Matrimônio: O Matrimônio é um sacramento que Nosso senhor Jesus Cristo instituiu para estabelecer uma santa e indissolúvel união entre um homem e uma mulher e dar-lhes a graça de se amarem mutuamente e educarem cristamente seus filhos. É indissolúvel o vínculo matrimonial porque assim o determinou Deus, desde o princípio, e Jesus Cristo o confirmou. Esse vínculo matrimonial indissolúvel significa dizer que a união entre os casados não se rompe senão pela morte de um deles. 1 Para que o casamento seja válido é necessário que não haja nenhum impedimento que o anule, e seja celebrado perante o pároco, em sua paróquia, e de duas testemunhas. Já o casamento civil é um simples ajuste de união entre homem e mulher, celebrado perante o oficial civil, tendo simplesmente, para o católico, o valor de mero registro. Nos países em que for lei o casamento civil, os cônjuges cristãos, celebrem perante a Igreja o casamento, e se apresentem ao oficial civil, a fim de conseguirem os efeitos civis. O magistrado civil não tem o poder, diante de Deus, de dissolver o casamento. Só a morte de um deles é que configura a dissolução. O divórcio é uma instituição humana, contrária à Lei da Igreja, porque dissolve o casamento, permitindo aos dois cônjuges contraírem novas núpcias. Desse modo, essa nova união será adúltera, em outras palavras, pecado mortal constante. Impossibilita, assim, o católico de (nessa situação) aproximar-se dos sacramentos e, principalmente, do sacramento da eucaristia. Caso o católico, divorciado e nessa nova união, comungar cometerá horrível sacrilégio. Não é verdade que bem casado é quem bem vive. Para o cristão, bem casado é aquele que vive a santidade do sacramento do Matrimônio, com suas exigências e com a fidelidade à graça sacramental. Propriedades essenciais do Matrimônio Cristão: Unidade: um só para uma só. Contra essa qualidade essencial do matrimônio, opõe-se o adultério, três vezes pecados graves: contra a santidade do sacramento, contra a justiça (violando o direito exclusivo que o cônjuge tem sobre o corpo do outro) e de perjúrio,
renegando o juramento feito por Deus diante do altar, recebido pelo Ministro com duas testemunhas. 2 Indissolubilidade: É por toda a vida que o prometeis amor e fidelidade um ao outro? pergunta o ministro assistente. Ao que os nubentes respondem: sim. É a doação total e exclusiva para sempre dos esposos, uma para com o outro. Contra ela, opõe-se o divórcio, inútil tentativa de o homem romper o vínculo sagrado, que Deus estabeleceu para sempre. Fecundidade: É pergunta que o ministro faz no rito sagrado: Estais dispostos a receber com amor os filhos, que Deus vos confiar, educando-os na Lei de Cristo e da Igreja? O filho é a encarnação do amor do pai e da mãe. No filho, o amor se faz pessoa. É o fruto mais rico e precioso do amor humano. Qualquer esterilização masculina ou feminina, e as práticas de anticoncepcionais alheias aos métodos naturais, embora hoje largamente usada por casais católicos, são contrárias às leis de Cristo e repugnam a consciência cristã. Exclusividade: Por exclusividade, não são necessárias muitas explicações (um com uma), porque ninguém que ama a sério a sua esposa (marido), não tolera um terceiro no relacionamento. A promiscuidade e a poligamia são formas sexuais em que não há um com uma. A doação de si próprio e a própria sexualidade só pode ter um destinatário, porque se se ama, se ama por inteiro. Não é possível dividi-la (a pessoa). A pessoa não pode ser dividida. Ou se dá por inteiro ao amado (a) ou não se dá. Perpetuidade: É exclusividade ao longo do tempo. Kierkegaard afirma em relação a isso: No amor ocorre pela primeira vez, é poder ocorrer definitivamente. A única maneira de amar alguém com amor exclusivo é não amar a ninguém mais com amor exclusivo. Entregar-se todo significa entregar-se uma só vez a uma só pessoa e guardar tudo para ela. Quando o amor é verdadeiro, é incondicional, ou seja, não admite cláusulas de temporalidade, restrições ou reservas. Se o amor conjugal fosse uma união em prova, o gesto sexual seria como um sorriso falso por uma reserva interior. O Amor no Matrimônio:
