Segurança nas Ações de Saúde. Toxicologia

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Transcrição:

Toxicologia É a ciência que estuda os efeitos adversos produzidos pela interação de agentes químicos com sistemas biológicos. O objetivo básico é prevenir, diagnosticar e tratar as intoxicações provocadas por esses agentes. 1

Por ser uma ciência muito ampla e de interesse para várias áreas, é necessária a subdivisão da toxicologia, segundo o seu campo de aplicação. Sendo assim temos: Toxicologia Ambiental - aplicada ao estudo dos efeitos nocivos produzidos pelos contaminantes ambientais nos seres vivos, visando ao controle da poluição do ar, da água e do solo. Toxicologia Ocupacional - aplicada ao estudo dos mecanismos de ação e efeitos nocivos produzidos pelos contaminantes, presentes nos ambientes de trabalho, sobre a saúde dos trabalhadores, visando ao controle ambiental desses contaminantes, à vigilância da saúde dos trabalhadores, através de controle biológico de exposição durante e após as exposições, além de avaliação de tratamentos feitos em trabalhadores doentes. 2

Toxicologia de Alimentos aplicada ao estudo dos efeitos nocivos produzidos pelos contaminantes presentes nos alimentos. Toxicologia de Medicamentos aplicada ao estudo dos efeitos nocivos decorrentes do uso de substâncias químicas como medicamentos. 3

Toxicologia Social - aplicada ao estudo dos efeitos nocivos dos agentes químicos usados pelo homem individualmente ou em sociedade, capazes de induzir a toxicomania. A toxicomania, por sua vez, é um estado de intoxicação nocivo ao indivíduo e à sociedade, devido aos problemas de ordem ética, moral e legal acarretados pelo consumo repetido de uma droga. Toxicologia Experimental - aplicada ao estudo de testes toxicológicos realizados em cobaias e/ou voluntários. 4

Toxicologia forense Aspectos médico-legais dos efeitos nocivos dos químicos em humanos e animais Estabelecer a causa de morte e determinar suas circunstâncias na investigação post mortem Dentro da Toxicologia Ocupacional, cujo objetivo maior é a saúde do trabalhador, os pontos principais são: Conhecer todos os agentes químicos no ambiente de trabalho, inclusive misturas e combinações, resíduos gerados. Conhecer as propriedades físico-químicas dos mesmos. 5

Conhecer aspectos toxicocinéticos, ou seja, absorção, metabolização e excreção. Conhecer a toxicidade e mecanismos de ação tóxica dos agentes presentes no ambiente de trabalho. Introduzir controles para prevenção de intoxicações. Intoxicação É um estado de desequilíbrio no organismo provocado por um agente tóxico que interage com qualquer órgão do corpo. Este estado é caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas que revelam um estado patológico. A intoxicação é a manifestação clínica do efeito tóxico. Qualquer substância química em interação com o organismo é capaz de produzir um efeito adverso. 6

Intoxicação Como o organismo humano é um sistema aberto, capaz de trocar energia e matéria com o meio externo, através de um equilíbrio dinâmico, pode-se afirmar que entre o instante de contato do agente tóxico com o organismo, até o momento da manifestação clínica do efeito tóxico, ocorrerá uma serie de fenômenos. Intoxicação Um processo de intoxicação ocorre em quatro fases: 1 -Fase de Exposição - corresponde ao contato do agente tóxico com o organismo. Nessa fase é importante considerar entre outros fatores, a via de incorporação do agente tóxico, a dose ou concentração do mesmo, bem como o tempo durante o qual se deu a exposição. 7

Intoxicação Um processo de intoxicação ocorre em quatro fases: 2 -Fase Toxicocinética - corresponde ao período de movimentação do agente tóxico no organismo. Nesta fase destacam-se os processos de absorção, distribuição, e eliminação do agente tóxico ou de seus metabólitos, ou sejam os produtos de transformação ocorrida dentro do organismo na substância inicial. Trato gastrintestinal Pele e pulmão ABSORÇÃO Fígado Circulação sanguínea e Linfática Biotransformação Subprodutos Armazenamento Rim Pulmão Fluído Extracelular Órgãos e Ossos Tecidos gordurosos DISTRIBUIÇÃO/ BIOTRANSFORMAÇÃO Fezes Urina Ar expirado EXCREÇÃO 8

Intoxicação Um processo de intoxicação ocorre em quatro fases: 3 -Fase Toxicodinâmica - corresponde ao período em que se dá a interação do agente tóxico com o organismo, a qual poderá provocar desde leves distúrbios até mesmo a morte. Intoxicação Um processo de intoxicação ocorre em quatro fases: 4 -Fase Clínica - corresponde ao período de exteriorização dos efeitos do agente tóxico, isto é, o aparecimento dos sinais e sintomas de intoxicação. 9

