Remineralizadores de solos como fontes de nutrientes...e de CTC!

Documentos relacionados
Uso de resíduos da mineração na agricultura

Remineralizadores na região Centro-Oeste

Basalto como remineralizador de solos

USO DE ROCHAS REGIONAIS NO MANEJO DA FERTILIDADE DE SOLOS AGRÍCOLAS. Eder de Souza Martins

POTENCIAL DE ROCHAS SILICÁTICAS POTÁSSICAS NO FORNECIMENTO DE MICRONUTRIENTES PARA SOJA

POTENCIAL DE ROCHAS SILICÁTICAS NO FORNECIMENTO DE NUTRIENTES PARA MILHETO. 1. MACRONUTRIENTES (1)

PROTOCOLO PARA AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE REMINERALIZADORES DE SOLO: UMA PROPOSTA DA EMBRAPA

AVALIAÇÃO DO USO DO PÓ DE ROCHA NO DESEMPENHO DE DUAS VARIEDADES DE MANDIOCA DE MESA

POTENCIAL DE ROCHAS SILICÁTICAS POTÁSSICAS NO FORNECIMENTO DE MACRONUTRIENTES PARA SOJA (1)

ADUBAÇÃO DO SISTEMA SOJA-MILHO- ALGODÃO

Resposta das culturas à adubação potássica:

INDICADORES QUÍMICOS DE QUALIDADE DO SOLO

Protocolo. Parcelamento do K. Doses e parcelamento daadubação potássica para o cultivo da soja em solo arenoso

EFEITO DO SERPENTINITO SOBRE OS ATRIBUTOS QUÍMICOS DE FERTILIDADE DO SOLO

CONSTRUÇÃO DA FERTILIDADE E MANUTENÇÃO DE AMBIENTES DE ELEVADO POTENCIAL PRODUTIVO. Álvaro Resende

Protocolo. Dinâmica do K. Dinâmica do potássio em solo de textura arenosa

Protocolo. Boro. Cultivo de soja sobre doses de boro em solo de textura média

Melhoria da eficiência dos fertilizantes e corretivos para alta produtividade. Prof. Telmo Amado

CÁLCULOS DE FECHAMENTO DE FORMULAÇÕES E RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO

Eficiência de fosfatos naturais em sistemas produtivos do Brasil Adilson de Oliveira Júnior

Balanço de nutrientes em sistemas de produção soja-milho* Equipe Fundação MT Leandro Zancanaro

NUTRIÇÃO MINERAL GÊNESE DO SOLO. Rochas da Litosfera expostas ao calor, água e ar. Alterações físicas e químicas (intemperismo)

MANEJO DA FERTILIDADE DO SOLO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO NO CERRADO

SETOR DE FERTILIZANTES E CORRETIVOS: CENÁRIOS E POTENCIAL NO ESTADO DE MINAS GERAIS. Álvaro Resende

ESTRATÉGIAS DE APLICAÇÃO E FONTES DE FERTILIZANTES NA CULTURA DA SOJA 1

LEANDRO ZANCANARO LUIS CARLOS TESSARO JOEL HILLESHEIM LEONARDO VILELA

A cultura da soja. Recomendação de correção e adubação

Manejo de Nutrientes no Sistema de Produção de Soja. Adilson de Oliveira Jr. Pesquisador Embrapa Soja

-Universidade de Brasília - UnB, Brasília DF, 2 - Embrapa Arroz e Feijão - CNPAF, Santo Antônio de Goiás - GO.

Continente asiático maior produtor (80%) Arroz sequeiro perdendo área para milho e soja

ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO E PRODUTIVIDADE DE MANDIOCA EM FUNÇÃO DA CALAGEM, ADUBAÇÃO ORGÂNICA E POTÁSSICA 1

Protocolo. Programas de Nutrição. Performance de programas de nutrição para incremento de produtividade em solo de textura leve

CARACTERIZAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES DAS FRAÇÕES MINERAIS MESOCRÁTICA E LEUCOCRÁTICA DE GRANITÓIDES DA REGIÃO DE MONTE BONITO, PELOTAS, RS