A família nasce do amor, constitui-se no amor e ela só se mantém no amor. Amar é dar, é doar-se. O amor é essencialmente gratuito. Nada pede em troca a não ser amor. Amor que espera retribuição não é amor é investimento. Amar é perdoar. Quem não sabe perdoar não sabe amar. 3 O amor é a busca da fidelidade. Não a felicidade egoísta para si mesmo. Quem se casa não se casa para ser feliz, mas para fazer o outro feliz! E ambos serão felizes na busca da felicidade mútua. Na família, o amor apresenta quatro distintas facetas: é o amor conjugal, que une os esposos; o amor paterno-materno, para com os filhos; o amor fraterno, que une os irmãos entre si e, finalmente, o amor filial, dos filhos para com seus pais. Sempre o amor, o mesmo amor no coração da família. O amor, no matrimônio, funda a vida comum dos que se amam, ao criar uma comunidade conjugal. Porém, essa vida comum consiste na união conjugal. Não se funda até a decisão voluntária e livre dos que se amam. O compromisso matrimonial consiste em que homem e mulher tomem, de hoje em diante, a decisão em comum de se integrar reciprocamente todo o seu ser e todo o seu poder ser, enquanto masculinidade e feminilidade, comprometendo, assim, o seu amor de casados para o presente e o futuro. O matrimônio natural é compromisso voluntário e livre entre os que o contraem mediante o qual decidem querer-se um ao outro no amor conjugal, um com uma para sempre. A recíproca manifestação da vontade se dá começo ao matrimônio será realizada normalmente mediante palavras. Mediante o qual, com plena reflexão e liberdade, decidem (os que vão contrair o matrimônio) que exista a união profunda e total. Pelo ato de querer querer-se, há um compromisso. Comprometer-se é incluir o futuro no amor presente. Chama-se pacto conjugal o ato de expressar o compromisso próprio do amor conjugal. Contudo, um sinal inequívoco do compromisso matrimonial consiste na consumação sexual da relação. O consentimento ou pacto matrimonial é o ato da vontade pelo qual o homem e a mulher se doam e se aceitam plena, perpétua e exclusivamente. Como tais em tudo quanto concernem aquela união de vida orientada para o bem dos esposos e para geração e educação dos filhos.
Papéis do Homem e da Mulher: As pessoas têm em comum os mesmos direitos e os mesmos deveres e, dentro das capacidades naturais, uma intimidade semelhante, inteligente e livre. Além disso, todas as pessoas são homens ou mulheres. Ser uma coisa ou outra não é algo acrescentado, separado do resto, mas um modo de ser, de estar, de comportar-se. Considerando a realidade unidual do ser humano, a condição de homem ou mulher pertence tanto à biologia quanto ao espírito, à cultura à vida social e que afeta toda a ampla variedade de extratos ou de dimensões que constituem a pessoa humana. A pessoa humana é homem ou mulher e traz inscrita essa condição em todo o seu ser. Em primeiro lugar, o gênero radica em uma determinada configuração cromossômica e, portanto, genética. E, nesse nível, se encontra a explicação da origem biológica da diferenciação sexual. Em segundo lugar, encontra-se uma diferenciação dos órgãos corporais destinados a um dos tipos de reprodução existente na escala zoológica; reprodução sexual. Nele, se produzem algumas células especiais, chamadas gametas, que, misturadas mediante a união de macho e fêmea, dão origem a seres da mesma espécie. 