICY, Marta. Reflexões sobre o cotidiano. Rio Janeiro: Espaço e Tempo, 1986. p. 124-5. 06 Assinale a opção que transcreve a passa-gem do texto II, cujo sentido corresponde ao fragmento de Marina Colasanti: Culpadas estão quase todas as que trabalham. Porque não estão em casa, onde sempre lhes disseram que deveriam estar. Porque não estão coladas nos filhos. Porque não estão à disposição dos maridos. Porque, cumprindo a sua vida, não se sentem cumprindo à perfeição aquelas que são consideradas suas atribuições primordiais. COLASANTI, Marina. Mulher daqui pra frente. São Paulo: Linoart, 1981. Nunca esteve tão bom para nós, mulheres. (linha 1) o que se passa no Piauí não é o mesmo das grandes capitais (linhas 14-15) (C) Os salários não são iguais, as creches continuam insuficientes, (linhas 3-4) 05 Segundo o texto II, a luta fundamental para as mulheres é: de cada mulher, para conscientizar os colegas, amigos e marido; o trabalho é complicadíssimo em termos psíquicos para a mulher: (linhas 5-7) É uma luta mais intimista de um lado, fora dos jornais, (linhas 18-20) 4

07 O uso da partícula se na frase Esta é uma hora para se parar e pensar. (linha 9) produz um determinado efeito semântico. Assinale a opção em que se explicita o efeito semântico: Desvia a atenção do leitor para a 3ª pessoa, fora da interlocução. Realça a ação de alguém através da referência pela 3ª pessoa do singular. (C) Valoriza a luta da mulher, individualizando-a. (C) Os salários não são iguais, as creches continuam insuficientes, o sexo é uma confusão total entre o agir e o sentir, (linhas 3-5) Sinto que existe todo um trabalho a ser feito de conscientização feminina pois o que se passa no Piauí não é o mesmo das grandes capitais (linhas 13-15) Esta é uma hora para se parar e pensar. (linha 9) Enfatiza a oportunidade da hora, na luta da mulher. Enfatiza o sentido dos processos referidos nos verbos no infinitivo. 08 No trecho abaixo, o termo sublinhado tem função anafórica, já que retoma elemento anteriormente expresso. A luta de base, de formiguinha, onde o confronto não será mais com a polícia e o governo somente, mas basicamente com os companheiros de trabalho, amigos e marido. (linhas 21-24) Assinale a opção que apresenta o elemento anteriormente expresso: confronto formiguinha (C) luta polícia passeatas 09 Uma das frases do texto II apresenta um verbo, cuja regência reproduz característica da frase oral coloquial, fugindo à rigidez da norma culta escrita. Assinale a opção em que ocorre tal procedimento: Muito está colocado, mas tudo está por fazer. (linhas 8-9) É uma luta intimista de um lado, fora dos jornais, mais difusa na realidade. (linhas 18-20) 10 A colocação do pronome pessoal no Português do Brasil, no uso coloquial, apresenta, em algumas circunstâncias, ten-dência diferente da de Portugal. Identifique o par de orações em que ocorrem, quanto à colocação do pronome pessoal no Português do Brasil, o uso culto e o uso coloquial, respectivamente: da qual estamos todas tão distantes que não poder-nos-ia servir de modelo; (texto I, linhas 13-15) / da qual estamos todas tão distantes que nos não poderia servir de modelo. Esta é uma hora para se parar e pensar. (texto II, linha 9) / Esta é uma hora para parar-se e pensar-se. (C) pois o que se passa no Piauí não é o mesmo das grandes capitais (texto II, linhas 14-15) / pois o que passa-se no Piauí não é o mesmo das grandes capitais. purgai a sua alma de tantas nocivas frivolidades pueris de que se acha rodeada mal abre os olhos à luz. (texto I, linhas 4-6) / purgai a sua alma de tantas nocivas frivolidades pueris de que acha-se rodeada mal abre os olhos à luz. a mulher de hoje em dia pode sair-se melhor do que aquela; (texto I, linhas 11-12) / a mulher de hoje em dia pode se sair melhor do que aquela. 5