OBJETIVO SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DA ADUBAÇÃO NPKS MINERAL (QUÍMICA) POR ORGÂNICA COM E. GALINHA MAIS PALHA DE CAFÉ

FERTILIDADE DO SOLO INTERPRETAÇÃO DA ANÁLISE DE SOLO E RECOMENDAÇÃO DA ADUBAÇÃO

Manejo da fertilidade de solo e Nutrição de sorgo sacarino Leonardo A. Aquino

5. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DAS ANÁLISES DE SOLOS

AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE DO SOLO

SISTEMAS DE PRODUÇÃO E EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE FERTILIZANTES

GESTÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA VISANDO SISTEMAS SUSTENTÁVEIS DE PRODUÇÃO E USO EFICIENTE DE NUTRIENTES. Cimélio Bayer Manejo de Solos - UFRGS

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA E VIABILIDADE TÉCNICA DO PROGRAMA FOLIAR KIMBERLIT EM SOJA

REMINERALIZADORES DE SOLOS NO BRASIL: O TRABALHO DA CPRM

Relatório de pesquisa de utilização de basalto na agricultura biodinâmica em parceria com o Grupo Siqueira.

Experimento Correção de P (safra 2010/11 a 2015/16)

APRESENTAÇÃO: FERTILIZANTE TERRAPLANT

BPUFs para milho em Mato Grosso do Sul informações locais. Eng. Agr. M.Sc. Douglas de Castilho Gitti

A Cultura da Cana-de-Açúcar

Protocolo Gessagem. Doses de gesso agrícola e seu residual para o sistema de produção soja/milho safrinha

ACIDEZ, CALAGEM E GESSAGEM

SISTEMAS DE PRODUÇÃO E EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE FERTILIZANTES

FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO

Adubar a planta ou o sistema? Dr. Eros Francisco Diretor Adjunto IPNI Brasil

Composição da água do mar

RELATÓRIO DE PESQUISA 11 17

Fertilidade de Solos

TEORES DE CÁLCIO, FÓSFORO E POTÁSSIO EM SOLO CULTIVADO COM AMEIXEIRA E SUBMETIDO À APLICAÇÃO DA MATRIZ FERTILIZANTE MBR

SISTEMAS DE PRODUÇÃO E EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE FERTILIZANTES

Prof. Francisco Hevilásio F. Pereira Cultivos em ambiente protegido

Gestão da fertilidade do solo no sistema soja e milho

Mineralogia como fator determinante do manejo do solo

Eficiência agronômica de fontes e doses de fósforo no cultivo da soja em solos com diferentes classes texturais

ADUBOS E ADUBAÇÃO HAMILTON SERON PEREIRA

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

ABSORÇÃO FOLIAR. Prof. Josinaldo Lopes Araujo. Plantas cultivadas dividem-se em: Folhas Caule Raízes

A EXPERIÊNCIA DO AGRICULTOR/ PESQUISADOR NA BUSCA DA ALTA PRODUTIVIDADE

OBJETIVOS. Substituição parcial adubação mineral NPKS por orgânica com esterco de curral (Bacia leiteira confinamentos = Disponibiliade)

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE FONTES MINERAIS E ORGÂNICAS DE NUTRIENTES PARA AS CULTURAS DE MILHO E TRIGO

Adubação de Sistema Integrado

Resposta de híbridos de milho ao nitrogênio. Eng. Agr. Dr. Douglas Gitti Pesquisador Manejo e Fertilidade do solo

Potássio: um urgente problema do manejo nutricional das culturas. Adilson de Oliveira Junior Pesquisador Embrapa Soja

Protocolo. Enxofre. Resposta da cultura da sojaa fontes e doses deenxofre

CÁLCIO ENXOFRE E XOFRE DISPONIBILIDADE MAGNÉSIO PARA AS INTRODUÇÃO ORIGEM E FORMAS NO SOLO DISPONIBILIDADE CÁLCIO PARA AS CULTURAS CULTURAS

