1. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS A Habilitação Técnica de Nível Médio em Meio Ambiente Eixo Tecnológico Ambiente e Saúde, de acordo com o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio instituído pela Resolução CNE/CEB nº 03/08 fundamentada no Parecer CNE/CEB nº 11/08, alterada pela Resolução CNE/CEB nº 4/2012 de 06/06/2012, atende ao disposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) Lei Federal nº. 9.394/96, nas Resoluções CNE/CEB nºs 04/10 e 06/2012 e nos Pareceres CNE/CEB nºs. 07/10 e 11/2012, no Regimento das Unidades Educacionais e demais normas do sistema de ensino. Na perspectiva de atualizar o perfil profissional de conclusão, para que os egressos possam acompanhar as transformações do setor produtivo e da sociedade, o Plano de Curso Técnico em Meio Ambiente, aprovado pela Portaria Senac/NSQ nº 11/2009, de 19/02/2009, publicada no Diário Oficial do Estado DOE de 16/09/2009, pela Portaria CEE/GP nº 284 passa, nesta oportunidade, por revisão, ajustando-se às diretivas do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio e mantendo-se alinhado às exigências específicas da ocupação, incorporando as inovações decorrentes dos avanços científicos e tecnológicos deste segmento, da experiência acumulada pela instituição e de novas tecnologias educacionais. Encontrar soluções ambientalmente mais eficientes, capazes de gerar um desenvolvimento econômico sustentável, tem se tornado um dos maiores desafios da sociedade no século XXI. A intensificação da problemática ambiental ao longo dos tempos, provocada principalmente pela ação das grandes indústrias, vem impulsionando uma nova forma de pensar e agir, um novo modelo de desenvolvimento, conhecido como desenvolvimento sustentável. Segundo Jacobi (1999) 1, a problemática da sustentabilidade assume, neste final de século, um papel central na reflexão em torno das dimensões do desenvolvimento e das alternativas que se configuram. A comissão de Brundtland (1987) 2 definiu que a sustentabilidade deve satisfazer às necessidades da geração presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras. A pressão social nos últimos anos sobre a atuação das grandes indústrias poluidoras aumentou significativamente, e esta pressão social acabou pressionando o poder público a formular e reformular padrões de qualidade nas quais as empresas deveriam embasar o funcionamento de suas atividades. Porém, segundo a Pesquisa 1 JACOBI, Pedro. Poder local, políticas sociais e sustentabilidade. Saúde soc., São Paulo, v. 8, n. 1, Fev. 1999. 2 RELATÓRIO DA COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso Futuro Comum, Dez. 1987. 2
de Informações Básicas Municipais do IBGE (2011) 3, apenas pouco mais de 32% dos municípios no país (1.796) possuem programa, projeto ou ação de coleta seletiva de lixo em atividade e 2.376 cidades (42,7%) continuam sem qualquer tipo de iniciativa relacionada à coleta seletiva; 73% dos municípios brasileiros (4.060) ainda não aprovaram normas no sentido de estabelecer mecanismos de fiscalização quanto ao abastecimento de água e esgotamento sanitário. A gestão de resíduo é um dos temas primordial na busca da sustentabilidade. O mundo alcançou a necessidade de aplicação de uma gestão eficiente e participativa dos resíduos e o Brasil, através da Lei Federal 12.305/2010, colocou uma obrigatoriedade em gerir os resíduos tanto pela iniciativa privada quanto pela pública, ampliando o mercado de trabalho, frentes sociais e desenvolvimento baseado na sustentabilidade. Essa necessidade de desenvolvimento sustentável, aliada ao endurecimento das exigências legais, vem pressionando cada vez mais as organizações a adotarem mecanismos mais limpos de produção, o que demanda profissionais capacitados. Segundo Santos (2013) 4 diante da evolução das respostas do setor produtivo à questão do meio ambiente, surgiu a ideia de gestão ambiental que versava sobre uma gerência global nesta área. Segundo D Avignon (1995) 5, gestão ambiental é a "parte da função gerencial que trata, determina e implementa a política de meio ambiente estabelecida para a empresa". A crescente necessidade de adaptação das organizações ao novo modelo de desenvolvimento baseado na sustentabilidade, projetando um sistema de gestão ambiental, tem feito que certificações ambientais como a ISO 14001, sejam consideradas como diferenciais em um mercado cada vez mais competitivo, tornando a