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II.lfAL.Il.AçJ.o mrsn Unlvef"S&'acIe leunl '@docu,â '",! & j XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO o SOLO E A PROOUÇÃO DE BIDENERGIA, PERSPECTIVAS E DESAFIOS 2.1 de '2051, d. 2009 f,rt.lm-ce X M CONFEA.CRCE lu) Iim Ciência Ministério da e Tecnologia Mini!;tério da Agncuíturil, Pecuária e Abastecimento 'riftilç)f: Rul.inç msociedade Brasileira mciência do Solo de Universidade do CearA Federal IUFC / / '.

Otimização de Parâmetros para Aquisição de Imagens Tomográficas de Amostras de Solo PAULO RENATO ORLANDI LASSO(I), CARLOS MANOEL PEDRO VAZ(2) & OSNY OLIVEIRA SANTOS BACCHl(3) RESUMO - A tomografia computadorizada tem se mostrado uma poderosa ferramenta para análise não destrutiva do solo, permitindo a visualização de sua estrutura interna (organização dos agregados, poros, canais, presença de raízes, sementes, insetos, etc.). Além disso, permite a medida de atributos físicos do solo como a densidade, umidade e porosidade. este trabalho é mostrado um estudo sobre os efeitos dos diversos parâmetros que devem ser ajustados no equipamento para a aquisição das imagens tomo gráficas de solo, sobre o tempo necessário à cada aquisição bem como sobre a qualidade das imagens obtidas. Adotaram-se como indicadores de qualidade a clareza visual das imagens e a definição dos picos do histograma de coeficientes de atenuação. A partir dos resultados, é possível concluir que qualidades melhores são obtidas em aquisições com rotações de 360, com a utilização de filtros de alumínio ou alumínio + cobre e que a qualidade melhora com o aumento do número de quadros (jrames) utilizados para média até o limite de 15 quadros. Entretanto, concluiu-se também que medidas para melhorar a qualidade das imagens acarretam, em geral, maiores tempos de duração das aquisições. Palavras-Chave: (solos; imagens; tomografia, raios X) Introdução A tomografia computadorizada de raios-x é uma técnica que permite a visualização de seções transversais e a medida de parâmetros morfológicos do interior de materiais sem destruí-los. É também uma técnica de caracterização e medida de atributos fisicos de amostras de diferentes materiais. O princípio de funcionamento do microtomógrafo de raios-x baseiase na propriedade dos materiais absorverem esta radiação de forma diferenciada dependendo de sua composição química e densidade. A tomografia computadorizada de raios-x foi primeiramente introduzida na área de diagnóstico médico onde foi bastante difundida, causando grande impacto na qualidade dos diagnósticos chegando ao ponto de seus idealizadores serem agraciados com o Prêmio obel de Medicina em 1979. Particularmente na área de ciência do solo, houve grande avanço na utilização da tomografia computadorizada para o estudo de processos de infi Itração de água no solo e de medida de outros atributos físicos como a densidade, umidade e poros idade. Esses trabalhos foram pioneiramente desenvolvidos na década de 80 por Petrovic et ai. (1982) [I], Hainsworth e Aylmore (1983) [2] e Crestana et ai. (1986) [3]. A qualidade das imagens tomográficas depende do adequado ajuste dos parâmetros de aquisrçao do equipamento como: o ângulo de rotação da amostra, o filtro selecionado para ajustar a banda de energias dos raios X e o número de quadros iframes) utilizados no processo de média a fim de melhorar a relação sinal/ruído das imagens. Por outro lado, o tempo de aquisição das imagens é também afetado pelo conjunto de parâmetros selecionados. Este tempo é um fator importante, pois tem impacto direto na vida útil do tubo de raios X que é o componente mais caro do sistema. Neste trabalho é realizado um estudo sobre os efeitos dos parâmetros: ângulo de rotação da amostra, filtro selecionado e o número de quadros (jrames) utilizados