Os tipos de Intoxicações: Do ponto de vista didático, podemos classificar as intoxicações segundo vários aspectos, como por exemplo: Intoxicações acidentais - ocorrem de maneira inesperada e independente da vontade alheia ou da própria vítima; Os tipos de Intoxicações: Intoxicações alimentares - ocorrem após a ingestão de alimentos contaminados por produtos químicos de origem industrial, por produtos químicos existentes no próprio alimento (cianeto X mandioca "brava"), ou por microorganismos diversos (fungos, bactérias, vírus.); 10

Os tipos de Intoxicações: Intoxicações profissionais - resultam da exposição do trabalhador, no exercício de sua atividades, à ação de agentes químicos diversos; Os tipos de Intoxicações: Intoxicações iatrogênicas - são decorrentes do uso de medicamento, devido a superdosagem, sinergismo, hipersensibilidade ou mesmo devido a erros na prescrição, na via de introdução, na frequência de uso, etc.; 11

Os tipos de Intoxicações: Intoxicações ambientais - são devidas à poluição atmosférica, hídrica e do solo, sendo mais comuns em grandes centros urbanos e industriais, podendo ocorrer também em áreas de intensa atividade agropecuária; Agente Tóxico Pode-se definir agente tóxico como sendo qualquer substância que interagindo com o organismo seja capaz de produzir em um órgão ou conjunto de órgãos, lesões estruturais e/ou funcionais, podendo provocar até mesmo a morte. 12

Agente Tóxico De modo geral, a intensidade da ação do agente tóxico será proporcional à concentração e ao tempo de exposição. Agente Tóxico Com bastante frequência, o termo xenobiótico é usado para designar agente tóxico. No entanto, xenobiótico entende-se qualquer substância química qualitativa ou quantitativamente estranha ao organismo. Um xenobiótico pode ser de efeito benéfico, como é o caso dos medicamentos, ou de efeito negativo, como no caso de intoxicação por Chumbo, por exemplo. 13

Grupos de Agentes Tóxicos Os agentes tóxicos podem ser agrupados, para fins didáticos, em diversas categorias, como por exemplo: Agentes tóxicos irritantes - são substâncias que produzem inflamação dos tecidos com que entram em contato, tais como a pele, conjuntiva ocular, tecidos de revestimento das vias respiratórias, etc. (gás clorídrico, amônia, cloro, soda cáustica, ácido sulfúrico...); Grupos de Agentes Tóxicos Agentes tóxicos asfixiantes - são aqueles que exercem sua ação no organismo, interferindo com o oxigênio disponível. Há os asfixiantes simples, que são gases inertes cuja interferência é apenas a nível de diluição do oxigênio disponível ( gás carbônico, hélio, hidrogênio, nitrogênio,...). Há também os asfixiantes químicos, os quais impedem o transporte de oxigênio ou a sua perfeita distribuição pelo organismo (monóxido de carbono, anilina, cianeto de hidrogênio, sulfeto de hidrogênio...); 14

Grupos de Agentes Tóxicos Agentes tóxicos anestésicos - são aqueles que interagem com o organismo, atuando a nível do sistema nervoso central, de ampla aplicação médica (álcoois, éter, clorofórmio,...); Grupos de Agentes Tóxicos Agentes tóxicos de ação local - são aqueles cujos efeitos se manifestam no local onde ocorreu o contato inicial com o organismo (cimento X dermatose ocupacional); 15

Grupos de Agentes Tóxicos Agentes tóxicos de ação sistêmica - são aqueles cujos efeitos se manifestam à distância do local onde se deu o contato inicial entre o agente tóxico e o organismo (benzeno X danos celulares na medula óssea, tetracloreto de carbono X danos hepáticos/renais/sistema Nervoso Central); Grupos de Agentes Tóxicos Agentes tóxicos mutagênicos - são aqueles capazes de provocar alterações na informação do material genético, acarretando o aparecimento de alterações em descendentes do indivíduo contaminado (alguns pesticidas, clorofórmio, formaldeído); 16

Grupos de Agentes Tóxicos Agentes tóxicos teratogênicos - são aqueles capazes de produzirem alterações no desenvolvimento do feto (mercúrio, selênio, manganês); Grupos de Agentes Tóxicos Agentes tóxicos carcinogênicos - são aqueles capazes de induzirem a transformação de células normais em células cancerígenas ( benzeno, asbesto, formaldeído, anilina). 17

Toxicidade Toxicidade é a capacidade que tem o agente tóxico de produzir efeitos nocivos sobre o organismo com os quais interage. O grau de toxicidade de uma substância é avaliado quantitativamente pela medida da "DL50", que é a dose de um agente tóxico. Pode-se avaliar a toxicidade de uma substância a partir da provável dose letal oral para humanos. Risco Tóxico Pode-se definir o risco como sendo a probabilidade existente para que uma substância produza um efeito adverso previsível, em determinadas condições específicas de uso. Geralmente, se fraciona a dose total, tem-se uma redução da probabilidade que o agente venha a causar efeitos tóxicos. Por exemplo, 30 mg de estricnina ingerida de uma só vez pode ser fatal para um adulto, enquanto que 3 mg ingeridas a cada dia por 10 dias podem não ser fatais. 18