questão ambiental muito mais como uma oportunidade de crescimento para a empresa do que como um custo. Um estudo publicado pela empresa Roland Berger Consultants, em conjunto com a Câmara Brasil Alemanha, no ano de 2007 6, relata que para as próximas décadas o mercado de tecnologias voltadas à preservação ambiental deve se desenvolver favoravelmente e um dos principais fatores deste desenvolvimento é a utilização por parte das empresas de tecnologias voltadas à preservação ambiental, indicando uma crescente preocupação das empresas com a questão ambiental. Essa preocupação 3 INSTITUO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa de informações básicas municipais, 2011. 4 SANTOS, João Batista dos. A Gestão ambiental nas organizações. IETEC Instituto de Educação Tecnológica, Belo Horizonte, 2013. Disponível em:<http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/757>. Acesso em 28/10/2013. 5 D AVIGNON, Alexandre L. de Almeida. "Sistemas de gestão ambiental e normalização ambiental". Segmento da apostila utilizada no curso sobre "Auditorias Ambientais" da Universidade Livre do Meio Ambiente. Curitiba, 1996 6 ROSE, Ricardo. O setor ambiental brasileiro: estrutura e tecnologia. Da natureza e da cultura. Disponível em:<http://ricardorose.blogspot.com.br/2010/07/o-setor-ambiental-brasileiro-estrutura.html>. Acesso em 23/10/2013. 3
reflete-se no mercado de trabalho, tornando essa área indispensável para as organizações que desejam alcançar a sustentabilidade. Nesse contexto, o oferece a Habilitação Técnica de Nível Médio em Meio Ambiente, com o objetivo de formar profissionais qualificados para atender às necessidades do mercado, de acordo com os desafios da área. A Instituição se propõe a dar continuidade à atualização deste Plano de Curso para acompanhar as transformações tecnológicas e socioculturais do mundo do trabalho, especialmente da área de Meio Ambiente, mediante contato permanente com especialistas da área e do setor produtivo. 2. REQUISITOS DE ACESSO Para matrícula no curso, os (as) candidatos (as) devem estar cursando, no mínimo, a 2ª série do ensino médio. Documentos: Requerimento de Matrícula. Documento de Identidade (RG) (cópia simples). Certificado ou Histórico Escolar de conclusão do Ensino Médio ou outros documentos educacionais que comprovem a conclusão do Ensino Médio (apresentação do original e cópia simples ou cópia autenticada), ou Declaração de escola, comprovando estar cursando a escolaridade mínima exigida (original). As inscrições e as matrículas serão efetuadas conforme cronograma estabelecido pela Unidade, atendidos os requisitos de acesso e nos termos regimentais. 3. PERFIL PROFISSIONAL DE CONCLUSÃO O Técnico em Meio Ambiente pode atuar em ambientes naturais, urbanos e rurais, em instituições públicas, privadas ou em organizações não governamentais, integrando equipes multiprofissionais ou como profissional autônomo. Coleta, armazena e interpreta informações, dados e documentações ambientais, bem como elabora laudos, relatórios e estudos ambientais. Elabora, supervisiona e executa sistemas de gestão ambiental e integrada, identifica padrões de produção e consumo de energia, desenvolve e executa planos de ação e manejo de recursos naturais. Atua, também, na organização de programas de educação ambiental e na criação e implantação de 4
programas de identificação, prevenção, mitigação, monitoramento e compensação de impactos associados ao meio ambiente. Para tanto, no decorrer do curso o aluno deve mobilizar e articular com pertinência os saberes necessários à ação eficiente e eficaz, integrando suporte científico, tecnológico e valorativo que lhe permita: Buscar atualização constante e autodesenvolvimento, por meio de estudos e pesquisas no mercado nacional e internacional para propor inovações, identificar e incorporar, criticamente, novos métodos, técnicas e tecnologias às suas ações e responder às situações cotidianas e imprevisíveis com flexibilidade e criatividade. Assumir postura profissional condizente com os princípios que regem a formação do Técnico em Meio de Ambiente, atuando em equipes e relacionando-se com outros profissionais, clientes e fornecedores envolvidos no processo de trabalho, contribuindo de forma efetiva para atingir os objetivos estabelecidos no seu campo de trabalho. Gerenciar seu percurso profissional, com iniciativa e de forma empreendedora, visualizando oportunidades de trabalho