Instrução Normativa MAPA - REMINERALIZADORES

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

EFICIÊNCIA DA ADUBAÇÃO RESIDUAL COM ROCHAS BRASILEIRAS PARA A CULTURA DA SOJA

Fatores de Formação do Solo. Unidade III - Fatores de Formação do Solo

SUMÁRIO. Capítulo 1 ESCOPO DA FERTILIDADE DO SOLO... 1

Soluções Nutricionais Integradas via Solo

Recomendação de adubação e correção de solo para cultura da Cana-de-açúcar

Fertilidade do solo para culturas de inverno

POTÁSSIO. Jéssica Fernandes Kaseker

CALAGEM SUPERFICIAL E INCORPORADA E SUA INFLUÊNCIA NA PRODUTIVIDADE DO MILHO SAFRINHA AO LONGO DE CINCO ANOS

Manejo da Fertilidade do Solo para implantação do sistema ILP

EFEITO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MILHO SAFRINHA CULTIVADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO, EM DOURADOS, MS

PP = 788,5 mm. Aplicação em R3 Aplicação em R5.1. Aplicação em Vn

Indicações para equilíbrio das bases no solo. Alysson Vilela Fagundes Eng. Agr.Fundação Procafé

Recomendação de correção e adubação para a cultura do milho

FUNDAÇÃO MS PARA PESQUISA E DIFUSÃO DE TECNOLOGIAS AGROPECUÁRIAS

Condicionadores de solo - Uso eficiente do gesso agrícola

Adubação da Cultura da Soja no Paraná e Goiás

Recomendação de correção e adubação para tomate de mesa. Giulia Simioni Lívia Akasaka Patrick Oliveira Samara Barbosa

INTERESSE PELA UTILIZAÇÃO DE MICRONUTRIENTES

Dinâmica dos demais Nutrientes - micronutrientes Leandro Souza da Silva Elisandra Pocojeski Danilo Rheinheimer dos Santos Carlos Alberto Ceretta

6 CALAGEM E ADUBAÇÃO

Avaliação agronômica e potencial de agrominerais regionais

MILHO PARA OS DIFERENTES NÍVEIS TECNOLÓGICOS

BIODISPONIBILIZAÇÃO E DINÂMICA DE LIBERAÇÃO DE ELEMENTOS A PARTIR DE FONTES ALTERNATIVAS DE NUTRIENTES

Cálcio Magnésio Enxofre

Composição da água do mar. Salinidade nos oceanos. Composição da água do mar. Vanessa Hatje. Média Hipersalinos S > 40. Hiposalinos S < 25

ADUBAÇÃO POTÁSSICA DA SOJA EM SISTEMA DE PLANTIO DIRETO NO SUDOESTE DE GOIÁS

Transcrição:

Remineralizadores de solos como fontes de nutrientes...e de CTC! Eder de Souza Martins Geólogo, Dr. Ciências do Solo e Geomorfologia Pesquisador da Embrapa Professor de Pós-Graduação da UnB Bolsista de Produtividade do CNPq eder.martins@embrapa.br 61-3388 9803, 3388 9870

Plano da Apresentação Conceitos Legislação e Normas Remineralizadores como fontes de nutrientes

Do início...

???

O que acontece hoje? ANTROPOCENO!

Limites Planetários Will Steffen et al. Science 2015;347:1259855 Published by AAAS

Limites Planetários Will Steffen et al. Science 2015;347:1259855 Published by AAAS

Will Steffen et al. Science 2015;347:1259855 Limites Planetários

Will Steffen et al. Science 2015;347:1259855 Limites Planetários

Intensidade de Uso da Terra Temperado Tropical Temperado

Qualidade do Solo Cinturões Férteis Alta resiliência Alta performance Temperado Tropical Temperado

Qualidade do Solo Temperado CINTURÕES TROPICAIS Média a alta resiliência Baixa a média performance Tropical Temperado