Termos de interesse em Toxocologia: Adição - é o fenômeno observado quando o efeito resultante de dois agentes tóxicos é igual à soma dos efeitos individuais. (dois praguicidas organofosforados, observa-se um prejuízo da condução nervosa igual ao que se observaria se fossem somados o efeito de cada um deles separadamente.) Sinergismo - é o fenômeno observado quando o efeito de dois agentes tóxicos é maior que a soma dos efeitos individuais. (interação entre cigarro e exposição a asbesto. Risco de desenvolvimento de câncer de pulmão muito maior do que a soma dos riscos de cada composto em separado.) Termos de interesse em Toxocologia: Potencialização - é o fenômeno observado quando um agente tóxico que mesmo não sendo capaz de atuar sobre determinado órgão, intensifica a ação de um outro agente tóxico sobre este órgão. ( Interação entre o tetracloreto de carbono e isopropanol. O isopropanol não é hepatotóxico, mas aumenta a hepatotoxicidade desencadeada pelo tetracloreto de carbono.) Antagonismo - é o fenômeno observado quando dois agentes tóxicos têm seus efeitos atenuados ou anulados, devido a interações contrárias entre cada um deles e o indivíduo intoxicado. (Competitivo: naloxona e opióides; atropina e acetilcolina; curare e acetilcolina Não competitivo: fenoxibenzamina que forma ligações covalentes com adrenoceptores.) 19

Termos de interesse em Toxocologia: Reação idiossincrática - são reações anormais a certos agentes tóxicos. Nesses casos o indivíduo pode apresentar uma reação adversa a doses extremamente baixas (doses consideradas não tóxicas) ou apresentar tolerância surpreendente a doses consideradas altas ou até mesmo letais. Termos de interesse em Toxocologia: Reação alérgica - são reações adversas que ocorrem após uma prévia sensibilização do organismo a um agente tóxico. Na primeira exposição o organismo, após incorporar a substância, produz anticorpos. Estes, após atingirem uma certa concentração no organismo, ficam disponíveis para provocarem reações alérgicas no indivíduo, sempre que houver nova exposição àquele agente tóxico. 20

Relação Dose x Efeito e Dose x Resposta Dose é a expressão utilizada para indicar a quantidade ou a concentração de um agente tóxico que atinge um determinado ponto do organismo do receptor, em determinado espaço de tempo. Efeito é a alteração biológica observada em um indivíduo ou uma população. Resposta é o índice percentual de uma população que apresentou um determinado efeito, mediante a administração de uma determinada dose. O conhecimento da relação dose-resposta: estabelece o nexo causal entre os fatos observados e o produto tóxico em estudo; estabelece a menor dose onde um efeito induzido ocorre; determina a taxa de evolução da lesão 21

O conhecimento da relação dose-resposta: O limiar para efeitos tóxicos ocorre no ponto onde a possibilidade do corpo desintoxicar-se ou reparar a lesão tóxica foi excedida. Por exemplo, o desenvolvimento de cirrose no fígado pode não resultar em efeitos clínicos até que 50% do fígado tenha sido tomado por tecido fibroso (cirrótico). Principais mecanismos de ações tóxicas: Interferência com os sistemas enzimáticos (reversível, irreversível, síntese letal) Interferência com o transporte de Oxigênio (Carboxihemoglobina, metahemoglobina) Interferência com o sistema genético (ação citostática, carcinogênese, mutagênese e teratogênese) Interferência com as funções gerais das células (anestésica, neurotransmissão) Irritação direta dos tecidos (dermatite química, gases irritantes) reações de hipersensibilidade (alergia química, fotoalergia, fotossensibilização) 22

Vias de penetração Boca Ingestão de qualquer tipo de substância tóxica (química ou natural). Pele Contato direto com plantas ou substâncias químicas tóxicas. Vias respiratórias Aspiração de vapores ou gases emanados de substâncias tóxicas. Sinais e sintomas Envenenamento por ingestão: Queimaduras, lesões ou manchas ao redor da boca. Odores incomuns da respiração, no corpo, nas roupas da vítima ou do ambiente. Hálito com odor estranho. Transpiração abundante. Queixa de dor ao engolir. Queixa de dor abdominal. Náuseas, vômito, diarreia. Convulsões. Alterações no nível de consciência, sonolência. Aumento ou diminuição do diâmetro das pupilas. Alterações no pulso, na respiração e da temperatura corporal. 23

Sinais e sintomas Envenenamento por contato: Manchas na pele. Coceira. Irritação nos olhos. Dor de cabeça. Temperatura da pele aumentada. Sinais e sintomas Envenenamento por inalação: Respiração rápida. Tosse. Frequentemente os olhos da vítima aparecerão irritados. Obs.: estes são os sintomas gerais, podem variar de acordo com o veneno inalado 24

Orientações gerais Cuidados com a segurança do socorrista, evitando que este entre em contato com o produto intoxicante. Remover a vítima para local arejado. Afrouxar as vestes e, caso estejam contaminadas, retirá-las, cortando-as. 25