nos diversos setores e possibilidades para projetar seu itinerário formativo, seja prestando serviços em organizações ou na condução do seu próprio negócio. Atuar com responsabilidade, comprometendo-se com os princípios da ética, da sustentabilidade, da preservação da saúde e do desenvolvimento social, orientando suas atividades por valores expressos no ethos profissional, resultante da qualidade e do gosto pelo trabalho bem feito. Para atender às demandas do processo produtivo, o Técnico em Meio Ambiente deverá constituir as seguintes competências profissionais: Caracterizar ecossistemas, seus recursos renováveis e não renováveis, promovendo a gestão ambiental, a fim de identificar e avaliar fatores que intervêm na dinâmica dos ambientes. Propor ações de educação ambiental pautadas em processos socioambientais, considerando aspectos legais e recursos disponíveis, adotando ferramentas tecnológicas a fim de contribuir para o pensamento crítico nas questões ambientais e ao crescimento sustentável. Elaborar e executar projetos socioambientais, por meio de metodologias adequadas e instrumentos de avaliação, visando minimizar os impactos ambientais pautados na inovação sustentável. 5
Propor soluções ambientais considerando tendências e estudos em desenvolvimento sustentável, objetivando práticas empreendedoras e sustentáveis. 4. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR A organização curricular do curso Técnico em Meio Ambiente está estruturada em seis módulos que não requerem aprovação em um, para prosseguimento nos demais. M Ó D U L O S Carga Horária I Recursos Naturais 240 II Educação Ambiental 200 III Diagnóstico Ambiental 260 IV Gerenciamento Ambiental 240 V Gestão Integrada 200 VI Empreendedorismo Sustentável 60 TOTAL DE HORAS 1200 Módulo I Recursos Naturais - Este módulo possibilita ao aluno caracterizar os recursos naturais dos diversos biomas existentes, identificando e caracterizando os fatores bióticos e abióticos que interagem em diferentes ecossistemas, identificando processos naturais e antrópicos de poluição ambiental da água, do ar, do solo e da vegetação, comparando estes indicadores ambientais com aspectos legais, assegurando a qualidade ambiental em ambientes naturais, urbanos e rurais. Deve ser oferecido no início do curso, isoladamente ou em concomitância com o Módulo II. Módulo II Educação Ambiental - Este módulo possibilita ao aluno identificar conflitos socioambientais gerados pela transformação e degradação do espaço natural provocado pelo homem, definindo instrumentos ecopedagógicos e utilizando-os em concordância com políticas e práticas da educação ambiental para elaborar ações e projetos sustentáveis. Pode ser oferecido isoladamente ou concomitância com o Módulo I. Módulo III Diagnóstico Ambiental - Este módulo possibilita ao aluno identificar, analisar e realizar diagnóstico de aspectos e impactos ambientais associados às atividades humanas, em ambientes naturais, urbanos e rurais, bem como acompanhar os processos de licenças ambientais apoiados nos resultados dos estudos realizados. Pode ser oferecido isoladamente ou concomitância com o Módulo IV. 6
Módulo IV Gerenciamento Ambiental Este módulo possibilita ao aluno propor e acompanhar ações de prevenção, mitigação, compensação e monitoramento de aspectos e impactos ambientais indicados em projetos de gerenciamento ambiental como também, monitorar e controlar os parâmetros e padrões de qualidade relativos à água, ao solo, ao ar e à vegetação de acordo com as normas vigentes. Pode ser oferecido isoladamente ou concomitância com os Módulos III ou V. Módulo V Gestão Integrada - Este módulo possibilita atividades que envolvem a implementação e monitoramento do sistema de gestão integrada, visando a otimização dos processos de qualidade, saúde e segurança, meio ambiente e responsabilidade social. Pode ser oferecido isoladamente ou concomitância com os Módulos IV ou VI. Módulo VI Empreendedorismo Sustentável - Este módulo possibilita ao aluno identificar características do comportamento empreendedor e oportunidades de negócios, bem como elaborar um plano de negócio visando sustentabilidade ambiental, social e econômica de uma empresa, utilizando instrumentos e estratégias de gestão inovadora e socioambiental. Pode ser oferecido isoladamente ou concomitância com o Módulo V. COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS A SEREM DESENVOLVIDAS NOS MÓDULOS