Tipos de Solos Agrícolas Solo tropical antigo vs. Solo temperado jovem Composição química total de elementos maiores de solos agrícolas SiO 2 Al 2 O 3 Fe 2 O 3 MgO CaO Na 2 O K 2 O TiO 2 P 2 O 5 MnO Oxisol (Brazil) 1 39,18 33,10 7,52 0,02 <0,01 <0,01 0,01 2,27 0,02 <0,01 Kansas (EUA) 2 79,90 10,70 2,29 0,88 1,23 1,68 2,62 0,71 na 0,04 Nanking (China) 2 72,80 15,40 4,31 1,59 0,95 1,28 2,21 0,78 na 0,12 Kaiserstuhl (Ukraine) 2 59,90 7,78 2,90 3,45 23,11 0,84 1,27 0,32 na 0,07 Switzerland 3 71,00 13,87 1,93 0,36 1,23 3,93 3,84 0,32 na 0,04 10 6-10 7 anos 10 3-10 4 anos Composição química total de elementos traços de solos agrícolas Cu Zn Ni Pb Oxisol (Brazil) 1 14,0 7,0 4,3 39,9 Kansas (EUA) 2 10,0 44,0 11,0 11,0 Nanking (China) 2 30,0 78,0 34,0 12,0 Kaiserstuhl (Ukraine) 2 13,0 35,0 23,0 12,0 Fontes: 1. Dados Embrapa (Eder Martins); 2. Taylor et al. 1983. Geochemistry of loess 3. Egli et al. 2001. Weathering of soils on glacial deposits.

Comparação entre Solos Agrícolas Temperado Tropical PO 4 3- SO 4 2- NO 4 - Anions: SiO 4-4, PO 4 3-, SO 4 2-, NO 4 -

Dependência de K

Definições ROCHAGEM (ingl. stonemeal) Uso de rochas cominuídas como condicionadores de solo e fontes de nutrientes para solos agrícolas

ROCHAS VULCÂNICAS geração de magma Rochagem INTEMPERISMO ROCHAS PLUTÔNICAS soerguimento ROCHAS METAMÓRFICAS ROCHAS SEDIMENTARES SOLOS AGRÍCOLAS erosão deposição diagênese metamorfismo

Rochagem Solo muito intemperizado (Latossolo)

Tipos de Agrominerais Classe de ânion Carbonato CO 3 2- Tipo de rochas* Cations principais Cobertura Solubilidade da crosta (% área) 10 em água Calcário (sedimentar) 1 Carbonatito (ígneo) 2 Ca 2+, Mg 2+ 10,0 Baixa Mármore (metamórfico) 3 Sulfato SO 4 2- Depósitos evaporíticos (sedimentar) 4 Ca 2+ 0,0 Muito alta Cloreto Cl -1 Depósitos evaporíticos (sedimentar) K + 0,0 Muito alta Fosfato PO 4 3- Fosforito (sedimentar) 5 Foscorito (ígneo) 6 Ca 2+ 0,0 Baixa Silicato SiO 4 4- Sedimentar 7 Ígneo 8 Ca 2+, Mg 2+, K + 90,0 Muito baixa Metamórfico 9 *Exemplos de pesquisa com agrominerais in natura: 1 Sousa et al. (1989); 2 Andrade et al. (2002); 3 Raymundo et al. (2013); 4 Freire et al. (2014); 5 Chaves et al. (2013); 6 Resende et al. (2006); 7 Lopes (1971); 8 Mancuso et al. (2014); 9 Duarte et al. (2012). 10 Scoffin (1987).

Química Total O + Si + Al = 82,7%

Química Total O + Si + Al = 82,7%

Agromineral silicático Dissolução de agrominerais no solo Dissolução congruente Dissolução total; todos os components dissolvidos em água Carbonato CO 4 2-, Ca 2+ e Mg 2+ Cloreto Cl - e K + Sulfato SO 4 2- e Ca 2+ (Mg 2+, K + ) Dissolução congruente Dissolução total Silicato H 3 SiO 4- e Ca 2+ (Mg 2+ ) Aluminossilicato - H 3 SiO 4- e Ca 2+, Mg 2+, K Dissolução incongruente Dissolução parcial Dissolução incongruente Dissolução parcial de H 3 SiO 4- e Ca 2+, Mg 2+, K + ; formação de argilominerais 2:1; Alta CTC e elevada carga negativa permanente

Processos de Intemperismo Dissolução Total Insumos convencionais Dissolução Parcial + Formação de Argila Agrominerais silicáticos

Estabilidade dos Minerais

Estabilidade dos Minerais

Definições AGROMINERAL SILICÁTICO Agromineral derivado de minerais silicáticos como matéria prima para condicionadores de solo e fontes de nutrientes

