FATORES ASSOCIADOS A NÃO REALIZAÇÃO ROTINEIRA DO EXAME PAPANICOLAU PELAS MULHERES

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Transcrição:

ANAIS IX SIMPAC 651 FATORES ASSOCIADOS A NÃO REALIZAÇÃO ROTINEIRA DO EXAME PAPANICOLAU PELAS MULHERES Natália de Oliveira Monteiro 2, Isabela Sara Pereira Alves 3, Leonardo Santana Rocha 4 Resumo: O papanicolau é um eficiente método de prevenção do câncer de colo uterino, para que haja a efetividade desta prevenção, é necessário que a mulher realizem o exame e caso haje achados patologicos que se realize o tratamento adequado. Mas apesar de a coleta do exame citopatológico de colo uterino ser uma técnica efetiva e eficaz, ainda é insuficiente, devido a diversos fatores pelos quais obeservamos que há uma fuga de algumas mulheres. Devido a está fuga gera-se questionamentos dos motivos em que levam estas mulheres a fugir das consultas ginecologicas. Palavras chave: Câncer de colo uterino, Papanicolau, Prevenção. Introdução O papanicolau é um eficiente método de prevenção do câncer de colo uterino, para a efetividade desta prevenção, é imprescindível que a mulher realize o exame e quando realizado receba o resultado do mesmo, e se necessário intervir com algum tipo de tratamento. Apesar de a coleta do citopatológico de colo uterino ser comprovada como uma técnica efetiva e eficaz, sua cobertura ainda é insuficiente, devido a diversos fatores (RODRIGUES, 2008). Alguns motivos identificados para não realização do exame são: crença de ser saudável por não apresentar queixas ginecológicas; medo em relação ao câncer e ao próprio procedimento; sentimentos de embaraço ou vergonha; desconforto físico; desconhecimento da importância e da finalidade do exame; dificuldades em marcá-lo e em ter acesso ao local, entre outros (PINHO, 2003). 2 Natália de Oliveira Monteiro Graduando em Enfermagem FACISA/UNIVIÇOSA - natalia. omonteiro@gmail.com 3 Isabela Sara Pereira Alves Graduando em Enfermagem FACISA/UNIVIÇOSA - is.abela@ hotmail.com 4 Leonardo Santana Rocha Professor e doutorando em Ciências Biomédicas leoprof@univicosa. com.br Revista Científica Univiçosa - Volume 9- n. 1 - Viçosa-MG - JAN/DEZ 2017

652 ANAIS IX SIMPAC Devido a essas questões, surgem numerosos casos da neoplasia de colo de útero diagnosticados em estágio avançado, e com possibilidades de tratamento e cura reduzidos. Tal afirmação pode ser sustentada por pesquisas realizadas com mulheres na qual se constatou que grande parte delas somente procurou o serviço em momentos críticos, quando o corpo já apresentava sintomas associados à doença (THUM et al, 2008). A educação em saúde representa uma estratégia muito importante na formação de comportamentos que promovam ou mantenham uma boa saúde. Ela é uma prática social que contribui para a formação da consciência crítica das mulheres a respeito de seus problemas de saúde, levando em conta a sua realidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). Sendo assim, o tratamento do câncer de colo de útero é mais efetivo quando a doença é diagnosticada na fase inicial, antes do aparecimento dos sintomas clínicos. Esse fato justifica a importância de estratégias para a detecção precoce desse tipo de câncer e de suas lesões precursoras (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Apesar da possibilidade de tratamento precoce, essa doença ainda é um problema de saúde pública em países em desenvolvimento, pois apresenta altas taxas de prevalência e morbi-mortalidade em mulheres de nível socioeconômico baixo e na fase produtiva de suas vidas (BRENNA, 2001). Material e Métodos Foi realizada uma pesquisa nas bases de dados nacionais (scielo, Lilacs) onde foram consultados 9 artigos e 2 sites governamentais ( Ministério da Saúde e INCA), publicações estas compreendidas entre ao anos de 2001 a 2015, no intuito de se fazer uma revisão bibliográfica para compreender os motivos que influenciam as mulheres a não realização periódica do exame preventivo do câncer de colo do útero. Resultados e Discussão 1. FATORES RELACIONADOS A NÃO REALIZAÇÃO FREQUENTE DO EXAME GINECOLÓGICO. Revista Científica Univiçosa - Volume 9 - n. 1 - Viçosa-MG - JAN/DEZ 2017