4 O sexo é uma forma biológica de reprodução das espécies que supõem algumas funções biológicas diferentes segundo os sexos na procriação, gestação e alimentação das crias. No campo do ser humano, a diferenciação corporal afeta também uma morfologia anatômica e corporal que se completa com alguns traços psicológicos, afetivos e cognitivos diferentes. Ser homem ou mulher não é ser macho ou fêmea: a sexualidade do homem não corresponde só ao corpo, mas ao espírito visto que ambos pertencem à unidade do ser. A sexualidade humana, diferente da animal, modula também a psicologia e a vida intelectual: os homens e as mulheres têm diferenças que afetam o modo de ser, de comportar-se, de pensar, de ver as coisas e de estar no mundo. Existem alguns caracteres próprios da feminilidade e outros da masculinidade. E, além disso, se complementam. A diversidade é a origem de um enriquecimento mútuo. As diferenças corporais e psicológicas correspondem aos papéis distintos que cada um desempenha no conjunto de tarefas específicas que leva consigo ter filhos e criá-los. Ser homem ou mulher aponta para a divisão das tarefas familiares que logo se convertem em papéis e trabalhos dentro da família e, em conseqüência, dentro da sociedade. O sexo, portanto, tem uma dimensão familiar institucional, legal, social e cultural. Segundo a sua condição de ser homem ou mulher, a influência no âmbito da relação humana tenderá
ser de um ou de outro modo. Pode-se chamar essa influência de gênero masculino e feminino. Entre o ser homem e o ser mulher. E, com fim de desfrutar de toda a sua riqueza se constitui uma peculiar forma de colaboração entre homem e mulher que permaneceu essencialmente imutada ao longo do tempo que se trata da família fundada sobre o casal. Podemos descrever a família como uma forma da agrupação humana que nasce da livre decisão de um homem e de uma mulher de conduzir estavelmente uma vida (por exemplo, de entregar a sua corporeidade, habitar na mesma casa, levar o mesmo nome, compartilhar muitas de suas coisas) que se encontra essencialmente constituída com essas duas pessoas e pelos filhos nascidos como fruto de suas relações sexuais. Por outro lado, este fenômeno social pode assumir formas e finalidades bem distintas conforme a época, a cultura ou a vontade particular dos contraentes. A partir de tal ponto de vista sociológico, a família fundada sobre o matrimônio é simplesmente uma a mais entre as suas outras possíveis. Partindo do ponto de vista ético-filosófico, a família baseada no matrimônio é a única que pertence à ordem ideal da vida boa. Porque se distingue essencialmente de todas as demais formas de família que se fundam sobre o casal. 5 A Vida em Comum do Casal: A afetividade sexual como causa da vida em comum do casal: O dado sociológico é que a decisão de viver em comum apóia-se sobre o afeto sexual, sobre a busca dos valores sexuais complementares presentes no outro membro do casal. É o que se chama Eros: apaixonar-se é uma experiência amorosa completamente peculiar (própria) que consiste em encontrar, de repente, uma pessoa que é bela e amável como nenhuma outra e, ao mesmo tempo, e precisamente por isso, alguém sem o qual a nossa felicidade se apresenta como impossível. A sexualidade pode agir sem o Eros ou como parte do Eros. Isto significa que se apaixonar e sentir uma mera atração física não são absolutamente a mesma coisa. O Eros faz com que o homem não deseje mulher, mas uma mulher em particular. A direção do Eros é para a pessoa concreta e não pelos sentimentos que surgem por causa de sua presença. Na origem da decisão, de viver juntos como um casal, encontra-se um processo de particularização e estabilização do afeto sexual.