sobre a qualidade das imagens obtidas e sobre o tempo de aquisição das imagens, buscando verificar os compromissos existentes entre eles visando sua otimização. Material e Métodos As imagens tomográficas foram obtidas com o Microtomógrafo de Raios X modelo 1172 de fabricação da SkyScan instalado no Laboratório de Técnicas Nucleares da Embrapa Instrumentação Agropecuária na cidade de São Carlos - SP, seguindo as orientações de SkyScan (2005)[4] e Lasso et ai. (2008) [5]. Como amostra foi utilizado um torrão de Nitossolo Vermelho eutroférrico em forma cilíndrica com aproximadamente 2cm de diâmetro e 3cm de altura mostrado na Figura I, já no suporte de amostras do microtomógrafo. A tensão e corrente de trabalho do tubo de raios X são respectivamente 100kV e 100A. Foram obtidas imagens com resolução de Sum variando-se os seguintes parâmetros: I) Ângulo de rotação (180 e 360 ), 2) Filtro (I) Doutorando do Departamento de Fisica do Solo, Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo. Av. Centenário, 303, Campus da ESALQ, Piracicaba, SP, CEP 13400 970. Evmail: lasso@cnpdia.embrapa.br (1) Pesquisador Doutor da Embrapa Instrumentação Agropecuária, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Ria XV de Novembro, 1452, São Carlos, SP, CEP 13561 206. (3) Professor Doutor MS III do Departamento de Fisica do Solo, Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo. Av. Centenário, 303, Campus da ESALQ, Piracicaba, SP, CEP 13400-970. Apoio financeiro: FINEP e EMBRAPA.

(sem filtro, filtro de alumínio e filtro de alumínio + cobre) e 3) Número de quadros (jrames) para o processo de média (5, 10, 15 e 20 quadros). Adotaram-se como indicadores de qualidade, a clareza visual das imagens e a definição dos picos no histograma de coeficientes de atenuação obtidos para cada imagem. Cada pico deste histograma está relacionado a um determinado tipo de material da amostra; assim, quanto mais definidos e separados são estes picos, melhor é a definição da imagem quanto aos diferentes materiais existentes na amostra. Resultados Os tempos de duração das aquisições em função de cada parârnetro selecionado são mostrados na Tabela I. As imagens tomográficas e histogramas de coeficientes de atenuação obtidos com ângulos de rotação da amostra de 180 e 360 são mostrados na Figura 2. As imagens tomo gráficas e histogramas de coeficientes de atenuação das seções transversais de número 62, 559 e 730 obtidas com os modos: sem filtro, filtro de alumínio e filtro de alumínio + cobre são mostradas na Figura 3. As imagens tomográficas e histogramas de coeficientes de atenuação obtidos com 5, 10 15 e 20 quadros, bem como os gráficos da média dos coeficientes de atenuação e do seu desvio padrão em função do número de quadros são mostrados na Figura 4. Discussão Na Figura 2 observa-se que a utilização do ângulo de rotação de 360 melhorou a definição da imagem e aumentou a separação entre os picos dos histogramas de coeficientes de atenuação, definindo-os melhor em relação ao uso do ângulo de rotação de 180. Além disso, a utilização do ângulo de rotação de 360 praticamente dobrou o tempo de aquisição das imagens em relação ao uso do ângulo de rotação de 180, conforme se observa na Tabela I. De acordo com os histogramas de coeficientes de atenuação mostrados na Figura 3, o filtro de alumínio (AI) é o que melhor separa e define os picos enquanto que a pior situação é quando não se usa filtro nenhum (No). Entretanto, as imagens obtidas com o filtro de alumínio + cobre (AI + eu) são as que apresentaram melhor qualidade visual, com melhor contraste e melhor definição das bordas dos agregados. Segundo a Tabela I, as aquisições com filtro de alumínio (AI) e sem uso de filtro (No) gastaram o mesmo tempo de 33 minutos, sendo praticamente 50% do tempo gasto pela aquisição com