ANAIS IX SIMPAC 653 Estimativas mostram que em 2106 houve 16.340 de novos casos de câncer de colo uterino no Brasil (INCA, 2016). O câncer de colo uterino é causado pela infecção persistente de alguns tipos do Papiloma vírus humano, que causa alterações celulares e são de fácil detecção no exame preventivo e são curáveis na quase totalidade dos casos. Frente a essa realidade houve a necessidade de identificar motivos para a não adesão ao exame de papanicolaou entre mulheres atendidas na atenção primária de saúde. Almeja-se, por meio desse conhecimento, construção de estratégias que visem reduzir o índice de falta, acrescendo a adesão a esse procedimento, contribuindo para melhoraria da assistência prestada a essas mulheres (SILVA, 2015). 1.1. SENTIMENTOS VIVIDOS DURANTE A COLETA DO EXAME GINE- COLÓGICO Um dos principais dificultadores na adesão delas ao exame preventivo são a vergonha e timidez em relação a exposição do órgão sexual necessário para o procedimento, bem como a falta de conhecimento sobre o seu próprio corpo, o que gera insegurança à mulher (SANTOS, 2014). A realização da coleta do exame se caracteriza como um procedimento que leva à invasão da privacidade e da integridade corporal das mulheres. Ainda outras acreditam, que o exame as expõe a uma experiência dolorosa, embaraçosa e desagradável. Estes sentimentos podem prevalecer ainda mais quando o profissional que está atendendo as mulheres é do sexo masculino. Deste modo as mulheres associam a exposição das genitálias à sexualidade, que poderá vir a produzir sentimentos de vergonha, preconceito e medo de realizarem os exames ginecológicos de rotina. Diante destes expostos faz-se necessário que os profissionais de saúde busquem alternativas que visem minimizar estes sentimentos vividos durante o exame ginecológico como demostrar empatia, visto que estes podem levar as mulheres a deixarem de realizar o mesmo. 1.2. DESCONHECIMENTO DA IMPORTANCIA DO EXAME PREVENTIVO. Revista Científica Univiçosa - Volume 9- n. 1 - Viçosa-MG - JAN/DEZ 2017

654 ANAIS IX SIMPAC Em relação ao conhecimento sobre a importância do exame como detector precoce do câncer de colo uterino, entendemos que os fatores sócios culturais e econômicos influenciam tanto na decisão de ir ou não, fazer o exame, como na percepção que elas têm sobre a importância do exame. Em geral, acham que o exame é para detectar DSTs, e acham necessário fazê-lo apenas na presença de alguns sinais e sintomas como dor e corrimento. Outra questão importante relacionado a estes fatores são os obstáculos que elas colocam para justificar falta de periodicidade na coleta do exame: o medo de colher o exame e do resultado, a distância do serviço de saúde, a vergonha, a demora no agendamento e no retorno do resultado, entre outros (SILVA, 2014). Assim falta de cognição da importância da realização do exame preventivo por uma grande demanda de mulheres, acarreta em um desafio para os serviços de saúde. Uma parcela da população feminina reconhece o exame como um procedimento simples, mas, no entanto, a outra parcela não tem a mesma opinião, justificando-se por suas raízes culturais, por serem educadas em sociedades onde foram permeadas de inibições relacionadas a quaisquer informações sobre a sexualidade. As mulheres também que nunca se submeteram ao exame mistificam o mesmo por experiências negativas de outras, assim acabam tendo a conduta de não realiza o exame. 1.3. MEDO DE SE DEPARAR COM RESULTADO POSITIVO PARA CÂNCER. O câncer de colo uterino é uma das raras moléstias malignas curáveis em 100% dos casos, quando diagnosticada precocemente através do exame de Papanicolau (SILVA, 2014). O câncer é uma das doenças que mais causa temor aos que são acometidos e para seus familiares, pois gera inúmeros modificações no ser acometido como, mudança de hábitos, dificuldades diversas, alterações emocionais e a busca de justificativas para a sua presença (SANTOS, 2013). Diante do medo gerado, um dos motivos para a não realização do exame ginecológico pode advir deste receio, e também é um dos motivos para as mulheres não retornarem para saber o resultado. Revista Científica Univiçosa - Volume 9 - n. 1 - Viçosa-MG - JAN/DEZ 2017