A avaliação ética da vida do casal: Como todas as escolhas humanas, a decisão de viver a dois evidencia que esta forma de vida é percebida pela maioria dos homens, é vista como fecunda e importante para felicidade. Nesta forma de relação. 6 (A) A Integração da Afetividade sexual com amor à pessoa: Se faltasse a integração do afeto sexual, seria inevitável que o querer do sujeito se dirigisse aos sentimentos que o outro desperta nele. Os valores sexuais dele ou dela sobre os quais tal afeto verte (se inclina) poderão encontrar sucessivamente em outra pessoa. Por esta razão, se a vontade dos sujeitos se reduz a seguir o impulso característico do afeto sexual, não indo mais além, o amor recíproco iria se referir aos valores sexuais possuídos pelo outro, apenas, e não à pessoa em si mesma. Quando há esta integração, a vontade cria amor de amizade perfeito mediante o qual as pessoas chegam à plena comunhão. O exercício dos atos típicos desta forma de afeto, com qualquer outro fim, se configura objetivamente como uma mentira que separa e isola as pessoas. Com efeito, a união sexual se apresenta como forma especialíssima de transmissão e comunicação do amor. Por sua intensidade (em primeiro lugar), porque a pessoa põe a serviço de sua afirmação a totalidade dos recursos físicos e psíquicos que encontra em seu próprio ser e, ao mesmo tempo, que desperta, no ser do outro. Como também pelo seu conteúdo (pelo seu conteúdo também, porque a união sexual se apresenta à inteligência sensitiva como sinal natural de um dar-se ao outro e em sua singularidade e irrepetibilidade. (B) O amor conjugal: A integração do vínculo afetivo-sexual com o amor de amizade é o que define o amor conjugal. Duas são as notas específicas desse tipo de relação interpessoal: Trata-se de um amor de amizade entre um homem e uma mulher levado até o extremo do dom de si (Benevolência, reciprocidade e ter o outro como a si mesmo). Serve-se do vínculo afetivo-sexual para o seu nascimento, subsistência e perfeição. Para os vínculos afetivos possam desempenhar papel positivo na realização da pessoa que é a felicidade, é condição indispensável para que o sujeito se espera para integrá-lo com amor do valor da pessoa do outro. O amor conjugal imprime, na liberdade, uma orientação incondicional, em favor do valor do outro cônjuge. O amor conjugal, à
diferença do amor de amizade normal, implica o dom recíproco das pessoas de tal modo que a realização do próprio valor de pessoa do outro se confunde com o seu. Nesse sentido, a sexualidade é a dimensão tão profunda da pessoa que situa a liberdade de decisão mais séria: o que fazer do meu ser pessoa e do ser pessoa dos demais. A sexualidade nos obriga a chegar a uma conclusão expressa sobre a nossa pessoa e o ser pessoa dos demais: trata-se de uma a ser usada ou um bem de algo incondicionalmente precioso. ( Ética Geral da Sexualidade; CAFARRA, Carlos.) 7 Ressalvas: (a) Os sentimentos são um perigo, é preciso a pessoa como tal; (b) A afetividade é uma tendência,um apetite. A esta qualidade do outro não se deve só levar no campo dos sentimentos, mas sobretudo do valor da pessoa do outro. Também porque estas qualidades são qualidades do outro. (c) Devemos reconhecer a dignidade do outro, pois, caso contrário, seria uma satisfação por sua intensidade, porque a pessoa põe a serviço da sua afirmação a totalidade dos recursos físicos e psíquicos que encontro no meu próprio ser e, ao mesmo tempo, que desperta no ser do outro. Indicações práticas: I) Mais de um mês antes da data escolhida para seu casamento, apresente a seu pároco ou ao sacerdote de sua comunidade as certidões de batismo recentes dos dois noivos e conheça dele as exigências diocesanas para a celebração do matrimônio. Ele também lhe informará se ocorre a necessidade de pedido de dispensa de algum impedimento canônico, porventura existente; II) Se o horário paroquial permitir, prefira a celebração de seu Matrimônio na Santa Missa, pela grandeza e sublimidade do ato sagrado, unido à Eucaristia; III) Em qualquer caso, vocês dois nubentes deverão receber nas vésperas o Santo Sacramento da Reconciliação, lembrando que os dois são os verdadeiros ministros do sacramento, que se dão mutuamente a graça sacramental, enquanto que o Padre é apenas o ministro assistente em nome da Igreja, com a presença das testemunhas; IV) Por tudo isso, dê relativa importância às fotografias, filmagens, vestido de noiva, bolo, recepção social e coisas assim, em si mesmas boas e dignas,
mas que não devem substituir a principal e quase única preocupação de noivos cristãos; V) Por fim, é bom lembrar que a noiva seja pontual na hora marcada. Chegar atrasada não é nada elegante e sim demonstração de falta de consideração aos convidados pontuais, além de perturbar (e às vezes até gravemente...) o horário das funções religiosas da paróquia. 8 Referências bibliográficas: Ética Geral na Sexualidade ; FARRARA, Carlos; Segundo Catecismo da doutrina Cristã, 117ª edição; 2007; Editora Vozes. Petrópolis RJ; Filosofia Social ; MONDIM, Batistta; 3ª Edição; 2006; Editora Paulus. São Paulo SP.