Módulo I Recursos Naturais Caracterizar biodiversidade e recursos naturais, com base em conceitos e princípios biogeoquímicos, avaliando a dinâmica dos ecossistemas de forma sustentável. Identificar processos de poluição ambiental no ar, na água, no solo e na vegetação, por meio dos indicadores físico-químicos e biológicos, visando assegurar qualidade ambiental de acordo com os aspectos legais. Módulo II Educação Ambiental Identificar a transformação do espaço natural, baseado nos princípios e conceitos da educação ambiental, compreendendo a problemática ambiental. Analisar conflitos socioambientais gerados pelo homem, com base em instrumentos políticos, a fim de definir ações que visem resolução dos mesmos. Elaborar e aplicar instrumentos ecopedagógicos, analisando aspectos ambientais, sociais e culturais, promovendo o desenvolvimento da comunidade. 7
Módulo III Diagnóstico Ambiental Identificar, analisar e diagnosticar aspectos e impactos ambientais e riscos socioeconômicos associados, considerando os processos produtivos, os recursos renováveis e não renováveis, e utilizando metodologias e técnicas adequadas. Acompanhar processos de licenciamento ambiental, encaminhando documentação técnica aos órgãos competentes, para atender as exigências legais. Módulo IV Gerenciamento Ambiental Elaborar e monitorar programas de gerenciamento ambiental de acordo com o processo produtivo, respeitando normas técnicas e legislação vigente, objetivando minimizar impactos gerados pelas ações pertinentes ao processo produtivo. Monitorar e controlar parâmetros e padrões de qualidade relativos à água, ao solo, ao ar e à vegetação, com base em aspectos legais, tendo em vista a promoção da saúde pública e a sustentabilidade dos ecossistemas. Propor e executar ações comprometidas com a sustentabilidade, mobilizando conceitos e princípios das ciências humanas e naturais e uso de métodos e tecnologias pertinentes, visando prevenção, controle, minimização e mitigação de impactos ambientais. Módulo V Gestão Integrada Interpretar as normas aplicáveis ao sistema de gestão integrada, pautados em dados da organização e nos requisitos auditáveis das normas, visando a otimização dos processos de qualidade, saúde e segurança, meio ambiente e responsabilidade social. Participar da implementação do sistema de gestão integrada, aplicando e avaliando os requisitos auditáveis, visando otimização, excelência e sustentabilidade dos processos produtivos. Monitorar o sistema de gestão integrada com base nas normas e requisitos auditáveis, propondo melhorias, visando o processo de certificação. Módulo VI Empreendedorismo Sustentável Visualizar as características do comportamento empreendedor sustentável, aplicando os processos criativos e inovadores a fim de identificar oportunidades de negócios e a geração de ideias socioambientais. Elaborar plano de negócio com base em conceitos de empreendedorismo e sustentabilidade, definindo estratégias para minimizar riscos envolvidos, propondo 8
soluções ambientais e aumentando a chance de sucesso do empreendimento sustentável. Indicações Metodológicas As indicações metodológicas que orientam este curso, em consonância com a Proposta Pedagógica do, pautam-se pelos princípios da aprendizagem com autonomia e do desenvolvimento de competências profissionais, entendidas como a capacidade de mobilizar, articular e colocar em ação valores, conhecimentos e habilidades necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas pela natureza do trabalho 7. As competências profissionais descritas na organização curricular foram definidas com base no perfil profissional de conclusão, considerando processos de trabalho de complexidade crescente, relacionados com a área de atuação deste profissional. Tais competências desenham um caminho metodológico que privilegia a prática pedagógica contextualizada, colocando o aluno frente a situações problemáticas que possibilitem o exercício contínuo da mobilização e a articulação dos saberes necessários para a ação e a solução de questões inerentes à natureza do trabalho neste segmento. A incorporação de tecnologias e práticas pedagógicas inovadoras previstas, como o trabalho por projeto, atende aos processos de produção da área, às constantes transformações que lhe são impostas e às mudanças socioculturais relativas ao mundo do trabalho. Propicia aos alunos a vivência de situações desafiadoras que levam a um