Texto III QUE EU HEI DE AMAR... 12 O fragmento do texto III, em que se indica claramente que o eu-lírico estava absorvido em seus próprios pensamentos, é: Essa que eu hei de amar perdidamente um dia, será tão loura, e clara, e vagarosa, e bela, que pensarei que é o sol que vem, pela janela, trazer luz e calor a esta alma escura e fria. E, quando ela passar, tudo o que eu não sentia da vida há de acordar no coração, que vela... E ela irá como o sol, e eu irei atrás dela como sombra feliz... Tudo isso eu me dizia, E ela irá como o sol, e eu irei atrás dela / como sombra feliz... (versos 7-8) Essa que eu hei de amar perdidamente um dia, (verso 1) (C) que pensarei que é o sol que vem, pela janela, (verso 3) tudo o que eu não sentia / da vida há de acordar no coração, que vela... (versos 5-6) quando alguém me chamou. Olhei: um vulto louro, e claro, e vagaroso, e belo, na luz de ouro do poente, me dizia adeus, como um sol triste... Tudo isso eu me dizia / quando alguém me chamou. (versos 8-9) E falou-me de longe: Eu passei a teu lado, mas ias tão perdido em teu sonho dourado, meu pobre sonhador, que nem sequer me viste! ALMEIDA, Guilherme de. Toda a poesia. São Paulo: Martins, 1952. T.1. p. 146-7. 13 A fala da personagem feminina, na última estrofe do poema, permite depreender que, segundo ela, o eu-lírico: Imaginava amar perdidamente um dia uma mulher loura e bela, e prestava muita atenção às que passavam perto. 11 A imagem de mulher que corresponde à do texto III é: a das mulatas carnudas e sensuais de Jorge Amado; a das virgens lindas e distantes do ultraromantismo; Embora estivesse absorto, ainda teve condições de estabelecer relações amorosas com o vulto louro, claro, vagaroso e belo. (C) Estava tão concentrado nos seus pensamentos sobre a mulher de seus sonhos que nem percebeu que ela, na realidade, estava perto. (C) a das louras prostituídas do simbolismo francês; a de Iracema, modelo de mulher nativa brasileira; a da mulher satirizada nos poemas de Gregório de Matos. Disse que estava tão perdido em seu sonho dourado, que nem passou perto e nem sequer foi percebido por ninguém. Era um sol que vinha, pela janela, trazer luz e calor à alma escura e fria, sendo loura, clara, vagarosa e bela. 6

14 Na literatura, a visão romântica representativa da mulher é a de uma figura idealizada, frágil e inatingível. Assinale a opção em que a visão da mulher não se enquadra nesta característica: Texto IV Ah! Vem, pálida virgem, se tens pena De quem morre por ti, e morre amando. Dá vida em teu alento à minha vida, Une nos lábios meus minha alma à tua! Álvares de Azevedo Anjos longiformes De faces rosadas E pernas enormes Quem vos acompanha? Vinícius de Moraes 15 Assinale a opção em que não há uma significativa correspondência de idéias no comentário feito acerca do cartum e dos textos I, II e III. (C) Anjo no nome, Angélica na cara! Isso é ser flor, e Anjo juntamente: Ser Angélica flor, e anjo florente, Em quem, senão em vós se uniformara. Gregório de Matos Minha mãe cozinhava exatamente: arroz, feijão-roxinho, molho de batatinhas. Mas cantava. Adélia Prado Baixas do céu num vôo harmonioso!... Quem és tu, bela e branca desposada? Da laranjeira em flor a flor nevada Cerca-te a fronte, ó ser misterioso!... Castro Alves (C) O cartum distancia-se do texto III porque não representa uma imagem vaga de um vulto de mulher sonhada. O cartum ratifica as questões apresenta-das no texto I, porque representa a imagem da mulher em luta pela sua própria emancipação. O cartum não reflete o texto I, porque não representa integralmente a imagem da mulher educada pelo homem, para ser o que deve ser: filha e irmã dedicadíssima, terna e pura esposa, boa e providente mãe. (linhas 29-31) O cartum, sob certos aspectos, confirma o seguinte trecho do texto II: Os salários não são iguais, as creches continuam insuficientes, o sexo é uma confusão total entre o agir e o sentir, (linhas 3-5) O cartum apresenta a imagem de uma mulher real, em total desacordo com a representação da mulher no texto III. 7