Biointemperismo

Fonte: Bonneville et al (2011) Treemycorrhiza Symbiosis accelerate mineral weathering. Geoch. Cosmoch. Acta, 75:6988-7005 Biointemperismo

Biointemperismo

Papel na Indução da Rizosfera

Biointemperismo Biointemperismo da biotita Vermiculita Hinsinger et al. (1993) Hidrobiotita Biotita COM rizosfera COM rizosfera SEM rizosfera

Biointemperismo Biotita Vermiculita + K +Si +Mg +Fe Fonte: Van Straaten (2007)

% Biointemperismo Disponibilização de nutrientes e formação de novos minerais 60 50 40 30 20 Total Disponibilizado Argila 2:1 10 0 SiO2 Al2O3 FeO MgO CaO Na2O K2O

Formação de argilominerais 2:1 Biointemperismo Biotita fase sólida Vermiculita fase sólida (CTC) + K +Si +Mg +Fe em solução (nutrientes) Liberação de nutrientes Formação e estabilidade de argilominerais 2:1 10 0 a 10 1 anos 10 3 a 10 4 anos Tempo

Biointemperismo Biotita fase sólida Vermiculita fase sólida (CTC) + K +Si +Mg +Fe em solução (nutrientes) Ingegnoli, V. (2002). Landscape Ecology: A Widening Foundation. Springer-Verlag, ISBN 3-540- 42743-0, Berlin, Heidelberg, New York.

Biointemperismo 1 ton de biotita (420 g mol -1 ) gera 1,2 ton de vermiculita (500 g mol -1 ) 1 ton de biotita fornece 100 kg de K 2 O Considerando 1 ton e a CTC de 100 cmol c kg -1, teremos um input de 0,1 cmol c kg -1 no solo na camada de 0-10 cm

Papel duplo dos agrominerais silicáticos Condicionador do solo Aumenta CTC pela formação de argilominerais 2:1 Aumenta o ph do solo Diminui o Al trocável do solo Aumenta a eficiência de uso de nutrientes Diminui a perda de nutrientes Estimula a atividade biológica do solo e das raízes das plantas cultivadas Fertilizante Disponibiliza K, Ca, Mg, Si, Fe, Mn, Ni, Zn, Cu, Se, Mo

Definições REMINERALIZADOR DE SOLO Lei 12.890/2013 Todo material de origem mineral que tenha sofrido apenas redução e classificação de tamanho por processos mecânicos e que altere os índices de fertilidade do solo por meio da adição de macro e micronutrientes para as plantas, bem como promova a melhoria das propriedades físicas ou físico-químicas ou da atividade biológica do solo.

Definições REMINERALIZADOR DE SOLO IN 05 e IN 06/2016 publicado em 14/03/2016 altera a Instrução Normativa Nº 14, de 15 de dezembro de 2004 de substratos e inclui os remineralizadores

Critérios para Registro no MAPA FLUXOGRAMA Etapas de avaliação para registro 1. Soma de bases mínimo 9% 2. K 2 O mínimo 1% 3. Quartzo máximo 25% 4. Limites máximos de EPT em ppm (As<15, Cd<10, Hg<0,1, Pb<200) 5. Protocolo agronômico (avaliação da eficiência agronômica)

Resende et al. (2006) Rochas como fonte de K. Espaço & Geografia, 9(1):135-161 Fonte de Nutrientes Eficiência agronômica (%) 100 80 60 40 20 Eficiência agronômica das rochas potássicas 150 300 EAF = (Krocha - Kteste)x100 (K - Kteste) 0 Brecha Arenito Carbonatito Ultramáfica Biotita KCl Fontes de potássio

Guelfi-Silva et al. (2014) Yield, nutrient uptake and potassium use efficiency in rice. Afr. J. Agr. Res., 9, 455-464. Fonte de Nutrientes

Avaliação do biotita xisto como fertilizante potássico Aveia Soja Plummer (1918) Availability of potash in some common soil-forming minerals - Effect of lime upon potash absorption by different crops. Journal of Agricultural Research, 14(8), 297 317.

