CAPÍTULO I Da Política Municipal do Meio Ambiente



Documentos relacionados
LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981

Presidência da República Subchefia para Assuntos Jurídicos

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Lei nº 6.938, de 31 de agosto de Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu a sanciono a seguinte Lei:

O PREFEITO MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE. Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE TÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

PREFEITURA MUNICIPAL DE POUSO REDONDO CNPJ / Rua Antonio Carlos Thiesen, Pouso Redondo Santa Catarina

Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias ambientais.

LEI Nº 1532 DE 06 DE JULHO DE 1982

POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Lei No /81

LEI FEDERAL Nº DE 31 DE AGOSTO DE 1981

LEI Nº 963, de 21 de julho de 2009.

Atribuições estaduais e municipais na fiscalização ambiental

Lei nº 7653 DE 24/07/2014

LEI MUNICIPAL N.º 2.690, DE 21 DE MAIO 2002

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT

Secretaria de Meio Ambiente do Município de João Pessoa

Legislação Pesqueira e Ambiental. Prof.: Thiago Pereira Alves

O Prefeito Municipal de Ribas do Rio Pardo, Estado de Mato Grosso do Sul, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona a Seguinte Lei.

REGULAMENTO TÉCNICO DA SEGURANÇA AMBIENTAL EM ATIVIDADES ESPACIAIS

PROJETO DE LEI N.º 1.195, DE 2015 (Do Sr. Goulart)

PREFEITURA MUNICIPAL DE BAURU

Art. 6 o O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições:

PREFEITURA MUNICIPAL DE MORRINHOS Estado de Goiás LEI N , DE 28 DE DEZEMBRO DE O PREFEITO MUNICIPAL DE MORRINHOS,

LEI Nº DE 17 DE JANEIRO DE 1997

MINUTA PROJETO DE LEI. Súmula: Institui a Política Estadual sobre Mudança do Clima.

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

PLANO DIRETOR DECENAL DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. LEI COMPLEMENTAR N 16, de 4 de junho de 1992

Regulamentação e Licenciamento Ambiental. Oscar Graça Couto Lobo & Ibeas

2º Seminário AESAS Mercado Ambiental Brasileiro: o que mudou em 2013? São Paulo, 28 de novembro de 2013

PREFEITURA MUNICIPAL DE CARMO DA CACHOEIRA ESTADO DE MINAS GERAIS GABINETE DO PREFEITO

Flávio Ahmed CAU-RJ

P REFEIT URA DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO

POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

PREFEITURA MUNICIPAL DE TEIXEIRA DE FREITAS ESTADO DA BAHIA

CAPITULO I DO OBJETIVO

Legislação e outros documentos sobre Educação Ambiental

Da Legislação Ambiental. Da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Harmonização da PNRS. Constituição Federal da República Federativa do Brasil

14/05/2010. Sistema Integrado de Gestão Ambiental SIGA-RS. Sistema Integrado de Gestão Ambiental SIGA-RS. Niro Afonso Pieper. Diretor Geral - SEMA

LEI N DE 12 DE OUTUBRO DE 1978 O GOVERNO DO ESTADO DE SERGIPE,

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº D, DE O CONGRESSO NACIONAL decreta:

LEI Nº 213/1994 DATA: 27 DE JUNHO DE SÚMULA: INSTITUI O FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE E DA OUTRAS PROVIDENCIAS. CAPITULO I DOS OBJETIVOS

LEGISLAÇÃO FEDERAL SOBRE POLUIÇÃO VISUAL URBANA

O PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO P NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ABNT NBR ISO 14001

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E FLORESTAL

ESTADO DO ACRE PREFEITURA MUNICIPAL DE MÂNCIO LIMA GABINETE DO PREFEITO LEI Nº 19/091 MÂNCIO LIMA ACRE, 06 DE NOVEMBRO DE 1991.

LEI N 1.892/2008 Dá nova redação a Lei nº 1.580/2004

Minuta de Lei para criação do Sistema Municipal do Meio Ambiente

CAPÍTULO I DA NATUREZA E DOS OBJETIVOS

Resolução SMA nº 92 DE 14/11/2014

Conselho Gestor APA DA VÁRZEA RIO TIETÊ GTPM

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988

DECRETO Nº de 10 de junho de 2005.