maior envolvimento, instigando-os a decidir, opinar, debater e construir com autonomia o seu desenvolvimento profissional. Permite, ainda, a oportunidade de trabalho em equipe, assim como o exercício da ética, da responsabilidade social e da atitude empreendedora. As situações de aprendizagem previstas para este curso têm como eixo condutor o trabalho por projetos, que será desenvolvido no decorrer dos módulos. O trabalho por projeto favorece o desenvolvimento das competências previstas em cada módulo, na medida em que considera contextos similares àqueles encontrados nas condições reais de trabalho e estimula a participação ativa dos alunos na busca de soluções para os desafios que dele emergem. Estudo de casos, proposição de problemas, pesquisa em diferentes fontes, contato com empresas e especialistas da área, seminários, visitas técnicas, trabalho de campo e 7 Esta é a definição de competência profissional presente nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico Resolução CNE/CEB nº 04/99. 9
simulações de contextos compõem o repertório do trabalho por projeto, que será especificado no plano dos docentes, a ser elaborado sob a coordenação da Área Técnica da Unidade e registrado em documento próprio. Cabe ressaltar que, na mediação dessas atividades, o docente deve atuar no sentido de possibilitar a identificação de problemas diversificados e desafiadores, orientando a busca de informações, estimulando o raciocínio lógico e a criatividade e incentivando respostas inovadoras. Deve, também, criar estratégias que propiciem avanços, tendo sempre em vista que a competência é formada pela prática e que está se dá em situações concretas. PLANO DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO PROFISSIONAL SUPERVISIONADO O estágio é um ato educativo, tendo como objetivo proporcionar a preparação para o trabalho produtivo e para vida cidadã do educando, sempre desenvolvido em ambientes de trabalho que envolva atividades relacionadas com a natureza do curso, nos termos da legislação vigente. Este curso não prevê estágio profissional supervisionado, ficando a critério da Direção da Unidade autorizar a sua realização como uma atividade opcional do aluno, acrescida à carga horária total do curso. O estágio não obrigatório e opcional do aluno poderá ser realizado desde que o mesmo esteja matriculado, frequente regularmente o curso. O aluno que optar pelo estágio poderá iniciá-lo após a conclusão do módulo I. Mesmo não sendo obrigatório, o estágio será orientado e supervisionado por um responsável da parte concedente e acompanhado por docente orientador indicado pelo Senac, que se responsabilizará pela sua avaliação e pela verificação do local destinado às atividades do estágio, procurando garantir que as instalações e as atividades desenvolvidas sejam adequadas para a formação cultural e profissional do educando. Os estágios poderão ser desenvolvidos em organizações privadas ou públicas onde a atividade desse profissional se faça necessária, desde que ofereçam as condições essenciais ao cumprimento de sua função educativa, de maneira a evitar situações em que o aluno seja compelido a assumir responsabilidades de profissionais já qualificados e, dessa forma, desenvolvendo as atividades compatíveis com as previstas no Termo de Compromisso. Serão aplicadas estratégias e instrumentos de avaliação do desempenho do aluno, com registros em formulário próprio de acompanhamento do estágio, com anotações diárias feitas pelo estagiário e validadas pelo supervisor do campo de estágio. 10
O estágio não poderá exceder 06 horas diárias e 30 horas semanais, devendo constar do respectivo Termo de Compromisso. A carga horária do estágio deverá ser de, no mínimo, 120 horas (10% do total de horas do curso) e o aluno poderá concluí-lo até o término do curso, estabelecido no Termo de Compromisso firmado entre o aluno ou seu responsável legal, a parte concedente e o Senac, que indicará as condições para sua realização. Periodicamente o aluno deverá apresentar ao docente orientador do estágio, relatório das atividades realizadas. Um relatório final deverá ser entregue até o término do curso, devidamente assinado pelo supervisor do estágio. Para realização do estágio há necessidade dos seguintes documentos: Acordo de Cooperação entre a Unidade Senac que oferecer o curso e a parte concedente que oferecer o campo de estágio. Este documento deverá definir as