PROJETO DE LEI N.º 447/XII/3.ª MODELO DE SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA E AUTONOMIA DA CINEMATECA PORTUGUESA - MUSEU DO CINEMA



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Transcrição:

Grupo Parlamentar PROJETO DE LEI N.º 447/XII/3.ª MODELO DE SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA E AUTONOMIA DA CINEMATECA PORTUGUESA - MUSEU DO CINEMA 1.ª ALTERAÇÃO À LEI N.º 55/2012, DE 6 DE SETEMBRO Exposição de motivos A Cinemateca atravessa um período ultrajante da sua história como instituição de serviço púlico de Cultura. Um sistema de financiamento caduco, sustentado em taxas sore um mercado de pulicidade em declínio, significa que o Museu do Cinema de Portugal não pode sequer garantir a regularidade da sua programação. A redução de mais de 50% das receitas significa que a alteração do mercado pulicitário é de tal forma estrutural que novas respostas se exigem para a sustentailidade e autonomia da instituição. Dois prolemas se colocam e o Bloco de Esquerda propõe duas soluções. Desde logo e em primeiro lugar, um prolema político. O atual Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, decidiu confrontar as dificuldades através de medidas de acupuntura orçamental, desloqueando veras do Fundo de Fomento Cultural sempre após a degradação da Cinemateca atingir um novo patamar do inadmissível, provocando alarme púlico e censura ao governo. É uma forma pouco inteligente de lidar com o prolema: acentua a degradação do serviço prestado pela Cinemateca agravando simultaneamente o prolema de falha sistémica da própria estrutura de financiamento. Em segundo lugar, um prolema legislativo. O atual governo avançou na anterior sessão Email: loco.esquerda@e.parlamento.pt - http://www.eparlamento.net/ 1

legislativa com a discussão e aprovação da Lei n.º 55/2012, de 6 de setemro, que Estaelece os Princípios de Ação do Estado no Quadro do Fomento, Desenvolvimento e Proteção da Arte do Cinema e das Atividades Cinematográficas e Audiovisuais, conhecida por Lei do Cinema. Apesar das propostas de alteração do Bloco de Esquerda, optou por não incluir qualquer menção à Cinemateca, seja para efeitos de origações do serviço púlico em si (recolha, armazenamento, tratamento e exposição das produções cinematográficas nacionais) seja para efeitos de financiamento da instituição. Foi um erro. O Bloco de Esquerda apresenta por isso este projeto de lei com ase nas propostas que apresentou em sede da discussão na especialidade da Lei do Cinema, introduzindo um novo mecanismo de financiamento garantindo a afetação à Cinemateca de um terço das veras otidas pela taxa de 7,5% aplicada aos exiidores cinematográficos, em como a origação de investimento das operadoras de televisão para o apoio à conservação, restauro e digitalização do património cinematográfico nacional, garantindo assim o cumprimento do Artigo nº 4 da própria Lei do Cinema em vigor, que define de forma clara: Artigo 4º. Conservação e acesso ao património 1 - O Estado garante a preservação e a conservação a longo prazo das oras do património cinematográfico e audiovisual português ou existente em Portugal, o qual constitui parte integrante do património cultural do País. 2 - O Estado promove o acesso púlico às oras que integram o património cinematográfico e audiovisual nacional para fins de investigação artística, histórica, científica e educativa, com respeito pelas regras de conservação patrimonial, salvaguardando os legítimos interesses dos titulares de direitos de autor e dos direitos conexos, em como dos detentores de direitos patrimoniais ou comerciais. 3 - O Estado assegura ainda a exiição e exposição púlicas, segundo critérios museográficos, das oras cinematográficas e audiovisuais que integrem ou venham a integrar o seu património, em oediência ao direito dos cidadãos à fruição cultural. 4 - O Estado promove o depósito, a preservação e o restauro do património cinematográfico e audiovisual nacional, em como do património fílmico e audiovisual Email: loco.esquerda@e.parlamento.pt - http://www.eparlamento.net/ 2

internacional mais representativo. 5 - O Estado mantém uma coleção que procura incluir todos os filmes nacionais e equiparados, em como filmes estrangeiros de reconhecida importância histórica e artística. 6 - O Estado promove a componente museográfica do património fílmico e audiovisual. Assim, nos termos constitucionais e regimentais aplicáveis, as Deputadas e os Deputados do Bloco de Esquerda apresentam o seguinte Projeto de Lei: Artigo 1.º Alteração à Lei n.º 55/2012, de 6 de setemro É alterado o artigo 17.º da Lei n.º 55/2012, de 6 de setemro, que passa a ter a seguinte redação: "Artigo 17.º [...] 1 - ( ). 2 - A vera proveniente da retenção referida no número anterior é aplicada da seguinte forma: a) 2,5% destina-se exclusivamente ao fomento da exiição cinematográfica de oras nacionais e à manutenção da sala geradora da receita, constituindo receita gerida pelo exiidor e com expressão contailística própria; ) ( ); c) 2,5% destina-se ao apoio à conservação, restauro e digitalização do património cinematográfico nacional. A vera será afeta à Cinemateca, I.P., por portaria regulamentar. 3- ( ). Email: loco.esquerda@e.parlamento.pt - http://www.eparlamento.net/ 3

4- ( ). 5- ( ). 6- ( )." Artigo 2.º Aditamento à Lei n.º 55/2012, de 6 de Outuro É aditado o artigo 15.º-A à Lei n.º 55/2012, de 6 de Outuro, com a seguinte redação: "Artigo 15.º-A Investimento dos operadores de televisão na Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema 1 - Sem prejuízo de outras origações previstas na Lei, os operadores de televisão contriuem para a sustentailidade do serviço púlico de conservação do património cinematográfico português contriuindo financeiramente para a Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema. 2 - A origação de investimento prevista no número anterior, aplicável aos operadores de televisão privados, equivale a uma quantia correspondente a 0,05 % das receitas anuais provenientes da comunicação comercial audiovisual dos serviços de programas televisivos do operador de televisão considerados no número anterior. 3 - de investimento prevista no n.º, equivale a uma quantia correspondente a 0,5 % das receitas, criada pela Lei n.º 30/2003, de 22 de agosto, alterada pelos Decretos-Leis n.º -. 4 - veras para a Cinemateca, I.P." Email: loco.esquerda@e.parlamento.pt - http://www.eparlamento.net/ 4

Artigo 3.º Entrada em vigor A presente lei entra em vigor com o Orçamento do Estado susequente à sua aprovação. Assemleia da Repúlica, 20 de setemro de 2013. As Deputadas e os Deputados do Bloco de Esquerda, Email: loco.esquerda@e.parlamento.pt - http://www.eparlamento.net/ 5