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ SECRETARIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE CONSELHO ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE - COEMA

CAPÍTULO III DA REESTRUTURAÇÃO

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

Introdução. Gestão Ambiental Prof. Carlos Henrique A. de Oliveira. Introdução à Legislação Ambiental e Política Nacional de Meio Ambiente - PNMA

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE INDAIATUBA

Regulamento de Estágio

RESOLUÇÃO Nº, DE DE DE MINUTA (versão 3)

LEI Nº , DE 27 DE JULHO DE 1992

INSTRUÇÃO CONJUNTA Nº 1, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2008

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO - SNUC

Faço saber, que a Câmara Municipal de Mangueirinha, Estado do Paraná aprovou e eu, ALBARI GUIMORVAM FONSECA DOS SANTOS, sanciono a seguinte lei:

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº , DE 23 DE JANEIRO DE 2015

REGIMENTO DA UNIDADE DE AUDITORIA INTERNA DO IF SUDESTE DE MINAS GERAIS CAPÍTULO I

CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL. Texto atualizado apenas para consulta.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE ALAGOAS. Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO. Missão

IV - planejar, propor e coordenar a gestão ambiental integrada no Estado, com vistas à manutenção dos ecossistemas e do desenvolvimento sustentável;

Gestão e Legislação Ambiental

PROJETO DE LEI Nº 14/2016 DISPÕE SOBRE A CRIAÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE PARTICIPAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE NEGRA CAPÍTULO I

LEI Nº 1034, DE 12 DE AGOSTO DE 2015.

MMX - Controladas e Coligadas

RESOLUÇÃO N 83/TCE/RO-2011

A Educação Básica no Sistema Estadual de Ensino de Sergipe. II Encontro Estadual dos Conselhos de Educação

Considerando o previsto na Resolução CONAMA nº 5, de 15 de junho de 1989, que instituiu o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar PRONAR, e

As Questões Ambientais do Brasil

ACORDO-QUADRO SOBRE MEIO AMBIENTE DO MERCOSUL

DECRETO N.º DE 20 DE JUNHO DE 2000.

L E I N.º 162/2002, de 28 de janeiro de 2003.

Art. 2º Compete ao Conselho Estadual do Idoso:

Decreto-Lei n.º 213/92 de 12 de Outubro Altera o Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de Março (Reserva Ecológica Nacional).

DECISÃO Nº 193/2011 D E C I D E

LEI MUNICIPAL Nº..., de... de... de Estabelece normas especiais para funcionamento de bares e similares e dá outras providências.

Assembléia Legislativa do Estado do Paraná Centro Legislativo Presidente Aníbal Khury Comissão de Constituição e Justiça

NBA 10: INDEPENDÊNCIA DOS TRIBUNAIS DE CONTAS. INTRODUÇÃO [Issai 10, Preâmbulo, e NAT]

A Assembléia Legislativa do Estado do Paraná

PREFEITURA MUNICIPAL DE BARRA DO CHOÇA ESTADO DA BAHIA

DISPÕE SOBRE A CRIAÇÃO DO CONSELHO DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR CAE DO MUNICÍPIO NOS TERMOS DA MEDIDA PROVISÓRIA , DE 02 DE

RESOLUÇÃO - RDC Nº 23, DE 4 DE ABRIL DE 2012

Dom Macedo Costa. ESTADO DA BAHIA Município de Dom Macedo Costa Prefeitura Municipal Onde Pulsa o Desenvolvimento

REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO MUNICIPAL DO IDOSO CAPÍTULO I DA DENOMINAÇÃO, SEDE, DURAÇÃO E FINALIDADE

REGIMENTO INTERNO DO NÚCLEO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS NINTEC CAPÍTULO I DO NÚCLEO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E SEUS FINS

Projeto de Lei nº 11 /2012 Deputado(a) Altemir Tortelli

Transcrição:

LEI Nº 4366 DISPÕE SOBRE A POLÍTICA DE PROTEÇÃO, CONTROLE E CONSERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE E DE MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA NO MUNICÍPIO DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM-ES. A Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim, Estado do Espírito Santo, APROVOU e o Prefeito Municipal SANCIONA e PROMULGA a seguinte lei: CAPÍTULO I Da Política Municipal do Meio Ambiente Art. 1º. - Esta lei estabelece a Política Municipal do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, objetivando a proteção, a recuperação e a melhoria da qualidade ambiental, visando assegurar, no Município de Cachoeiro de Itapemirim, a compatibilização do desenvolvimento sócio-econômico com a proteção do meio ambiente e do equilíbrio ecológico, atendidos os seguintes princípios : I - ação governamental na manutenção da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; recursos ambientais; representativas; II - racionalização, planejamento e fiscalização do uso dos III - proteção dos ecossistemas, com a preservação das áreas IV - estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; efetivamente poluidoras; efetivamente poluidoras; recursos ambientais; ambiental do município; V - avaliação de impactos ambientais das atividades potencial ou VI - controle e zoneamento das atividades potencial ou VII - incentivo à comunidade para o uso racional e a proteção dos VIII - garantia de informação à população sobre a qualidade IX - acompanhamento da qualidade ambiental; de degradação; X - recuperação e proteção das áreas degradadas e/ou ameaçadas XI - educação ambiental nas escolas municipais e na comunidade, objetivando capacitá-las para participarem ativamente na defesa do meio ambiente; XII - imposição aos poluidores e degradadores do meio ambiente de sanções administrativas, independentemente da obrigação de recuperar as áreas degradadas. Art. 2º - Para os fins previstos nesta lei entende-se por: I - MEIO AMBIENTE - conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e política, que permitem, abrigam e regem a vida em todas as suas formas;

II - CONSERVAÇÃO DA NATUREZA - manejo ordenado e racional de todos os recursos renováveis e não renováveis existentes; III - DEGRADAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL - alteração adversa das características do meio ambiente; IV - RECURSOS AMBIENTAIS - a atmosfera, as águas superficiais e subterrâneas, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera; V - PATRIMÔNIO NATURAL - conjunto de bens naturais existentes no Município que pelo seu valor de raridade, científico, de ecossistema significativo, de elemento de equilíbrio ambiental, paisagístico, de monumento natural ou pela feição notável com que tenha sido dotado pela natureza, seja de interesse público proteger, preservar e conservar; de atividade que direta ou indiretamente : VI - POLUIÇÃO - degradação da qualidade ambiental resultante a) prejudique a saúde, o sossego ou o bem estar da população; b) crie condições adversas às atividades sociais e econômicas; ambiental; c) afete desfavoravelmente a fauna, a flora ou qualquer recurso d) afete as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; estabelecidos em lei; paisagístico. e) lance matérias ou energia em desacordo com os padrões f) ocasione danos relevantes aos acervos histórico, cultural e VII - AGENTE POLUIDOR - pessoa física ou jurídica de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por degradação ou poluição ambiental; VIII - POLUENTE - toda e qualquer forma de matéria, energia ou ação que provoque poluição nos termos deste artigo, em quantidade, em concentração ou com características em desacordo com as que forem estabelecidas em decorrência desta lei, respeitadas as legislações federal e estadual; IX - FONTE DE POLUIÇÃO - considera-se fonte de poluição, efetiva ou potencial, qualquer atividade, processo, operação, maquinário, equipamento ou dispositivo, fixo ou móvel, que induza, produza ou possa ocasionar poluição. CAPÍTULO II Da Competência Art. 3º. - A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável é o órgão responsável pela implantação e execução da política ambiental do município, competindo-lhe prioritariamente : I - formular, aplicar e promover a difusão de normas técnicas, regulamentos e padrões de proteção, conservação e melhoria do meio ambiente e o uso e manejo dos recursos ambientais, observada a legislação federal e estadual; II - estabelecer as áreas em que a ação do Executivo Municipal, relativa à qualidade ambiental, deva ser prioritária;