responsabilidades de ambas as partes e todas as condições necessárias para a realização do estágio. Plano de Atividades do estagiário, elaborado em acordo com aluno, parte concedente e o Senac, incorporado ao termo de Compromisso. Termo de Compromisso de Estágio, consignando as responsabilidades do estagiário e da parte concedente, firmado pelo seu representante, pelo estagiário e pela Unidade Senac, que deve zelar pelo cumprimento das determinações constantes do respectivo termo. Seguro de Acidentes Pessoais para os estagiários, com cobertura para todo o período de duração do estágio pela parte concedente e, alternativamente, assumida pelo Senac. A apólice deve ser compatível com valores de mercado, ficando também estabelecidos no Termo de Compromisso. Durante a realização do estágio devem ser elaborados: Relatório de Estágio, segundo orientações do supervisor. Ficha de Acompanhamento de Estágio com registros diários feitos pelo estagiário e com visto do supervisor. O aluno ao qual for concedida a oportunidade do estágio opcional e que realizar, integralmente, as horas e atividades previstas no respectivo Termo de Compromisso terá apostilado no verso do seu Diploma o estágio realizado. Caso não cumpra o mínimo de horas e de atividades previstas, não terá direito a qualquer aditamento em seu documento de conclusão. 11
5. CRITÉRIOS DE APROVEITAMENTO DE CONHECIMENTOS E EXPERIÊNCIAS ANTERIORES As competências anteriormente adquiridas pelos alunos, relacionadas com o perfil profissional de conclusão do Técnico em Meio Ambiente, podem ser avaliadas para o aproveitamento de estudos, nos termos da legislação e das normas vigentes. Assim, podem ser aproveitados no curso os conhecimentos e experiências adquiridos: Em cursos, módulos, etapas ou certificação profissional técnica de nível médio, mediante comprovação e análise da adequação ao perfil profissional de conclusão e, se necessário, com avaliação do aluno. Em cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional, no trabalho ou por outros meios informais, mediante avaliação do aluno. O aproveitamento, em qualquer condição, deverá ser requerido antes do início do módulo e em tempo hábil para deferimento pela direção da unidade e devida análise por parte dos docentes, aos quais caberá a avaliação das competências e a indicação de eventuais complementações. 6. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO A avaliação da aprendizagem será contínua e cumulativa, priorizando aspectos qualitativos relacionados ao processo de aprendizagem e ao desenvolvimento do aluno observado durante a realização das atividades propostas, individualmente e/ou em grupo, tais como pesquisas, relatórios de atividades e visitas técnicas, estudo de casos e do meio, diagnóstico ou prognóstico sobre situações de trabalho e produtos gerados pelos projetos desenvolvidos. A avaliação deve se pautar por critérios e indicadores de desempenho, pois considerase que cada competência traz em si determinado grau de experiência cognitiva, valorativa e comportamental. Assim, pode-se dizer que o aluno adquiriu determinada competência quando seu desempenho expressar esse patamar de exigência qualitativa. Para orientar o processo de avaliação, torná-lo transparente e capaz de contribuir para a promoção e a regulação da aprendizagem, é necessário que os indicadores de desempenho sejam definidos no plano de trabalho docente e explicitados aos alunos desde o início do curso a fim de direcionar todos os esforços da equipe técnica, dos docentes e do próprio aluno, para que ele alcance o desempenho desejado. Desse modo, espera-se potencializar a aprendizagem e reduzir ou eliminar o insucesso. Isso porque a educação por competência implica em assegurar condições para que 12
o aluno supere dificuldades de aprendizagem diagnosticadas durante o processo educacional. A auto avaliação será estimulada e desenvolvida por meio de procedimentos que permitam que o aluno acompanhe seu progresso e pela identificação de pontos a serem aprimorados, considerando-se que esta é uma prática imprescindível à aprendizagem com autonomia. O resultado do processo de avaliação será expresso por menções: Ótimo: capaz de desempenhar, com destaque, as competências exigidas pelo perfil profissional de conclusão. Bom: capaz de desempenhar as competências essenciais exigidas pelo perfil profissional de conclusão. Insuficiente: ainda não capaz de desempenhar as competências