Avaliação do biotita xisto como fertilizante potássico Experimento casa de vegetação (2013)

Avaliação do biotita xisto como fertilizante potássico Experimento casa de vegetação (2013) 35 30 25 20 15 10 5 0 BX - K tecido y = 0,019x + 7,58 R² = 0,9797 0 100 200 300 400 500 600 KCl - K tecido 35 30 25 20 15 10 5 0 y = -0,0002x 2 + 0,1201x + 6,2877 R² = 0,9366 0 100 200 300 400 500 600

Avaliação do biotita xisto como fonte de K 1º e 2º ciclo Experimento casa de vegetação (2013) EAF (K 2 O biotita) = 45% EAF (K 2 O total) = 30%

Avaliação do biotita xisto como fertilizante potássico Duarte et al. (2012) Biotita: Fonte de potássio para agricultura. Bioscience Journal, 28(1), 98 103 Experimento casa de vegetação

t/ha Avaliação do biotita xisto como fonte de K Experimento de campo soja após milheto (safra 2009-2010) 5 5,0 CV 7,3% a a 4,5 4,5 4,0 b b b b 4 Produtividade = -2E-05x 2 + 0.0049x + 1.9695 R² = 0.90 3,5 3,5 0 60 120 180 3,0 0K 60 KCl 60KCl + 60R 60 R 120 R 180 R Dose K-rocha Embrapa Cerrados (dados inéditos)

Avaliação do biotita xisto como fonte de K 1º ciclo Experimento de campo soja (safra 2014-2015) CV= 24,3%, KCl: Pr>F 0,051 e FMX: Pr>F 0,0004 CV= 17,6%, KCl: Pr>F 0,055 e FMX: Não significativo Embrapa Cerrados (dados inéditos)

Avaliação de novas fontes Avaliação agronômica do uso de agrominerais silicáticos como fonte de potássio para a cultura do milho Dose de 240 kg ha -1 de K 2 O FONTES Massa parte aérea (g)* Média** desv. Hydrosienito Ca (PE) 3,20 a 0,40 Hydrosienito HS2-Ca-Mg (PE) 3,17 a 0,01 Sienito (BA) 2,88 ab 0,27 KCl 2,61 b 0,23 Biotita xisto Pedreira Araguaia(GO) 2,62 b 0,50 Kamafugito (GO) 2,50 bc 0,26 Sienito (GO) 2,07 cd 0,26 Fonolito Curimbaba (MG) 1,97 d 0,12 Tefrifonolito (GO) 1,95 d 0,29 Sienito (PE) 1,86 d 0,28 Controle (sem adubação) 1,86 d 0,17 Eficiência*** % 122 121 110 100 100 95 79 75 74 71 71 Grau de Eficiência Muito Eficiente Eficiente Pouco Eficiente Ineficiente * Teste t de avaliação de médias. Nível de significância de 0,05. Software Sisvar 5.3 ** Médias seguidas de mesma letra são similares ***O cálculo da eficiência tomou como referência a produção média de massa seca do tratamento com KCl

Variáveis da Rochagem Pó de rocha Composição química Composição mineralógica Granulometria... Sistema de cultivos Desenvolvimento de raízes Ciclagem Cobertura do solo... Solo Clima Composição química Composição mineralógica Atividade biológica... Precipitação Temperatura Edafoclima...

Megageodiversidade Potencial

Potencial

Potential of K Aluminosilicates Lineamento Transbrasiliano Ultramaphic alkaline rocks Rochas Alcalinas Lineamento AZ125 Carbonatitos e kimberlitos

Potencial (A) (B)

Agrogeologia: Uso do Solo vs Geologia Fonte: Sistema Estadual de Geoinformação - SIEG

Conclusões Os remineralizadores de solo, derivados de rochas silicáticas, são agrominerais regionais e tem o potencial de: Fornecer nutrientes por demanda das plantas Produzir CTC mineral de longo prazo Aumentar a eficiência do uso dos nutrientes Mitigar os gases de efeito estufa pela absorção de C no solo

Conclusões ESTAMOS APENAS NO INÍCIO!!!!!! Mas já temos um caminho...

Remineralizadores de solo: passado, presente e desafios futuros https://www.embrapa.br/clima-temperado/rochagem 08 a 11 de novembro de 2016 Embrapa Clima Temperado / Pelotas, RS