III - fornecer diretrizes aos demais órgãos municipais, em assuntos que se refiram ao meio ambiente e à qualidade de vida contidos nas legislações federal, estadual e municipal; IV - exercer o poder de polícia nos casos de infração à esta lei, com a aplicação de penalidades disciplinares e/ou compensatórias, comunicando, inclusive, ao Ministério Público; V - responder à consultas sobre matérias de sua competência; VI - emitir parecer, inclusive com poder de veto, a respeito dos pedidos de localização, instalação, ampliação e operação de empresas com potencial poluidor e de atividades que possam causar degradação ambiental ou comprometer o patrimônio natural do município; VII - atuar no sentido de formar consciência pública da necessidade de proteger, melhorar e conservar o meio ambiente; VIII - criar mecanismos efetivos de participação da comunidade nas decisões e ações relativas às questões ambientais no município; IX - encaminhar, após parecer técnico, para apreciação do Conselho Municipal do Plano Diretor Urbano, criado pela Lei nº 4.172/96 de 18/03/96, os casos que possam trazer conseqüências adversas para o desenvolvimento urbano e qualidade ambiental do Município. X - incentivar a produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; Município; XI - cadastrar e monitorar todas as fontes de poluição existentes no XII - buscar alternativas para compatibilizar o desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; XIII - estabelecer critérios e padrões de qualidade ambiental e normas relativas ao uso e manejo dos recursos ambientais; XIV - preservar e restaurar os recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida. XV - formular e implementar o zoneamento ecológico-econômico do município. Art. 4º - As diretrizes da Política Municipal do Meio Ambiente serão formuladas em normas e planos destinados a orientar a ação do Governo Municipal no que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio, observados os princípios estabelecidos no artigo 1º. desta lei. Parágrafo único - As atividades empresariais públicas e privadas serão exercidas em consonância com as diretrizes da Política Municipal do Meio Ambiente. Art. 5º - Os órgãos e entidades municipais, dentro de sua área de competência, são responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituindo o Sistema Municipal do Meio Ambiente, com obrigação de prestar colaboração ao órgão coordenador e fiscalizador. CAPÍTULO III Da Fiscalização e do Controle das Fontes Poluidoras e da Degradação Ambiental Art. 6º - Os resíduos líquidos, gasosos, sólidos ou em qualquer estado de agregação, de materiais provenientes de atividade industrial, comercial, agropecuária, doméstica, recreativa, pública, privada ou de qualquer outra espécie, só podem ser lançados em cursos d água superficiais ou

subterrâneos, na atmosfera ou no solo, desde que não excedam os limites estabelecidos pela autoridade competente, nos termos do regulamento desta lei. Art. 7º - A localização, instalação, operação e ampliação de fontes de poluição, indicadas no regulamento desta lei, ficam sujeitas à autorização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, mediante licença apropriada, após exame de impacto ambiental e de acordo com o respectivo relatório conclusivo. 1º - Nos casos em que se determine a execução do Relatório de Impacto Ambiental ( RIMA ), este deverá ser submetido à análise da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. 2º - A exigência prevista neste artigo aplica-se igualmente a todo projeto de iniciativa do poder público a ser implantado no Município. 3º - Os demais órgãos da Administração Municipal somente poderão aprovar projetos de fontes de poluição previstas no regulamento desta lei, à vista da licença de que trata este artigo, sob pena de nulidade de seu ato. Art. 8º - A SEMMADES poderá, a seu critério, determinar às empresas com capacidade poluidora, com ônus para as mesmas, a execução de medições dos níveis e das concentrações de sua s emissões e lançamentos de poluentes nos recursos ambientais, de acordo com programas previamente aprovados pela Secretaria. 1º - Os programas de medições de que trata este artigo deverão ser executados por empresas do ramo, de reconhecida idoneidade e capacidade técnica e devidamente credenciadas pela SEMMADES, que, por sua vez, designará um técnico ou agente para acompanhar as medições. 2º - As normas e padrões de qualidade ambiental e de emissão de poluentes de que trata esta lei são aqueles estabelecidos pela legislação federal, podendo o Município prescrever outras normas e estabelecer maior restrição aos padrões existentes, em atendimento às peculiaridades locais. Art. 9º - As empresas com potencial poluidor e/ou de degradação ambiental, já em funcionamento ou em implantação à época da promulgação desta lei, ficam obrigadas a cadastrar-se na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, com vistas ao seu enquadramento no estabelecido nesta lei e sua regulamentação. Art. 10 - Para a realização das atividades decorrentes do disposto nesta lei e seus regulamentos, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável poderá utilizar-se, além dos recursos técnicos e humanos de que dispõe, do concurso de outros órgãos ou entidades públicas ou privadas mediante convênios, contratos e termos de cooperação técnica. Art. 11 - Os técnicos e os agentes credenciados pela SEMMADES para a fiscalização do cumprimento dos dispositivos desta lei terão livre acesso `as dependências e informações das fontes poluidoras localizadas no Município, devendo-lhes ser assegurado o devido respeito quando no cumprimento das suas funções. Art. 12 - Inclui-se na competência de fiscalização da SEMMADES a análise de projetos de entidades públicas ou privadas, objetivando a preservação ou a recuperação de recursos ambientais, afetados por processos de exploração predatórios ou poluidores. Art. 13 - O Governo Municipal, para a concessão de incentivo a projetos de desenvolvimento econômico, ou a sua implantação, levará em consideração o cumprimento, pelo requerente, dos dispositivos constantes desta lei e seus regulamentos. Parágrafo único - A instalação de equipamentos de controle de poluição, o tratamento de efluentes industriais ou de qualquer tipo de material poluente despejado ou lançado, e a conservação de recursos naturais, constituem fatores relevantes a serem considerados pelo Município na concessão de estímulo em forma de incentivo e ajuda técnica.