exigidas pelo perfil profissional de conclusão. As menções serão atribuídas por módulo, considerando os critérios e indicadores de desempenho relacionados às competências previstas em cada um deles, as quais integram as competências profissionais descritas no perfil de conclusão. Será considerado aprovado aquele que obtiver, ao final de cada módulo, as menções Ótimo ou Bom e frequência mínima de 75% do total de horas de efetivo trabalho educacional. Será considerado reprovado, aquele que obtiver a menção Insuficiente em qualquer um dos módulos, mesmo após as oportunidades de recuperação, ou tiver frequência inferior a 75% do total de horas de efetivo trabalho educacional. Os alunos deverão ter pleno conhecimento dos procedimentos a serem adotados para o desenvolvimento do curso, bem como sobre as normas regimentais e os critérios de avaliação, recuperação, frequência e promoção. 7. INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS A rede de Unidades Educacionais tem a infraestrutura necessária para a realização dos cursos de educação profissional técnica de nível médio propostos, contando com dependências para acolhimento dos alunos, salas de aula devidamente mobiliadas com cadeiras móveis e armário para organização dos materiais, sala de atendimento, salas para Direção, Secretaria, Coordenação e Docentes, laboratório de informática, bibliotecas com o acervo contendo os títulos da bibliografia básica indicada no correspondente Plano de Curso, computadores conectados à Internet e outros 13
equipamentos, como, Televisão, Vídeo/DVD, Projetor de slides e Retroprojetor/Data show. Instalações específicas Laboratório de Meio Ambiente Equipamentos e Materiais específicos Autoclave Balança analítica digital Balança semi-analítica digital Bomba de vácuo Capela para exaustão de gases voláteis Chuveiro de emergência e lava olhos fixo Detector manual de gases Estufa de secagem Estufa incubadora Forno mufla Frigobar GPS portátil (aparelho de localização via satélite) Medidor de oxigênio dissolvido Microscópio biológico binocular PHmetro de bancada Placa aquecedora Purificador de água: osmose reversa Timer digital Turbidimetro Na ausência de Laboratório, a Unidade deve providenciar Kits de Análises, contendo: Detector manual de gases Kit de Emergência Ambiental que contenha mantas e travesseiros absorventes, cordões e sacos para descarte; 14
Kit para análise de água; Kit para caracterização de solos. GPS portátil (aparelho de localização via satélite) Bibliografia Básica Módulo I Recursos Naturais CARVALHO, A.R.; OLIVEIRA, M.V.C. Princípios Básicos do Saneamento do Meio. São Paulo: Senac, 2010. CUNHA, D. G. F.; CALIJUN, M. C. Engenharia Ambiental- Conceitos, Tecnologia e Gestão. São Paulo: Elsevier, 2013. ROCHA, J.C; CARDOSO, A; ROSA. A. H. Introdução à Química Ambiental. São Paulo: Bookmann, 2009. Módulo II- Educação Ambiental BELIZÁRIO, F; DOURADO, J. Reflexões e Práticas em Educação Ambiental. São Paulo: Instituto Estre, 2012. DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2004. MORIN, E.F. Nós e a Natureza: uma introdução às relações homem- ambiente. São Paulo: Senac, 2008. Módulo III- Diagnóstico Ambiental SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental: conceito e métodos. São Paulo: Oficina dos Textos 2006. SANTOS, L. M. M. S. Avaliação Ambiental de Processos Industriais. São Paulo: Oficina de Textos, 2011. VALLE, E. C; LAGE, H. Meio ambiente - acidentes, lições, soluções. São Paulo: Senac, 2003. Módulo IV- Gerenciamento Ambiental FREIRIA, R. C. Direito, Gestão e Políticas Públicas Ambientais. São Paulo: Senac, 2011. POLETO, C. (org.) Introdução ao Gerenciamento Ambiental. São Paulo: Interciência:2010. Módulo V- Gestão Integrada PHILIPPI JÚNIOR, A.; ROMETRO, A; BRUNA, G. C. Curso de Gestão Ambiental. São Paulo: Manole USP, 2007. 15
