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Po l í t i c a &Po d e r. 28 de fevereiro de 201 3 21 APROVADO NA CÂMARA Fim aos salários extras Agora, 14º e 15º salários só serão pagos no início e no fim do mandato Com um consenso forçado, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira o fim do benefício anual do 14º e 15º salários para os parlamentares. A partir de agora, os deputados e senadores só receberão salários extras ao assumir e deixar seus mandatos no Congresso, o que acontece, em regra, a cada quatro anos. A votação acontece numa tentativa do presidente, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de tentar melhorar a imagem da Casa. O benefício de salários extras para os parlamentares, chamados internamente de ajuda de custo, começou em 1938. Em alguns períodos, ocorria 31,7 MILHÕES é quanto o Congresso e co n o m i za rá com o fim dos benef ícios o pagamento também quando haviam convocações extraordinárias para trabalho em julho e janeiro, o que levou ao pagamento de até 19 salários em um mesmo ano. Atualmente, obenefício era pagono início e no fim de cada ano. JÁ APROVADA NO SENADO A proposta aprovada é de autoria da atual ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e foi aprovada pelo Senado em maio do ano passado. Na Câmara, a proposta ficou parada por meses na Comissão de Finanças e Tributação. O fim do 14º e do 15º salários representará uma economia anual de R$ 27,41 milhões para a Câmara e de R$ 4,32 milhões para o Senado nos anos do mandato em que não houver o pagamento. O decreto legislativo precisa ainda ser promulgado e publicado no Diário do Congresso pa r a entrar em vigor. QUANTO CUSTA R$ 53,4 mil a menos por ano 1O vencimento mensal dos congressistas, sem contar benefícios como plano de saúde, passagens áreas e cota para gastos de gabinete (que cobre telefone, correspondências, transporte e outros itens), é de R$ 26.723,13. Somados, os dois subsídios adicionais acresciam R$ 53.446,26 aos contracheques dos parlamentares. LAYCER TOMAZ/AGÊNCIA CÂMARA Votação foi acelerada, com o requerimento de urgência para o projeto 2No último ano, a Câmara destinou R$ 26.215.390,53 para custear os 14º e 15º salários dos deputados, enquanto o Senado desembolsou R$ 3.901.576,98. 3Em fevereiro de 2012, a despesa da Câmara somou R$ 13.602.073,17. Apenas quatro dos 513 parlamentares não quiseram embolsar o auxílio. Presidente foi o articulador da votação Deputado com o maior número demandatosna Casa,equemmais recebeu o benefício, o presidente Henrique Alves empenhou-se para acelerar a aprovação pressionando os líderes a assinar um requerimento de urgência para o projeto. Na visão dele, a aprovação pode ajudar a aproximar o Congresso da sociedade. "Essa Casa pode ter pecados, pode ter seus equívocos no voto sim ou não, mas a omissão é indesculpável", argumentou Alves ao defender a votação imediata. D I SC U RSOS Com o consenso imposto, dezenas de parlamentares fizeram questão de discursar em plenário apoiando amedida. "Ofim do14º e 15º salários é uma reverência à sociedade que trabalha no País", disse o líder do PPS, Rubens Bueno (PR). "Não é com uma boa agência de publicidade que vamos mudar a imagem dessa Casa, é com posturas como essa", afirmou o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP). "Todo mundo passou a vida toda recebendo o 14º e 15º, inclusive eu, mas chegou a hora de acabar", disse o deputado Sílvio Costa (PTB-PE). O único deputado a se manifestar no microfone contrário ao fim do benefício foi Newton Cardoso ( PM DB -M G). "Estão votando com medo da imprensa. É uma deslealdade com os deputados que precisam. Não falo por mim, abri mão. Pago caro para trabalhar aqui", discursou o deputado mineiro.