CAPÍTULO IV Da Fiscalização e Proteção dos Recursos Ambientais e do Patrimônio Natural Art. 14 - Na proteção dos recursos ambientais e do patrimônio natural do Município, compete à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável: a) assegurar a proteção e conservação, quando de interesse público, das áreas representativas de ecossistemas, sítios, paisagens e elementos que constituem o patrimônio natural do Município; b) propor a criação de unidades de conservação, tais como: Reservas, Estações Ecológicas, Áreas de Proteção Ambiental, Parques e Hortos e estabelecer diretrizes para sua preservação e manutenção; c) identificar e classificar por grau de proteção os bens de valor natural que importe conservar e proteger através de declaração de tombamento, de acordo com a Lei nº. 4.172/96, de 18/03/96. d) manter a fiscalização permanente dos recursos ambientais e do patrimônio natural, visando a proteção do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; e) identificar e informar aos órgãos públicos competentes e à comunidade em geral, os locais e ocorrências de degradação ambiental que possam colocar em risco a qualidade de vida e a saúde da população; Parágrafo único - Para atendimento ao disposto neste artigo poderá o Município efetuar convênios ou termos de cooperação técnica com órgãos federais, estaduais ou municipais. patrimônio natural: Art. 15 - Constitui infração quanto aos recursos ambientais e a) causar degradação ambiental; b) causar poluição de qualquer natureza que provoque alteração, deterioração e destruição de espécies da flora e fauna; c) ferir, matar, capturar, comercializar, por quaisquer meios, exemplares de espécies de animais silvestres e aquáticos protegidos por lei; d) veicular informações e campanhas publicitárias por quaisquer meios de comunicação que induzam o comportamento adverso desta lei; esportiva. e) empregar técnicas predatórias para a pesca comercial ou Art. 16 - As pessoas físicas ou jurídicas que se dediquem à extração, industrialização e comercialização de produtos vegetais e/ou animais ficam sujeitos a cadastramento e às normas técnicas da SEMMADES. CAPÍTULO V Das Penalidades Art. 17 - Os infratores dos dispositivos desta lei ou do seu regulamento, e demais normas dela decorrentes, ficam sujeitos às seguintes penalidades, as quais poderão ser aplicadas independentemente.