RIBEIRO NETO, J. B. M.; TAVARES, J. C.; HOFFMANN, S. C. Sistemas de Gestão Integrados: qualidade, meio ambiente, responsabilidade social, saúde e segurança no trabalho. São Paulo: Senac, 2012. TACHIZAWA, T. Gestão Ambiental e Responsabilidade Social Corporativa. São Paulo: Atlas, 2011. Módulo VI- Empreendedorismo Sustentável ENDEAVOR, I.E. Como fazer uma empresa dar certo, num país incerto. Conselhos e lições de 51 Empreendedores mais bem-sucedidos do Brasil. São Paulo: Campus Elsevier, 2005. NAKAGAWA, M. Empreendedorismo elabore seu plano de negócio e faça a diferença! São Paulo: Editora Senac, 2013. SILVEIRA, G.(Org.). Gestão da Inovação e Empreendedorismo. Rio de Janeiro: Campus, 2013. Bibliografia Complementar CUNHA, S. B.; GUERRA, A. J. T.(Org.). Avaliação e perícia ambiental. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002. LEHFELD, L. S.; CARVALHO, N. C. B; BALBIM, L. I. N. Código Florestal Comentado e Anotado. São Paulo: Método, 2013. MANAHAN, S. E. Química Ambiental. São Paulo: Bookman, 2013. NUVOLARI, A. Esgoto Sanitário coleta, transporte, tratamento e reuso agrícola. São Paulo: Edgard Blücher, 2011. PAESE, A.; VEZU, A.; LOLINI, M. L; CUNHA, A. Conservação da Biodiversidade com SIG. São Paulo: Oficina de Textos, 2012. PHILIPPI JUNIOR, A. et. al. Política Nacional, Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos. São Paulo: Manole USP, 2012. SEIFFERT, M. E. B. Sistemas de Gestão Ambiental(ISO14001) e Saúde e Segurança Ocupacional (OHSAS 18001) - Vantagens da Implantação Integrada. São Paulo: Atlas, 2010. VEIGA, J. E. A Desgovernança Mundial da Sustentabilidade. São Paulo: Editora 34, 2013. VIVIEN, F. D. Economia e Ecologia: São Paulo: Editora Senac,2011 16
VILELA, JÚNIOR, V. A; DEMAJOROVIC, J. Modelos e Ferramentas de Gestão Ambiental Desafios e Perspectivas para as Organizações. São Paulo: Editora Senac, 2013. VOLTOLINI, R. Conversa com líderes sustentáveis. O que aprender com quem fez ou está fazendo a mudança para a sustentabilidade. São Paulo: Senac, 2013 8. PESSOAL DOCENTE E TÉCNICO Estão habilitados, para a docência neste curso, profissionais licenciados (licenciatura plena ou programa especial de formação) na respectiva área profissional. Para o desenvolvimento das competências previstas nos módulos constantes deste Plano de Curso devem ser admitidos docentes com a seguinte formação: MÓDULOS FORMAÇÃO Recursos Naturais Educação Ambiental Diagnóstico Ambiental Gerenciamento Ambiental Gestão Integrada Profissionais com formação superior em: Biologia, Engenharia Florestal, Engenharia Ambiental, Ecologia, Geologia, Geografia, Agronomia, Química, Oceanografia ou profissionais de outras áreas com pós-graduação na área ambiental. Profissionais com formação superior em: Biologia, Engenharia Ambiental, Sociologia, Pedagogia ou profissional da área de meio ambiente com experiência profissional em educação ambiental. Profissionais com formação superior em: Engenharia Ambiental e Sanitária, Biologia, Engenharia Florestal, Ecologia, Agronomia, Química, preferencialmente com pós-graduação na área ambiental e experiência profissional na área. Profissionais com formação superior em: Engenharia Ambiental e Sanitária, Biologia, Engenharia Florestal, Ecologia, Gestão Ambiental, Agronomia, Química, preferencialmente com experiência profissional na área. Profissionais com formação superior em: Engenharia Ambiental e Sanitária, Química, Biologia, Engenharia Florestal, Engenharia de Segurança do Trabalho, Engenharia de Produção, Agronomia, Gestão Ambiental, preferencialmente com experiência profissional em sistemas de gestão integrada. 17
Empreendedorismo Sustentável Profissionais com formação superior em: Administração, Economia, profissionais de outras áreas com pós-graduação na área ambiental e com experiência profissional em meio ambiente e empreendedorismo. Poderão ainda ser admitidos, em caráter excepcional, profissionais na seguinte ordem preferencial: Na falta de licenciados, os graduados na correspondente área profissional ou de estudos. Na falta de profissionais graduados em nível superior nas áreas específicas, profissionais graduados em outras áreas e que tenham comprovada experiência profissional na área do curso. Na falta de profissionais graduados, técnicos de nível médio na área do curso, com comprovada experiência profissional na área. Na falta de profissionais com formação técnica de nível médio e comprovada experiência profissional na área, outros reconhecidos por sua notória competência e, no mínimo, com ensino médio completo. Aos não licenciados deverá ser propiciada formação em serviço. A coordenação do curso será realizada por profissional com graduação e experiência profissional compatíveis com as necessidades da função. 9. CERTIFICADOS E DIPLOMA Àquele que concluir com aprovação todos os módulos que compõem a organização curricular desta Habilitação Técnica de Nível Médio e comprovar a conclusão do ensino médio será conferido o diploma de TÉCNICO (A) EM MEIO AMBIENTE, com validade nacional. 18