ANAIS IX SIMPAC 655 1.4. DESCONHECIMENTO DA TÉCNICA DE COLETA DO EXAME PRE- VENTIVO. Sabe-se que a falta de conhecimento sobre a técnica de realização do exame preventivo favorece o desinteresse da população feminina, além de muitas manifestarem não gostar de serem submetidas ao procedimento de coleta por não ser um procedimento totalmente confortável. Trata se de um exame indolor, de baixo custo e eficaz, sendo realizado mediante a coleta de material citológico, oferecido gratuitamente pelos Sistema Único de Saúde (SUS) (INCA, 2011). Para muitos profissionais a coleta do exame ginecológico é um simples procedimento de rotina, rápido e indolor. Mas algumas mulheres tem a visão de ser um procedimento agressivo, gera expectativa e sentimentos de nervosismo, tensão, ansiedade que pode abalar emocionalmente. Considerações Finais A construção deste estudo nos possibilitou observer como é importante o modo com que as mulheres se sentem durante a consulta ginecológica e o exame colpocitológico; percebemos como ainda há muito o que se fazer em relação ao acolhimento, empatia e diálogo com essas mulheres, além de repassar conhecimento para as mesmas frente a realização periodica da consulta ginecologica que pode e deve ser realizada também, pelo profissional enfermeiro. Referências Bibliográficas BRENNA, S. (2001). Conhecimento, atitude e prática do exame de papanicolau em mulheres com câncer de colo uterino. Caderno de saúde pública, 909-914. INCA. (2011). Diretrizes Brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. Rio de Janeiro RJ. INCA. (2016). Estimativa 2016: Colo de útero. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde. Revista Científica Univiçosa - Volume 9- n. 1 - Viçosa-MG - JAN/DEZ 2017

656 ANAIS IX SIMPAC MINISTÉRIO DA SAÚDE (2008). Manual de educação em saúde. Brasília: Brasil. MINISTÉRIO DA SAÚDE (2006). Controle dos cânceres do colo de útero e da mama. Brasília, Brasil. PINHO, A. (2003). Cobertura e motivos para a realização ou não do teste de papanicolau no município de São Paulo. Cad. Saúde Pública, 303-313. RODRIGUES, J. F. et al. (2008). Exame citopatológico do colo do útero: fatores associados a não realização em ESF. Revista eletrônica enfermagem, 610-621. SANTOS, D. (2013). Fatores associados a não realização do exame preventivo papanicolaou: uma revisão bibliográfica. SANTOS, F. (2014). Fatores para a não adesão das mulheres ao exame de papanicolau: em busca de evidencias para a prática na atenção básica em saúde da família. Formiga. SILVA, M. (2015). Fatores relacionados a não adesão à realização do exame de Papanicolau. Rev Rene, 532-539. SILVA, M. et al. (2014). A importância da prevenção do câncer do colo uterino: em pauta o exame de papanicolaou. Revista Recien, 15-20. THUM. M. et al. (2008). Câncer de colo uterino: percepção das mulheres sobre prevenção. Ciencia cuidado e saúde, 509-516. Revista Científica Univiçosa - Volume 9 - n. 1 - Viçosa-MG - JAN/DEZ 2017