I - advertência por escrito, em que o infrator será notificado para fazer cessar a irregularidade, sob pena de imposição de outras sanções previstas nesta lei; II- multa simples ou diária, cujo valor será fixado em regulamento desta lei, permitindo-se agravação, em caso de reincidência específica, para o dobro; III - suspensão de atividades até a correção das irregularidades, salvo os casos reservados à competência da União; IV - cassação de alvarás e licenças concedidas, a ser executada pelos órgãos competentes do Executivo Municipal, em especial as Secretarias Municipais de Obras e Serviços Urbanos, em atendimento a parecer técnico emitido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; V - demolição de construção; VI - reparação de danos ambientais; infração. concedidos pelo Município. VII - apreensão dos produtos e dos instrumentos utilizados na VIII - perda ou restrição de benefícios, incentivo e ajuda técnica 1 - As penalidades previstas neste artigo serão objeto de especificação em regulamento, de forma a compatibilizar a penalidade com a infração cometida, levando-se em consideração sua natureza, gravidade e conseqüência para a coletividade. 2 - Dependendo da gravidade da infração, poderão ser aplicadas cumulativamente as penalidades previstas nos incisos I, II, III, V e VII; 3 - Consideram-se infratores todos os responsáveis direta ou indiretamente pelas irregularidades constatadas pela fiscalização. DOS RECURSOS a seguinte ordem de competência: Desenvolvimento Sustentável; Art. 18 - Da ação fiscal caberá recurso, na forma da lei, obedecida I - em 1ª. Instância ao Secretário Municipal de Meio Ambiente e II - em 2ª. Instância ao Conselho Municipal de Meio Ambiente; III - em Instância Especial ao Prefeito Municipal. caso da penalidade prevista no item V. 1º - O recurso impetrado não terá efeito suspensivo, salvo no 2º - Só poderá ser objeto de recurso à Instância Especial a decisão que não houver obtido unanimidade no Conselho Municipal de Meio Ambiente. proferida pelo Prefeito Municipal. 3º - Será irrecorrível, em nível administrativo, a decisão 4º - Em se tratando de recurso contra Notificação, o mesmo será julgado somente em 1ª. Instância, não admitindo efeito suspensivo.

DOS PRAZOS obedecidos os seguintes prazos: em 1ª. Instância; apresentar defesa em 2ª. Instância; defesa em Instância Especial. Art. 19 - Para efeito do cumprimento da presente lei, serão a) até 30 ( trinta ) dias da ciência do Auto, para apresentar defesa b) até 30 ( trinta ) dias da ciência da decisão em 1ª. Instância, para c) até 30 ( trinta ) dias da decisão em 2ª. Instância, para apresentar 1º. - Os prazos referentes à adequação prevista no artigo 9º. desta lei, das empresas já em funcionamento ou em fase de implantação, serão definidos através de regulamento próprio. 2º. - A SEMMADES terá prazo de 30 (trinta ) dias, prorrogável por igual período, para emitir o parecer previsto no inciso VI do art. 3º. desta lei. 3º. - Todos os demais prazos referentes ao funcionamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMMADES, bem como à aplicação desta lei, serão regidos pelo artigo 368 da Lei 3895/95 ( CTM ). CAPÍTULO VI Das Disposições Finais Art. 21 - É de responsabilidade da SEMMADES, através de seu Secretário, acompanhar e fiscalizar as atividades do Fundo Municipal de Defesa Ambiental e do Conselho Municipal do Meio Ambiente. Art. 22 - Fica o Prefeito Municipal autorizado a determinar medidas de emergência a serem especificadas em regulamento, a fim de evitar episódios críticos de poluição ou impedir sua continuidade em caso grave ou iminente de risco para vidas humanas ou recursos ambientais. Parágrafo único - Para a execução das medidas de emergência de que trata este artigo, poderá ser reduzida ou suspensa, durante o período crítico, qualquer atividade em área atingida pela ocorrência, respeitadas as competências dos Poderes Públicos Federal e Estadual. Art. 23 - Os resultados das análises técnicas de que dispõe a SEMMADES poderão ser requeridas por pessoa física ou jurídica, preservando devidamente o sigilo industrial. Art. 24 - Será obrigatória a inclusão de programas de Educação Ambiental nas escolas municipais, conforme conteúdo programático a ser elaborado pela Secretaria Municipal de Educação, em conjunto com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Art. 25 - Fica o Poder Executivo autorizado a baixar os regulamentos que se fizerem necessários à aplicação da presente lei. revogadas as disposições em contrário. Art. 26 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, Cachoeiro de Itapemirim, 05 de setembro de 1997 THEODORICO DE ASSIS FERRAÇO Prefeito Municipal