o filtro de alumínio + cobre (AI + Cu). A Figura 4 mostra imagens obtidas com o número de quadros crescente (5, 10, 15 e 20 quadros). O histograma de coeficientes de atenuação para 5 quadros apresenta apenas um pico e desvio padrão alto. Entr tanto, a medida que o número de quadros aumenta, o histograma começa a esboçar a existência de dois picos sobrepostos e o desvio padrão diminui, indicando melhoria na definição da imagem. A partir de 15 quadros pode-se considerar que não há mais ganhos, pois o desvio padrão fica constante. Os dados da Tabela I mostram que o tempo das aquisições é diretamente proporcional ao número de quadros utilizados. Esta relação pode ser expressa pela Equação I, com R 2 igual a 0,99. t = 2,34 q + 5 Onde t é o tempo das aquisições e q é o número de quadros (frames) utilizados no processo de médias. Conclusões Com base nos resultados apresentados, é possível concluir que o melhor conjunto de parâmetros para fazer aquisição de imagens tomográficas de amostras de solos com o microtomógrafo SkyScan modelo I 172 é: ângulo de rotação da amostra de 360, utilização de filtro de alumínio ou alumínio e cobre e uso de 15 quadros (jrames) para o processo de média. Agradecimentos Os autores agradecem pelo apoio financeiro à FINEP (processo 01.06.0555.00) e à EMBRAPA. Referências [I] PETROVIC, A. M.; SIEBERT, J. E.; RIEKE, P. E. Soil bulk density in three dimensions by cornputed tomography scanning. Soil Science Society of America Journal, Madison, v. 46, p. 445-450, 1982. [2] HAINSWORTH, J. M.; AYLMORE, L. A. G. The use of computer-assisted tomography to determine spatial disrribution of soil water contento Australian Journal 01 Soi! Research, Victoria, v. 21, p. 435-440, 1983. [3] CRESTANA, S.; CESAREO, R.; MASCARENHAS, S. Using a computed miniscanner in soil science. Soil Science, Baltimore, v. 142, p. 56-61,1986. [4] SK YSCAJ'I. Skyscan 1172: Desktop X-ray microtomograph: instruction manual. Aartselaar, c2005. 54 p. [5] LASSO, P R. O.; VAZ, C. M. P.; NAIME, J. de M. Recomendações para utilizaçâo do microtomàgrofo de raios-x Sky Scan 1172 em ciências agrárias e biológicas. São Carlos, SP: Embrapa lnstrumentação Agropecuária, 2008. 22 p. (Embrapa lnsrrurnentação Agropecuária. Documentos, 37). (I)

Tabela 1. Tempos de duração das aquisições em função do ângulo de rotação da amostra, do tipo de filtro selecionado e do número de quadros utilizados para o processo de média. Angulo de rotação da Filtro selecionado Número de quadros utilizados amostra 180-7 33 mino Sem filtro -7 33 mino 5 Quadros -7 17 mino 360-7 62 mino Alumínio -7 33 mino 10 Quadros -7 28min. Alumínio. + cobre -7 61 mino 15 quadros -7 40 mino 20 quadros -7 52 mino Figura 1. Amostra de Nitossolo Vermelho eutroférricoutilizada nos experimentos, já posicionada no porta amostras do microtomógrafo. 111 C :::::I o 2 u 4 -soi 360 -air360 soi180 3 -a"180 O 000 0.01 0.02 0.03 004 0.05 (em") Figura 2. Imagens tomográficas.e histogramas de coeficientes de atenuação obtidos com ângulos de rotação da amostra de 180 e 360.

nomer no Mer 35 3.0 35 2.5 30-501 3.0 25 2.5 20 2 O 2.0 C C C :::J 1.5 :::J :::J 1 5 1 5 o o o 1 O 1.0 1 O 0.5 05 0.5 00 O O 0.0 no filter -soil 0.0 02 000 0.02 0.04 0.06 0.00 0.01 002 0.03 0.04 ij.(cm"') ij.(cm"') ij.(cm"') Figura 3. Imagens tomográficas e histogramas de coeficientes de atenuação obtidos com os modos: sem filtro, filtro de alumínio e filtro de alumínio + Cobre. 0.12 3.0 -------.-- 2.5 -H5lt_t, 2.0 lc ltill_1i 010 1.5 E 008 - -_-50 "- 006.-------. 1.0 0.5 ---------- 00 004 00 01 0.2 0.3 6 8 10 12 1 16 ij.(cm"') #frames 18 20 22 Figura 4. Imagens tomográficas e histogramas de atenuação obtidos com 5, 10 15 e 20 quadros, bem como os gráficos da média dos coeficientes de atenuação linear e do seu desvio padrão em função do número de quadros.